"Lula nunca desafiou uma ordem de prisão", disse o jurista Marco Aurélio Carvalho. "E o que acentua ainda mais a diferença, Lula é e sempre foi inocente", ressaltou
O coordenador do grupo jurídico Prerrogativas, o jurista Marco Aurélio de Carvalho, afirmou que o senador Ciro Nogueira (PP-PI) fez um "paralelismo desonesto" ao comparar o discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) antes de sua prisão ilegal, em 2018, e o ato convocado por Jair Bolsonaro para se defender das investigações da Polícia Federal (PF) sobre seu envolvimento em um suposto planejamento para um golpe de Estado, que será realizado neste domingo (25), na Avenida Paulista.
"Lula nunca desafiou uma ordem de prisão, contrariando inclusive inúmeras lideranças políticas que acreditavam que ele não deveria se curvar a um juiz que atuava de forma constrangedoramente parcial e criminosa", disse Carvalho à colunaPainel, da Folha de S. Paulo, em referência ao ex-juiz suspeito e senador Sergio Moro (União Brasil-PR).
“E o que acentua ainda mais a diferença, Lula é e sempre foi inocente. Bolsonaro , por sua vez, retorna à cena do crime para incensar as hordas fascistas que ainda lhe dão algum tipo apoio . Que voltem da avenida Paulista de camburão", completou.
Fonte: Brasil 247 com informação da coluna Painel, da Folha de S. Paulo
Iniciativa quer contrapor as tentativas de Zema de privatizar a Cemig, a Copasa e a Gasmig sem ouvir a população
Lucas Wilker e Ana Carolina Vasconcelos, Brasil de Fato- De 19 de abril a 1º de maio deste ano, será realizado o Plebiscito Popular em Defesa das Estatais de Minas Gerais, uma consulta que visa entender o que a população pensa sobre a tentativa do governador Romeu Zema (Novo) de entregar à iniciativa privada empresas públicas estratégicas do estado.
"A ideia de construir um plebiscito popular nasceu de um conjunto de organizações, movimentos sociais, estudantes, sindicatos e servidores públicos, movimentos de diversas trajetórias, que já têm acúmulo de luta por uma Minas Gerais mais justa, mais solidária e mais democrática. A gente entende que defender essas empresas públicas é defender o povo de Minas Gerais", explica Maria Oliveira, integrante da coordenação estadual do Plebiscito Popular em Defesa das Estatais.
A consulta é considerada, pelos movimentos populares, uma ferramenta de disputa de ideias na sociedade para a defesa e a conquista de direitos, além de promover a participação popular organizada pelo povo, diante das tentativas do governador de impedir o processo de escuta da população.
Para facilitar o plano de privatizações, Zema enviou em outubro de 2023 à Assembleia de Minas Gerais (ALMG) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023, que pretende, acabar com a obrigatoriedade de consultar a população, via referendo, sobre a privatização da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia de Gás de Minas Gerais (Gasmig) e da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A PEC também diminui o quórum necessário para a aprovação da matéria.
Organização e estratégia - Aline Maia, professora de Barbacena, e uma das lideranças da iniciativa, explica que o plebiscito popular permite desburocratizar o processo de participação social na tomada de decisões, contemplando as diversas realidades do estado.
"É um estado só, mas são realidades diversas, e as estratégias que nós utilizamos em cada canto para construir o diálogo com a população são também diversas", aponta.
Já Auro Maia, assessor parlamentar e membro do Movimento Brasil Popular encara o plebiscito popular como uma ferramenta decisiva de disputa política no atual contexto de Minas.
"É a melhor resposta ao Zema, governador autoritário e antidemocrático. É o povo organizado nas ruas. Ninguém vai tirar do povo o direito constitucional de se manifestar sobre a venda das estatais. Através do diálogo intensivo e permanente com a população vamos mostrar a força do povo mineiro", afirma.
O processo - A votação será organizada pelos comitês de cada cidade. Desta forma, o processo pode ocorrer em urnas eleitorais fornecidas pelo Tribunal Regional Eleitoral ou improvisadas em caixas comuns, lacradas e com a devida identificação.
‘Perdemos tamanho e protagonismo, e todo mundo sabe que se o partido quiser voltar em 2026, a grande figura que temos é o Eduardo’, afirma Paulo Serra
Depois de troca de acusações e disputas de poder que atravessaram o ano passado, o grupo de Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, e os tucanos paulistas aliados ao ex-governador João Doria, atualmente fora da legenda, firmaram acordo de paz e devem chegar unidos à convenção que elege, hoje, a nova executiva do PSDB no estado de São Paulo.
A costura para dar fim ao racha interno prevê que Marco Vinholi volte à presidência do diretório paulista e, em contrapartida, apoie, junto a outras lideranças do estado, o projeto presidencial de Leite.
Em outubro, Leite abriu uma crise no estado ao suspender a eleição do PSDB-SP e tirar Vinholi do comando do partido. Chegou a ser acusado de dar um “golpe” no diretório.
— Essa história de grupo de A e grupo de B no PSDB-SP não existe mais. Vale, agora, quem está no partido e quer trabalhar. Estamos unidos em São Paulo e, também, com a nacional — diz Vinholi. — Leite representa a renovação na política brasileira e tem nosso total apoio.
Leite e Doria romperam após embate nas prévias que definiram em 2021 o nome tucano para a disputa presidencial. Doria saiu vencedor, mas desistiu da disputa ao Planalto. Posteriormente, desembarcou do PSDB.
Para equilibrar as forças dos dois grupos, o prefeito de Santo André, Paulo Serra, segue na presidência da federação PSDB-Cidadania no estado. Desde novembro, Serra lidera a executiva provisória de São Paulo, montada por Leite.
—Não tem mais lógica falar em grupo de Doria e grupo de Eduardo. A prévia foi há dois anos, temos uma eleição pela frente, o PSDB perdeu tamanho e protagonismo, e todo mundo sabe que se o partido quiser voltar em 2026, a grande figura que temos é o Eduardo — afirma Paulo Serra.
A unidade entre os grupos foi demonstrada pelo registro de uma chapa única para o diretório estadual, que definirá, ainda hoje, o novo presidente. Além de Vinholi, que foi secretário de Desenvolvimento Regional da gestão Doria, estão na chapa os prefeitos Paulo Serra (Santo André) e Duarte Nogueira (Ribeirão Preto); o ex-governador de São Paulo Rodrigo Garcia; Tomás Covas, filho do ex-prefeito Bruno Covas, morto em maio de 2021; Renata Covas, mãe de Bruno Covas; e o ex-senador da República José Aníbal, entre outros.
A convenção começará às 9h, na Assembleia Legislativa, com Leite e Marconi Perillo, presidente nacional do PSDB. Após sua posse, Vinholi planeja avaliar a situação do partido em cada cidade do estado, visando a definição de quantos candidatos a prefeito e vereador serão lançados. O cenário na capital é delicado, com metade da bancada de vereadores indicando possível desfiliação.
Folha de S. Paulo indica momentos em que Bolsonaro atentou contra a democracia
Desde sua derrota nas eleições para Lula, em 2022, Bolsonaro tem incentivado os atos e acampamentos antidemocráticos pelo país que pedem um golpe militar e têm resultado em diversos episódios de violência.
Depois da derrota, em uma breve declaração, Bolsonaro manifestou apoio aos atos, condenando apenas os bloqueios de estradas por seus apoiadores. Posteriormente, quebrou um silêncio de 40 dias com um discurso ambíguo, repleto de referências às Forças Armadas, que indiretamente estimulou as manifestações antidemocráticas.
Em suas poucas declarações após o resultado das eleições, Bolsonaro nunca admitiu diretamente a derrota, continuou a fazer acusações infundadas contra o sistema eleitoral e manteve um discurso ambíguo, sugerindo que a posse de Lula não estava garantida.
Em dezembro de 2022, Bolsonaro reforçou sua retórica ao afirmar: “Tenho certeza de que entre as minhas funções garantidas na Constituição é ser o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas são essenciais em qualquer país do mundo. Sempre disse ao longo desses quatro anos que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo”. Essa expressão foi repetida várias vezes ao longo de seu mandato.
Em sete itens, a Folha de S. Paulo explica outros momentos em que Bolsonaro atentou contra a democracia:
1) ATAQUES ÀS URNAS E AO TSE PARA DESLEGITIMAR O SISTEMA
Ao longo de seu mandato, a principal estratégia de confronto do presidente foi a de questionar a segurança das urnas eletrônicas, sistema usado desde 1996 e considerado eficiente e confiável por autoridades e especialistas no país.
Ele nunca apresentou provas ou indícios para questionar as urnas, mas repetiu o discurso golpista, visto como uma tentativa de esconder os problemas do governo, a alta reprovação e as pesquisas que o colocavam atrás do hoje presidente Lula.
2) AMEAÇA DE QUE NÃO TERIA ELEIÇÃO SEM VOTO IMPRESSO
Bolsonaro manteve durante seu mandato um discurso em que, sem nenhuma prova, colocava dúvidas sobre o sistema eleitoral. Em várias ocasiões, deu a entender que não aceitaria outro resultado que não fosse a sua reeleição. Isso provocou forte crise institucional em 2021.
A ameaça mais forte ocorreu em julho daquele ano. “Eleições no ano que vem serão limpas. Ou fazemos eleições limpas no Brasil ou não temos eleições”, declarou a apoiadores.
No dia seguinte, reforçou a ameaça e afirmou que a fraude eleitoral estava no TSE. Bolsonaro ainda atacou o então presidente da corte eleitoral e ministro do STF, Luís Roberto Barroso, a quem chamou de “idiota” e “imbecil”.
“A fraude está no TSE, para não ter dúvida. Isso foi feito em 2014”, declarou o mandatário, repetindo a acusação infundada de que o então candidato Aécio Neves (PSDB) teria vencido o pleito contra a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
3) DISSE QUE, SE DEPENDESSE DELE, NÃO VIVERÍAMOS EM UM REGIME DEMOCRÁTICO
Saudosista da ditadura militar (1964-1985), Bolsonaro reiterou ao longo de anos sua tendência autoritária e seu desapreço pelo regime democrático. Ele negou a existência de ditadura no Brasil e se disse favorável a “um regime de exceção”, afirmando que “através do voto você não vai mudar nada nesse país”.
Em uma entrevista em 1999, quando ainda era deputado, o político disse expressamente que, se fosse presidente, fecharia o Congresso. “Não há menor dúvida, daria golpe no mesmo dia! Não funciona! E tenho certeza de que pelo menos 90% da população ia fazer festa, ia bater palma, porque não funciona”, afirmou.
Já na Presidência, em 2021, ele deu a entender que não poderia fazer tudo o que gostaria por causa dos pilares democráticos. “Alguns acham que eu posso fazer tudo. Se tudo tivesse que depender de mim, não seria este o regime que nós estaríamos vivendo”, afirmou em uma formatura de cadetes.
Antes disso, ao longo de 2020, Bolsonaro participou de manifestações que defendiam um golpe militar.
4) ATAQUES A MINISTROS DO STF E AMEAÇA GOLPISTA DE NÃO CUMPRIR DECISÃO JUDICIAL
O STF foi alvo preferencial de Bolsonaro ao longo do mandato. Ele usou termos como “politicalha”, “acabou, porra”, ligação com PT, ativismo e militância, em ataques que se intensificaram a partir de 2020, com a pandemia da Covid-19.
Em março de 2022, em uma mesma cerimônia no Planalto, defendeu a ditadura militar e disse para ministros do STF calarem a boca.
No 7 de Setembro de 2021, em discursos diante de milhares de apoiadores em Brasília e em São Paulo, Bolsonaro fez ameaças golpistas contra o STF, exortou desobediência a decisões da Justiça e disse que só sairia morto da Presidência da República.
Já no 7 de Setembro de 2022, diante de milhares de apoiadores na Esplanada dos Ministérios, discursou em tom de ameaça contra outros Poderes, com citação crítica ao STF.
5) INCENTIVO E PARTICIPAÇÃO EM ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS
Ao longo de seu governo, Bolsonaro chamou aliados e participou de diferentes atos antidemocráticos. Uma investigação foi instaurada no STF a pedido da Procuradoria-Geral da República para identificar os organizadores e financiadores das manifestações que pediam o fechamento do Congresso e do STF, além do retorno da ditadura militar.
Em uma das mais agudas manifestações, em 19 de abril de 2020, em cima da caçamba de uma caminhonete, diante do quartel-general do Exército e se dirigindo a uma aglomeração de apoiadores pró-intervenção militar, Bolsonaro afirmou que “acabou a época da patifaria” e gritou palavras de ordem como “agora é o povo no poder” e “não queremos negociar nada”.
“Nós não queremos negociar nada. Nós queremos ação pelo Brasil”, declarou o presidente, que participava pelo segundo dia seguido de manifestação em Brasília, provocando aglomerações em meio à pandemia do coronavírus. “Chega da velha política. Agora é Brasil acima de tudo e Deus acima de todos”.
6) FALAS DÚBIAS CITANDO ‘EXÉRCITO’ E NÃO SAIR DAS ‘4 LINHAS’
Tanto no contexto das ameaças às eleições quanto no auge da pandemia, quando Bolsonaro buscava se contrapor a governadores e prefeitos que decretavam medidas restritivas buscando conter a circulação do coronavírus, o então presidente fez uma série de falas dúbias insinuando que poderia tomar alguma medida extrema como estado de sítio ou estado de defesa.
Nessas ocasiões, citava com frequência as Forças Armadas e os militares, indicando que eles seriam seu Exército. Também repetia seu bordão de que não sairia das quatro linhas da Constituição, apesar de na maior parte das vezes fazer ameaças que seriam inconstitucionais.
7) INCENTIVO AOS ACAMPAMENTOS GOLPISTAS APÓS A DERROTA PARA LULA NA ELEIÇÃO
Os atos e acampamentos antidemocráticos que pediam um golpe militar e escalaram em casos de violência pelo país foram atiçados por Bolsonaro desde a sua derrota nas urnas para Lula.
Na semana da derrota, em uma rápida declaração, ele disse defender os atos, tendo ali apenas condenado os bloqueios de estradas por seus apoiadores. Dias depois, quebrou um silêncio de 40 dias com um discurso dúbio que também atiçou seus apoiadores com fala salpicada de referências às Forças Armadas na qual estimulou indiretamente as manifestações antidemocráticas.
Nas poucas falas após o resultado, nunca admitiu diretamente a derrota, reforçou as acusações sem provas contra o sistema eleitoral e manteve um discurso dúbio dando a entender que a posse de Lula na Presidência não estava garantida.
“Tenho certeza de que entre as minhas funções garantidas na Constituição é ser o chefe supremo das Forças Armadas. As Forças Armadas são essenciais em qualquer país do mundo. Sempre disse ao longo desses quatro anos que as Forças Armadas são o último obstáculo para o socialismo”, disse Bolsonaro em dezembro de 2022, repetindo uma expressão usada diversas vezes ao longo de seu mandato.
Fonte: Agenda do Poder com informações da Folha de S. Paulo.
Tetracampeão mundial de boxe, Acelino Popó cumpriu a promessa de vitória enocauteou Kleber Bambam em apenas 36 segundos de luta. O atleta enfrentou o campeão do BBB 1 na luta principal do Fight Music Show 4 (FMS), em São Paulo, na noite de sábado (24).
Popó aplicou dois knockdowns e não deixou Bambam em condições de seguir na luta, obrigando o árbitro a encerrar o combate.
Após a vitória, Popó provocou o adversário e pediu respeito. “Você me desrespeitou muito. Você desmereceu meu boxe, meu esporte. Quando você desmerece alguém que é do esporte, você está desmerecendo o boxe”, disse.
“Me respeita, respeita a minha família. Deu até as costas pra mim de tão frouxo que você é. Você falou que seu soco é tipo um foguete, mas é tipo o do Elon Musk, deu de ré”, provocou Popó.
Valesca Popozuda encerrou sua apresentação na casa de eventos Galpão Mix Mariá, em Taboão da Serra (SP), após um princípio de incêndio na noite de sexta-feira (23).
A cantora subiu ao palco como atração principal do evento, que também contava com MC Pipokinha, mas logo após o início do show, foi necessário interrompê-lo devido ao incidente.
A equipe da cantora comunicou que Valesca percebeu o incêndio e prontamente orientou o público a deixar a boate, garantindo que ninguém ficasse ferido. A causa do incêndio não foi divulgada.
A assessoria de imprensa de Valesca Popozuda confirmou que tanto ela quanto sua equipe estão bem após o ocorrido e não houve feridos. Até o momento, não houve posicionamento oficial por parte da Galpão Mix Mariá sobre o incidente.
Sócio de filho do governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, o cirurgião-dentista Levy Hermes Rau assume direção do Plano de Saúde dos Servidores. (Foto: Reprodução)
Jorginho Mello, governador de Santa Catarina, nomeou Levy Hermes Rau, sócio do filho Bruno Mello, para liderar o plano de saúde dos servidores estaduais, o SC Saúde. A indicação foi oficializada no Diário Oficial na terça-feira (20).
Hermes, servidor de carreira, associou-se a Bruno Mello em um curso de Odontologia em Santa Catarina. Eles são sócios do Be Dental School, inaugurado em dezembro de 2023.
Antes de assumir o SC Saúde, Hermes dirigia o Hospital Infantil Joana de Gusmão. Ele é sócio de diversas empresas, incluindo uma de importação de produtos eróticos e outras no ramo da Odontologia.
O governo catarinense afirmou que a nomeação foi feita pela governadora em exercício, Marilisa Boehm, devido à ausência de Jorginho Mello, que está em missão oficial. Hermes foi escolhido pela sua experiência em gestão pública, apesar de não ter formação específica nessa área.
Presidente Jair Bolsonaro, acompanhado de diversos ministro participa de manifestação organizada pelo movimento agricola brasileiro.
A ordem no Palácio do Planalto, em Brasília, de acordo com informações da coluna de Bela Megale no Globo, é ignorar o ato pró-Bolsonaro em São Paulo.
Ministros teriam assegurado que o governo não fará nenhuma manifestação nas redes sociais sobre o evento, evitando qualquer teor irônico.
No mês anterior, a Secretaria de Comunicação da Presidência usou os canais oficiais para ironizar uma operação da Polícia Federal (PF), gerando críticas por politizar a ação.
Enquanto isso, o PT tem reagido à manifestação, com o diretório estadual em São Paulo apresentando uma representação no Ministério Público Eleitoral contra o ato, expressando preocupação com a defesa da democracia.
Fonte: DCM com informação da coluna da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo
Em uma live realizada com Eduardo Bolsonaro, Bia Kicis e Maurício Costa, o youtuber bolsonarista Paulo Figueiredo, neto de João Figueiredo, contou que as manifestações bolsonaristas marcadas para este domingo (25) na Avenida Paulista têm o intuito de pressionar o poder Judiciário contra as investigações ao ex-presidente.
“Estamos tentando provar que as pessoas não estão se rendendo nem se curvando, nós estamos aqui. As pessoas estão insatisfeitas. As investigações contra Bolsonaro enquanto Lula governa o país são uma completa inversão de valores”, contou Figueiredo.
Figueiredo afirmou que a presença dos bolsonaristas na manifestação servirá para mostrar que a quantidade de pessoas ao lado do ex-presidente ainda é volumosa mesmo após sua derrota no pleito presidencial de 2022.
Ele também alertou que a única maneira de as autoridades manterem os manifestantes calados é a partir do uso de força. “Alguns como eu não vão se calar, então vocês vão precisar de baioneta. De quem virá essa baioneta, das Forças Armadas ou dasforças policiais?”, indagou.
As falas de Figueiredo geraram alertas nas redes sociais e algumas pessoas temem que a manifestação tome o mesmo caminho violento que ocorreu nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, quando a sede dos Três Poderes foram invadidas e destruídas pelos bolsonaristas.
Convocado como um evento em defesa da democracia, a manifestação pró-Bolsonaro na Avenida Paulista reunirá indivíduos alvos da Polícia Federal suspeitos de planejar um golpe de Estado. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), suspeito de coordenar uma Abin paralela, estará presente, sendo apontado pela PF como líder de um grupo que utilizava equipamentos de espionagem para monitorar ilegalmente adversários de Bolsonaro.
Outro investigado presente será o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), ex-líder da oposição na Câmara, acusado de ordenar o bloqueio de estradas após a derrota de Bolsonaro nas eleições. A PF encontrou mensagens de Jordy orientando manifestantes, estabelecendo diálogo com Carlos Victor de Carvalho, que, mais tarde, foi alvo de um mandado de prisão.
A deputada Carla Zambelli (PL-SP), intimada pelo STF em pleno plenário da Câmara, também estará presente. Zambelli é ré desde o ano passado por sacar uma arma e perseguir um homem, apoiador de Lula, pelas ruas de São Paulo. O deputado Filipe Barros (PL-PR), presente na reunião que serviu como justificativa para a operação da PF sobre a tentativa de golpe, também marcará presença.
A lista de participantes envolvidos em investigações poderia ser maior, incluindo ex-ministros, assessores e militares de alta patente, proibidos de se encontrarem com Bolsonaro devido ao inquérito que apura a suposta tentativa de golpe. Isso inclui o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e outros militares como o general Braga Netto e o general Heleno.
Alguns aliados próximos de Bolsonaro, como o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, e o vice-presidente Hamilton Mourão, não estarão presentes. Luciano Hang, empresário e apoiador de Bolsonaro, também não participará, cumprindo sua decisão de se afastar da política após o segundo turno das eleições de 2022.
Quanto aos que confirmaram presença, cinco governadores aliados de Bolsonaro, incluindo Tarcísio de Freitas, Ronaldo Caiado, Romeu Zema e Jorginho Mello, estarão na Paulista. A realização do evento foi decidida por Bolsonaro após a operação da PF, e está sendo financiada e organizada por Silas Malafaia, com a presença confirmada de Michelle Bolsonaro e outros aliados.
Reunião ministerial realizada por Jair Bolsonaro que foi uma das bases da operação da PF. (Foto: Reprodução)
O ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está causando expectativa no governo, mas, segundo informações da coluna de Míriam Leitão, no Globo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou tranquilidade em relação a isso durante uma reunião política.
Na ocasião, o atual chefe de Estado brasileiro afirmou que Bolsonaro tem o direito de se manifestar, enquanto destacou a importância de resolver problemas na relação com o Congresso.
“Bolsonaro está no direito dele de fazer manifestação”, disse Lula.
Por outro lado, Bolsonaro enfrenta questões com a Polícia Federal e membros do seu governo. Mesmo com isso, ele comandará uma multidão em São Paulo, ciente de que está sob investigação.
A quinta-feira (22) em Brasília foi marcada por eventos opostos, com Bolsonaro e seus aliados militares na Polícia Federal, enquanto o ministro Flávio Dino, que lidou com os atos golpistas de janeiro, participava de uma cerimônia como ministro do STF. O silêncio dos ex-chefes militares durante o interrogatório causou surpresa para alguns, pois vai contra a tradição das Forças Armadas.
O ministro Flávio Dino. (Foto: Reprodução)
O atual comando das Forças Armadas está lidando com essa situação inédita de maneira tranquila e em contato constante com o ministro Alexandre de Moraes. Eles aguardam o desenrolar das investigações para tomar as devidas medidas administrativas, sem falar em revanche, mas garantindo que os responsáveis pelos atos antidemocráticos serão responsabilizados.
“Essas coisas, quando estiverem concluídas, evidentemente vão demandar ações administrativas, depois das sentenças. Não estamos falando em revanche, não entendo isso como revanche. As pessoas que erraram vão responder por isso”, disse uma autoridade militar à colunista.
Ainda segundo fontes internas, os militares não têm todas as informações sobre o que ocorreu, especialmente com a delação do tenente-coronel Mauro Cid. No entanto, já está decidido que ele não será promovido e terá que deixar a carreira militar. O processo de depuração das Forças Armadas está em andamento para identificar e punir os envolvidos na tentativa de golpe.
As lideranças políticas que apoiam o ex-presidente Jair Bolsonaro vem expressando privadamente preocupações sobre a possível perda de controle sobre os participantes e a exibição de mensagens e discursos que ataquem o Supremo Tribunal Federal (STF). Com informações do Correio Braziliense.
Isso poderia agravar a situação de Bolsonaro, atualmente suspeito no inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado.
O senador Ciro Nogueira, ex-ministro da Casa Civil, pediu nas redes sociais que os bolsonaristas extremistas, conhecidos como “lacradores”, evitassem o evento. Bolsonaro convocou seus seguidores para um “ato pacífico, em defesa do Estado Democrático de Direito”, destacando a importância da liberdade, família e futuro.
Senador Ciro Nogueira e o ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O evento foi associado por Ciro Nogueira a uma reunião familiar, alertando para a não aceitação de ataques e ofensas. Deputados bolsonaristas foram orientados a custear suas despesas e a não utilizar recursos públicos da cota parlamentar da Câmara. A Polícia Federal e ministros do Supremo estarão atentos ao acontecimento.
Em meio às intimações a Bolsonaro e outros membros de seu governo, suspeitos no inquérito sobre a tentativa de golpe, o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto, suspendeu os salários de membros como o general Braga Netto. A mobilização para o evento envolve dezenas de caravanas de diferentes estados, evidenciando um interesse eleitoral na organização.
Um relatório do Laboratório de Humanidades Digitais da Universidade Federal da Bahia apontou que a rede bolsonarista no Telegram está mobilizada e a favor da manifestação, lembrando eventos passados, inclusive o 8 de janeiro. Mensagens analisadas levantam teorias de conspiração, inclusive o receio de uma possível prisão de Bolsonaro durante o protesto.
Fonte: DCM com informações do jornal Correio Braziliense