terça-feira, 30 de janeiro de 2024

Congresso vai debater reformulação geral dos órgãos de inteligência, diz Renan Calheiros

 "As democracias não convivem com estruturas paraestatais, paralelas e clandestinas", aponta o senador

Renan Calheiros (Foto: Pedro França/Agência Senado)

A investigação da Polícia Federal sobre uma "Abin paralela" irá provocar uma reformulação geral dos órgãos de inteligência no País. O anúncio foi feito pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL), um dos parlamentares mais experientes do Congresso Nacional. "As democracias não convivem com estruturas paraestatais, paralelas e clandestinas. É imperioso reformular o modelo atual de 'inteligência', que é a tradução de crises e crimes. Na reabertura do Congresso, devemos debater e votar um novo órgão que sirva ao Estado e não a pessoas", disse ele, em seu X (antigo Twitter). Saiba mais sobre o caso:

Agência Brasil – A Polícia Federal (PF) investiga se o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) usava assessores para solicitar informações de forma ilegal por meio da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A suspeita está no relatório de investigação que baseou a operação desta segunda-feira (29) contra o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em uma das mensagens obtidas pelos investigadores, Luciana Almeida, apontada como assessora de Carlos Bolsonaro, entra em contato com Priscila Pereira e Silva, identificada como assessora do ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, para solicitar "ajuda " da "Abin paralela".

De acordo com a mensagem de WhatsApp, que faz parte do inquérito, a solicitação envolvia dados sobre as investigações contra Jair Bolsonaro e seus filhos.

“Bom diaaaa. Tudo bem? Estou precisando muito de uma ajuda. Delegada PF. Dra. Isabela Muniz Ferreira – Delegacia da PF Inquéritos Especiais Inquéritos: 73.630 / 73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos).  Escrivão: Henry Basílio Moura", diz a mensagem. 

Após avaliar o material apreendido, a PF passou a suspeitar que os contatos entre Carlos Bolsonaro e Ramagem eram feitos por meio de seus assessores.

"Destaca-se que conforme se depreende da IPJ 183071/2024 que a comunicação entre os investigados del. Alexandre Ramagem e Carlos Bolsonaro se dá precipuamente por meio de seus respectivos assessores”, diz a PF no relatório.

Na decisão na qual autorizou as buscas e apreensões contra Carlos Bolsonaro e os demais envolvidos na investigação, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), argumenta que as provas obtidas até o momento demonstram a existência de uma "organização criminosa" para realizar ações clandestinas na Abin.

"Os elementos de prova colhidos até o momento indicam, de maneira significativa, que a organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras, bem como para fiscalizar indevidamente o andamento de investigações em face de aliados políticos", escreveu Moraes.

Na quinta-feira (21), o ministro também autorizou buscas contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor-geral da Abin durante o governo de Jair Bolsonaro.

De acordo com o processo, Ramagem, policiais e delegados da PF que estavam cedidos para a Abin, além de servidores do órgão, teriam participado de uma organização criminosa para monitorar ilegalmente autoridades públicas. O caso é conhecido como "Abin paralela".

A Agência Brasil busca contato com a defesa de Carlos Bolsonaro. 

Pelas redes sociais, o deputado federal Eduardo Bolsonaro, irmão do vereador, classificou a operação como "ato ilegal, além de "imoral".

"Esse estado de coisas não pode permanecer, não pode uma ordem judicial ter uma ampliação dessa forma. Isso é ato ilegal, além de imoral", declarou.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Lula deve demitir Moretti, o número dois da Abin

 Enquanto isso, Luiz Fernando Corrêa, o chefe da Abin indicado por Lula, permanece sob avaliação

Presidente Lula e Abin (Foto: Reprodução/Abin | REUTERS/Ueslei Marcelino)

 O presidente Luiz Inácio Lula da Silva está prestes a tomar uma decisão significativa na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), cogitando demitir Alessandro Moretti, atual diretor-adjunto da instituição. A medida foi considerada necessária diante das crescentes suspeitas envolvendo a conduta da cúpula da Abin em relação a investigações da Polícia Federal durante o governo anterior.

Enquanto isso, Luiz Fernando Corrêa, o chefe da Abin indicado por Lula, permanece sob avaliação. Até o momento, Lula não identificou indícios que comprometam diretamente Corrêa, que assumiu o cargo em maio de 2023. A exoneração de Moretti deve ser oficializada no Diário Oficial da União, com expectativa para esta terça-feira (30/1), segundo reportagem do Metrópoles.

A decisão de Lula reflete a necessidade de transparência e integridade na gestão da Abin, especialmente diante das alegações de uma possível “Abin paralela” durante o governo de Jair Bolsonaro. As suspeitas levantadas pela Polícia Federal sobre a atuação da agência em dificultar investigações ilegais demandaram ação imediata do atual governo para restaurar a confiança na instituição.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do Metrópoles

Investigações da PF indicam que Jair Bolsonaro é o alvo final de Alexandre de Moraes

 Carlos Bolsonaro, alvo de ações de busca e apreensão no dia de ontem, é apenas o chefe do núcleo político da quadrilha – e não o chefe da quadrilha em si

Jair Bolsonaro e Alexandre de Moraes (Foto: Reprodução | Antonio Augusto/Secom/TSE)

 A nota divulgada na noite de ontem pelo Supremo Tribunal Federal sobre a ação que atingiu o vereador Carlos Bolsonaro, alvo de ações de busca e apreensão, indica que o alvo final do ministro Alexandre de Moraes, que investiga uma "Abin paralela", que espionou adversários e obteve informações sensíveis sobre aliados políticos, é o próprio ex-presidente Jair Bolsonaro. Carlos seria apenas o chefe do núcleo político da quadrilha – e não o chefe da quadrilha em si. O "capo di tutti capi" seria o próprio Jair Bolsonaro, beneficiário das ações criminosas.

Nota do Supremo Tribunal Federal – O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido da Polícia Federal e autorizou ação de busca e apreensão contra mais quatro pessoas investigadas no procedimento criminal que apura o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento ilegal de autoridades públicas. A operação policial teve parecer favorável da Procuradoria Geral da República (PGR).

Entre os investigados está Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador no Rio de Janeiro. Em 25/1, o ministro já havia autorizado medida semelhante contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), ex-diretor da agência, e outras 11 pessoas.

De acordo com a PF, os novos investigados integravam o chamado núcleo político da organização criminosa que teria sido criada na Abin para espionar ilegalmente pessoas e autoridades públicas, por meio de um sistema de inteligência capaz de monitorar dispositivos móveis sem a necessidade de interferência das operadoras de telefonia e sem autorização judicial.

As investigações apontam pedidos de Carlos a Ramagem, por meio de suas assessoras, de acesso a informações a inquéritos em andamento em unidades sensíveis da Polícia Federal. Esse seria um indicativo, segundo a PF, de que o núcleo político possivelmente se valia do então diretor da Abin “para obtenção de informações sigilosas e/ou ações ainda não totalmente esclarecidas”.

Em sua decisão, o ministro Alexandre de Moraes verificou que os elementos de prova colhidos até o momento indicam que a organização criminosa teria utilizado métodos ilegais para realizar ações clandestinas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras e para “fiscalizar” indevidamente o andamento de investigações contra aliados políticos.

Assim, o relator considerou que a solicitação de busca e apreensão residencial, profissional e pessoal dos investigados foi devidamente justificada, pois visa colher elementos de prova relacionados à prática de infrações penais em apuração.

Leia a íntegra da decisão que autorizou a operação.

Fonte: Brasil 247

PF apreende três notebooks, 11 computadores e quatro celulares em endereços ligados a Carlos Bolsonaro

 Houve apreensões em uma residência na cidade de Angra dos Reis (RJ), em outra casa na Barra da Tijuca, no comitê do vereador e na Câmara Municipal do Rio

Carlos Bolsonaro (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

 Policiais federais apreenderam nesta segunda-feira (29) três notebooks, 11 computadores e quatro celulares em endereços ligados ao vereador do Rio de Janeiro (RJ) Carlos Bolsonaro (Republicanos). A Operação Vigilância Aproximada, da Polícia Federal (PF), investiga um esquema de espionagem ilegal feita pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com informações publicadas no portal G1, investigadores apreenderam um celular e três notebooks na casa em que o vereador estava no município de Angra dos Reis (RJ). Em outra casa, na Barra da Tijuca, zona oeste da cidade do Rio, policiais federais apreenderam um computador, dois celulares antigos, dez pendrives, uma caneta espiã e uma agenda,

Foram apreendidos documentos de empresas, um computador e diversas mídias no comitê do vereador na capital. Também houve apreensões na Câmara dos vereadores do Rio: nove computadores no gabinete; um celular, documentos em geral.

Segundo as investigações, a Abin tentou favorecer familiares de Bolsonaro no esquema de espionagem. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também lembrou que a Abin foi usada na gestão bolsonarista para monitorar o caso Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. Cerca de 30 mil pessoas foram monitoradas, informou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, no começo do mês.

Fonte: Brasil 247 com informações publicadas no portal G1

Causa da morte de soldados norte-americanos na Jordânia pode ter sido falha do Exército dos EUA

 "Estamos tentando descobrir como um drone conseguiu evitar nossas defesas", diz o Pentágono

Presença militar dos EUA no Oriente Médio (Foto: Reuters)

 As Forças Armadas dos Estados Unidos não conseguiram impedir o ataque de um drone que matou três de seus membros no domingo (28) porque o aparato foi confundido com um drone americano que se aproximava, ao mesmo tempo, da base atingida perto da fronteira da Jordânia com a Síria, segundo uma autoridade dos EUA, informa a Folha de S.Paulo.

Autoridades militares ainda tentam entender melhor o incidente e como o drone kamikaze foi capaz de causar tantas baixas. "Estamos tentando descobrir como um drone conseguiu evitar nossas defesas", disse a porta-voz do Pentágono, Sabrina Singh.

O ataque de domingo, que autoridades de Defesa dos EUA disseram também ter ferido pelo menos 40 integrantes das suas forças armadas, atingiu o posto avançado Tower 22, perto da fronteira da Jordânia com a Síria. Os EUA mantêm cerca de 2.500 soldados no Iraque e cerca de 900 na Síria, onde spostamente atuam contra o grupo terrorista "Estado Islâmico".

O governo estadunidense ainda não chegou à conclusão sobre a autoria do ataque de domingo. A Casa Branca trabalha com a hipótese de que seja o grupo Kataib Hezbollah, com sede no Iraque.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Mercado financeiro reduz projeção da inflação para 2024 e mantém estimativa para crescimento do PIB

 Estimativa do IPCA para 2024 recuou de 3,86% para 3,81%. Projeção para o PIB deste ano continua em 1,60%

Moedas de real (Foto: REUTERS/Bruno Domingos)

Roberto de Lira, Infomoney - A projeção para a inflação de 2024 feita por analistas voltou a mostrar queda nesta semana, enquanto a estimativa para o PIB se manteve ante a semana anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (30) pelo Relatório Focus do Banco Central. A divulgação foi adiada em um dia devido à operação padrão adotada pelos funcionários do BC.

Inflação - A estimativa do IPCA para 2024 recuou de 3,86% para 3,81%, enquanto a previsão para a inflação de 2025 continua em 3,50% há 27 semanas. A estimativa para 2026 também permaneceu nos mesmos 3,50%, nível igual ao dos últimos 30 Boletins Focus, o mesmo nível esperado para a inflação de 2027.

A projeção para os preços administrados dentro do IPCA neste ano também manteve a trajetória de queda, passado de 4,16% para 4,13% na semana. Para o ano que vem, a estimativa caiu de 4,0% para 3,98, enquanto a de 2026 subiu de 3,50% para 3,52%. A projeção para 2027 se manteve em 3,50%.

A estimativa para o IGP-M em 2024 recuou de 4,04% para 4,02%, enquanto a de 2025 se manteve em 3,99%. Já a estimativa para 2026 se manteve em 4,0% e a de 2027 subiu de 3,85% para 3,90%.

PIB - A mediana das projeções para a evolução o PIB para 2024 se manteve em 1,60%. A projeção para 2025 também foi mantida em 2,0% pela sétima semana seguida e a de 2026 está em 2,0% há 25 semanas consecutivas. A estimativa também está em 2,0% em 2027, há 27 semanas.

Selic - Novamente, as projeções para a taxa básica de juros (Selic) não sofreram alterações em todo o horizonte da pesquisa. A projeção para 2024 permaneceu em 9,00%, segundo os analistas. A estimativa para 2025 se manteve em 8,50% e a projeção para 2026, por sua vez, continua nos mesmos 8,50% há 25 semanas seguidas. A de 2027 também ficou em 8,50%.

Câmbio - A mediana das projeções para o dólar em 2024 se manteve em R$ 4,92. A de 2025, por sua vez foi mantida em R$ 5,00 e a aposta para 2026 permaneceu em R$ 5,05. A estimativa para 2027 também foi mantida, em R$ 5,10.

Resultado primário - A projeção para o resultado primário em 2024 permaneceu em -0,80% do PIB. A projeção para 2025, por sua vez, continuou em -0,60% do PIB. A projeção para 2026 foi mantida no déficit de -0,50% do PIB e a de 2027 piorou, passando de um déficit de -0,20% do PIB para -0,28% do PIB.

Dívida pública - Para a dívida líquida do setor público, a projeção de 2024 caiu de 63,80% do PIB para 63,60%. A de 2025 também recuou, de 66,20% do PIB para 66,0% do PIB. A de 2026 caiu de 68,60% para 68,40% do PIB. A de 2027 recuou de 70,0% do PIB para 69,81% do PIB.

Balança comercial - A projeção para a balança comercial brasileira em 2024 subiu pela terceira semana seguida, de US$ 76,90 bilhões para US$ 78,45 bilhões, enquanto a de 2025 se manteve em U$ 70,0 bilhões. A estimativa para 2026 cresceu dos US$ 71,0 bilhões da semana passada para US$ 71,50 bilhões. Para 2027, a projeção se manteve nos mesmos US$ 74 bilhões.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Datagro reduz em 2,8% estimativa de safra de soja do Brasil

 A consultoria afirmou que a redução ocorreu novamente por conta do clima irregular

(Foto: Divulgação)

SÃO PAULO (Reuters) - A safra de soja do Brasil em 2023/24, cuja colheita está em andamento, foi estimada em 148,55 milhões de toneladas, de acordo com o quinto levantamento da consultoria Datagro, que reduziu em 2,8% seu número na comparação com a pesquisa anterior.

Em relatório nesta segunda-feira, a Datagro afirmou que a redução ocorreu novamente em virtude do clima irregular, com a produtividade estimada baixando para 3.269 kg/hectare, 8,9% inferior ao recorde de 3.589 kg/ha da temporada 2022/23.

Em caso de confirmação, a safra atual do país, atingida pelo tempo seco e quente em Mato Grosso, ficaria 7,3% abaixo da colheita recorde de 2022/23, de 160,234 milhões de toneladas, segundo número revisado pela Datagro.

A consultoria também apontou que em 2023/24 o Brasil terá o 17º ano consecutivo de incremento da área plantada com a oleaginosa, passando de 44,684 milhões de hectares em 2022/23 para 45,445 milhões de hectares no atual ciclo, o que representa um aumento de 1,7%.

MILHO

Se a área plantada com soja ainda terá crescimento, embora tenha ficado aquém da intenção de plantio prevista em meados do ano passado (45,7 milhões de hectares), o total semeado com milho terá redução importante, conforme levantamento da Datagro, com tendência de "forte recuo" na safra de inverno 2023/24 no Brasil.

"Agora nem tanto em relação à expectativa de mercado, que melhorou desde o fundo do poço em 2023, mas por conta dos problemas no plantio da soja", disse o economista e líder de conteúdo da Datagro Grãos, Flávio Roberto de França Júnior, em referência ao milho de inverno.

A projeção de plantio da safra de inverno no país é de cerca de 17 milhões de hectares, 8,5% abaixo de 2023.

O potencial de produção da chamada segunda safra foi levemente ajustado para cima, de 91,48 milhões para 91,6 milhões de toneladas, 15,7% aquém da safra recorde de 2023.

Já a primeira safra de milho tem potencial de produção de 24,7 milhões de toneladas, 11,3% inferior a 2023.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Déficit resultou de quitação do calote do governo Bolsonaro, diz Haddad

 Ministro da Fazenda acrescentou que o governo do presidente Lula priorizou no primeiro ano "passar a régua neste legado tenebroso de desorganização das contas públicas"

Fernando Haddad e Jair Bolsonaro (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil | REUTERS/Adriano Machado)

 O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o déficit nas contas públicas em 2023 resultou do pagamento de precatórios atrasados, deixados pelo governo de Jair Bolsonaro, informa a Agência Brasil.

No ano passado, o resultado ficou negativo em R$ 230,54 bilhões. O resultado está dentro da meta de R$ 231,5 bilhões para o Governo Central estabelecida pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Ao mesmo tempo, só perdeu para 2020, quando o déficit atingiu R$ 743,25 bilhões por causa da pandemia de Covid-19.

"Esse resultado é expressão de uma decisão que o governo tomou de pagar o calote que foi dado, tanto em precatórios quanto nos governadores em relação ao ICMS sobre combustíveis. Desses R$ 230 bilhões, praticamente metade é pagamento de dívida do governo anterior, que poderia ser prorrogada para 2027 e que nós achamos que não era justo com quem quer que fosse o presidente na ocasião", afirmou o ministro em entrevista na noite de segunda-feira (29).

Haddad acrescentou que o governo priorizou no primeiro ano "passar a régua neste legado tenebroso de desorganização das contas públicas".

A quitação dos precatórios ocorreu após um acordo com o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o Tesouro Nacional, sem o pagamento dos precatórios, as contas do Governo Central - Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central - teriam fechado o ano passado com resultado negativo de R$ 138,1 bilhões, equivalente a 1,3% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e dos serviços produzidos no país). Sem o socorro financeiro de cerca de R$ 20 bilhões para estados e municípios, o déficit teria caído para R$ 117,2 bilhões, 1,1% do PIB.

Apenas em dezembro, o déficit primário somou R$ 116,15 bilhões, impulsionado pela quitação dos precatórios em atraso. Dívidas do governo com sentença judicial definitiva, os precatórios foram parcelados ou adiados após uma emenda constitucional em 2021. No ano passado, o governo decidiu quitar a dívida para evitar um passivo de R$ 250 bilhões no fim de 2026.

O déficit de dezembro foi o maior já registrado para o mês desde o início da série histórica, em 1997. Mas sem os precatórios, segundo dados do Tesouro, o resultado negativo ficaria em R$ 23,8 bilhões. Esse valor ficaria abaixo da estimativa das instituições financeiras. A pesquisa Prisma Fiscal, divulgada todos os meses pelo Ministério da Fazenda, indica que os analistas de mercado esperavam resultado negativo de R$ 35,5 bilhões, sem considerar o pagamento de precatórios.

Fonte: Brasil 247 com informação da Agência Brasil

PF: Ramagem imprimiu relatório com informações sigilosas sobre inquéritos eleitorais no Rio

 Policiais federais entregaram uma representação ao ministro do STF Alexandre de Moraes

Alexandre Ramagem (Foto: Agencia Brasil-EBC)

A Polícia Federal (PF) apontou que Alexandre Ramagem imprimiu uma lista contendo informações dos inquéritos eleitorais da corporação no estado do Rio de Janeiro quando ocupava o cargo de diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Policiais federais entregaram uma representação ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. A operação "Vigilância Aproximada" apura um esquema de espionagem ilegal feita pela Abin durante o governo Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com informações publicadas nesta segunda-feira (29) pelo jornal O Globo, a lista teria sido produzida em fevereiro de 2020 e apresentava o número do inquérito, o nome do investigado, o cargo político e o partido. O uso do sistema First Mile teve um pico durante as eleições.

O ministro do STF Alexandre de Moraes confirmou "a descoberta de impressão, pelo Dr. Ramagem, em fevereiro de 2020, de informações de inquéritos eleitorais em curso na Polícia Federal que listavam políticos do Rio de Janeiro". "A impressão de relatório de informações com referências à data 28/02/2020, a priori sigilosas, relacionadas à Inquéritos Policiais Federais da DELINST, unidade responsável pelas apurações eleitorais, da Superintendência Regional da Polícia Federal no ano de 2020", acrescentou ele, que determinou busca e apreensão em endereços do vereador Carlos Bolsonaro.

Segundo as investigações, a Abin tentou favorecer familiares de Bolsonaro. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes também lembrou que a Abin foi usada na gestão bolsonarista para monitorar o caso Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro assassinada em 2018. Cerca de 30 mil pessoas foram monitoradas, informou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, no começo do mês.

Em nota divulgada na semana passada, a Abin disse que "é a maior interessada" na apuração dos fatos. "Há 10 meses a atual gestão da Agência Brasileira de Inteligência (ABIN) vem colaborando com inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal sobre eventuais irregularidades cometidas no período de uso de ferramenta de geolocalização, de 2019 a 2021. A ABIN é a maior interessada na apuração rigorosa dos fatos e continuará colaborando com as investigações", disse o órgão.

Ramagem negou ter tido acesso às senhas de sistemas de monitoramento para  a espionagem de autoridades públicas e cidadãos comuns.

Fonte: Brasil 247

Leia a íntegra da decisão de Moraes que autorizou operação contra Carlos Bolsonaro

 De acordo com a PF, os novos investigados integravam o chamado núcleo político da organização criminosa que teria sido criada na Abin

Alexandre de Moraes, Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE | Reprodução)

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), atendeu a pedido da Polícia Federal (PF) e autorizou ação de busca e apreensão contra mais quatro pessoas investigadas no procedimento criminal que apura o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramento ilegal de autoridades públicas.

De acordo com a PF, os novos investigados integravam o chamado núcleo político da organização criminosa que teria sido criada na Abin. O sistema de inteligência era capaz de monitorar dispositivos móveis sem a necessidade de interferência das operadoras de telefonia e sem autorização judicial.

Entre os investigados está Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), vereador no Rio de Janeiro e filho de Jair Bolsonaro. Leia a íntegra da decisão que autorizou a operação.

Fonte: Brasil 247

Estadão ataca Mercadante e o desenvolvimento da indústria naval no Brasil

 Jornal reacionário tem se levantado contra várias iniciativas voltadas ao desenvolvimento nacional

Aloizio Mercadante, presidente do BNDES (Foto: Rossana Fraga / BNDES)

O jornal Estado de S. Paulo, que tem se notabilizado por atacar toda e qualquer iniciativa voltada à recuperação industrial do Brasil, decidiu atacar, nesta terça-feira, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, e o projeto de retomada da indústria naval no Brasil. "A lógica exótica segundo a qual um país que constrói e exporta aviões estaria automaticamente apto a construir navios foi manifestada por Aloizio Mercadante, que preside o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para defender a obsessão lulopetista de incentivar a qualquer custo a indústria naval. O desejo é transformar o Brasil em uma potência no segmento", aponta o editorialista do jornal, que, em seguida, sugere a inferioridade do Brasil em relação a países da Ásia. "Como a própria experiência já mostrou, não é decretando a criação de novos estaleiros que o governo alcançará, num estalar de dedos, o nível de competitividade de estaleiros asiáticos, que nas últimas décadas conquistaram escala e conhecimento tecnológico", prossegue.

Em entrevista recente à TV 247, o presidente do BNDES falou sobre a importância da reindustrialização e a volta do setor naval. Confira:

O economista Aloizio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), delineou os contornos da nova política industrial brasileira em uma entrevista exclusiva aos jornalistas Leonardo Attuch e Florestan Fernandes Júnior, da TV 247. Esta entrevista marca o início de uma nova série da TV 247, com o podcast BrasilPod+, que promete mergulhar nos desafios e nas potencialidades da economia e da sociedade brasileira.

Com uma eloquência pontuada por décadas de experiência política e econômica, Mercadante destacou a centralidade da indústria para o progresso de uma nação. "Um país como o Brasil precisa de indústria", afirmou veementemente, evidenciando a importância do setor como pilar fundamental para o desenvolvimento nacional.

As declarações do presidente do BNDES ecoaram a urgência de revigorar o tecido industrial brasileiro. "O Brasil se industrializou tardiamente", observou, ressaltando que a trajetória rumo à industrialização ganhou impulso a partir da crise de exportação de commodities em 1929. Ao mencionar líderes históricos como Getúlio Vargas, Mercadante realçou o papel crucial de figuras visionárias na construção das bases da industrialização brasileira. "Ele construiu as bases do processo de industrialização, com empresas como a Vale, a Petrobras e o BNDES", disse ele. 

No panorama atual, Mercadante confrontou a desafiadora realidade da desindustrialização, destacando que apenas 15% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil é representado pelo setor industrial, depois de uma participação de 30% no fim da década de 80. "Entre 1930 e 1980, o Brasil foi um dos países que mais se industrializaram no mundo. Em 1980, 30% do PIB brasileiro era representado pela indústria. Com a crise dos anos 80, veio o Consenso de Washington, que hoje não é consenso nem mais em Washington. Ele foi devastador para a indústria dos países do Sul Global. Em 1980, o Brasil tinha uma indústria que era maior do que a da China e a da Coreia do Sul somadas", destaca.

Para retomar o terreno perdido, o presidente do BNDES apresentou a neoindustrialização como um horizonte a ser alcançado, enfatizando a necessidade premente de renovação do parque industrial nacional. A entrevista ocorre em meio ao anúncio do plano da Nova Indústria Brasil (NIB) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um investimento robusto de R$ 300 bilhões destinado a reconfigurar a indústria brasileira para um perfil mais inovador e sustentável. Mercadante enxerga nesse plano uma oportunidade única para impulsionar a neoindustrialização do país.

"A discussão sobre ter ou não política industrial está superada", afirmou Mercadante, enfatizando que o cerne do debate reside na definição da política industrial mais adequada. Em um mundo marcado pela revolução digital e pelo aquecimento global, o presidente do BNDES enfatizou a necessidade de uma abordagem proativa e sustentável para reverter a desindustrialização e enfrentar os desafios do século XXI. A Nova Indústria Brasil se propõe a fortalecer as cadeias agroindustriais, ampliar a produção de medicamentos, promover a infraestrutura sustentável e digitalizar a indústria nacional, entre outras medidas. Sob a gestão do BNDES, Finep e Embrapii, os recursos serão direcionados para iniciativas estratégicas que impulsionem o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

A concorrência chinesa e a produção de navios – Diante do cenário global, Mercadante enfatizou a necessidade de o Brasil se posicionar como um competidor na arena internacional, especialmente frente à ascensão da China. O presidente do BNDES ressaltou a importância de um governo capaz de afirmar os interesses nacionais e promover investimentos locais, exemplificando com a recente decisão de aumentar o imposto sobre importação de carros elétricos para fomentar a produção nacional. "Fizemos isso e eles trouxeram investimentos", diz ele. Mercadante também afirmou que o Brasil não deve ter receio de discutir mecanismos de proteção à indústria nacional e citou o caso do bilionário Elon Musk, que tem defendido protecionismo contra importações chinesas. "Proteção é uma palavra proibida para quem? Para o Musk não é", disse ele.

O presidente do BNDES também enfatizou a importância da produção de navios no Brasil. "Temos uma demanda gigantesca, com empresas como a Vale e a Petrobras. E os navios do futuro precisarão utilizar energia renovável. O Brasil precisa disputar esse mercado para se manter competitivo. Se não fizermos isso, perderemos nosso espaço na economia mundial", destaca.

A entrevista de Aloizio Mercadante inaugura uma série de diálogos no podcast BrasilPod+, prometendo um olhar profundo sobre os rumos da economia brasileira. Ative a notificação e assista a partir das 19h deste domingo na TV 247:

Fonte: Brasil 247




Indicado por Bolsonaro para vice de Nunes já atacou o passaporte da vacina, o sistema eleitoral e o STF

 Ricardo Mello é ex-comandante da Rota e ex-presidente da Ceagesp no governo Bolsonaro e já defendeu abordagens policiais diferentes para moradores de bairros ricos e da perfiferia

PM aposentado Mello e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução)

 O coronel aposentado da Polícia Militar (PM) Ricardo Mello Araújo, ex-comandante da Rota (a tropa de elite da PM paulista) e ex-presidente da Ceagesp no governo Jair Bolsonaro (PL), indicado pelo PL - partido de Jair Bolsonaro - para ser vice na chapa encabeçada pelo prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), aponta que a escolha está intimamente ligada ao alinhamento do ex-PM com as concepções ideológicas do próprio Bolsonaro.

Segundo o jornal O Globo, Mello já usou as redes sociais para levantar dúvidas sobre o processo eleitoral, apoiar o impeachment de ministros do Supremo Tribunal federal (STF), além de manifestar de forma contrária à política de isolamento durante a pandemia de Covid-19 e o passaporte da vacina.

Segundo a reportagem, “o nome de Mello Araújo foi levado a Nunes pelo presidente do PL, Valdemar Costa Neto, nesta segunda-feira. Trata-se de uma escolha pessoal de Bolsonaro e que não necessariamente será acatada pelo prefeito. Outras três opções também estão sendo levadas em conta: Sonaira Fernandes (secretária da Mulher do governo Tarcísio de Freitas), Tomé Abduch (deputado estadual por São Paulo) e Raquel Gallinati (ex-presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo).

Gallinati é o nome preferido pelo diretório municipal do PL e pelo próprio prefeito, que planeja realizar uma pesquisa qualitativa nas próximas semanas para avaliar todas as alternativas.

Após a reunião, Valdemar disse por meio de nota que o nome do ex-PM “foi muito bem-aceito”, mas que ainda não existe uma definição sobre quem será o vice na chapa de reeleição de Nunes. “Vou levar o resultado da conversa (com Nunes) para o Bolsonaro e, avançando, o prefeito vai discutir com todos os demais partidos da nossa frente ampla”, ressaltou o presidente do PL.

A inclusão de Mello na chapa é defendida por apoiadores de Bolsonaro, sob o argumento de que sua presença reforçaria o comprometimento do prefeito com questões de segurança pública, considerada uma das fragilidades do pré-candidato do MDB., uma das bandeiras do bolsonarismo.

O histórico do coronel inclui sua passagem como comandante das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), batalhão de elite da Polícia Militar paulista. Quando esteve à frente da Rota, ele afirmou que recomendava aos seus comandados que abordassem os cidadãos da periferia e de bairros ricos de forma diferente. Ele também já se manifestou a favor da extinção da Ouvidoria da polícia.

Durante sua gestão na presidência da Ceagesp, Mello Araújo promoveu a militarização do armazém, nomeando policiais militares para cargos comissionados. Contudo, sua atuação não esteve livre de controvérsias, incluindo conflitos com o Sindicato dos Empregados em Centrais de Abastecimento de Alimentos do Estado de São Paulo (Sindbast).

Além disso, o coronel enfrenta uma denúncia do Ministério Público Federal (MPF) por calúnia, relacionada a acusações feitas contra o senador Giordano (MDB-SP) envolvendo uma licitação na Ceagesp. O caso ainda aguarda julgamento na Justiça Federal.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Soldados israelenses invadem hospital na Cisjordânia e assassinam palestinos (vídeo)

 Os soldados entraram disfarçados no local e usaram armas equipadas com silenciadores

(Foto: Reprodução/X/@muhammadshehad2)

 Soldados israelenses disfarçados invadiram o Hospital Ibn Sina em Jenin, na Cisjordânia, e assassinaram a tiros três palestinos supostamente ligados ao Hamas e que estavam sob tratamento médico. A alegação das forças israelenses foi de que o trio planejava um eventual ataque.

A operação teria durado dez minutos, segundo o Times of Israel. Os agentes entraram no hospital vestidos como médicos, enfermeiros e mulheres palestinas e dirigiram-se a um esconderijo no terceiro andar. As armas utilizadas estavam equipadas com silenciadores.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal Times of Israel

Alvo da Polícia Federal é o 'núcleo político' da Abin paralela, formado pelo clã Bolsonaro

 Bolsonaro e seus filhos estão no centro das investigações

Carlos e Jair Bolsonaro | Polícia Federal (Foto: Alan Santos/PR | Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil)

A ação policial desta segunda-feira (29) é uma nova frente investigativa mirando a família Bolsonaro, que está sendo investigada há anos também por outros crimes, entre eles a prática de "rachadinha",  a articulação de milícias digitai e a coordenação de ações golpistas contra a democracia e o Estado de direito. 

Na decisão em que autorizou a ação policial contra o clã Bolsonaro nesta segunda-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), relata que o objetivo da PF foi "avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]", destaca a coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

"A organização criminosa infiltrada na Abin também se valeu de métodos ilegais para a realização de ações clandestinas direcionadas contra pessoas ideologicamente qualificadas como opositoras, com objetivo de 'obter ganho de ordem política posto que criavam narrativas para envolver autoridades públicas de extrato politico oposicionista da então situação'", escreveu Moraes.

A autorização para as buscas —que foram solicitadas pela PF e tiveram parecer parcialmente favorável da PGR (Procuradoria-Geral da República)— tem como base uma mensagem de 2020 em que uma assessora de Carlos Bolsonaro pede, por meio de uma auxiliar de Alexandre Ramagem, então chefe da Abin, que levante informações sobre investigações contra o então presidente da República e seus filhos.

Ramagem, que é próximo da família Bolsonaro e hoje é deputado federal, foi o principal alvo da operação anterior, realizada na última quinta-feira (25). A primeira operação foi realizada em outubro passado. Agora o alvo são o ex-ocupante do Palácio do Planalto e seus filhos. 

A PF diz que informações sigilosas impressas por Ramagem eram "possivelmente para entregar aos destinatários do núcleo político".

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo

Reoneração é pauta da agenda prioritária de Haddad em conversas com Lira e Pacheco, diz Padilha

 Governo busca formas para solucionar a reoneração desde que o Legislativo derrubou veto do presidente Lula e manteve prorrogação da desoneração para 17 setores da economia até 2027

Alexandre Padilha e Fernando Haddad (Foto: ABR)

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro da Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira que o debate sobre reoneração da folha de pagamento continua como parte da agenda prioritária para o novo ano legislativo e que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, segue discutindo o tema com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).

"Em relação ao debate da reoneração, está dentro dessa agenda prioritária... o próprio ministro Haddad tem conduzido diálogos com o presidente do Senado e com o presidente da Câmara. A expectativa é que, na medida que estiverem em Brasília, possam ter novas reuniões com esses atores para que a gente possa construir a agenda aí do começo do ano legislativo", disse Padilha em rápida entrevista a jornalistas na saída do Ministério da Fazenda.

"Em especial, esse debate das medidas lançadas pelo ministro Fernando Haddad para conter desequilíbrios do Orçamento público é um tema central dessa agenda."

Além disso, Padilha destacou que o governo estará empenhado em ampliar a oferta de crédito e focar na transição energética e no novo ensino médio.

Padilha afirmou que se reúne ainda nesta segunda-feira com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e com o líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), para discutir sobre diálogos com os demais líderes do Congresso.

Já na terça-feira, ele e Wagner devem se reunir com o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), e o deputado federal Carlos Zarattini (PT-SP), um dos vice-líderes do governo no Congresso, para "preparar a retoma do Legislativo".

O governo está em busca de uma forma para solucionar a reoneração desde que o Legislativo derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e manteve a prorrogação da desoneração para 17 setores da economia até 2027.

A prorrogação, segundo estimativas da Fazenda, tem um custo de 12 bilhões de reais neste ano e, para evitar uma queda na arrecadação, o governo editou no fim do ano passado uma MP que estabelece uma reoneração gradual, mantendo benefício parcial sobre valores equivalentes a um salário mínimo.

A MP, no entanto, é alvo de críticas de parlamentares, que pedem a devolução ou a derrubada da mesma, retomando integralmente a desoneração.

Fonte: Brasil 247 com Reuters