sábado, 3 de fevereiro de 2024

Com epidemia, Rio tem recorde de internações por dengue em janeiro

 No mês passado, a cidade teve cerca de 10 mil casos da doença

(Foto: Paulo Whitaker - Reuters)

Agência Brasil – Em apenas um dia de janeiro, a rede de saúde da prefeitura do Rio de Janeiro teve 362 pessoas internadas por causa da dengue. Esse número é um recorde na série histórica iniciada em 1974. O recorde anterior datava de 2008. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (2) pelo secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, que confirmou que a cidade enfrenta uma epidemia da doença.

“Um aumento do número de casos sustentado ao longo do mês, com repercussões na rede assistencial é a caracterização de uma epidemia clássica. Então não há porque a gente não ligar o alerta e falar que é um cenário epidemiológico real. Estamos numa epidemia de dengue na cidade do Rio de Janeiro”, afirmou Soranz.

Em janeiro deste ano, a cidade teve cerca de 10 mil casos da doença - uma taxa de incidência de 160,68 por 100 mil habitantes. Isso representa quase metade de todos os 22.959 registros de 2023. Não há ainda confirmação de mortes este ano. Três óbitos estão sob investigação.

Uma preocupação das autoridades é que a curva de casos, que historicamente tem os piores cenários entre março e maio, já apresentou grande inclinação em janeiro, superando incidências de epidemias passadas.

“Nós provavelmente teremos um cenário pior em 2024”, projeta o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes.

A secretaria de Saúde atribui esse comportamento ao aumento de temperatura e grande quantidade de chuva. “No calor, o mosquito nasce com muito mais velocidade, e o período de chuvas propicia o acúmulo de água e mais focos de desenvolvimento do mosquito”, explica Soranz.



Centros de hidratação

A prefeitura do Rio anunciou uma série de medidas de prevenção, combate à dengue e assistência a doentes. A partir da próxima segunda-feira, vão ser abertos, gradativamente, 10 polos de atendimento, conforme o crescimento do número de casos. Além disso, serão montados 150 centros de tratamento e hidratação em unidades de saúde.

“Hidratação é o remédio mais eficiente para um tratamento de dengue”, afirmou Paes.

Outra iniciativa é a vistoria compulsória em imóveis fechados ou abandonados. “Mas isso é uma medida de exceção. O importante mesmo é toda a sociedade se mobilizar para que a gente não precise. É uma situação extrema”, acrescentou o secretário.

O prefeito Eduardo Paes reforça o apelo à população. “Não vamos conseguir entrar em todos os terrenos abandonados da cidade. Se não tiver parceria da população, vai pegar dengue, vai aumentar o número de casos, vai ter gente morrendo”, alertou.

Sintomas

Os principais sintomas da dengue são febre alta, dor de cabeça, atrás dos olhos, no corpo e nas articulações, prostração, mal-estar e manchas vermelhas pelo corpo.

“É muito importante ficar atento. O diagnóstico precoce faz muita diferença no desfecho clínico e, de fato, para evitar internações e óbitos”, explicou Soranz.

Estado

Em todo o estado do Rio, foram registrados 17.437 casos prováveis de dengue nas quatro primeiras semanas de 2024. Para efeitos de comparação, no mesmo período em 2023 foram 1.441 notificações, de acordo com o governo estadual. Pelo menos duas mortes estão confirmadas: a de uma mulher de 98 anos, em Itatiaia, na região serrana, e a de um homem de 33 anos, em Mangaratiba, no litoral sul.

Ministério da Saúde

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, anunciou nesta quinta-feira (1º) o lançamento de um Centro de Operações de Emergência para controle da epidemia de dengue no Brasil. Outra iniciativa informada pela pasta é que a distribuição da vacina contra a dengue para os 521 municípios selecionados pelo governo federal começa na próxima semana.

Em razão de uma quantidade limitada de doses a serem fornecidas por parte do laboratório japonês Takeda, a vacinação contra a dengue vai priorizar jovens de 10 a 14 anos de idade, faixa etária que concentra o maior número de hospitalizações depois dos idosos. A previsão do ministério é que as doses adquiridas possam imunizar cerca de 3,2 milhões de pessoas ao longo de 2024.

A ministra considera que a vacina é uma esperança, mas não a solução para a epidemia. “Neste momento, temos que lidar, principalmente, fazendo o controle dos focos e cuidando de quem adoece por dengue”, afirmou.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil


Repórter policial da Record foi espionado ilegalmente pela Abin paralela de Bolsonaro

 Jornalista teve seu número de telefone rastreado através do programa espião israelense First Mile

Jair Bolsonaro e Alexandre Ramagem Rodrigues (Foto: Carolina Antunes/PR | Reprodução)

O jornalista Afonso Mônaco, com uma longa trajetória na televisão brasileira, foi alvo de monitoramento pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante a gestão de Jair Bolsonaro. Durante seu período como integrante da equipe do programa Domingo Espetacular, da TV Record, Mônaco teve seu número de telefone rastreado através do programa espião israelense First Mile, segundo informações do Metrópoles. Mesmo afastado das telas devido a questões de saúde, o jornalista continua vinculado à Record. Ele revelou surpresa quanto ao motivo do monitoramento, já que a maior parte de suas reportagens estava relacionada à cobertura policial.

As investigações em torno da chamada “Abin paralela” têm como objetivo apurar o uso impróprio do software de espionagem para a produção de dossiês e a vigilância de alvos políticos considerados relevantes pelo governo. A Polícia Federal lidera essas investigações, que levantam preocupações sobre potenciais abusos de poder e violações de privacidade. A revelação desse monitoramento traz à tona questões importantes sobre os limites da vigilância estatal e o respeito à liberdade de imprensa. 

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles

"Cadeia neles", diz Lindbergh, após a revelação da espionagem feita por Bolsonaro e Ramagem contra aliados e opositores

 Para Lindbergh, o governo Bolsonaro tentou instituir um Estado policial atemorizante

Lindbergh Farias (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

 O deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) lançou duras críticas ao governo Bolsonaro após a revelação de um esquema de espionagem que, segundo ele, representa um dos maiores escândalos da história da República. Em uma postagem contundente, o político destacou a gravidade das ações, apontando para uma "Abin paralela" que teria sido criada com o intuito de espionar opositores e dissidentes.

"A espionagem criminosa que o governo Bolsonaro implantou com a 'Abin paralela' é um dos maiores escândalos da história da República. Inacreditável", escreveu Lindbergh em suas redes sociais. Segundo suas informações, essa suposta organização clandestina, liderada por figuras como Carlos Bolsonaro e Alexandre Ramagem, teria como alvo não apenas membros da oposição, mas também dissidentes dentro do próprio governo e outras personalidades do cenário político nacional.

Entre as vítimas apontadas pelo deputado estão ex-ministros, parlamentares, influenciadores e até mesmo governadores. A lista de pessoas supostamente espionadas inclui nomes como Abraham Weintraub, general Carlos Alberto dos Santos Cruz, Kim Kataguiri, Renan Calheiros, Simone Tebet, Omar Aziz, Camilo Santana e Alexandre Frota, entre outros.

Para Lindbergh, o governo Bolsonaro tentou instituir um Estado policial atemorizante, que remete aos tempos sombrios do SNI (Serviço Nacional de Informações), durante a ditadura militar. Ele ressalta que a democracia brasileira enfrenta uma das maiores ameaças desde o fim do regime autoritário, e argumenta que não há espaço para complacência diante de ações que atentam contra os fundamentos democráticos do país.

"Ninguém escapou do esquema criminoso", afirma o deputado. "Não pode haver complacência com quem agride dessa forma a democracia. Cadeia neles!", concluiu.

Fonte: Brasil 247

Espionado pela Abin, Doria cobra punição enérgica dos responsáveis

 "Minha repulsa a este comportamento sórdido e condenável. A atitude transcende questões políticas e atinge a própria essência da democracia", afirmou o ex-governador

João Doria (Foto: Governo do Estado de São Paulo)

De acordo com informações divulgadas pela Band, o ex-governador de São Paulo João Doria foi um dos espionados ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Jair Bolsonaro (PL). Neste sábado (3), pelo X, antigo Twitter, Doria cobrou punição enérgica dos envolvidos. 

"Denúncia apresentada pela TV BAND, revelou a grotesca espionagem da 'ABIN paralela' junto a adversários políticos da família Bolsonaro. De acordo com essas denúncias, eu estava entre os espionados pela 'ABIN paralela', durante o mandato como governador de São Paulo. Minha posição em defesa da vacina e das medidas protetivas contra a pandemia de COVID, me colocaram em posição oposta a do então Presidente da República. Minha repulsa a este comportamento sórdido e condenável, não apenas no meu caso, mas de todos aqueles que estavam sendo ilegalmente espionados. A atitude transcende questões políticas e atinge a própria essência da democracia. É preciso aprofundar as investigações e responsabilizar energicamente todos os responsáveis por esta afronta. O país exige transparência, integridade e respeito à sua Constituição", publicou Doria.

Fonte: Brasil 247 com informações divulgadas pela Band

Agora senador, Dino quer apresentar cinco projetos de lei em 21 dias

 Ex-ministro da Justiça toma posse como ministro do Supremo Tribunal Federal no dia 22. Até lá, exercerá o mandato de senador

Flávio Dino (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

Enquanto aguarda a posse como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino (PSB-MA) vai exercer seu mandato de senador por um breve período de 21 dias. Com uma passagem relâmpago pelo Senado, Dino planeja apresentar projetos de lei relacionados à sua antiga pasta, a Justiça, informa a CNN Brasil.

Com a exoneração do primeiro escalão do governo na última quinta-feira (1), Flávio Dino retoma seu papel como senador antes de assumir o cargo no STF, marcado para o próximo dia 22. 

Segundo informações do Senado, Dino reassumiu seu mandato parlamentar no momento em que deixou a Esplanada. Durante o período em que ocupou o cargo de ministro, a suplente Ana Paula Lobato (PSB-MA) assumiu a vaga de senadora.

O retorno de Flávio Dino coincide com o reinício dos trabalhos legislativos, agendado para a próxima segunda-feira (5). Durante o curto período em que atuará como parlamentar, o ex-ministro pretende apresentar cinco projetos de lei, sendo que três deles já estão prontos e abordam questões fundamentais relacionadas à Justiça e à segurança pública.

Os temas dos três primeiros projetos incluem a proibição de acampamentos em quartéis, reformulação das regras de prisão preventiva e audiência de custódia, além da destinação do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP) para o reconhecimento de mérito de policiais.

"[O envio dos projetos] é em capítulos para vocês terem notícias. Esses são os três primeiros capítulos, mas serão cinco. Serão cinco [propostas]", afirmou Flávio Dino aos jornalistas durante sua despedida do cargo de ministro na quinta-feira.

Fonte: Brasil 247 com CNN Brasil

Viúva da Lava Jato, Estadão insulta Toffoli, STF e as instituições brasileiras

 Jornal protestou contra decisão que suspendeu multas obtidas após delações feitas sob tortura

Dias Toffoli (Foto: Gustavo Moreno/SCO/STF)

 O jornal Estado de S. Paulo insultou, em editorial publicado neste sábado, o ministro Dias Toffoli, o Supremo Tribunal Federal e as instituições brasileiras, ao publicar o editorial O STF insulta os brasileiros, que protesta contra decisão que suspendeu multas obtidas após delações feitas sob tortura.

"No que depender do Supremo Tribunal Federal (STF), em particular do ministro Dias Toffoli, falta muito pouco para que milhões de brasileiros passem a acreditar que, talvez, no auge da Operação Lava Jato, tenham vivido uma espécie de surto coletivo", escreve o editorialista.

"Dias Toffoli parece seguir imparável no que se revela como uma autoatribuída missão de mostrar à sociedade que as investigações da Operação Lava Jato, as revelações da imprensa profissional e as confissões de centenas de executivos envolvidos em tramoias com agentes públicos – sem falar na extraordinária soma em dinheiro que tiveram de devolver ao erário – não passaram de uma conspiração urdida nos corredores do Poder Judiciário e do Ministério Público Federal em Curitiba", prossegue.

\"Tudo é ainda mais estupefaciente quando se observa que, até hoje, nenhuma das decisões monocráticas do ministro Dias Toffoli sobre os acordos de leniência foi submetida ao crivo do plenário do Supremo. Ocioso esperar que seus pares cassem essas liminares, algo que raramente acontece na Corte. Mas os outros dez ministros poderiam ao menos dar um sinal à sociedade de que o Supremo ainda é um tribunal colegiado, como diz a Constituição", acrescenta o editorialista em fúria.

Em relação ao editorial, Toffoli e o STF estão certos – e o Estadão está mais do lado errado da história.

Fonte: Brasil 247

Nas mãos do comércio ilegal, consumo de cigarros eletrônicos cresce 600% em seis anos no Brasil

 Segundo a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), a regulamentação deste mercado movimentaria R$ 7,7 bilhões por ano

(Foto: Pixabay)

 Enquanto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) debate em consulta pública a possível regulamentação do uso e comércio de cigarros eletrônicos no Brasil, o consumo dos chamados Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs) explode no país. De acordo com pesquisa realizada pelo instituto Ipec, entre julho e outubro de 2023, cerca de 2,9 milhões de brasileiros adultos admitiram ter usado cigarros eletrônicos nos últimos 30 dias. Em comparação com a primeira pesquisa sobre o tema, de 2018, o número de usuários teve um aumento de 600%. Praticamente a totalidade dos fumantes consome o produto sem informações nem controle sobre as substâncias contidas, já que o mercado de cigarros eletrônicos no Brasil se mantém proibido desde 2009.

A pesquisa Ipec mostrou também que os cigarros eletrônicos não são mais desconhecidos da população: 87% dos entrevistados disseram conhecer o produto. Além disso, 6,3 milhões de fumantes de cigarros tradicionais já experimentaram algum tipo de vape. Entre os estados, o Paraná é o que tem a maior incidência de consumidores no Brasil, subindo de 0,9% para 4,5% da população entre 2018 e 2023. Em seguida aparece Mato Grosso do Sul, com 4% de incidência, e Distrito Federal, com 3,7%. Segundo o Ipec, a pesquisa foi elaborada com 51.575 entrevistados, com idades entre 18 e 64 anos, residentes em áreas urbanas de municípios com 20 mil habitantes ou mais. A amostra representa 77% dos brasileiros e brasileiras com idade entre 18 a 64 anos.

O crescimento vertiginoso do consumo de vapes no Brasil aumenta a pressão sobre as autoridades por uma política pública mais efetiva sobre o tema, seja regulamentando os dispositivos e impondo regras rígidas, seja aumentando a repressão na medida do crescimento do consumo. Entre 2019 e 2023, as apreensões de cigarros eletrônicos contrabandeados dispararam de 23 mil unidades em 2019 para mais de 1,1 milhão em 2023, segundo dados da Receita Federal. Em valor estimado de mercadorias recolhidas, o aumento foi de R$ 1,9 milhão para R$ 53,4 milhões em cinco anos. Novamente, os estados do Paraná e Mato Grosso do Sul lideram. Junto com São Paulo, os três representam 84% das apreensões no país entre 2019 e outubro de 2023.

A dimensão da regulamentação dos cigarros eletrônicos também se reflete no aspecto econômico. Segundo estudo da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), estima-se que o mercado clandestino de cigarros eletrônicos no Brasil movimente aproximadamente R$ 7,7 bilhões anualmente. Deste montante, a arrecadação de impostos sobre importação giraria em torno de R$ 2,2 bilhões por ano, segundo o estudo. A entidade dos industriais prevê que a demanda por produtos desse tipo continue crescendo, atingindo a marca de 4,5 milhões de usuários no país até 2026. A possível regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil poderia resultar em um aumento significativo na arrecadação governamental, estimado em R$ 2,2 bilhões anuais, de acordo com o estudo. Apesar da proibição atual, a Fiemg calcula que o país tenha aproximadamente 3,3 milhões de usuários desses dispositivos. No cenário hipotético de legalização, a mão de obra na cadeia produtiva criaria 115 mil empregos formais e informais, dos quais cerca de 55 mil na área da agricultura. O comércio atacadista e varejista seria o segundo setor mais beneficiado, com a perspectiva de criação de outros 14,4 mil empregos, segundo estudo da Fiemg.

No entanto, o tema divide opiniões. O Conselho Federal de Medicina (CFM) classifica os cigarros eletrônicos como “porta de entrada” do tabagismo e defende a manutenção da proibição. A entidade médica pede que o governo federal e o Congresso mantenham a legislação que proíbe os dispositivos eletrônicos para fumar; o reforço aos mecanismos de repressão e controle; e o desenvolvimento de campanhas de esclarecimento sobre potenciais riscos do uso do cigarro eletrônico. Por outro lado, o médico oncologista Edgard Mesquita Rodrigues Lima afirma que o debate sobre o assunto no Brasil tem sido marcado pela “superficialidade” e “falta de embasamento técnico e científico”. "Os estudos mostram que o cigarro eletrônico não é isento de riscos, mas é menos danoso do que o cigarro convencional e pode ser uma boa ferramenta para redução de danos para fumantes de cigarro a combustão", afirma o oncologista, em declaração à Folha de S. Paulo. "Sem a regulamentação, não conseguimos nem fazer estudos próprios no Brasil nem colocar em pauta essa discussão sobre a redução de danos e deixamos os consumidores dos produtos ilegais sem informação e expostos a riscos", completa o médico.

Cerca de 80 países regulamentaram o consumo de cigarros eletrônicos. A Suécia, por exemplo, considera os vapes como menos prejudiciais do que os cigarros convencionais e está prestes a atingir uma taxa de prevalência de tabagismo abaixo de 5% nos próximos meses, um nível que é menor do que o limiar estabelecido para oficialmente ser considerado "livre do tabagismo". Segundo o relatório da Health Diplomats, a estratégia adotada pela Suécia para minimizar os efeitos prejudiciais do tabagismo resultou na menor porcentagem de doenças relacionadas ao tabaco na União Europeia e uma incidência de câncer 41% menor em comparação com outros países europeus. No Reino Unido, a campanha “Trocar para parar” incentiva a troca dos cigarros tradicionais pelos eletrônicos. As leis britânicas determinam uma quantidade máxima de nicotina presente em cada cigarro eletrônico e como eles devem ser expostos nas lojas. Leia matéria do Brasil 247 sobre o assunto.

Informações mais claras nos EUA - Em reportagem publicada em janeiro deste ano, a revista estadunidense Time defendeu que o Cirurgião-geral dos Estados Unidos, órgão colegiado que é o principal porta-voz para questões de saúde pública no governo federal, publique um novo relatório sobre o tema do tabagismo, considerando a presença dos cigarros eletrônicos e seus impactos. Em 11 de janeiro de 1964, o órgão divulgou um relatório que dizia que fumar causa doenças e morte – e o governo deveria fazer algo a respeito. O documento é considerado um divisor de águas em política sobre o tabagismo: nas décadas que se seguiram, foram colocados rótulos de advertência nos maços de cigarros, os anúncios publicitários desses produtos foram proibidos, os governos aumentaram os impostos sobre o tabaco e impuseram novas restrições sobre os locais onde as pessoas podiam fumar.

A Time afirma que enquanto muitos adultos acreditam erroneamente que a vaporização é tão prejudicial quanto ou mais perigosa do que fumar cigarros convencionais, a Food and Drug Administration (FDA) e a maioria dos cientistas concordam que os cigarros eletrônicos são muito menos perigosos do que os cigarros tradicionais. No entanto, a falta de evidências de longo prazo é um obstáculo, já que os cigarros eletrônicos não existem há tempo suficiente para avaliar se os usuários desenvolverão problemas de saúde no longo prazo, como câncer de pulmão e doenças cardíacas. A revista destaca a redução significativa nas taxas de tabagismo nos Estados Unidos, atribuída em parte ao surgimento dos cigarros eletrônicos como alternativa ao tabaco tradicional. No entanto, a preocupação persiste quanto aos efeitos da vaporização em pessoas que nunca fumaram, especialmente entre os jovens. Os benefícios potenciais da vaporização incluiriam a redução na exposição a substâncias cancerígenas encontradas na fumaça do tabaco. Segundo a Time, estudos mostram que fumantes que mudam completamente para a vaporização experimentam melhorias na função pulmonar e na saúde em geral.

Como funcionam os vapes - Desde 2003, quando começaram a se popularizar, os cigarros eletrônicos passaram por diversas mudanças: produtos descartáveis ou de uso único; produtos recarregáveis com refis líquidos que podem conter substâncias como propileno glicol, glicerina, nicotina e flavorizantes, em sistema aberto ou fechado; produtos de tabaco aquecido, que possuem dispositivo eletrônico onde se acopla um refil com tabaco; sistema pods, que contém sais de nicotina e outras substâncias diluídas em líquido, dentre outros. Ao colocar o produto na boca e inalá-lo, o líquido inserido no cartucho é aquecido internamente e, depois da tragada, resulta no vapor. É importante destacar que vaporizadores e produtos de tabaco aquecido são produtos destinados a maiores de 18 anos, assim como o cigarro. Estes produtos não são isentos de riscos e, por isso mesmo, não devem ser utilizados por adolescentes.

Fonte: Brasil 247


Entenda por que Taylor Swift está sob ataques de apoiadores de Donald Trump

 Polêmica está ligada à classificação do Kansas City Chiefs para o SuperBowl

Taylor Swift (Foto: Reuters/Mario Anzuoni)

Taylor Swift, ícone da música pop global, se encontra no epicentro dos ataques de apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump. A disputa, que aparentemente atingiu seu ápice com a classificação do Kansas City Chiefs para o SuperBowl, coloca a cantora no foco de teorias conspiratórias que circulam entre os seguidores de Trump, conforme reportado pelo "New York Times", relata o g1.

O histórico de animosidade entre Swift e Trump não é novidade, mas ganhou destaque com a recente conquista do Kansas City Chiefs, equipe na qual joga Travis Kelce, namorado da cantora. Os Chiefs estão programados para enfrentar o San Francisco 49ers no SuperBowl, agendado para o próximo dia 11.

De acordo com o "NYT", teorias da conspiração têm sido disseminadas pelos apoiadores de Trump desde a classificação da equipe. Uma das principais alega que toda a competição foi manipulada para permitir que Taylor Swift, durante o SuperBowl, anuncie seu apoio à reeleição do democrata Joe Biden nas eleições presidenciais de 2024.

O apresentador da Fox News, Jesse Watters, foi além, sugerindo que a cantora poderia ser uma ferramenta psicológica do Departamento de Defesa do governo americano.

Fonte: Brasil 247 com informações do g1

"Reconhecidamente suspeito", diz Novonor, antiga Odebrecht, sobre Moro

 Nesta semana, o ministro Dias Toffoli, do STF, suspendeu o pagamento de R$ 3,8 bilhões previstos no acordo de leniência firmado pela construtora

Sergio Moro (Foto: Roque de Sá/Agência Senado)

Na última quinta-feira (1), a construtora Novonor S.A., anteriormente conhecida como Odebrecht, obteve sucesso em sua solicitação de suspensão do pagamento de R$ 3,8 bilhões previstos no acordo de leniência firmado em 2016 com o Ministério Público Federal (MPF). A decisão foi proferida pelo ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), em resposta às afirmações da Novonor de que o ex-juiz parcial Sergio Moro atuou de maneira "reconhecidamente suspeita" durante a Lava Jato, relata Paulo Cappelli, do Metrópoles.

A construtora diz que Moro agiu em colaboração com o MPF e pressionou executivos da Odebrecht com base em provas obtidas ilegalmente. "As investigações no âmbito da Operação Lava Jato culminaram em uma série de medidas ostensivas contra pessoas físicas e jurídicas relacionadas ao Grupo econômico, consubstanciadas em uma sobreposição de decretos prisionais de natureza cautelar no curso de inquéritos, além de medidas cautelares de constrição patrimonial, todas decretadas por um julgador reconhecidamente suspeito que agia em concerto com os órgãos persecutórios".

A construtora apontou especificamente para as Operações Juízo Final e Erga Omnes: “entre novembro de 2014 e junho de 2015, foram deflagradas as Operações Juízo Final e Erga Omnes, as 7ª e 14ª fases da Lava Jato, respectivamente. As referidas operações tiveram como alvo tanto empresas como pessoas físicas, dentre as quais a Novonor e seus então executivos, que foram alvo de prisões preventivas, busca e apreensão, entre outras medidas cautelares. Diversas dessas medidas motivadas por provas indiciárias ilegalmente adquiridas pelas autoridades acusatórias”.

Dias Toffoli, ao deferir o pedido de suspensão dos pagamentos, levou em consideração a argumentação da Novonor de que o acordo de leniência foi firmado sob pressão de Moro e do MPF, questionando a voluntariedade da construtora. "Há, no mínimo, dúvida razoável sobre o requisito da voluntariedade da requerente ao firmar o acordo de leniência com o Ministério Público Federal que lhe impôs obrigações patrimoniais, o que justifica, por ora, a paralisação dos pagamentos, tal como requerido pela Novonor," afirmou o ministro em sua decisão.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles

Forças ucranianas recrutam pessoas inaptas para o serviço militar, diz prisioneiro

 Autoridades militares da Ucrânia recrutam em massa pessoas que não estão aptas para o serviço militar, nem por sua condição de saúde nem pela idade

Reservistas ro exército ucraniano em treinamento (Foto: VALENTYN OGIRENKO - Reuters)

Sputnik - Autoridades militares da Ucrânia recrutam em massa pessoas que não estão aptas para o serviço militar, nem por sua condição de saúde nem pela idade, relatam à Sputnik prisioneiros de guerra ucranianos.

"Fui pego em um momento em que davam [bilhetes militares] para todo mundo: aos comissionados, aos inaptos e parcialmente aptos. A todos eram entregues bilhetes militares […]. Passei logo no exame médico. Era saudável por todos os indicadores, eu disse que tenho uma placa de metal no braço – e ela está lá agora. Mas eles não quiseram saber", disse o prisioneiro de guerra ucraniano Nazar Vashkevich.

Outro combatente das forças ucranianas capturado, Viktor Tkachenko, disse que foi mobilizado pela quinta vez, entretanto ele tem muitas doenças confirmadas que o excluem do serviço militar.

"Fui mobilizado. Entregaram uma convocação, a quinta já, no trabalho. Acabei por ser apto por condições de saúde. Antes era inapto. Tinha muitos registros médicos: hipertensão, hérnia no estômago, vértebras comprimidas", disse ele.

De acordo com os prisioneiros, o Exército ucraniano começou a recrutar em massa pessoas que não se encaixam no alistamento por sua idade.

"Olhe, pessoas com mais de 50 anos. Já levam [os que têm 50 anos]. Meu avô estava comigo – ele tem 57 anos. Ele também tem problemas de saúde [...]. Como pode ele combater? Como pode ele fazer assaltos? Como pode ir para as trincheiras? Para quê? Para ser logo morto?", reclamou Vashkevich.

Vale ressaltar que, no início de janeiro, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, disse que a Rússia continuará atingindo consistentemente os objetivos da operação militar especial. Ele relatou que em 2023 as perdas das Forças Armadas da Ucrânia excederam 215.000 homens e 28.000 peças de armamento.

Fonte: Brasil 247 com Sputnik

Palestinos fogem para Rafah, onde há um chuveiro para cada 2 mil pessoas e um banheiro para cada 500

 Deslocados, os palestinos se concentram na fronteira com o Egito. Agora, Israel promete uma ação militar exatamente nesta região

(Foto: Reuters/Ibraheem Abu Mustafa)

 Rafah, uma pequena cidade de apenas 65 km² e já empobrecida mesmo para os padrões da Faixa de Gaza, encontra-se agora no epicentro da crise humanitária que atinge os palestinos em decorrência dos ataques brutais feitos por Israel àquele território.

O escritório de direitos humanos da ONU (OHCHR) em Gaza revelou que 1,3 milhão de pessoas, mais da metade da população total de 2,3 milhões do enclave, deslocaram-se para Rafah, buscando refúgio na cidade de fronteira com o Egito, onde Israel sinaliza que estenderá suas operações terrestres, informa o jornal O Globo.

Gaza, já um dos lugares mais densamente povoados do planeta, viu 1,7 milhão de pessoas deixarem suas casas desde o início dos ataques, resultando em uma superlotação severa em cidades como Khan Younis e Rafah, esta última localizada a menos de 10 km da zona de conflito. A intensificação dos combates em Khan Younis agrava ainda mais a situação.

Além da falta crítica de alimentos, água e remédios, a crescente aglomeração de pessoas em Rafah deu origem a surtos de doenças, incluindo sarna e a disseminação de piolhos. As condições de higiene são precárias, com milhares de pessoas sendo forçadas a compartilhar poucos chuveiros e banheiros. Tamara Alrifai, chefe de comunicações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados do Oriente Médio (UNRWA), destacou a situação alarmante: "nossos números mais recentes mostram que há um chuveiro para cada 2 mil pessoas e um banheiro para cada 500".

O sofrimento da população é palpável. Haneen Harara, funcionária de uma instituição de caridade holandesa, relata ter fugido para Rafah recentemente, encontrando 15 de seus parentes em um único quarto. O médico John Kahler, da organização MedGlobal, descreveu uma cena angustiante de até 700 pessoas clamando por ajuda do lado de fora de sua clínica.

Enquanto a crise humanitária se desenrola em Rafah, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, indicou planos de expandir a operação terrestre na região.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Além de promotora, 'Abin paralela' também espionou delegado do caso Marielle

 Agente da Abin imprimiu em setembro de 2020 um relatório sobre o delegado Daniel Freitas. À época, Freitas conduzia as investigações do assassinato de Marielle Franco

Marielle Franco (Foto: Mídia NINJA)

Em mais um desdobramento no caso do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol-RJ), a Polícia Federal (PF) está agora investigando se a chamada "Abin Paralela", estrutura ilegal criada na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), monitorou de perto o andamento das investigações sobre o crime. A atenção volta-se não apenas para os detalhes da atuação da "Abin Paralela" mas também para a impressão de arquivos ligados ao caso entre os anos de 2019 e 2021, informa o jornal O Globo.

Documentos analisados pela PF, com o auxílio da Controladoria-Geral da União (CGU), revelam que Marcelo Bormevet, policial federal nomeado na Abin durante a gestão de Alexandre Ramagem (2019-2022), imprimiu em setembro de 2020 um relatório sobre o delegado Daniel Freitas. À época, Freitas conduzia as investigações do assassinato de Marielle Franco, ocorrido em 2018. Curiosamente, o delegado foi afastado do caso no mesmo mês.

O afastamento de Freitas foi determinado pelo então novo secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Allan Turnowski, que promoveu mudanças na estrutura da delegacia responsável pelas investigações do caso Marielle. Procurado para comentar sobre as recentes revelações, o Freitas preferiu não se manifestar.

As investigações da PF também apontam para outra ação suspeita: em junho de 2021, um policial federal cedido à Abin durante a gestão de Ramagem imprimiu um documento relacionado à federalização do caso Marielle. Em setembro de 2019, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, apresentou um pedido para que as investigações do caso fossem conduzidas pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal. No entanto, o Superior Tribunal de Justiça negou o pedido em maio de 2020.

Fonte: Brasil 247 com informação do jornal O Globo

Camilo Santana demite secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior

 Para o lugar de Helena Sampaio, o ministro da Educação escolheu Marta Abramo, que já chefiou a secretaria entre 2014 e 2016

Camilo Santana (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), anunciou na tarde desta sexta-feira (2), a demissão da secretária de Regulação e Supervisão da Educação Superior, Helena Sampaio, marcando a segunda troca de comando em cargos de alto escalão ligados à pasta em apenas uma semana. A medida faz parte dos ajustes que Santana tem implementado em sua equipe, à medida que completa um ano à frente do Ministério da Educação (MEC).

A escolhida para ocupar o cargo vago é Marta Abramo, que já chefiou a secretaria entre 2014 e 2016 e possui experiência prévia no gabinete do ministro Fernando Haddad (PT), atualmente na pasta da Fazenda. Essa mudança ocorre em meio a preocupações sobre a regulação do ensino superior privado, com percepções de que a secretaria carece de estrutura para desempenhar eficientemente seu papel, informa o Estado de S. Paulo. O ministro Santana anunciou a intenção do governo de criar uma agência dedicada à regulação do setor.

No decorrer da semana, o ministro já havia destituído a então presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Mercedes Bustamante. Em seu lugar, foi escolhida Denise Pires de Carvalho, que ocupava anteriormente o cargo de secretária de Educação Superior da pasta. A decisão de substituir Bustamante foi motivada, segundo fontes internas, pela falta de entrosamento da ex-presidente com a equipe do MEC, destacando-se a falta de comunicação efetiva entre a autarquia e o ministério. Além disso, denúncias de suposto assédio moral de um dos subordinados de Bustamante também contribuíram para o desgaste de sua gestão.

O ministro Santana tem sinalizado que a prioridade em sua gestão é buscar perfis com potencial de execução para ocupar cargos estratégicos no MEC. Permanece a incerteza sobre possíveis novas trocas na equipe ministerial, mas o ministro tem reiterado sua determinação em fortalecer a capacidade de atuação da pasta.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo