quarta-feira, 21 de fevereiro de 2024

Senado aprova restrição às 'saidinhas' de presos; texto volta para a Câmara

 Na prática, o texto extingue a liberação temporária de presos em datas comemorativas e feriados


Agência Senado - O Senado aprovou nesta terça-feira (20) o projeto de lei (PL) 2.253/2022 que restringe o benefício da saída temporária para presos condenados. O projeto, relatado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), previa a revogação total do benefício, mas foi alterado para permitir as saídas de presos que estudam. Na prática, o texto extingue a liberação temporária de presos em datas comemorativas e feriados, que tem sido chamada popularmente de “saidinha”. O texto, aprovado com 62 votos favoráveis, dois contrários e uma abstenção, voltará para a análise dos deputados.

Apresentado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), o projeto, como veio da Câmara, revogava dispositivos da Lei de Execução Penal (Lei 7.210, de 1984) que tratavam das saídas temporárias. Pela legislação em vigor, o benefício vale para condenados que cumprem pena em regime semiaberto. Atualmente eles podem sair até cinco vezes ao ano, sem vigilância direta, para visitar a família, estudar fora da cadeia ou participar de atividades que contribuam para a ressocialização.

O texto foi aprovado com mudanças pelo Senado. Uma das emendas aceitas, do senador Sergio Moro (União-PR), reverte a revogação total do benefício. Pelo texto aprovado, as saídas temporárias ainda serão permitidas, mas apenas para presos inscritos em cursos profissionalizantes ou nos ensinos médio e superior e somente pelo tempo necessário para essas atividades. As outras justificativas atualmente aceitas para as saídas temporárias — visita à família e participação em atividades que concorram para o retorno ao convívio social — deixam de existir na lei.

— O projeto acaba com as saídas temporárias em feriados, o que é diferente da autorização para o preso estudar ou trabalhar fora do presídio quando em regime semiaberto ou em regime aberto. (...) Por ter total pertinência, obviamente, nós resgatamos esse instituto, que, de fato, contribui para a ressocialização dos presos, que é a possibilidade de estudarem, de fazerem um curso profissionalizante — explicou o relator, que disse considerar a solução apresentada por Moro a mais adequada.

Mesmo para os presos com autorização de saída para estudar, a emenda também amplia restrições já contidas na lei. Atualmente, não podem usufruir do benefício presos que cumprem pena por praticar crime hediondo com resultado morte. O novo texto estende a restrição para presos que cumprem pena por crime hediondo ou com violência ou grave ameaça contra pessoa.

— Então, estamos preservando, sim, aquilo que é realmente relevante para o preso do semiaberto, que é a saída para a educação e para o trabalho. Ainda assim, colocamos uma cláusula de segurança, uma norma de segurança estabelecendo que, mesmo para essas atividades, não tem o direito à saída temporária aquele que foi condenado por crime hediondo e por crime praticado com violência ou com grave ameaça contra a pessoa. Temos que ter salvaguardas para proteger a população, para proteger os outros indivíduos. — explicou Moro.

Durante a discussão, senadores pediram ao líder do governo, Jaques Wagner (PT-BA) que intercedesse junto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva para que o texto não fosse vetado. O líder lembrou que o texto ainda voltará para a Câmara e negou que haja posição formada no governo para vetar o texto.

Homenagem - O texto também foi modificado para incluir a determinação de que, caso sancionada, a lei seja denominada “Lei PM Sargento Dias”. Esse trecho foi incluído pelo relator em homenagem ao sargento Roger Dias da Cunha, da Polícia Militar de Minas Gerais. Ele foi baleado na cabeça no dia 5 de janeiro, após uma abordagem a dois suspeitos pelo furto de um veículo em Belo Horizonte. O autor dos disparos era um beneficiado pela saída temporária que deveria ter voltado à penitenciária em 23 de dezembro e era considerado foragido da Justiça.

— Foi liberado e matou um policial, um jovem a serviço da sociedade. Uma sociedade tão estranha que faz um concurso público, seleciona os nossos melhores jovens, coloca numa academia de polícia, dá a eles uma arma e uma carteira e os joga numa selva desprotegida. Nós condenamos os policiais todos os dias, não damos a eles o apoio necessário — afirmou o senador Carlos Viana (Podemos-MG).

Regras - Além da restrição das saídas temporárias, o projeto trata de outros temas. Um deles é a necessidade de exame criminológico para a progressão de regime de condenados. De acordo com o texto, um apenado só terá direito ao benefício se “ostentar boa conduta carcerária, comprovada pelo diretor do estabelecimento e pelos resultados do exame criminológico”. O teste deve avaliar, por exemplo, se o preso é capaz de se ajustar ao novo regime “com autodisciplina, baixa periculosidade e senso de responsabilidade”.

— A exigência de realização de exame criminológico para progressão de regime é admitida pelos nossos tribunais superiores, desde que por decisão fundamentada. Sobre o assunto, há a Súmula Vinculante nº 26, do STF [Supremo Tribunal Federal], e a Súmula 439, do STJ [Superior Tribunal de Justiça]. Assim, o condicionamento proposto pelo projeto de lei se encontra alinhado com a jurisprudência das nossas Cortes Superiores — justificou o relator.

O projeto também estabelece regras para a monitoração de presos. Pela proposição, o juiz pode determinar a fiscalização eletrônica para aplicar pena privativa de liberdade a ser cumprida nos regimes aberto ou semiaberto ou conceder progressão para tais regimes. Outras hipóteses previstas são para aplicar pena restritiva de direitos que estabeleça limitação de frequência a lugares específicos; e para concessão do livramento condicional.

Ainda de acordo com o PL 2.253/2022, o preso que violar ou danificar o dispositivo de monitoração eletrônica fica sujeito a punições como a revogação do livramento condicional e a conversão da pena restritiva de direitos em pena privativa de liberdade.

Destaques - Favorável à aprovação do projeto, o senador Fabiano Contarato (PT-ES), lembrou que a pena tem caráter duplo, de readaptação ao convívio social e familiar, e de retribuição pelo mal praticado. Contarato citou vários institutos previstos em lei que reduzem significativamente a pena a ser cumprida pelos condenados, como progressão de regime, remissão de pena pelo trabalho, comutação de pena e livramento condicional. O senador, que é líder do PT, liberou a bancada para votar.

— Não posso deixar de manifestar a minha fala no sentido de que, diante dessas circunstâncias, não é razoável explicar para quem teve seu filho morto por um homicídio doloso, em que o cara foi condenado a nove anos de reclusão, que não vai ficar nem três anos preso. (...)  Por essa razão, eu peço humildemente perdão à minha bancada do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, mas eu não sairia daqui com a minha consciência tranquila votando não contra a saída temporária, por entender que é mais um benefício dado e que vai passar não a sensação, mas a certeza da impunidade — disse.

Ele, que foi delegado de Polícia, apresentou emendas para  estender a proibição de saídas temporárias para todos os condenados que cumprem penas por crimes inafiançáveis — como racismo, terrorismo e tortura. O destaque foi rejeitado pelos senadores, conforme a orientação do relator.

O senador Otto Alencar (PSD-BA) acusou Flávio Bolsonaro de ser contrário ao destaque para proteger os condenados por crimes cometidos nos ataques antidemocráticos do 8 de janeiro, que, com a aprovação, passariam a não ter direito ao benefício.

— Não tem explicação. Vossa Excelência quer excluir quem atentou contra a democracia no 8 de janeiro, terrorismo, ameaça ao Estado democrático de direito. Vossa Excelência não convenceu, não explicou absolutamente nada — acusou o senador, que também citou milicianos.

Flávio Bolsonaro afirmou que não cabia trazer o 8 de janeiro para a discussão e afirmou que houve uma tentativa de politizar uma questão que não devia ser politizada. Ele acusou a base do governo de fazer uma ataque político a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Os senadores também rejeitaram emenda de Contarato para permitir o benefício da saída temporária não somente aos presos em cursos profissionalizantes, ensino médio e superior, mas também a toda educação básica para jovens e adultos. A emenda foi destacada pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO), vice-presidente da Comissão de Segurança Pública (CSP), que defendeu a aprovação.

— Investir na educação dos detentos não apenas os capacita para uma vida melhor após o cumprimento da pena, mas também contribui para a redução de conflitos dentro das instituições prisionais. A educação é uma ferramenta poderosa na promoção da paz e na construção de um ambiente propício ao desenvolvimento pessoal e social — disse o senador antes da rejeição do destaque.

Falta de estrutura - Apesar de declarar voto favorável ao texto, a senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS) criticou a pressa com que o projeto foi discutido. Ela afirmou que em alguns estados, como Goiás e Minas Gerais, não há estrutura para o cumprimento da pena em regime semiaberto, o que faz com que presos saiam diretamente do regime fechado para o aberto. Na prática, a senadora disse que é uma “saidona” e que a aprovação do projeto é “enxugar gelo”.

— Aqui ninguém é bobo. Eu vou votar a favor, vou apoiar os destaques, mas em nenhum momento vou passar pano ou fingir para o povo brasileiro. Tudo isso que está acontecendo aqui é para esconder o problema real, então vamos cobrar do Poder Executivo que cumpra o seu dever, invista, construa estruturas para os regimes semiabertos — disse a senadora ao citar governos estaduais.

A falta de estrutura para o cumprimento de pena no regime semiaberto também foi citada pelo senador Rodrigo Cunha (Podemos-AL), que citou o exemplo do seu estado.

—  Toda essa revolta está sendo colocada para fora nos casos em que o semiaberto permite a "saidinha". Imagine num estado que nem semiaberto tem há mais de dez anos! Tem estímulo maior para impunidade do que esse? — questionou.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Senado

Gilmar Mendes desmonta a Lava Jato e denuncia a cooperação ilegal com os Estados Unidos

 Decano do STF diz que é preciso detalhar mais a ligação de órgãos “como o DOJ [Departamento de Justiça dos EUA] e coisas do tipo” com integrantes da força-tarefa da Lava Jato

Ministro do STF Gilmar Mendes (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

 O ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que a força-tarefa da Lava Jato sofreu “influência de setores de agências internacionais”, mais especificamente dos Estados Unidos, e trocou informações sem o aval do Ministério da Justiça, denunciando mais uma vez as ilegalidades cometidas pelos procuradores à época liderados por Deltan Dallagnol.  “O que a gente vê, e está muito presente nas informações que temos, é essa troca de informações, que passou a ser informal, entre Curitiba e setores do governo americano. Uma das queixas é que isso não passava pelo órgão do Ministério da Justiça incumbido dessa função, o Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI)”, disse Gilmar ao Brazil Journal.

Para o magistrado, é preciso “aprofundar a ligação” dos órgãos do governo dos EUA, “como o DOJ [Departamento de Justiça] e coisas do tipo”, com integrantes da força-tarefa da Lava Jato. "O nosso aparato de Justiça, os órgãos de corregedoria, que são acoplados ao STJ, e o Conselho da Justiça Federal, que funciona lá e é quem administra a Justiça Federal, falharam muito”.

“Para ser considerada ruim, essa coordenação precisaria ter melhorado muito! Ela foi um desastre! Porque se assistiu a isso sem nada fazer. Agora, está se encerrando esses dias o trabalho de correição feito lá na 13ª Vara Federal, em Curitiba, um trabalho do ministro Luís Felipe Salomão, do STJ”, completou. 

Sobre o processo que levou ao surgimento e ao fortalecimento da Lava Jato, o ministro relembrou: "se a gente olhar a Operação Satiagraha, da qual participaram o juiz Fausto De Sanctis, o delegado da PF Protógenes Queiroz, envolvendo o banqueiro Daniel Dantas [grupo Opportunity], já havia um certo conlúio entre o juiz, o promotor e o delegado que foi o protagonista da operação. Tivemos uma operação também contra a magistratura de São Paulo, da Justiça Federal. E também, no âmbito da Justiça Federal, a instalação das varas de lavagem. E, aí, vem um discurso, que precisa ser mais iluminado e aprofundado, que, talvez, tenha influência de setores de agências internacionais. (...) Dos americanos. Tem a história da Enccla [Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, instituída pelo governo federal em 2003, com o objetivo de aprofundar a coordenação dos órgãos públicos envolvidos na prevenção e no combate aos crimes de lavagem e corrupção]. Meu saudoso colega Gilson Dipp, aqui do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), que foi corregedor do STJ, trabalhou na instalação das varas de lavagem. Elas se tornaram muito poderosas porque, obviamente, os crimes financeiros passaram a ser investigados ali. É nesse contexto que a Lava Jato veio com mais força, inclusive, com essa competência universal".

Fonte: Brasil 247 com informações do Brazil Journal

Caixa paga novo Bolsa Família a beneficiários com NIS de final 4

 Além do benefício mínimo de R$ 600, há o pagamento de três adicionais

(Foto: Roberta Aline/MDS)

Agência Brasil - A Caixa Econômica Federal paga nesta quarta-feira (21) a parcela de fevereiro do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 4.

O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 686,10. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do governo federal alcançará 21,06 milhões de famílias, com gasto de R$ 14,45 bilhões.

Além do benefício mínimo, há o pagamento de três adicionais. O Benefício Variável Familiar Nutriz paga seis parcelas de R$ 50 a mães de bebês de até 6 meses de idade, para garantir a alimentação da criança. O Bolsa Família também paga um acréscimo de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos de idade e outro, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos de idade.

No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos 10 dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.

A partir deste ano, os beneficiários do Bolsa Família não têm mais o desconto do Seguro Defeso. A mudança foi estabelecida pela Lei 14.601/2023, que resgatou o Programa Bolsa Família (PBF). O Seguro Defeso é pago a pessoas que sobrevivem exclusivamente da pesca artesanal e que não podem exercer a atividade durante o período da piracema (reprodução dos peixes).

Cadastro - Desde julho do ano passado, passa a valer a integração dos dados do Bolsa Família com o Cadastro Nacional de Informações Sociais (CNIS). Com base no cruzamento de informações, cerca de 300 mil famílias foram canceladas do programa neste mês por terem renda acima das regras estabelecidas pelo Bolsa Família. O CNIS conta com mais de 80 bilhões de registros administrativos referentes a renda, vínculos de emprego formal e benefícios previdenciários e assistenciais pagos pelo INSS.

Em compensação, outras 240 mil famílias foram incluídas no programa neste mês. A inclusão foi possível por causa da política de busca ativa, baseada na reestruturação do Sistema Único de Assistência Social (Suas) e que se concentra nas pessoas mais vulneráveis que têm direito ao complemento de renda, mas não recebem o benefício.

Regra de proteção - Cerca de 2,29 milhões de famílias estão na regra de proteção em fevereiro. Em vigor desde junho do ano passado, essa regra permite que famílias cujos membros consigam emprego e melhorem a renda recebam 50% do benefício a que teriam direito por até 2 anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Para essas famílias, o benefício médio ficou em R$ 372,45.

Auxílio Gás - O Auxílio Gás também será pago nesta quarta-feira às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 4. O valor caiu para R$ 102, por causa das reduções recentes no preço do botijão.

Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia cerca de 5,5 milhões de famílias. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, no fim de 2022, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg.

Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Podendo pegar 23 anos de cadeia e ficar inelegível até 2047, Bolsonaro diz querer disputar eleição em 2026

 "Eu só discuto isso aos 48 do segundo tempo [...] eu tenho a convicção que pode ser revertido isso porque foi uma injustiça", diz Bolsonaro sobre estar inelegível

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução Youtube)

 Jair Bolsonaro (PL) afirmou acreditar que tem chances de reverter sua inelegibilidade de maneira a disputar as eleições presidenciais de 2026. "Eu só discuto isso aos 48 do segundo tempo [...] eu tenho a convicção que pode ser revertido isso porque foi uma injustiça", disse o ex-mandatário em entrevista à CBN Recife, nesta quarta-feira (21). A afirmação foi feita após ele ser questionado sobre a escolha de um possível sucessor para as eleições de 2026.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho do ano passado por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022.

Atualmente o ex-mandatário responde a diversos processos na Justiça - incluindo um que envolve o planejamento de um golpe de Estado. Caso seja condenado em todos eles, Bolsonaro poderá pegar até 23 anos de prisão e ficar inelegível até 2047.

O ex-mandatário deverá prestar depoimento à Polícia Federal sobre a suposta trama golpista nesta quinta-feira (22).

Fonte: Brasil 247

Argentina de Milei começa a expulsar brasileiros sob alegação de 'falso turismo'

 Após décadas de políticas de portas abertas, agora há relatos crescentes de brasileiros sendo barrados nas fronteiras argentinas

Aeroporto de Buenos Aires (Foto: Marcos Brindicci/Reuters)

 Desde a ascensão do presidente Javier Milei, a Argentina tem adotado medidas mais rígidas em relação ao acesso de estrangeiros, gerando impactos significativos na comunidade brasileira que busca oportunidades educacionais no país vizinho. Após décadas de políticas de portas abertas, que incentivaram milhares de brasileiros a se estabelecerem na Argentina para frequentar universidades públicas gratuitas, agora há relatos crescentes de brasileiros sendo barrados nas fronteiras argentinas, informa o UOL.

De acordo com dados do Itamaraty de 2022, estima-se que aproximadamente 10 mil brasileiros residam na Argentina, dos quais muitos são estudantes universitários. No entanto, nos últimos dois meses, relatos de brasileiros que foram mandados de volta ao Brasil ao chegarem ao aeroporto de Buenos Aires têm se tornado mais frequentes, sob a alegação de serem "falsos turistas".

O acordo bilateral entre Brasil e Argentina, em vigor desde 2004, permite que cidadãos de ambos os países desfrutem de um status especial, concedendo-lhes o direito de permanecer em solo estrangeiro por até 90 dias, com a possibilidade de prorrogação por mais 90 dias e a oportunidade de iniciar procedimentos para residência permanente, se desejado. Esse acordo tem sido fundamental para a mobilidade e integração dos residentes dos dois países. Além disso, o acordo do Mercosul, em vigor desde 2009, facilita a circulação e permanência de residentes de países como Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, permitindo a tramitação de residência provisória com vistas à residência permanente. No entanto, os recentes acontecimentos indicam uma mudança de postura por parte das autoridades argentinas, afetando diretamente os brasileiros que buscam oportunidades educacionais no país.

Uma jovem de 22 anos foi impedida de entrar na Argentina mesmo tendo documentação que comprova sua intenção de estudar na faculdade de Artes em Buenos Aires. Mesmo portando todos os documentos necessários, como comprovantes de matrícula e hospedagem, os brasileiros são considerados "falsos turistas" e impedidos de ingressar no país. A história se repete com Liana, de 18 anos, que também foi barrada sob a mesma alegação no aeroporto de Buenos Aires em 1º de fevereiro.

Fonte: Brasil 247 com informações do UOL

PM de Tarcísio já matou 43 pessoas desde o fim de janeiro na Baixada Santista

 Levantamento revela aumento da letalidade policial na região após morte de soldado da PM em serviço

PM de São Paulo e Tarcísio de Freitas (Foto: Polícia Civil de SP/Twitter | ABR)

Desde o fim de janeiro, a atuação da Polícia Militar do governo Tarcisio na Baixada Santista tem sido marcada por uma escalada preocupante de violência, com o registro de pelo menos 43 mortes decorrentes de ações policiais. O levantamento, baseado em dados do Ministério Público de São Paulo, revela um cenário alarmante que tem gerado críticas e levantado questões sobre os métodos empregados pelo governador de São Paulo.

De acordo com reportagem do Metrópoles, a matança teve início após a morte do soldado Marcelo Augusto da Silva, em 26 de janeiro. Desde então, a região testemunhou uma onda de mortes violentas ligadas a intervenções policiais, com destaque para a chamada Operação Verão, lançada logo após o assassinato do soldado das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), Samuel Wesley Cosmo, em 2 de fevereiro.

Os dados revelam que, entre 28 e 31 de janeiro, ocorreram 10 casos de mortes, incluindo três envolvendo policiais militares fora de serviço, no Guarujá. Após um breve período sem registros, as mortes cometidas por PMs recomeçaram, totalizando 30 casos durante a Operação Verão, conforme dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) até o dia 20 de fevereiro.

De acordo com o levantamento do Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial (Gaesp), entre 3 e 19 de fevereiro, foram registradas 32 mortes por PMs em serviço nas cidades de Santos, Guarujá, São Vicente, Cubatão, Mongaguá e Itanhaém, sendo um dos casos praticado por um policial fora do horário de serviço. Com a inclusão do incidente ocorrido em 20 de fevereiro, em Santos, o número sobe para 33 mortes apenas neste mês na região.

A letalidade das ações policiais na Baixada Santista tem sido objeto de críticas, inclusive com apelações à Organização das Nações Unidas (ONU). A operação, anteriormente conhecida como Operação Escudo, foi renomeada este ano para Operação Verão, mas os resultados têm se mostrado igualmente trágicos, levantando questionamentos sobre os métodos empregados.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

PF faz operação contra família que movimentou R$ 50 milhões com plantio de maconha na Bahia

 Agentes cumprem sete mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão. Também foi determinado o bloqueio de contas bancárias e imóveis avaliados em cerca de R$ 50 milhões

(Foto: pf)

A Polícia Federal, em conjunto com o GAECO/MP-BA, desencadeou nesta quarta-feira (21) a Operação Kariri, visando desbaratar uma organização criminosa dedicada ao tráfico de entorpecentes e à lavagem de dinheiro. As ações ocorreram nas cidades baianas de Salvador, Feira de Santana, América Dourada, Morpará, Ibititá, Muquém do São Francisco, além de Brasília (DF), Ibimirim (PE) e São Paulo.

No total, sete mandados de prisão e 20 mandados de busca e apreensão foram expedidos, incluindo o bloqueio de contas bancárias e imóveis avaliados em aproximadamente R$ 50 milhões. Entre os bens bloqueados, destacam-se seis imóveis de alto padrão e cinco fazendas situadas na Bahia e em Pernambuco

A investigação teve início em 2019 e culminou na identificação de uma família que se reestruturou em Feira de Santana, após deixar Pernambuco, onde inicialmente se envolveu no cultivo ilegal de maconha. Três flagrantes foram realizados ao longo das investigações, resultando na apreensão de mais de uma tonelada da droga, além da erradicação de plantações.

O principal alvo da operação é apontado como o líder da organização, sendo identificado todo o esquema de lavagem de dinheiro por trás das atividades ilícitas. O lucro obtido com o tráfico era direcionado para a aquisição de bens imóveis de alto padrão, beneficiando não apenas o líder, mas toda a família envolvida no esquema.

A estratégia da organização incluía o uso de contas bancárias de parentes próximos para tentar ocultar o rastreio do dinheiro pelas autoridades. Além disso, foram identificadas cinco fazendas registradas em nome de terceiros, relacionadas ao principal alvo da investigação. Os envolvidos responderão pelos crimes de tráfico de entorpecentes, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Fonte: Brasil 247

Morre ao 84 anos Affonso Celso Pastore

 Pastore foi presidente do Banco Central de 1983 a 1985, durante o regime militar de João Figueiredo Pastore foi presidente do Banco Central de 1983 a 1985, durante o regime militar de João Figueiredo

Affonso Celso Pastore (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

 Affonso Celso Pastore, economista e ex-presidente do Banco Central, faleceu nesta quarta-feira (21), em São Paulo, aos 84 anos, informa o g1. A confirmação veio da secretária do economista. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein.

Ao longo de sua carreira, Pastore destacou-se como professor e consultor na área econômica. Entre 1979 e 1983, ocupou o cargo de secretário da Fazenda de São Paulo, antes de assumir a presidência do Banco Central do Brasil de 1983 a 1985. 

Sua trajetória na esfera pública teve início em 1966, quando se tornou assessor de Antônio Delfim Neto, então secretário da Fazenda do Estado de São Paulo. No ano seguinte, com a ascensão de Delfim ao cargo de ministro da Fazenda, Pastore passou a integrar o corpo ministerial.

Entre 1983 e 1985, ocupou a presidência do Banco Central durante o regime militar de João Figueiredo, o último mandatário da Ditadura Militar brasileira.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1





Com liderança de Lula fortalecida no mundo, Brasil realiza nesta quarta-feira primeira reunião ministerial do G20

 O encontro marca as atividades antes da cúpula que reunirá os chefes de Estado e de Governo em novembro, também no Rio de Janeiro

Lula se pronuncia na União Africana (Foto: Foto: Ricardo Stuckert / PR)


 A cidade do Rio de Janeiro acolhe nesta quarta (21) e quinta-feira, sob a presidência do Brasil, a primeira reunião ministerial do G20, grupo que reúne as 19 principais economias do mundo, a União Europeia e a União Africana.  

O encontro marca as atividades antes da cúpula que reunirá os chefes de Estado e de Governo em novembro, também no Rio de Janeiro.

Entre os confirmados para o encontro estão o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergey Lavrov.

Além disso, estarão presentes autoridades dos países convidados e representantes de 12 organizações internacionais.

As reuniões serão fechadas, mas os chefes da diplomacia de cada país decidem se concedem entrevistas à imprensa durante a programação.

Estarão em evidência tópicos importantes da agenda do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, como o combate à desigualdade e a luta pela nova governança global, num contexto internacional complexo.

Da mesma forma, os ministros dos Negócios Estrangeiros debaterão sobre as atuais tensões internacionais e a reforma dos órgãos de governança global, como o Conselho de Segurança das Nações Unidas.

Da mesma forma, a guerra de Israel contra o povo palestino será um ponto de debate.

Surgirão também questões como a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e as tensões políticas entre potências como os Estados Unidos, a China e a Índia.

De acordo com a programação, será oferecido um jantar aos chanceleres no final do primeiro dia de reunião e serão realizadas reuniões bilaterais ou multilaterais entre países ao longo do evento.

Encerrada a reunião de chanceleres, o evento “Os países do G20 e a diplomacia dos biocombustíveis” começa sexta-feira, também no Rio de Janeiro, no Palácio da Cidade, organizado pela Universidade de Columbia (Estados Unidos), em colaboração com o Climate Hub, Columbia Global Center Rio e Prefeitura do Rio.

Fonte: Brasil 247





terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Flávio Dino: atuarei com 'imparcialidade' no STF

Em discurso de despedida no Senado, o parlamentar prometeu "fiel cumprimento à Constituição e à lei" quando for ministro do Supremo

Senador Flávio Dino (Foto: Waldemir Barreto / Agência Senado)

O senador Flávio Dino (PSB-MA) afirmou que atuará com "coerência", "imparcialidade" e "isenção" no Supremo Tribunal Federal (STF). Ele vai assumir uma cadeira na Corte na próxima quinta-feira (22). O parlamentar fez um discurso de despedida no Senado. 

"No Supremo Tribunal Federal, terei coerência com essa visão que aqui manifesta. Esperem de mim imparcialidade e isenção, fiel cumprimento à Constituição e à lei. Nunca esperem de mim prevaricação. Nunca esperem de mim não cumprir meus deveres legais", disse. 

"Não sei se Deus me dará a oportunidade de estar novamente na tribuna do Parlamento, no Senado ou na Câmara [...] então, quem sabe, após a aposentadoria, em algum momento, se Deus me der vida e saúde eu possa aqui estar".

Fonte: Brasil 247

Em delação, Cid disse que 'grupo de radicais' defendia uso de 'braço armado' em plano golpista

 Segundo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, o "braço armado" contaria com o apoio de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), uma das bases de apoio do bolsonarismo

Mauro Cid (Foto: Reprodução)

 O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal (PF) que um grupo de aliados "radicais" do ex-mandatário defendia a ideia de um "braço armado" para apoiar o plano golpista visando impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o jornal O Globo, Cid afirmou que o "braço armado" contaria com o apoio de Colecionadores, Atiradores e Caçadores (CACs), uma das bases de apoio do bolsonarismo.

O governo Bolsonaro concedeu, durante seu mandato, uma média de 691 registros de novas armas por dia para CACs, totalizando 904.858 registros ao longo de quatro anos, de acordo com dados do Exército. Ainda segundo Cid, havia pressões para que Bolsonaro assinasse um decreto golpista, baseando-se em uma interpretação distorcida do artigo 142 da Constituição Federal, que trata do papel das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem. 

Cid ressaltou que o grupo radical ao redor de Bolsonaro buscava encontrar elementos concretos de fraude nas urnas, especialmente pressionando o general Paulo Sérgio, então comandante do Exército, em relação à Comissão de Transparência das Eleições. “Jair Bolsonaro queria uma atuação mais contundente do general Paulo Sérgio em relação à Comissão de Transparência das Eleições montada pelo Ministério da Defesa”, disse Cid em seu depoimento, de acordo com a reportagem. 

O tenente-coronel também mencionou que o ex-mandatário repassava supostas denúncias sem fundamento sobre fraudes nas urnas eletrônicas para aliados como os generais Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde, e Paulo Sérgio, pedindo que elas “fossem apuradas”. Ainda segundo Cid, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o major da reserva do Exército Angelo Martins Denicoli também apoiavam Bolsonaro na investida contra a higidez do sistema eleitoral.

A assessoria de Pazuello informou que o deputado decidiu não se manifestar sobre as denúncias, enquanto a de Valdemar disse que irá se posicionar nos autos. A defesa de Paulo Sérgio afirmou que o ex-ministro da Defesa "sempre agiu corretamente, é inocente e confia na Justiça".

Jair Bolsonaro deverá prestar depoimento à PF sobre a suposta trama golpista na quinta-feira (22).

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lira avisa a deputados: impeachment de Lula por condenar genocídio de palestinos irá ao lixo ou ao arquivo da Câmara

 O presidente do Parlamento brasileiro não dará andamento ao factóide que deputados de extrema-direita e do Centrão tentam criar. Papelório inútil contabiliza 118 assinaturas

Lula e Arthur Lira (Foto: Ricardo Stuckert/PR | Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

 O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), procurou parlamentares de extrema-direita integrantes de sua base de apoio e da oposição que encabeçam a coleta de assinaturas para um esdrúxulo e extemporâneo pedido de impeachment do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A todos eles, Lira deixou claro: mesmo ultrapassando a hipotética conta de 200 assinaturas, a chance de o pedido tramitar é zero.

Lula e Arthur Lira conversaram na manhã desta terça-feira, 21 de fevereiro, sobre a pauta legislativa de interesse do Governo e do Congresso, e deverão se encontrar pessoalmente em dois momentos nesta semana. Um deles, na posse do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino, na quinta-feira (22). O outro, numa provável conversa privada que deverão ter, no Palácio do Planalto, até a manhã de sexta-feira.

Pedidos de impeachment não têm prazo para receber decisões do presidente da Câmara. Se quiser matá-los no nascimento, o chefe da Casa legislativa alega inconsistência formal, inoportunidade, desacordo com a norma ou outro defeito qualquer e os despacha para o arquivo. Caso deseje preservar uma espada sempre apontada para o Poder Executivo como instrumento de negociação, pode mantê-lo na gaveta e sem decisão pelo tempo que lhe aprouver. 

Foi agindo de acordo com essa regra de chantagem parlamentar que o ex-deputado Eduardo Cunha acumulou mais de 30 pedidos de impeachment da então presidente Dilma Rousseff até se decidir por desengavetar um deles, pedir que os redatores o corrigissem e deu curso ao processo de impeachment sem crime de responsabilidade que conduziu o País à tragédia da “Era Bolsonaro”.

Se não deu margem a dúvidas quanto ao que fará com o “impeachment fake news” proposto pela extrema-direita, Arthur Lira manteve o suspense quanto ao preenchimento da vaga de presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O colegiado, por onde passam todos os projetos que tramitam na Casa - inclusive pedidos de impeachment - e é órgão recursal de decisões da Mesa Diretora, foi presidido pelo deputado Rui Falcão (PT-SP) em 2023.

Por acordo informal e verbal celebrado entre as siglas partidárias, caberia ao PL indicar o presidente da CCJ em 2024. A legenda de Valdemar Costa Neto e de Jair Bolsonaro, contudo, apontou internamente que a deputada Carolina de Toni presidirá a Comissão de Constituição e Justiça este ano. De Toni é uma das mais radicais extremistas de direita e aderente a todas as pautas reacionárias que surgem no Parlamento. O nome dela não agrada nem ao Centrão, nem mesmo a Lira. O presidente da Câmara deseja que seja designado um nome alternativo para a CCJ, ou não manterá o acordo firmado com o PL. Nessa hipótese, a CCJ poderia ficar com um nome de consenso do MDB ou do PP.

Fonte: Brasil 247

Dino recebe apoio à PEC que revoga "aposentadoria compulsória" para militares e juízes que cometeram delitos graves

 Dos 81 senadores, 29 votaram a favor. A PEC propõe que militares e juízes que cometerem delitos graves sejam expulsos do serviço público sem direito à aposentadoria compulsória

(Foto: Ricardo Stuckert)

O senador Flávio Dino (PSB-MA) alcançou um marco significativo nesta terça-feira (20), ao garantir o respaldo necessário para apresentar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa abolir a aposentadoria compulsória para militares e juízes que cometem delitos graves. Com o apoio de 29 dos 81 senadores, Dino, que assume o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (22), viu sua iniciativa ganhar força antes de deixar o mandato de senador, para o qual foi eleito em 2022.

A PEC propõe que militares e juízes que cometerem delitos graves sejam expulsos do serviço público sem direito à aposentadoria compulsória, revertendo a atual prática que permite tal benefício mesmo em casos de conduta imprópria. Para Dino, a moralidade e o interesse público devem prevalecer sobre qualquer cargo vitalício, incluindo os ocupados por magistrados, destaca o Metrópoles.

No texto da PEC, Dino argumenta que a “aposentadoria se destina a assegurar dignidade ao trabalhador que, após regular cumprimento de suas obrigações laborais, deve ser transferido para a inatividade. Esse pressuposto torna inadequada a utilização do instituto da aposentadoria (ou pensão por morte ficta ou presumida) para justificar ’aparente quebra’ de vínculo entre o Poder Público e o servidor que tenha cometido conduta grave que acarrete alto grau de desmoralização do serviço público e perda da confiança nas instituições públicas”.

Além disso, a emenda sugere o fim da transferência de militares para a inatividade como sanção por infrações disciplinares, ressaltando a necessidade de revogar um "desvio de finalidade" do benefício previdenciário.

Fonte: Brasil 247

Investigado por tentativa golpe de Estado, Bolsonaro quer escapar do Brasil e ir para Israel

 No entanto, Bolsonaro ainda teria de recuperar seu passaporte, apreendido pela PF

Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nobrega/PR)

Jair Bolsonaro estaria planejando fugir para Israel, à medida que as investigações sobre a tentativa de golpe de Estado se aproximam do ex-ocupante do Palácio do Planalto. As informações são da jornalista Bela Megale, de O Globo

Mantendo estreitas relações com a extrema direita de Israel, a família Bolsonaro tem, há anos, defendido os interesses sionistas no Brasil. Atualmente, os indícios sugerem uma iminente reciprocidade de favores.

No entanto, Bolsonaro ainda teria de recuperar seu passaporte, apreendido pela Polícia Federal em operação realizada no início deste mês contra a tentativa de golpe de Estado. 

O tour internacional do ex-ocupante do Palácio do Planalto também incluiria reuniões com a extrema direita mundial no Oriente Médio, além de Estados Unidos, Hungria e Espanha, indica Megale. 

Fonte: Brasil 247 com informações da jornalista Bela Megale, do jornal O Globo

STF julga nesta semana caso que pode ‘anular’ eleição de 7 deputados federais; entenda

Supremo Tribunal Federal (STF) - Portal CNJ

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai voltar a julgar nesta quarta-feira, 21, três ações diretas de inconstitucionalidade (ADI’s) que podem “anular” o mandato de sete deputados federais. A mudança pode ocorrer se a Corte rejeitar uma mudança do Código Eleitoral aprovada pelo Congresso Nacional em 2021, que tornou mais rígida a distribuição das vagas restantes na conta feita pelo sistema proporcional.

O julgamento coloca em risco o mandato de quatro deputados do Amapá. São eles: Dr. Pupio (MDB), Professora Goreth (PDT), Silvia Waiãpi (PL) e Sonize Barbosa (PL). A bancada do Amapá na Câmara dos Deputados é formada por oito parlamentares, ou seja, o STF pode mudar a metade dos representantes do Estado.

As bancadas do Distrito Federal, Rondônia e Tocantins também podem ser afetadas. Foram eleitos por conta da mudança de 2021 os parlamentares Gilvan Máximo (Republicanos-DF), Lázaro Botelho (PP-TO) e Lebrão (União-RO).

Ao Estadão, Gilvan Máximo afirmou que está “confiante” em um resultado que não coloque fim no seu mandado: “Serão respeitados os direitos constitucionais. Confio na Justiça”.

A reportagem também procurou os parlamentares Dr. Pupio, Lázaro Botelho, Lebrão, Professora Goreth, Silvia Waiãpi e Sonize Barbosa, mas não obteve retorno até a publicação deste texto. O espaço permanece aberto a manifestações.

Ministros irão julgar eleitos a partir das ‘sobras’ do sistema proporcional

O julgamento será de três ações que tratam sobre o mesmo tema. Uma é de autoria do Rede Sustentabilidade, a segunda do Podemos e do PSB e a terceira do PP, legenda do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

No Brasil, os deputados são eleitos a partir do sistema proporcional, onde são atribuídos não apenas os votos destinados a cada candidato, mas também aos partidos. A definição das cadeiras no Legislativo se dá com o cálculo, nessa ordem: do quociente eleitoral, do quociente partidário e das “sobras” desta conta.

O quociente eleitoral é a divisão do total de votos válidos pelo número de cadeiras em disputa (na Câmara são 513). Já o quociente partidário é a divisão dos votos válidos atribuídos à legenda e aos candidatos de uma mesma sigla pelo resultado do quociente eleitoral.

Já as sobras são o alvo do julgamento do STF. A mudança de 2021 limitou o direito de disputar as vagas remanescentes a partidos que alcançaram, respectivamente, 80% e 20% do quociente eleitoral. De acordo com o relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski – hoje aposentado da Corte e ministro da Justiça e da Segurança Pública – o modelo fere a Constituição por restringir o “pluralismo político”.

“Toda e qualquer norma que tenha por escopo restringir a pluralidade dos partidos políticos, limitando a eleição de seus representantes, notadamente no sistema proporcional, viola os fundamentos de nosso Estado Democrático de Direito”, disse o ministro aposentado do STF.

O julgamento foi iniciado em abril do ano passado, tendo o voto de Lewandowski e dos ministros Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes favoráveis à derrubada da regra. A sessão foi interrompida após um pedido de vista do ministro André Mendonça.

Lewandowski defendeu que a mudança passasse a valer a partir da decisão da Corte, mas Moraes e Gilmar votaram para que também fosse aplicada nos resultados das eleições de 2022.

Ou seja, se a maioria da Corte seguir Moraes e Gilmar, a mudança nas bancadas seria feita e os sete deputados perderão os seus mandatos.

STF negou pedido da Câmara de se pronunciar no julgamento

No último dia 30, a Advocacia da Câmara dos Deputados enviou um pedido para que o STF permita um pronunciamento na Corte durante o julgamento. A petição foi negada pelo presidente do Supremo, ministro Luís Roberto Barroso, pelo fato de que a apreciação da ação se iniciou no plenário virtual.

No ofício, a Advocacia da Câmara diz que a decisão do STF pode mudar a composição da Casa, provocando “mudanças no funcionamento de seus órgãos”.

“Também a segurança jurídica recomenda que esta Casa possa se manifestar durante o julgamento presencial da causa. Isso porque um dos pontos controvertidos durante o julgamento virtual do feito consiste justamente na modulação de efeitos da eventual decisão, que gerou ressalvas do em. Ministro Alexandre de Moraes em relação ao em. Relator”, disse a Câmara no pedido.

AGU e PGR divergem sobre mudança no Código Eleitoral

Em dezembro de 2022, a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou um parecer desfavorável à ADI. Segundo a AGU, o modelo de 2021 não interfere nos princípios constitucionais por ter sido alterada um ano antes da realização das eleições de 2021, o que respeitaria a anualidade eleitoral.

“A resolução não viola o princípio da anualidade, porquanto apenas explicita o regramento contido no Código Eleitoral no tocante às regras relativas à distribuição das sobras eleitorais, aperfeiçoando as disposições previstas em lei federal”, afirmou a AGU.

Por outro lado, o ex-procurador-geral da República, Augusto Aras, emitiu um parecer favorável à derrubada das normas em fevereiro do ano passado. Segundo Aras, o modelo adotado nas últimas eleições reduzem o acesso das legendas pequenas no Legislativo, o que afetaria o “pluripartidarismo e o princípio da igualdade de chances”.

“A exigência de que partidos políticos e federações partidárias alcancem 80% do quociente eleitoral e candidato com votação nominal de 20% desse quociente, para participarem da distribuição de cadeiras remanescentes, não há de ser aplicada na terceira etapa de distribuição de cadeiras da casa legislativa, sob pena de interditar o acesso, em espaço já significativamente reduzido, das pequenas legendas no sistema proporcional, em afronta ao pluripartidarismo e ao princípio da igualdade de chances”, disse o ex-PGR.

Fonte: Bem Paraná com informações do Estadão Conteúdo