Ex-assessor de Bolsonaro é suspeito de entregar minuta golpista e é investigado por gesto racista durante uma live
A Polícia Federal (PF) desencadeou uma operação nesta quinta-feira (8) visando o ex-assessor de Jair Bolsonaro, Filipe G. Martins, após acusações de seu envolvimento na trama golpista do 8 de janeiro, destaca o jornal O Globo. O mandado de prisão foi emitido como parte de uma investigação que inclui a entrega de uma minuta golpista ao então presidente, além de um gesto racista durante uma transmissão ao vivo.
Filipe G. Martins, conhecido por sua atuação nas redes sociais em apoio ao governo anterior, submergiu das plataformas digitais após a derrota nas eleições. No entanto, as investigações revelaram sua presença em encontros no Palácio da Alvorada, onde teria entregue o referido documento a Bolsonaro.
Segundo informações da jornalista Andréia Sadi, da GloboNews, Martins já foi preso.
Segundo informações obtidas pela CPI do 8 de Janeiro e por meio da Lei de Acesso à Informação, Martins esteve presente em quatro ocasiões no Palácio da Alvorada em dezembro de 2022, após a derrota eleitoral de Bolsonaro para Lula. Nessas reuniões, ele teria entregado a minuta que delineava supostas interferências do Poder Judiciário no Executivo e propunha a realização de novas eleições, além da prisão de autoridades.
A investigação também aponta a presença de Filipe G. Martins em reuniões no Ministério da Defesa, intensificando as suspeitas sobre seu papel na trama golpista.
Tanto a defesa de Martins quanto a defesa de Bolsonaro e Mauro Cid, ex-ajudante de ordens que fez a denúncia, abstiveram-se de comentar sobre as acusações até o momento.
Nota da Polícia Federal – A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (8/2) a Operação Tempus Veritatis para apurar organização criminosa que atuou na tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito, para obter vantagem de natureza política com a manutenção do então presidente da República no poder.
Estão sendo cumpridos 33 mandados de busca e apreensão, quatro mandados de prisão preventiva e 48 medidas cautelares diversas da prisão, que incluem a proibição de manter contato com os demais investigados, proibição de se ausentarem do país, com entrega dos passaportes no prazo de 24 horas e suspensão do exercício de funções públicas. Policiais federais cumprem as medidas judiciais, expedidas pelo Supremo Tribunal Federal, nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás e no Distrito Federal.
Nesta fase, as apurações apontam que o grupo investigado se dividiu em núcleos de atuação para disseminar a ocorrência de fraude nas Eleições Presidenciais de 2022, antes mesmo da realização do pleito, de modo a viabilizar e legitimar uma intervenção militar, em dinâmica de milícia digital.
O primeiro eixo consistiu na construção e propagação da versão de fraude nas Eleições de 2022, por meio da disseminação falaciosa de vulnerabilidades do sistema eletrônico de votação, discurso reiterado pelos investigados desde 2019 e que persistiu mesmo após os resultados do segundo turno do pleito em 2022.
O segundo eixo de atuação consistiu na prática de atos para subsidiar a abolição do Estado Democrático de Direito, através de um golpe de Estado, com apoio de militares com conhecimentos e táticas de forças especiais no ambiente politicamente sensível.
O Exército Brasileiro acompanha o cumprimento de alguns mandados, em apoio à Polícia Federal.
Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo