Embaixador Frederico Meyer foi chamado de volta ao Brasil após tratamento vexatório de Israel, mas poderá retornar a Tel Aviv
Diplomatas brasileiros avaliam que o embaixador Frederico Meyer foi alvo de uma “emboscada” por parte do governo israelense após ter sido convocado para prestar explicações sobre a declaração em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comparou o massacre de civis palestinos ao Holocauto. O embaixador foi chamado de volta ao Brasil e o governo avalia que ele poderá retornar ao posto em Israel caso o país não escale a crise diplomática.
Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, “a emboscada, na visão do Itamaraty, se deu porque expuseram Meyer ao chanceler israelense falando em hebraico, sendo que Meyer não fala o idioma”. Durante o encontro, o ministro das Relações Exteriores israelense, Israel Katz, disse que o presidente Lula era “persona no grata” no país até que se retratasse das declarações.
Em resposta, o chanceler brasieiro, Mauro Vieira, convocou o embaixador de Israel no Brasil, Daniel Zonshine, para prestar explicações e mostrar o inconformismo do Itamaraty e do governo com a situação. “Na visita de Zonshine ao Rio, o Itamaraty colocou à disposição um intérprete para ele, caso quisesse falar hebraico. Mas não foi necessário, pois ele avisou que falaria português e recorreria ao inglês. A disponibilidade de um tradutor foi um 'tapa com luva de pelica' de como se faz diplomacia após a cena vexaminosa a que submeteram Meyer”, destaca a reportagem.
Inicialmente, Lula não planejava chamar o embaixador de volta, mas a decisão foi tomada em resposta ao posicionamento de Israel e, caso não haja uma nova escalada da tensão diplomática por parte do governo de Benjamin Netanyahu “e a situação se acalme no Brasil, Meyer pode voltar a ocupar o seu cargo em Tel Aviv. A decisão ainda será tomada”.
O presidente Lula tem se destacado como a principal voz no mundo a se erguer contra o genocídio perpertrado pelo governo de Benjamin Netanyahu contra o povo palestino. Desde o 7 de outubro, Netanyahu já comandou o assassinato de 30 mil palestinos, sobretudo mulheres e crianças, feriu 70 mil, deslocou 1,5 milhão de pessoas e destruiu as residências e a infraestrutura de Gaza. Rabinos judeus ortodoxos do grupo Torah Judaism dão razão ao presidente brasileiro e dizem que as ações de Netanyahu são ainda mais graves do que as práticas nazistas.
Fonte: Brasil 247 com informações do blog da Andréia Sadi, do G1