sábado, 10 de fevereiro de 2024

Ex-chefe do Exército enfrentou pressão bolsonarista por faltar em reunião golpista após morte da mãe

O General Marco Antônio Freire Gomes. Foto: Alan Santos/PR

 O General Marco Antônio Freire Gomes, ex-chefe do Exército durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), se afastou do cargo por uma semana em dezembro de 2022 devido ao falecimento de sua mãe, Maria Freire Gomes.

Durante sua ausência, aliados de Bolsonaro criticaram Freire Gomes, acusando-o de falta de firmeza por estar ausente de Brasília enquanto discussões sobre um possível golpe de Estado estavam em andamento.

Crise levou à renúncia

Segundo fontes militares entrevistadas pelo Folha de S.Paulo, a crise pessoal e o luto levaram Gomes a se retirar momentaneamente da cena política, o que posteriormente foi apresentado como motivo para sua renúncia antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar das pressões bolsonaristas, a maioria do Alto Comando do Exército já se posicionava contra o golpe, posição que Freire Gomes comunicou ao ex-presidente e seus aliados.

Braga Netto. (Foto: Reprodução)

A crítica dos bolsonaristas a Freire Gomes foi intensa, com mensagens agressivas, como a de Braga Netto, que o chamou de “cagão” e culpou-o pela situação política.

“A culpa pelo que está acontecendo e acontecerá e [sic] do Gen Freire Gomes. Omissão e indecisão não cabem a um combatente”, escreveu o militar em mensagem encontrada pela PF.

A avaliação de integrantes da cúpula do Exército é a de que o comandante articulou nos bastidores contra a escalada golpista de Bolsonaro. Em oposição, investigadores da Polícia Federal (PF) avaliam se a decisão de Gomes em se manter em silêncio sobre os planos antidemocráticos que estavam sendo debatidos pode configurar omissão.

Recusa ao STM

Freire Gomes assumiu o comando em uma data simbólica, mas recusou um acordo prévio para se tornar ministro do STM (Superior Tribunal Militar), como é comum entre generais de quatro estrelas ao passarem para a reserva.

Durante seu período no comando, houve momentos de proximidade e distanciamento entre Gomes e Bolsonaro, com o general sendo criticado por sua postura crítica à imprensa e por permitir a presença de acampamentos golpistas sem resistência.

Após o retorno a Brasília, o militar foi convocado para reuniões semanais com o ex-chefe de Estado brasileiro, onde ouviu planos de golpe e viu uma minuta de decreto formulada pelo governo.

A pressão sobre Bolsonaro para tomar medidas mais extremas era grande, conforme evidenciado por uma mensagem de Mauro Cid a Freire Gomes, onde mencionava enxugamento de um decreto após pressões.

Fonte: DCM

VÍDEO – Marina Ruy Barbosa tem redes sociais hackeadas: “Deixa eu curtir o carnaval em paz”

A atriz Marina Ruy Barbosa. (Foto: Reprodução)

 A atriz Marina Ruy Barbosa compartilhou com seus seguidores que suas redes sociais, incluindo o Instagram e o antigo Twitter (X), foram alvo de hackers na sexta-feira (9).

“Acabei de chegar da gravação, descobri que fui hackeada, tanto aqui no Instagram quanto no Twitter. Conseguiram entrar na minha conta, eu não sei como, mas de alguma forma eu não fui deslogada, então eu consegui apagar as postagens e tô tentando entender com o pessoal do Instagram e Twitter, como entraram nas minhas contas, mas a princípio está tudo sob controle”, disse.

Ela expressou sua frustração com o incidente, pedindo ao hacker que a deixasse em paz, especialmente considerando seus compromissos de fim de gravação e a chegada do carnaval.

“Não sei o que o hacker queria, nem como ele entrou na minha conta. E, hacker, querido, se você tem acesso ainda a minha conta, por favor, me deixe em paz. Reta final de gravação, carnaval chegando aí, tanta coisa pra fazer, né? Me deixa curtir meu carnaval em paz”.

Fonte: DCM

Defesa diz que Bolsonaro imprimiu “minuta do golpe” por ter problemas de visão


Bolsonaro com dificuldade de leitura em seu celular. Reprodução

 Nesta sexta-feira (9), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que ele nunca teve conhecimento ou participação nas chamadas “minutas golpistas”.

De acordo com a defesa, o ex-presidente não costuma ler textos em seu telefone celular devido às limitações da tela e à necessidade de lentes corretivas, optando, portanto, por solicitar à sua equipe a impressão do documento em papel.

A nota da defesa também esclarece que Bolsonaro tomou conhecimento da existência dessas minutas apenas após a apreensão do telefone do tenente-coronel Mauro Cid, e mediante acesso legal concedido por seu advogado na investigação, que identificou esses elementos.

A minuta do golpe encontrada com Anderson Torres e, posteriormente, na sede do PL. Reprodução

Na quarta-feira (8), a Polícia Federal encontrou na sede do Partido Liberal (PL) um documento que propunha a decretação de um Estado de Sítio e da Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no país. Segundo informações, o documento foi localizado na sala de Bolsonaro.

A defesa, ao ter acesso aos arquivos da investigação, alegou que o ex-presidente solicitou o documento sem conhecer o conteúdo das supostas minutas. Essa solicitação foi feita ao advogado criminalista Paulo Amador da Cunha Bueno, que encaminhou as minutas ao aplicativo de mensagens de Bolsonaro.

Segundo a defesa, a impressão do documento ocorreu para facilitar a leitura do texto, e essa cópia foi apreendida durante uma busca na sede do PL. Alega-se que Bolsonaro só tomou conhecimento do conteúdo da suposta minuta em outubro de 2023, após o envio do documento para seu celular.

A defesa enfatiza a distância de Bolsonaro de qualquer empreitada ilegal e destaca que o documento já integrava a investigação da PF.

O documento em questão, encontrado durante uma operação que visava apurar um suposto plano de golpe de Estado no final de 2022, não está assinado e faz referências a princípios do Iluminismo, citando Aristóteles.

A defesa reforça que se trata de um texto apócrifo, sem autenticidade comprovada, e que a intenção do ex-presidente é garantir a restauração do Estado Democrático de Direito no Brasil.

Fonte: DCM


VÍDEO – Anitta interrompe show em Salvador e grita ao ver ladrão: ”Polícia, pega esse safado”


Bloco da Anitta em Salvador. (Foto: Reprodução)

Na sexta-feira (9), durante o segundo dia do carnaval no Circuito Dodô (Barra-Ondina), em Salvador, a cantora Anitta precisou interromper sua apresentação após ver uma confusão no trajeto.

“Era roubo ou briga? Alô polícia, aqui no lado esquerdo do trio. Pega o safado”, disse.

A cantora, logo em seguida, parou novamente o bloco após ver outra confusão. Anitta chegou a chamar a atenção de um folião e pediu para que ele parece com a bagunça e se comportasse: “Estou te vendo, viu? Vamos andar direitinho, meu amorzinho? Se continuar com a marrinha, eu chamo a polícia para te seguir no seu grupinho. Alô polícia, vamos seguir esse rapaz de blusa branca, amarela e azul, que está afim de brigar”.

Ao final do percurso, e depois de mais uma confusão a artista sugeriu que a Polícia Militar intervisse e capturasse o suspeito: “De boné preto, lá atrás, batendo em todo mundo. Já tirou o boné, voltou a ir pra trás, está aqui. Tô te seguindo, tá, malandro?”.


Fonte: DCM

VÍDEO – Surto de diarreia e atestado falso vazam ao vivo na Jovem Pan: “Cagando mole”

 

Conversa sobre diarreia vaza ao vivo na Jovem Pan. Foto: Reprodução


Na sexta-feira (9), o programa “Morning Show”, da Jovem Pan, teve um momento constrangedor quando uma troca de mensagens de WhatsApp vazou ao vivo, expondo um surto de diarreia entre funcionários.

Durante a transmissão, enquanto o apresentador Nelson Kobayashi discutia uma operação da Polícia Federal (PF) envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mensagens mostrando a conversa dos funcionários sobre o surto apareceram no telão do estúdio.

Uma das mensagens revelou que uma funcionária mentiu sobre estar doente para ganhar dias de folga, causando constrangimento ao vivo.

Apesar de ter sido exibida na Jovem Pan, o surto de diarreia mencionado na conversa teria ocorrido na CNN Brasil, de acordo com o site Notícias da TV.


Fonte: DCM com informação do site Notícias da TV

Reunião frustrada de golpe de Bolsonaro já configura crime, dizem juristas

 

Reunião de Bolsonaro com alto escalão do governo. Foto: Reprodução

A revelação das declarações de Jair Bolsonaro e seus auxiliares durante a reunião de julho de 2022 indica possíveis crimes ao sugerir uma articulação para um golpe de Estado antes das eleições daquele ano.

Em um trecho do encontro registrado em vídeo, Bolsonaro ordena que seus ministros atuem para questionar o processo eleitoral, destacando a necessidade de agir antes das eleições. O general Augusto Heleno, então comandante do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), chega a afirmar que, se necessário, a ação deveria ocorrer antes do pleito.

Ao autorizar a operação contra aliados de Bolsonaro, o ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) mencionou a “comprovação da materialidade” da tentativa de golpe, citando uma discussão de minuta golpista, uma reunião no Palácio do Planalto e mensagens que sugerem um planejamento para a tomada do poder.

Jair Bolsonaro em registro de reunião – Reprodução

O artigo do Código Penal citado pelo ministro é o 359-M, que estipula como crime a tentativa de depor, por meio de violência ou grave ameaça, um governo legitimamente constituído.

De acordo com o advogado Acacio da Silva Filho, as declarações sobre a necessidade de agir antes das eleições podem incorrer no crime de “grave ameaça” ao Estado Democrático de Direito: “Só é possível constatar crimes após uma ampla investigação. Mas dizer que precisa agir antes das eleições, no sentido de articular um golpe com seus assessores, é crime previsto na Lei de Segurança Nacional. A pena é de reclusão de quatro a oito anos”.

O criminalista Rafael Paiva compartilha essa análise, afirmando que as falas podem configurar crime mesmo que o golpe de Estado não tenha se concretizado, uma vez que a articulação do ato já se caracteriza como punível.

“O crime é a tentativa de golpe. Neste crime em específico se entende que já seria um ato executório a tentativa. Houve uma execução antecipada por meio de reuniões e articulações com aliados”, afirmou ao jornal O Globo.

Fonte: DCM 


VÍDEO: ‘Vou descer da rampa preso’, disse Bolsonaro em reunião com plano de golpe de Estado

 

Reunião de Bolsonaro com ministros sobre tentativa de golpe. Foto: Reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro temia ser preso por cometer atos antidemocráticos. Foi o que ele disse durante a vídeo da reunião realizada no Palácio do Planalto em 5 de julho de 2022 sobre as consequências legais em caso de derrota nas eleições. No encontro com ministros, o político discutia formas de evitar a chegada de Lula ao poder.

“Eu não tenho dúvida do que está acontecendo. Não tenho prova de muita coisa, mas não tenho dúvida. (…) Eu tenho que me virar acreditando que vai dar tudo certo ano que vem? Eu vou descer daqui da rampa preso por atos antidemocráticos”, disse Bolsonaro.

Em concordância, o ministro da Justiça, Anderson Torres, mencionou que todos “iriam se foder” em caso de vitória de Luiz Inácio Lula da Silva. O encontro também foi marcado pelo receio de que as imagens fossem divulgadas, o que acabou ocorrendo posteriormente por decisão do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta sexta (9).

Em um momento da reunião, o general Augusto Heleno mencionou ter falado com um diretor da Agência Brasileira de Investigação (Abin) sobre a possibilidade de infiltrar espiões nas apurações do TSE. O ex-presidente, no entanto, pediu que o militar falasse com ele sobre o assunto em particular.

“Tem muitos aqui que eu não sei nem se têm estrutura pra ouvir o que a gente está falando aqui. Com todo o respeito a todos. Mas eu queria começar por uma frase que o presidente colocou aqui, que eu acho muito verdadeira(..). Senhores, todos vamos se foder! (sic). Eu quero deixar bem claro isso. Eu quero que cada um pense no que pode fazer previamente porque todos vamos se foder (sic). Não tenho dúvida disso”, acrescentou Torres.

O então ministro da Justiça descreveu um medo “velado” entre os presentes diante do que considerou uma ameaça, ressaltando a gravidade da situação. Ele ainda lembrou sobre o caso da ex-presidente interina da Bolívia Jeanine Áñez, que posteriormente foi presa sob a acusação de participar de um golpe.

No decorrer da reunião, Wagner Rosário, ex-ministro-chefe da Controladoria-Geral da União, levantou a questão sobre a gravação da reunião. Em seguida, o ex-ministro da Casa Civil Walter Braga Netto negou e o Bolsonaro confirmou que nada dali discutido seria gravado. 

Confira o vídeo:


Fonte: DCM

Silvio Almeida pede punição exemplar para os golpistas de 8 de janeiro

 Os golpistas desejaram, ou assumiram conscientemente, a possibilidade do Brasil voltar a ter porões de tortura, diz o ministro dos Direitos Humanos

Ministro Silvio Almeida (Foto: Tânia Rêgo/Ag. Brasil)

Por Silvio Almeida, no X – Por ocasião do dia 08 de janeiro de 2023, afirmei categoricamente que todo golpista é um potencial violador de direitos humanos. E o que temos acompanhado nos últimos dias comprova isso à exaustão.

Restou comprovada a tentativa de golpe de Estado que pretendia fazer ditador do Brasil um homem que tem como ídolo declarado um dos mais notórios torturadores de nossa história. É preciso que seja dito e repetido: quem deu qualquer espécie de contribuição para o golpe que estava sendo urdido queria entregar todo o poder a um apoiador aberto e declarado da tortura. Os golpistas não só tentaram abolir violentamente o Estado de direito, mas desejaram, ou assumiram conscientemente, a possibilidade do Brasil voltar a ter porões nos quais brasileiros e brasileiras sofreriam as mais horrendas sevícias praticadas por agentes do Estado.

Foi deste pesadelo que a ação decidida das instituições brasileiras nos livrou. Mas só estaremos livres destes espectros quando, ao final do devido processo legal, todos os responsáveis por esta trama sórdida tenha sido revelados e exemplarmente punidos.

Fonte: Brasil 247

Bolha bolsonarista será mantida, mesmo com a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro

 Narrativa de perseguição política, ainda que falsa, mantém a coesão da direita

Uma recente operação da Polícia Federal, que resultou na prisão de Filipe Martins e de outros assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro, não parece abalar a base do bolsonarismo no Brasil. A resistência demonstrada pelos seguidores do ex-presidente nas redes sociais sugere que a narrativa de perseguição política, ainda que falsa, fortalece a coesão da bolha bolsonarista. É o que argumenta o colunista Bruno Soller, que analisa dados de big data nas redes sociais.

É interessante observar que, segundo pesquisas, os eleitores de Bolsonaro demonstram uma maior simpatia pela democracia do que os eleitores de outros líderes políticos, como Lula. Essa inclinação evidencia nuances na percepção política do país, sugerindo que o apoio ao presidente vai além de sua figura pessoal e se conecta a valores e ideias que transcendem questões individuais.

Segundo ele, a polarização política persistirá como uma característica marcante do cenário brasileiro, com a bolha bolsonarista mantendo sua força e coesão, mesmo diante de desafios como a eventual prisão do ex-presidente. Essa coesão é alimentada pela narrativa de que o presidente é alvo de perseguição política por parte de instituições como o STF, reforçando o sentimento de pertencimento e identidade entre os seguidores do bolsonarismo. Saiba mais sobre o caso

BRASÍLIA (Reuters) – O então presidente Jair Bolsonaro cobrou, em reunião ministerial em julho de 2022, que seus auxiliares diretos agissem antes das eleições de outubro, propôs a elaboração de uma nota conjunta com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em uma tentativa para angariar credibilidade a questionamentos infundados sobre fraude nas urnas eletrônicas e chegou a dizer que, se tudo não desse certo, iria descer a rampa do Palácio do Planalto "preso por atos antidemocráticos".

Em uma alegação de que haveria uma espécie de complô, Bolsonaro ainda atacou duramente uma suposta orquestração da cúpula do Judiciário para eleger o adversário Luiz Inácio Lula da Silva.

É o que consta da íntegra de um vídeo de uma hora e 30 minutos de uma reunião ministerial no Palácio do Planalto do dia 5 de julho recheada de discussões de planos, ideias e ordens relacionadas à eleição presidencial daquele ano e à preocupação em garantir que Bolsonaro continuasse no poder. O vídeo foi apreendido com o delator e ex-ajudante de ordens do então presidente, Mauro Cid, e divulgado nesta sexta pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

A liberação da íntegra do vídeo ocorreu após trechos editados em momentos das falas mais contundentes de Bolsonaro e de auxiliares terem sido divulgados nas redes sociais. Ela se dá também um dia após a maior operação da PF sobre a tentativa de golpe de Estado que envolveu Bolsonaro, ex-quatro ministros do governo dele, e o presidente do PL, seu partido, Valdemar Costa Neto.

Bolsonaro aproveitou a reunião para cobrar de seus ministros que amplificassem a história de fraude nas urnas. Em vários momentos, ele -- e também auxiliares como o chefe do GSI, Augusto Heleno, os ministros da Defesa, Paulo Nogueira, da Justiça, Anderson Torres, e da CGU, Wagner Rosário -- defenderam uma atuação mais enérgica, inclusive alguns deles apelando para um suposto pânico e até reação com uma eventual vitória de Lula.

"Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida de que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições", disse Bolsonaro, sem apresentar qualquer elemento de prova das alegações.

O ex-presidente repetiu, durante todo o encontro, alegações de fraude nas urnas. Chegou a dizer, ironicamente, que as pesquisas de intenção de voto estavam certas ao dar a vitória a Lula. Não porque essa era a vontade da população, mas porque aqueles eram "números que estão dentro dos computadores do TSE" (Tribunal Superior Eleitoral).

O encontro foi uma das reuniões ministeriais convocadas com regularidade por Bolsonaro -- normalmente sem relação com as eleições -- e dela fizeram parte a maioria dos seus ministros, inclusive Paulo Guedes, da Economia, e Fábio Faria, das Comunicações. A reunião, no Palácio do Planalto, durou cerca de três horas, de acordo com a agenda de Bolsonaro no dia, mas apenas a metade foi gravada.

O ex-presidente usou sua fala para cobrar com ênfase a repetição, pelos ministros, das alegações de fraudes nas urnas.

"Daqui para frente quero que todo ministro fale o que eu vou falar aqui e vou mostrar. Se não quiser, ele vai ter que me dizer porque não quer falar. Se mostrar onde está errado eu topo. Se não tiver argumentos para me demover do que eu vou mostrar, não vou querer papo com esse ministro, está em lugar errado", afirmou.

O que Bolsonaro mostrou foi depois apresentado publicamente em uma reunião de embaixadores em que ele levantou dúvidas de fraudes nas urnas.

O então presidente propôs a divulgação de uma nota conjunta com a OAB questionando a credibilidade das urnas eletrônicas -- o que não aconteceu. Outras propostas que apareceram também foram a do chefe da CGU, que defendeu uma força-tarefa sobre o assunto, e o titular da Defesa, que defendeu reforçar as contestações sobre o processo eleitoral.

Desde a época de deputado federal, Bolsonaro e familiares dele foram eleitos diversas vezes por meio das urnas eletrônicas e nunca questionaram o sistema, somente passando a fazer isso -- sem provas -- desde a primeira eleição presidencial dele em 2018.

Mais próximo do final da parte da reunião gravada, Augusto Heleno chega a falar que não haverá revisão das eleições e se tiver que "virar a mesa" tem de ser antes do pleito.

"Não tem VAR na eleição, não vai ter segunda chamada, revisão do VAR, então o que tiver que ser feito, tem que ser feito antes das eleições, se tiver que dar soco na mesa tem que ser antes das eleições, tiver que virar a mesa, antes das eleições, depois das eleições será muito difícil que tenhamos uma nova perspectiva", disse ele.

O chefe do GSI chegou a comentar também a possibilidade de infiltrar agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) nas campanhas de 2022, em comentário que foi interrompido por Bolsonaro, que pediu para falar sobre esse assunto depois em particular. A Abin, então no GSI, é suspeita de ter tido uma atuação paralela para monitorar adversários de Bolsonaro, questão investigada em outro inquérito no STF.

Em outro momento, o então presidente disse que poderia até ser preso por "atos antidemocráticos" se não vencesse o pleito.

"Eu tenho que me virar acreditando que vai dar tudo certo ano que vem? Eu vou descer daqui da rampa preso por atos antidemocráticos", disse.

Os advogados de Bolsonaro Paulo Amador da Cunha Bueno, Daniel Bettamio Tesser e Fabio Wajngarten minimizaram o conteúdo do vídeo.

"O vídeo divulgado oficialmente hoje pela autoridade judiciária responsável pelo inquérito mostra a realização de uma reunião ministerial rotineira em que todos os presentes puderam manifestar publicamente sua opinião a respeito da conjuntura daquele momento... O encontro trata, fundamentalmente, da

cobrança para com o time de ministros dele para que atuem de maneira organizada", afirmam os advogados em comunicado à imprensa.

"Bem ao seu estilo veemente, o ex-mandatário reafirma seu compromisso de agir sempre dentro das quatros linhas da Constituição", acrescentam.

IMPLICAÇÕES

Segundo uma fonte da PF envolvida diretamente nas investigações, o vídeo é uma confissão de crime que implica ainda mais o ex-presidente.

Para essa fonte, Bolsonaro e demais integrantes do governo sabiam que não havia qualquer fraude nas urnas, mas, mesmo assim, insistiram no discurso para manter apoiadores em frente aos quartéis e justificar que as Forças Armadas agissem, de olho em uma ação futura para anular o pleito por meio de um golpe de Estado.

A fonte afirmou que a reunião mostra até um certo desespero de Bolsonaro e do seu entorno.

"As diversas provas se interconectam. Temos as minutas apreendidas e a colaboração do Cid e outros materiais apreendidos em computadores e telefones que comprovam bem essa forma de agir. Uso das redes sociais, por meio de influenciadores, para propagar mentiras e manipular parte da população", destacou a fonte.

Na operação da PF na véspera, minutas foram apreendidas, como a que mostra que Bolsonaro recebeu de assessores um texto de decreto com instruções para que houvesse um golpe de Estado com determinação de novas eleições e que levasse à prisão ministros do STF.

A fonte da PF disse ainda que a equipe trabalha para tentar concluir essa investigação até junho. Ela não quis dar detalhes dos novos passos da apuração.

Fonte: Brasil 247

Maria do Rosário defende que Forças Armadas expulsem todos os militares golpistas

 "Se a corporação militar não queria o golpe, sejam todos presos e expulsos das Forças", diz a deputada

Maria do Rosário. (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

A deputada Maria do Rosário (PT-RS), que foi ministra dos Direitos Humanos, defendeu que as Forças Armadas expulsem todos os militares envolvidos na intentona golpista comandada por Jair Bolsonaro. "A reunião de preparação do golpe no Palácio e os fatos que se seguiram à ela, comprovam o GOLPE. No vídeo, Heleno ameaça pessoas e instituições. Suas palavras tem o cheiro dos porões e da tortura.Nojo e vergonha destas figuras. Se a corporação militar não queria o GOLPE, sejam todos presos e expulsos das Forças", escreveu ela no X. 

Confira e saiba mais:

Agência Brasil – O general Augusto Heleno defendeu, durante a reunião da cúpula de governo do então presidente Jair Bolsonaro, rompimentos institucionais e uma “virada de mesa” antes das eleições de 2022. Na mesma reunião, o ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) manifestou preocupação com o risco de haver vazamentos sobre a atuação de agentes da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).

A reunião está registrada em um vídeo divulgado nesta sexta-feira (9) pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da Operação Tempus Veritatis. A operação foi deflagrada na quinta-feira (8) pela Polícia Federal para investigar uma suposta organização criminosa cuja atuação teria resultado na tentativa malsucedida de golpe de Estado no 8 de janeiro de 2023.

Ao manifestar preocupação com a possibilidade de agentes da Abin que estariam sendo estrategicamente infiltrados naquele ano eleitoral, Augusto Heleno foi interrompido por Bolsonaro, sob o argumento de que o assunto teria de ser discutido no particular.

“Dois pontos que eu quero colocar aqui, presidente. Primeiro, o problema da inteligência. Eu já conversei ontem com o Vitor, que é o novo presidente da Abin [Victor Felismino Carneiro, então diretor-adjunto da Abin]. Nós vamos montar um esquema para acompanhar o que os dois lados estão fazendo. O problema todo disso é que se vazar qualquer coisa. A gente se conhece nesse meio. Qualquer acusação de infiltração desses elementos da Abin, em qualquer…”.

Nesse momento Augusto Heleno foi interrompido por Bolsonaro. “General, eu peço que o senhor não fale, por favor. Que não prossiga na sua observação aqui. Se a gente começar a falar [sobre] não vazar, esquece. Pode vazar. Então a gente conversa em particular na minha sala sobre esse assunto, do que porventura a Abin está fazendo”, disse Bolsonaro.

Rompimento institucional

O general Heleno então retoma sua fala para manifestar a segunda preocupação. “Não tem VAR [juiz assistente de vídeo, utilizado no futebol] nas eleições. Não vai ter segunda chamada das eleições. Não vai ter revisão do VAR. Então o que tiver de ser feito tem de ser feito antes das eleições”, disse o general.

“Se tiver de dar soco na mesa é antes das eleições; se tiver de virar a mesa é antes das eleições. Depois das eleições será muito difícil que tenhamos alguma nova perspectiva. Até porque eles vão fazer tão bem feito, que essa conversa do Fachin [ministro Edson Fachin, do STF] com os embaixadores, vai eliminar a possibilidade do VAR acontecer. No dia seguinte todo mundo reconhece [o novo governo], e fim de papo”, acrescentou.

Na sequência, Heleno propõe a Bolsonaro que promova um rompimento institucional para se manter no poder. “Isso tem de ficar bem claro. Acho que as coisas têm de ser feitas antes das eleições. Vai chegar em um ponto em que não vamos poder falar. Vamos ter de agir. Agir contra determinadas instituições e contra determinadas pessoas. Isso pra mim é muito claro”.

Outro lado

À Agência Brasil, Augusto Heleno afirmou que não se manifestará sobre o caso por não ter tido acesso aos autos do processo.

Em comunicado à imprensa, a defesa de Jair Bolsonaro afirmou que ele "jamais compactuou com qualquer movimento que visasse a desconstrução do Estado Democrático de Direito ou as instituições que o pavimentam".

Fonte: Brasil 247

Requião defende que Bolsonaro não seja preso neste momento

 Ex-senador afirma que a prisão pode transformar o ex-presidente em mito

Roberto Requião e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Facebook | REUTERS/Adriano Machado)

O ex-senador Roberto Requião fez uma declaração contundente via Twitter, instando a população a considerar as implicações políticas e sociais da prisão imediata do ex-presidente Jair Bolsonaro. Requião argumentou que tal medida poderia transformar Bolsonaro em um mito e símbolo, especialmente para uma população desinformada e iludida pelo domínio da mídia nas mãos do capital financeiro. Ele enfatizou a importância de investigar, revelar e expor os possíveis crimes de Bolsonaro, em vez de prendê-lo precipitadamente.

A declaração de Requião surge em meio a um cenário político tenso e repleto de revelações, como o vídeo de uma reunião ministerial ocorrida em julho de 2022, no Palácio do Planalto. Nessa reunião, Bolsonaro expressou preocupações sobre fraudes nas urnas eletrônicas e chegou até mesmo a mencionar a possibilidade de descer a rampa do Palácio do Planalto "preso por atos antidemocráticos", caso não obtivesse sucesso em seus intentos políticos.

No vídeo, que foi divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro e seus auxiliares discutiram estratégias para questionar a legitimidade do processo eleitoral e insuflar dúvidas sobre as urnas eletrônicas. A reunião revelou uma série de alegações infundadas e uma atmosfera de desconfiança em relação ao sistema democrático brasileiro.

Durante o encontro, Bolsonaro pressionou seus ministros a amplificarem a narrativa de fraude eleitoral, sem apresentar provas concretas que sustentassem tais alegações. O ex-presidente também sugeriu a elaboração de uma nota conjunta com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para questionar a credibilidade das urnas eletrônicas, além de discutir a possibilidade de uma intervenção mais incisiva antes das eleições.

As revelações do vídeo alimentaram especulações sobre possíveis conspirações e estratégias antidemocráticas por parte do governo Bolsonaro. Autoridades e analistas políticos têm debatido sobre as implicações dessas revelações e sobre os desafios enfrentados pela democracia brasileira.

No entanto, o posicionamento de Requião adiciona uma perspectiva diferente ao debate, destacando a importância de uma abordagem cautelosa diante da situação política atual. Ele enfatiza a necessidade de investigações rigorosas e de uma exposição transparente dos eventos, em vez de uma abordagem baseada unicamente na prisão imediata de Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247


Povo chinês celebra hoje a chegada do Ano Novo Lunar

 Segundo o zodíaco chinês, começa o Ano do Dragão.

Começa o Ano do Dragão (Foto: Xinhua)

Começa neste sábado, 10 de fevereiro, o Ano Novo Lunar, que segundo o zodíaco chinês é o Ano do Dragão.

Nesta ocasião, o presidente chinês, Xi Jinping, em nome do Comitê Central do Partido Comunista da China (PCCh) e do Conselho de Estado, estendeu saudações pela chegada do Ano Novo Lunar, que é também a Festa da Primavera,  a todo o povo chinês. 

Xi, também secretário-geral do Comitê Central do PCCh e presidente da Comissão Militar Central, proferiu um discurso no Grande Palácio do Povo, saudando os chineses de todos os grupos étnicos, os compatriotas em Hong Kong, Macau e Taiwan, assim como os chineses no exterior, informa a Xinhua.

O Ano do Dragão chega em seguida ao Ano do Coelho, que foi o ano do início da plena implementação dos princípios orientadores do 20º Congresso Nacional do PCCh em todas as frentes, lembrou Xi, observando que o país enfrenta um ambiente internacional com dificuldades complicadas e tarefas árduas de reforma, desenvolvimento e manutenção da estabilidade.

"Reunimos forças desde a modernização chinesa, mantivemos em mente os imperativos domésticos e internacionais, superamos múltiplas dificuldades e desafios e fizemos um progresso sólido em uma nova jornada para transformar a China em um país socialista moderno em todos os aspectos", disse Xi.

Fonte: Brasil 247

Ricardo Nunes é recebido com chuva de vaias no Sambódromo do Anhembi (vídeo)

 Além das vaias, houve quem gritasse "faz o L" ou "Boulos", em referência ao deputado federal Guilherme Boulos

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (Foto: GOVSP)

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), foi recebido com uma chuva de vaias pela plateia do Sambódromo do Anhembi na noite desta sexta (9), quando caminhava pela avenida após abrir os portões e inaugurar a noite de desfiles.

De acordo com informações da jornalista Mônica Bergamo, em sua coluna no jornal Folha de S.Paulo, “além das vaias, houve quem gritasse "faz o L" ou "Boulos", em referência ao deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), pré-candidato e provável concorrente de Nunes à Prefeitura de São Paulo nas eleições municipais deste ano”.

Fonte: Brasil 247