sábado, 10 de fevereiro de 2024

Militares de pijama soltam nota golpista e mandatários da ativa reagem


Entrada do Clube Militar no Rio de Janeiro. Foto: reprodução

O Clube Militar emitiu uma nota urgente desmentindo um manifesto falso que tem circulado em diversos sites. O texto com teor golpista, segundo o grupo, é claramente uma invenção mal intencionada.

No manifesto falso, os presidentes dos clubes militares fazem exigências, incluindo a entrega à justiça militar de generais, almirantes e brigadeiros que, segundo o texto, se tornaram “lacaios do crime”. No entanto, o grupo esclareceu em nota que os presidentes dos clubes não têm ascendência hierárquica sobre militares, sendo apenas oficiais generais reformados.

A nota divulgada pelo Clube Militar enfatiza que o manifesto é uma fake news e alerta sobre a circulação desse conteúdo nas mídias sociais. Os presidentes do Clube Naval, do Clube Militar e do Clube de Aeronáutica reiteram que se trata de uma informação falsa e pedem atenção à sua disseminação.

Veja a nota: 

“Está circulando nas mídias sociais uma nota FALSA com o título ‘Defesa da Pátria, contra a tirania do Judiciário’, datada de 9 de fevereiro de 2024, cuja autoria é atribuída à COMISSÃO INTERCLUBES MILITARES. Os presidentes do Clube Naval, do Clube Militar e do Clube de Aeronáutica reiteram se tratar de uma FAKE NEWS!”

Reprodução da informação mentirosa em sites. Foto: reprodução

Fonte: DCM

Governo Tarcisio afasta militar investigado por ação da PF sobre tentativa de golpe do 8 de janeiro

 Major da reserva do Exército, Angelo Denicoli era assessor da Prodesp e teve passaporte apreendido; suspeita é de ligação com grupo que teria articulado a tentativa de golpe

Tarcísio de Freitas. Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

 O governo de Tarcisio de Freitas (Republicanos) decidiu afastar, após os desdobramentos da operação Tempus Veritatis conduzida pela Polícia Federal na última quinta-feira (8) que teve como um dos alvos o ex-presidente Jair Bolsonaro,  Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército. Ele ocupava um cargo comissionado na Companhia de Processamento de Dados do Estado (Prodesp), mesmo residindo no Espírito Santo, onde a PF cumpriu mandados de busca e apreensão.

A decisão de afastamento foi tomada após o ministro Alexandre de Moraes, atendendo a um pedido da Polícia Federal, determinar a apreensão do passaporte de Denicoli e proibi-lo de deixar o país, medida similar à aplicada ao ex-presidente Bolsonaro, destaca o Metrópoles. Denicoli é suspeito de integrar o "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral", um grupo que, segundo investigações preliminares, estaria envolvido em uma possível tentativa de golpe de estado, disseminando notícias falsas sobre a lisura das eleições presidenciais de 2022.

Além de sua atuação na Prodesp, Denicoli tinha sido indicado, em 2020, para o cargo de diretor de monitoramento e avaliação do SUS (Sistema Único de Saúde). Na época, durante o auge da pandemia de Covid-19, ele compartilhou informações falsas sobre o uso de hidroxicloroquina no tratamento do coronavírus.

O governo paulista foi questionado sobre os motivos do afastamento de Denicoli, porém, até o momento, não forneceu detalhes adicionais sobre o prazo ou possibilidade de retorno do militar ao cargo.

Este afastamento não é o único episódio ligado ao governo de Tarcísio de Freitas relacionado à operação da Polícia Federal. Wagner Rosário, controlador-geral do Estado, também foi mencionado no caso da suposta conspiração golpista. Rosário estava presente em uma reunião, cujo vídeo teve o sigilo removido, na qual o Jair Bolsonaro e aliados discutiam estratégias consideradas golpistas. Durante essa reunião, Rosário sugeriu uma "força tarefa" envolvendo a CGU, a Polícia Federal e as Forças Armadas para investigar possíveis irregularidades nas urnas eletrônicas, criticando uma auditoria anterior conduzida pela CGU como sendo inadequada.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

"Nossa difícil missão era e é a de governar combinando a defesa do interesse nacional e dos trabalhadores", diz José Dirceu

 Nos 44 anos do PT, José Dirceu destacou o papel da defesa da soberania nacional como uma das missões primordiais do partido

José Dirceu (Foto: Lula Marques)

Por José Dirceu, no site do PT – Nosso PT faz 44 anos de luta e combate. A ainda me lembro das primeiras reuniões na Rua Augusta, na sede da ABI e da campanha de filiação, percorrendo casa por casa dos Bairros dos Jardins – missão difícil, mas não impossível-, do dia que fui convidado a ser membro do DN e optei por militar no diretório zonal do Jardim Paulista, da primeira vez que estive pessoalmente com Lula levado por Paulo Vannuchi e Frei Beto, se minha memória não me trai.

Também não esqueço da primeira sede na Rua Santo Amaro perto da Câmara Municipal de São Paulo, porque antes usávamos, junto com o Comitê da Anistia, os escritórios na Bela Vista do Airton Soares e LEG, como chamamos carinhosamente Luiz Eduardo Greenhalgh.

Em 1983 fui indicado para o DR de São Paulo e depois para a Comissão Executiva Estadual como secretario de Formação Política e depois Secretário Geral.

Era uma executiva que reunia líderes sindicais, Djalma Bom, Devanir Ribeiro e José Cicote, acadêmicos, Marco Aurélio Garcia, nosso MAG, Jose Álvaro Moisés e Eder Sader, todos militantes na luta contra a Ditadura; além de José Machado, Janete Pietá, Luizão, lideranças de correntes políticas como eu. Juntos construímos o PT em São Paulo, disputamos nossa primeira eleição com Lula candidato a governador em 82 e a campanha das Diretas Já, depois as eleições de 85 com Suplicy candidato a prefeito e a governador em 86.

O PT e as lideranças foram a vanguarda da luta pelas Diretas Já. Fizemos o primeiro comício no Pacaembu e, juntos com o movimento sindical, as greves políticas contra a ditadura. Derrotada a emenda Dante Oliveira, consolidou-se a transição com a ida ao colégio eleitoral e a eleição de Tancredo Neves.

A importância do PT ao longo dos anos é significativa: na luta social, sindical e popular, no parlamento e governando cidades como Diadema, capitais como Vitória, Rio Branco e Porto Alegre e sem esquecer de São Paulo com Luiza Erundina. Também ao governar Estados como Espírito Santo, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Acre e Rio Grande do Sul.

Após a vitoriosa luta pela Constituinte com as mobilizações e emendas populares, disputamos a eleição presidencial de 89, um marco na história do PT com a ida de Lula ao segundo turno, uma batalha que se travava nas ruas e nas urnas, com o partido sempre ao lado da CUT, MST, CONTAG nas greves e grandes mobilizações em defesa da reforma agrária e dos direitos dos trabalhadores do campo e da cidade.

Em São Paulo vimos o sinal da vitória em 2002 com a eleição da Marta Suplicy em 2000 para prefeita e com Lula Presidente da República. Em 2003 nosso PT alcançou seu objetivo de governar o Brasil para retomar o projeto de desenvolvimento nacional sob a hegemonia dos trabalhadores e aliados numa conjuntura que nos favorecia e que nos deu a oportunidade de governar o país por quatro vezes. Eleger deputados e senadores, milhares de vereadores, centenas de prefeitos, governar a Bahia, Piauí, Pará, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Sergipe e o Ceará.

Nossa difícil missão era e é a de governar combinando a defesa do interesse nacional e a defesa dos interesses dos trabalhadores e camadas médias da população. Missão de agregar e articular essas duas frentes de luta e objetivos, para garantir um país soberano e independente, mas com justiça social e democrático, onde o povo tenha seu reconhecimento e para que o Brasil tenha e ocupe seu lugar no mundo.
Um golpe de Estado e um processo jurídico ilegal, sumário e politico nos tirou do governo e recolocou o Brasil no caminho do neoliberalismo e do risco do retorno da Ditadura Militar como hoje sabemos, porque Bolsonaro é filho do golpe parlamentar jurídico, da Lava Jato e da impunidade dos militares na anistia aprovado pelo Congresso Nacional.

Nesses longos anos, fui secretário geral do PT de São Paulo e Nacional, presidente por quatro vezes, esta última em eleições diretas que instituímos, e deputado estadual e federal, candidato ao governo de São Paulo em 1994 e ministro da casa civil em 2003, fui arrancado do governo pela farsa do Mensalão e do mandato, o terceiro que o povo de São Paulo me deu, pela ignominiosa cassação no dia 1 de dezembro de 2005.

Cumpri a pena da Ação Penal 470, que agora a Comissão Interamericana de Direitos Humanos aceitou minha reclamação e discutirá sobre a ilegalidade da minha condenação. Além disto, é notória a ilegalidade das prisões e condenações da Lava Jato. Mesmo assim, como o PT nestes 44 anos, nunca deixei de lutar, nunca me dobrei nem à repressão e à prisão na ditadura e nem agora na Lava Jato, porque nunca duvidei da importância e justiça de nossa causa, tampouco do meu compromisso com meus companheiros e companheiras, guardiões e guia de nossos sonhos, assassinados durante e pela Ditadura.

Sou filho da geração de 68, fui forjado na luta contra a Ditadura, me considero herdeiro das lutas históricas dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiras desde a greve geral de 1917 até a primeira vitória de Lula em 2002. Mas foi o aniversariante PT e a liderança de Lula que nos ensinou o caminho da luta e a relevância de não desistir. Minha filiação ao PT também representa a continuidade ao meu compromisso de vida com a revolução brasileira, inconclusa e necessária para nosso povo ser dono de seu país e viver em paz e justiça. Hoje que meu partido, nosso partido, faz 44 anos.

Agradeço a militância insistente e resistente, que nunca faltou a mim e a tantos companheiros e companheiras, como José Genoino, Delúbio Soares, João Paulo Cunha, João Vaccari Neto, Silvio Pereira, André Vargas e tantos outros e outras. Reafirmo meu compromisso com a militância e a luta, o combate contra as injustiças sociais e a opressão, contra o fascismo e pela libertação de nosso povo e do Brasil. Parabéns militância, vida longa para nosso PT.

José Dirceu, militante e ex-presidente Nacional do PT

PF: Bolsonaristas sabiam que não há sinais de fraude nas urnas, mas propagavam desinformação para insuflar atos em quartéis

 "Nos diálogos, os próprios suspeitos admitiam que não tinham encontrado sinais de fraude nas urnas brasileiras. Mas isso era irrelevante", destaca Jamil Chade

Desmontagem do acampamento de bolsonaristas em frente ao Palácio Duque de Caxias no RJ (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O estratagema bolsonarista para tentar um golpe contra a democracia revelado pelas investigações da Polícia Federal mostram que o havia uma produção de desinformação pelo governo de Jair Bolsonaro para incentivar os atos diante dos quartéis pelo Brasil depois das eleições de 2022.

De acordo com reportagem de Jamil Chade, no Uol, o inquérito revela como a mentira era a aposta para justificar um golpe de estado.

"Nos diálogos, os próprios suspeitos admitiam que não tinham encontrado sinais de fraude nas urnas brasileiras. Mas isso era irrelevante. A notícia da fraude seria produzida", destaca o jornalista.

Segundo ele, um dos trechos da investigação revela como era a rota da mentira, tanto para permitir que ela influenciasse a opinião pública como nutrisse ações legais.

"O caso citado no inquérito se refere a uma suposta descoberta de vulnerabilidades das urnas eletrônicas. A PF apontou para a existência de um "Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral" durante as investigações. O grupo composto por nomes como Mauro Cid, Fernando Cerimedo e Anderson Torres tinha como função a "produção, divulgação e amplificação de notícias falsas quanto a lisura das eleições presidenciais de 2022 com a finalidade de estimular seguidores a permanecerem na frente de quartéis e instalações, das Forças Armadas, no intuito de criar o ambiente propício para o golpe de Estado, conforme exposto no tópico 'Das Medidas para Desacreditar o Processo Eleitoral' constante na presente representação'", aponta.

Fonte: Brasil 247 com reportagem de Jamil Chade, no UOL

STF concede liberdade provisória a Valdemar Costa Neto

 Decisão foi do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF)

Valdemar Costa Neto e o documento da PF (Foto: JOSE CRUZ / AGÊNCIA BRASIL I REPRODUÇÃO)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu liberdade provisória para o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

Na quinta-feira (8), durante operação da Polícia Federal que investiga os atos golpistas de 8 de janeiro em que Valdemar Costa Neto era um dos alvos de busca e apreensão, ele foi detido em flagrante em Brasília por posse irregular de arma de fogo. Por volta das 11h10 o político já estava na sede da Polícia Federal para os procedimentos relacionados ao flagrante.

Fonte: Brasil 247

Bancos revisam para cima projeções de crescimento em 2024

 PIB brasileiro para 2024 tem previsão de crescimento acima das expectativas, afirmam especialistas

Fernando Haddad e Lula (Foto: RICARDO STUCKERT)

 Os economistas estão revendo suas projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2024. Impulsionados pelo pagamento dos precatórios e pela recuperação parcial da indústria, além de melhorias no crédito e no mercado de trabalho, eles preveem um desempenho mais robusto do que inicialmente estimado. As expectativas agora apontam para um crescimento em torno de 2%, superando as previsões anteriores que giravam em torno de 1,5%, segundo reportagem do Valor.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou confiança em um crescimento superior a 2% para o Brasil neste ano. Da mesma forma, a Secretaria de Política Econômica (SPE) estima um crescimento do PIB de 2,3%. O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, também sugere uma perspectiva otimista, com projeções indicando um crescimento potencialmente acima de 2%.

A discussão sobre a recuperação econômica ganha destaque nas análises do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC. As últimas deliberações sugerem uma possível atenuação da desaceleração da atividade econômica, especialmente com o aumento da renda das famílias e a melhoria do mercado de trabalho. Os dados do quarto trimestre de 2023 surpreenderam positivamente, deixando uma perspectiva mais favorável para 2024.

Anna Reis, economista-chefe da GAP Asset, destaca que o quarto trimestre de 2023 apresentou resultados melhores do que o esperado, sugerindo um cenário de economia menos desacelerada do que o previsto. Com uma herança estatística mais positiva, as projeções apontam para um crescimento consistente em todos os trimestres de 2024, com expectativas de avanços entre 0,3% e 0,5% na margem trimestral.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Valor

EUA investirão US$ 5 bilhões em política industrial voltada a semicondutores para enfrentar a China

 Pequim e Washington estão travando uma queda de braço global no setor de semicondutores

Guerra dos chips entre EUA e China (Foto: Reuters)

O governo de Joe Biden planeja lançar um consórcio de investigação de semicondutores no valor de US$ 5 bilhões (R$ 27,7 bilhões) para reforçar o design de chips e a inovação de hardware e contrariar os esforços chineses para capturar a vanguarda da indústria, segundo reportagem da agência Sputnik.

O consórcio planeja investir centenas de milhões de dólares no desenvolvimento da força de trabalho e oferecerá subsídios para pesquisas de semicondutores, disse o subsecretário de Comércio para Padrões e Tecnologia, Dr. Laurie E. Locascio, em uma entrevista citada pela Bloomberg.

Segundo a mídia, as autoridades estão trabalhando para evitar que a China se beneficie da investigação financiada pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia da Casa Branca (NSTC, na sigla em inglês) ao mesmo tempo que preenchem lacunas no ecossistema de investigação dos EUA em áreas-chaves como embalagens e hardware, à medida que os componentes eletrônicos se tornaram um campo de batalha entre os EUA e a China.

"Eles estão investindo alguns dólares no design e na fabricação de chips na China agora, como nosso principal concorrente. Estamos claramente pensando muito, muito seriamente sobre como colocar as proteções certas em nossas oportunidades de financiamento – como protegemos a propriedade intelectual, como desenvolvemos programas de segurança de pesquisa", disse Locascio.

O subsecretário acrescentou que é cedo para dizer se essas regras de financiamento poderiam incluir a proibição de qualquer colaboração com pesquisadores ou universidades chinesas, mas acrescentou que as autoridades norte-americanas estão "focadas com olhar de laser" na segurança da pesquisa.

Pequim e Washington estão travando uma queda de braço global no setor de semicondutores, visto que os chips são essenciais para o mundo moderno e se tornaram uma ferramenta de guerra na busca pela liderança mundial.

Fonte: Brasil 247 com reportagem da agência Sputnik


Advogada que concorre a vaga de desembargadora no TRF1 fez campanha pelo golpe contra Dilma

 Rebeca Moreno da Silva enfrenta resistências em razão de sua atuação em 2016

Rebeca Moreno da Silva (Foto: Divulgação)

 A corrida pela indicação às cadeiras do Tribunal Regional da 1ª Região continua em destaque, com um novo detalhe: a candidata Rebeca Moreno da Silva, que integra a lista tríplice, esteve envolvida na campanha pelo golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Roussef, segundo informações do site O Bastidor.

"Rebeca Moreno da Silva, que é advogada em Rondônia, foi uma das duas mulheres selecionadas para integrar as listas enviadas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo TRF1 em dezembro de 2023. No entanto, Rebeca enfrenta obstáculos consideráveis. Ela foi a menos votada na lista tríplice e, além disso, ela e seu esposo, o advogado Andrey Cavalcante, estiveram ativamente envolvidos na campanha pelo golpe de 2016", informa o site.

A competição também inclui o advogado Vicente de Paulo Moura Viana, especializado em direito eleitoral, que possui escritório em Brasília e já atuou em campanhas no Ceará em favor do PT, além de ter sido um militante contra o golpe de 2016. O outro candidato é Eduardo Filipe Martins, é filho do ministro Humberto Martins – que fez campanha para ser ministro do Supremo Tribunal Federal no governo Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do site O Bastidor

Na contracorrente do Ocidente, Brasil analisa doação para agência da ONU na Faixa de Gaza

 Brasília iniciou suas doações à agência para palestinos no segundo mandato do presidente Lula, mas os recursos foram drasticamente reduzidos após o impeachment de Dilma Rousseff

(Foto: Reuters/Ibraheem Abu Mustafa)

Sputnik - No mês passado, a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras aos Refugiados da Palestina (UNRWA) lançou uma investigação sobre as alegações de Israel de que vários funcionários da agência estiveram envolvidos nos ataques do Hamas em 7 de outubro.

Desde que as alegações foram levantadas, diversos países deixaram de contribuir com o órgão, como Estados Unidos, Reino Unido, Itália, Alemanha, Canadá e outras 14 nações.

Em um movimento contracorrente, o Brasil examina a possibilidade de fazer uma contribuição para a agência das Nações Unidas. Dentro do governo brasileiro, não se descarta que o país possa fazer algum tipo de anúncio, de acordo com o colunista Jamil Chade, do UOL.

Em 2024, o Brasil assume a vice-presidência do Conselho Consultivo da agência e, dentro do Itamaraty, uma ala defende que o país incremente sua contribuição para a entidade, relata o colunista.

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

Milei troca embaixada por hotel por quebra no ar condicionado

 “É verdade. O capital humano também tem suas falhas, principalmente com o passar dos anos”, disse Milei

(Foto: Reprodução)

O presidente argentino, Javier Milei, decidiu trocar a hospedagem na Embaixada Argentina em Roma por um hotel após o ar condicionado das dependências diplomáticas apresentar mau-funcionamento.

 “É verdade. O capital humano também tem suas falhas, principalmente com o passar dos anos”, disse Milei ao confirmar que trocou a embaixada para um hotel na Via Veneto, em Roma.

Nas redes sociais, o presidente posou em fotos ao lado da irmã e secretária-geral da presidência, Karina Milei. Afetados pela diferença de fuso-horário, uma vez que estavam em Israel, os dois aproveitaram para “turistar” na Basílica San Pietro in Vincoli e no Coliseu de Roma.

Fonte: Brasil 247

Historiador mostra preocupação com os ataques ao carnaval

 Luiz Antonio Simas fala sobre a festa em entrevista à Agência Brasil

(Foto: Luiz Antonio Simas)

Agência Brasil - O carnaval está sob ataque! A afirmação é do historiador, escritor e professor Luiz Antonio Simas, que expressa preocupação com tentativas de descaracterização da festa popular pelas pressões do capital e do proselitismo religioso.

"O carnaval assusta porque afronta a decadência da vida em grupo, reaviva laços contrários à diluição comunitária, fortalece pertencimentos e sociabilidades e cria redes de proteção nas frestas do desencanto", defendeu nas redes sociais nesta sexta-feira (9), véspera do início oficial do carnaval no Brasil.

Em entrevista exclusiva à Agência Brasil, o escritor sustenta que a festa é um dos modos de se enfrentar a morte enquanto aniquilamento do ser e disciplinar de corpos. 

Leia:

Agência Brasil: Algo que impressiona é a versatilidade do teu campo de pesquisa. Queria que falasse um pouquinho sobre a tua história. Não sei se você tem um termo para sintetizar esse interesse plural. 

Luiz Antonio Simas: Não sei se é tão diverso assim. Aparentemente, é. Venho de uma história familiar que, de certo modo, me colocou diante das coisas que eu escrevo, com as quais eu trabalho. Eu sou carioca, mas venho de uma família formada, majoritariamente, por pernambucanos e alagoanos e sou neto de uma mãe de santo, a Dona Beta. Ela se iniciou no Recife, veio para o Rio de Janeiro e tinha uma casa aberta aqui. E, além disso, a minha família acaba tendo uma relação muito íntima com o samba. Tive um tio que foi presidente de um bloco carnavalesco, teve aula em escola de samba. A família sempre esteve muito envolvida com esse tipo de coisa. Sobretudo a experiência de ter sido criado em terreiro, de certa maneira, moldou boa parte do que eu sou. E, sobretudo no Rio de Janeiro, a casa da minha avó foi cruzada por diversas referências de encantarias, umbandas que estavam por aqui. A casa da minha vó dialogava, por exemplo, com a tradição do tambor de mina maranhense, porque ela era muito amiga de uma senhora, a Dona Luzia, que era ligada a ele. Dona Mundica, que era uma espécie de avó minha, porque era praticamente irmã da minha avó, que era ligada a encantarias do Pará.

Venho de uma infância marcada por esse tipo de coisa. E era uma família muito festeira. Dá a impressão, penso nisso hoje, que era uma família que se mobilizava, o ano todo, por um calendário de festividade. Primeiro, as festividades do terreiro, que eram muito importantes. Segundo, o carnaval. Família muito carnavalesca, a ponto de, na minha vida, eu só ter passado um carnaval fora do Rio de Janeiro. O único eu passei quando era garoto. Uma família muito ligada pelas festas nordestinas. Também é um ciclo as festas de São João. Era uma família muito festeira, isso é uma características, e trouxe muito isso.

Meu trabalho posterior, como historiador, escritor, compositor de música popular, dialoga muito com essa tradição. Agora, isso que parece muito diverso. É verdade, eu sou um interessado na cultura brasileira de uma forma muito ampla, mas acho que tem duas questões importantes. A primeira delas é a seguinte: costumo dizer que tudo o que estudo é atravessado por um fio que vai costurando isso. Eu, a rigor, estudo as sociabilidades festeiras do Brasil. Se você me der para definir, sou um estudioso das sociabilidades construídas pela festa. Festas que são sagradas, festas que são profanas. Tenho desde livros sobre futebol, com ênfase muito grande em torcidas e tal, até livros sobre festividades do cristianismo popular. 

Agência Brasil: Simas, no teu curso de terreirização do mundo, em entrevistas e obras tuas, você sempre reafirma que estamos em constante luta contra a morte. O que quer dizer com isso, para quem não teve contato com a tua pesquisa?

Luiz Antonio Simas: A morte é um fenômeno que está ligado ao campo da espiritualidade. Por isso é que falo, no Corpo encantado das ruas, que o contrário à vida, nesse sentido, não é a morte, é o desencanto. E o contrário da morte não é exatamente a vida, é o encantamento. Por quê? Porque, quando eu falo dessa luta contra a morte, não é a luta contra o fenômeno fisiológico da cessação dos nossos impulsos vitais, mas é contra uma aniquilação que nos atinge em vida, é o fenômeno do desencanto. Por isso que já também escrevi que existe mortos que estão muito mais vivos do que alguns vivos.

Quando você conhece essa cultura de terreiro, o encantamento prevalece ali. A morte da qual eu falo é uma morte cotidiana, na produção do aniquilamento do ser, do desencanto, de corpos que são aniquilados, coordenados ou disciplinados dentro de uma lógica determinada pela força do capital, do relógio. Nós estamos lutando, o tempo todo, contra essas mortes que são parte da experiência cotidiana. Isso é crucial. A afirmação da vida opera nessa dimensão.

Agência Brasil: Nesse curso, você comentou o caso de uma escola de samba, não me recordo bem, Simas, em que Exu tomou conta, durante um desfile, algo assim.

Luiz Antonio Simas: Acho que foi um texto que escrevi sobre, se não me engano, uma entrada na avenida da bateria da Portela. Foi o seguinte: em 2013, a Portela fez um enredo sobre Madureira. E a bateria veio fantasiada de Zé Pelintra, porque o Mercadão de Madureira é o maior centro de artigos afroreligiosos do Rio de Janeiro e um dos maiores do Brasil. O que se conta nesse processo todo é que a bateria faz um Zé Pelintra trajado com as cores da Portela, azul e branco, quando o Zé Pelintra costuma usar o vermelho e o branco, quando ele vem para trabalhar como encantado. Dizem que teria ocorrido um fenômeno que, em um ensaio, um componente da escola teria recebido Dona Maria Padilha [uma pombagira] e Dona Maria Padilha teria dito que trazia um recado de Seu Zé Pelintra. Que a Portela só seria autorizada a desfilar com a bateria fantasiada de Seu Zé Pelintra, primeiro, se usasse as cores dele e, segundo, se Seu Zé Pelintra tivesse uma festa para ele, na entrada do desfile. E aí acontece um fenômeno muito impactante, porque a Portela estava se preparando para entrar na Sapucaí, o setor um das arquibancadas está lotado e, de repente, entram tambores. Os ogãs começam a cantar para ele. O que se conta ali é que a rainha da bateria incorpora Dona Maria Padilha e começa uma gira para Seu Zé Pelintra antes do desfile da Portela. Foi impactante porque aquilo surpreendeu as pessoas e a Marquês de Sapucaí virou uma gira de macumba. Foi um momento muito forte, porque a Portela cumpriu o que o Seu Zé Pelintra havia pedido, para que pudesse desfilar. E é o que eu digo sempre: é um terreiro. Na minha percepção, o terreiro não é um espaço de fixidez religiosa. Tento entender o terreiro como um território praticado na dimensão de encantamento do mundo. Então, a tua esquina, a praça podem virar terreiro, porque podem ser praticadas na dimensão do encanto. Ali se consolidou a terreirização da Sapucaí de uma maneira muito forte.

Agência Brasil: Simas, como você tem visto esse crescente interesse por terreiros? Como você vê as críticas ao embranquecimento de terreiros, já que têm algumas pessoas que andam revoltadas com isso?

Luiz Antonio Simas: Não sei se essa realidade é igual em tudo quanto é lugar. Acho que tem um debate ligado a terreiro em São Paulo que é completamente diferente do debate no Rio de Janeiro, onde o debate sobre a mercantilização, o mercado religioso, me parece mais acirrado do que o Rio de Janeiro. Porque o Rio de Janeiro é aquela macumba carioca, é aquela coisa de que tudo é muito encruzilhado nesse sentido. Eu escrevi não à toa um livro que se chama Umbandas, no plural, porque acho que, na verdade, você tem uma pluralidade enorme desse ecossistema de sabedorias encantadas, as mais diversas que tem.

Agora, esse apreço pela cultura de terreiro é, de certa maneira, uma reação também a um processo galopante de desencanto. Isso é muito forte. Quando a gente pensa em terreiro, em escola de samba, acho que está tudo junto, porque as culturas são brancas, operam em uma dimensão em que não há dicotomia entre o sagrado e o profano. O que existe é uma sacralização do profano e uma profanação do sagrado que se estabelece o tempo todo, isso acontece com muita frequência. De certa forma, o terreiro é um espaço de reconstrução de pertencimento coletivo de vida, e a gente está vivendo em um mundo em que essas instâncias coletivas de pertencimento estão sendo estraçalhadas. Isso acontece muito.

Há um ataque a essa ideia da vida usufruída como um bem coletivo que é muito forte. Há uma reação a isso. O que a gente está vivendo é um embate. Existe um embate entre essas questões. Agora, isso traz todos os paradoxos que você pode imaginar. A religião é muito impactada pelo avanço das redes sociais. Óbvio que existe uma disputa pelo mercado religioso, que envolve muita coisa. Mas eu não sou um especialista nesse debate. A realidade que eu vivo é uma realidade um pouco diferente da de certos locais. É mais acirrado esse debate sobre embranquecimento. E aí a gente tem que pensar no que a gente está chamando de terreiro, porque, por exemplo. É um embranquecimento de uma certa linha de umbanda? Isso não é de hoje. É um embate da história da umbanda que vem da primeira metade do século XX. Evidente que tem. São os paradoxos do Brasil.

Por outro lado, você vai a uma igreja evangélica popular e é pouco provável que você veja que uma ampla gama de fiéis seja composta de negros. Isso acontece. Acho que a gente não pode perder a dimensão de que essas culturas de terreiros são oriundas de saberes não brancos, isso é fundamental. Saberes oriundos das praias africanas que se redefinem no Brasil. Acho importantíssima também a dimensão da influência indígena das encantarias e que é interessante eu e todo mundo sairmos para estudar os encantos fora do eixo Rio-São Paulo. Se vai para o Maranhão, o Pará, algumas regiões da Paraíba, o Ceará, o sertão do Cariri, as experiências encantadas são muito intensas.

Agência Brasil: Você tem tido interesse, no âmbito da pesquisa, por algo que não estava tanto no teu radar, que tem a ver com esse momento do país, de tentativas de retomada da cultura democrática, algo que tem bastante relação com o teu trabalho? E teve algo que você ainda não viu nas escolas e que adoraria ver?

Luiz Antonio Simas: Acho que o carnaval, primeiro, é múltiplo. A gente tem dos mais diversos aqui. Eu defino o carnaval como uma festa de reconstrução de sentido coletivo de vida. Ao mesmo tempo, não tenho dúvida, porque gosto de estudar a história do carnaval e tenho estudado isso, o carnaval é muito mais marcado por confrontos do que por consensos. A disputa entre um carnaval elitista e um carnaval que é popular, toda a complexidade que envolve as escolas de samba, a dimensão do carnaval de rua. Tem uma coisa que me preocupa muito hoje, por exemplo. Acho que o carnaval de rua está sob ataque. E sob ataque múltiplo. Por quê? Porque sofre ataque de um certo discurso de ordenação pública que busca a contenção da festa. Está sob o ataque do proselitismo religioso, sobretudo pelo avanço pentecostal, que tem a tendência de demonizar festejos populares marcados pelas culturas de rua, afrobrasileiras.

Mas existe uma terceira instância de ataque que acho muito relevante. O carnaval de rua tem sido violentamente atacado pelo mercado, e isso talvez seja um perigo enorme, porque você começa a mensurar uma festa popular a partir de uma dimensão restrita à lógica da circulação de capital que pode estar acontecendo. Quando o carnaval começa a ser festivamente ordenado, muito marcado pelo impacto que têm algumas marcas, pela cultura dos megablocos, aí você tem um jogo que envolve o capital e é perigoso, porque, aparentemente, um jogo favorável ao carnaval, mas, de certa maneira, é complicado. De que forma, por exemplo, essas instâncias do mercado têm a capacidade de se apropriar das grandes celebrações da coletividade em uma dimensão perigosa, elitista, que acho conservadora, que mensura tudo pela lógica do capital? Tenho estudado bastante essas celebrações populares. Estou em um processo de concluir um livro que seria uma espécie de dicionário das culturas tradicionais do Brasil e pensar muito a festa. 

Fonte: Brasil 247


Milei age como ditador e intervém na empresa de comunicação pública da Argentina

 Presidente argentino exonerou a direção colegiada que dirigia as emissoras e veículos públicos de comunicação do país e, no lugar, colocou interventores

Presidente da Argentina, Javier Milei (Foto: REUTERS/Agustin Marcarian)

Agência Brasil – O presidente da Argentina, Javier Milei, decretou a intervenção na mídia pública da Argentina nessa semana. O decreto exonerou a direção colegiada que dirigia as emissoras e veículos públicos de comunicação do país e, no lugar, colocou interventores nomeadores diretamente pelo governo.

Ao permitir a reformulação das estruturas das emissoras e portais públicos, a medida abre caminho para privatização dessas empresas, sendo essa uma das promessas de campanha do ultradireitista Milei. Apesar da intervenção, é necessária autorização legislativa para consolidar a venda das companhias.

O professor de comunicação da Universidade de Quilmes, na Argentina, Guillermo Mastrini, avalia que o governo, mesmo sem maioria no parlamento, tem condições de aprovar a privatização da mídia pública, desde que Milei consiga permanecer no cargo. 

“Esses meios [públicos] não são populares na Argentina. Infelizmente, a mídia pública não tem muito respaldo social. Acho que há muitas possibilidades [de privatização]. Não é meu desejo que sejam privatizados, mas eu acho que é muito provável que, se ele consegue manter-se no governo e ficar por um tempo, as mídias sejam privatizadas”, destacou.

 Professor de comunicação da Universidade de Quilmes, Guillermo Mastrini avalia que o governo tem condições de aprovar a privatização da mídia pública Foto: Guillermo Mastrini/Arquivo Pessoal

Ao justificar o decreto, o governo afirmou que ele é necessário para “otimizar a eficácia e eficiência das ações” da mídia pública argentina. Entre os poderes dos interventores, está o de “operar e manter as sociedades de modo a manter a gestão administrativa com objetivo de tornar sustentáveis ditas empresas”.

Em protesto contra a intervenção, a Federação Argentina dos Trabalhadores de Imprensa (Fatpren) afirmou que a medida é autoritária, viola a legislação do país e revela a intenção de privatizar a mídia pública. Para a Federação, o decreto coloca em risco a “pluralidade de vozes que sustentam o sistema informativo do país que hoje, sem uma agência como Telám ou sem a Rádio Nacional ou sem a TV Pública, estaria sujeito aos desejos dos meios privados e seus interesses econômicos.” 

Entre os canais de mídia pública Argentina alvos da intervenção, estão a agência de notícias Telám, o portal Educ.Ar, a Rádio y Televisión Argentina (RTA), que inclui a Rádio Nacional da Argentina e a TV Pública do país, e a empresa Contenidos Públicos, que controla diferentes emissoras.

Mídia Pública

Inspirada no modelo de comunicação pública da Europa, a mídia pública na Argentina, assim como em outros países da América Latina, surge com a promessa de oferecer à população um conteúdo que, por não ter interesse comercial envolvido, não seria oferecido pela mídia privada, explicou o professor Mastrini.

“Quando você analisa a mídia comercial, as redes privadas, é a voz de São Paulo, Rio de Janeiro e, no caso da Argentina, de Buenos Aires. Quase ninguém mais tem visibilidade na mídia. A mídia pública é uma mídia que, como não tem objetivo de lucro, tem a possibilidade de mostrar às pessoas que não formam parte dos centros econômicos”, destacou.

Outra função seria o de dar voz às minorias sociais que, por serem minorias, “elas não vão receber programação que procure atender as suas necessidades de comunicação.”

O problema, segundo Mastrini, é que na Argentina a mídia pública desenvolveu um caráter oficialista, sem autonomia em relação ao Executivo, não importando quem seja o presidente.

“O principal problema [da mídia pública argentina] é sua filiação política que não tem independência do governo. E esse é um problema que, historicamente, desacreditou as emissoras públicas e acho que é uma das razões, não a única, mas é uma das razões de sua baixa audiência”, explicou.

Ao contrário da mídia estatal, que divulga a visão do governo sobre os fatos, a mídia pública deve, em tese, ter pluralidade de fontes, inclusive com a apresentação de opiniões divergentes.

“Se a mídia fosse verdadeiramente pública, ela deveria oferecer uma informação balanceada que permita à cidadania complementar os pontos de vista das distintas posições que existem na sociedade a respeito dos conflitos políticos. Mas isso, ao menos na América Latina, não acontece”, acrescentou.

O professor de comunicação da Universidade de Quilmes, Guillermo Mastrini, avalia que parte da população é da opinião de que os meios públicos são caros e que, como acreditam que nunca vão consumir esse conteúdo, não devem se opor à privatização.

De outro lado, existe um grupo, que ele acredita ser minoritário, ao defender que é preciso preservar essa mídia com a ideia que algum dia ela venha a ser “verdadeiramente pública”. “Se você privatiza é muito difícil depois fazer de novo, criar de novo”, concluiu.

Brasil

No Brasil, o artigo 223 da Constituição Federal determina que o serviço de radiodifusão deve observar o princípio da complementaridade entre os sistemas privado, público e estatal. Em 2007, com objetivo de atender a essa determinação constitucional, foi criada a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) que, além da Agência Brasil, administra a TV Brasil e as rádios EBC, como a Rádio Nacional e a Rádio Nacional da Amazônia.

O artigo 2º da lei da EBC determina que a empresa deve observar o princípio da "autonomia em relação ao Governo Federal para definir produção, programação e distribuição de conteúdo no sistema público de radiodifusão". Além disso, a empresa deve garantir "participação da sociedade civil no controle da aplicação dos princípios do sistema público de radiodifusão, respeitando-se a pluralidade da sociedade brasileira.

Em setembro de 2016, após a destituição da presidenta Dilma Rousseff, o presidente Michel Temer editou medida provisória (MP) acabando com o mandato do diretor-presidente da empresa e extinguindo o Conselho Curador, órgão responsável, entre outras coisas, por zelar pelo caráter público da comunicação feita pela EBC. No lugar, a MP de Temer instituiu um Comitê Editorial que, até o momento, não foi instalado.

Durante o mandato de Jair Bolsonaro, a EBC entrou no plano de privatizações do governo, chegando a ser considerada até mesmo a extinção da companhia.

Com o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva, a EBC saiu do plano de privatizações. Em outubro de 2023, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República criou um Grupo de Trabalho (GT) para discutir a participação social na comunicação pública.

“O anúncio de formação desse GT é um alento depois de tanto tempo de espera pela retomada da EBC de fato pública. Mas precisamos garantir a participação da sociedade nessa discussão”, disse Akemi Nitahara, representante dos trabalhadores no Conselho cassado em 2016. “É a participação social que garante que os interesses da sociedade serão levados em conta na produção dos conteúdos”, acrescentou.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil


Menina palestina de seis anos, que pedia socorro, é encontrada morta após ser assassinada pelo governo de Israel

 Governo de Benjamin Netanyahu já assassinou mais de 28 mil palestinos – a maioria mulheres e crianças

Hind Rajab (Foto: Reprodução)

Uma criança de seis anos que estava desaparecida desde o mês passado na Cidade de Gaza foi descoberta sem vida, juntamente com vários familiares e dois paramédicos que tentaram socorrê-la. Hind Rajab estava em fuga da cidade com sua tia, tio e três primos quando o veículo em que estavam aparentemente se deparou com tanques israelenses e foi alvo de um ataque.

Registros de chamadas entre Hind e operadores de serviços de emergência sugerem que a menina foi a única sobrevivente no veículo, escondendo-se das forças israelenses entre os corpos de seus familiares. Enquanto conversava com os operadores de emergência, a ligação foi interrompida pelo som de disparos. Hoje, seu corpo foi encontrado, segundo reportagem da BBC.

Desde o início do genocídio, o governo de Benjamin Netanyahu já assassinou mais de 28 mil palestinos – a maioria mulheres e crianças. Outros 67 mil palestinos foram gravemente feridos.

Fonte: Brasil 247 com reportagem da BBC

Câmara abre investigação e aciona polícia para apurar ataque hacker com ofensas a Moraes e Lula no X

 Perfil oficial da Câmara no antigo Twitter publicou ataque contra Moraes e Lula

(Foto: REUTERS/Dado Ruvic/Illustration)

A Câmara dos Deputados abriu investigação interna e acionou a polícia para apurar o ataque hacker contra a página no perfil da rede social "X", antigo Twitter.

Neste sábado (10), às 11h09, uma postagem chamava o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, de "ditador" e ainbda afiurmava o presidente Luiz Inácio Lula da Silva estariam planejando um golpe de Estado. A postagem ficou pouco mais de 10 minutos no ar.

A assessoria de Comunicação da Câmara dos Deputados informou que "trocou a senha de acesso da conta para que novos ataques sejam evitados" e disse que "as autoridades policiais e medidas de segurança foram acionadas" e que haverá investigação interna sobre o ocorrido.

Fonte: Brasil 247