Agentes do mercado estão mudando seu foco de volta para as previsões de um excesso de produção de grãos e oleaginosas este ano
(Reuters) - Os preços do milho na bolsa de Chicago caíram para uma nova mínima de três anos nesta quarta-feira, já que os gráficos meteorológicos mostraram que um período quente e seco na Argentina dará lugar a chuvas generalizadas nos próximos dias, disseram os traders.
Os futuros da soja também caíram -- com o contrato de soja mais ativo atingindo o preço mais baixo visto desde 15 de dezembro de 2020 em um gráfico contínuo --, já que a chuva projetada nas principais regiões de cultivo do Brasil está aumentando as expectativas de grandes suprimentos na América do Sul.
Os movimentos do mercado destacam como os participantes do mercado estão mudando seu foco de volta para as previsões de um excesso de produção de grãos e oleaginosas este ano, disse Karl Setzer, cofundador da Consus Ag Consulting.
"No momento, não temos um mercado com demanda fraca", disse Setzer. "O que temos é um problema de oferta. Estamos produzindo em excesso para o que o mundo precisa."
Essa preocupação com a oferta e a demanda também foi o que levou os fundos e outros participantes do mercado a passarem o dia ajustando suas posições antes de um conjunto de relatórios de safra na quinta-feira.
A série de dados incluirá a atualização da agência brasileira Conab das estimativas oficiais de produção do país, estimativas do Statistics Canada sobre os estoques de grãos do país e as previsões mensais do Departamento de Agricultura dos EUA e da oferta e demanda mundial.
Setzer disse que o comércio estará particularmente atento à estimativa da Conab, depois que o USDA divulgou no mês passado safras brasileiras maiores do que o esperado, bem como níveis maiores de rendimento e produção dos EUA para a safra recém-colhida.
"A Conab tende a ficar atrás do USDA nos números de produção", disse Setzer, observando que, se os números da Conab forem relativamente altos, "isso significa que o número do USDA provavelmente está bem próximo".
O contrato de milho mais ativo fechou em baixa de 4,50 centavos, a 4,3425 dólares por bushel. A soja terminou em queda de 10,50 centavos, a 11,89 dólares por bushel. O trigo fechou em alta de 7 centavos, a 6,02 dólares o bushel.
Fonte: Brasil 247 com Reuters