segunda-feira, 29 de janeiro de 2024

Alice Walker: "Temos que ser lúcidos para ver o que é real e não ser enganados"

 A escritora afro-americana vencedora do Prêmio Pulitzer por seu romance "A Cor Púrpura" fala sobre seu trabalho, o racismo nos Estados Unidos e sua admiração pela revolução cubana

Alice Walker (Foto: REUTERS/Kimberly White)

Por Salim Lamrani (*), no Infobae - Nascida em 1944, em Eatonton, Geórgia, em uma família de agricultores de oito pessoas, Alice Walker experimentou desde cedo a segregação racial que assolava o sul dos Estados Unidos. Na adolescência, consciente da realidade da opressão, envolveu-se na luta pela igualdade e contra as políticas discriminatórias impostas pelas autoridades supremacistas.

Depois de uma educação brilhante, dedicou-se à escrita e publicou seu primeiro livro de poesia aos 24 anos, enquanto seguia uma carreira acadêmica em universidades de prestígio, incluindo a Universidade da Califórnia, em Berkeley, onde lecionou estudos afro-americanos. Em 1983, ela se tornou a primeira mulher negra a ganhar o Prêmio Pulitzer por seu romance A Cor Púrpura, atualmente um dos cinco livros mais lidos nos Estados Unidos.

Feminista militante, Alice Walker coloca a liberdade e a justiça social no centro de sua ação. Fortemente influenciada pela Revolução Cubana e sua mensagem universal de emancipação, luta há anos contra as sanções econômicas que assolam a população da ilha. Também está profundamente envolvida na preservação do meio ambiente e na promoção do progresso humano.

No decorrer desta conversa com o InfobaeCultura, Alice Walker relembra sua infância no Sul segregacionista e seu compromisso com a luta contra o racismo institucional. Fala sobre a conquista do Prêmio Pulitzer e os obstáculos erguidos contra escritores negros. Finalmente,fala longamente sobre a Revolução Cubana, que foi uma profunda fonte de inspiração para ela e para muitos intelectuais de sua geração.

—Onde você nasceu e que lembranças você tem da sua infância?

"Nasci no sul dos Estados Unidos, no meio do campo, um lugar lindo, e cresci com meus pais, meus irmãos e minhas irmãs. Uma das minhas irmãs se mudou quando eu tinha um ano de idade porque não havia colégio para crianças negras em nossa cidade. Eu amava muito meus pais e era muito próxima dos meus avós. Lembro-me de muitas vezes fugir para visitá-los. Sua vida era muito simples: plantar, cultivar, comer, atender todas as minhas necessidades. A simplicidade de seu estilo de vida era perfeita para mim. Hoje tenho a mesma idade que eles tinham quando os conheci e percebo que emulei o estilo de vida deles ao optar por viver de forma muito simples, com galinhas e uma horta.

Tínhamos a nossa própria comunidade. Claro que havia segregação, mas quando somos crianças não nos apercebemos disso. Vivíamos em uma comunidade de pessoas que se preocupavam conosco. Nunca tivemos moradia digna. Eles poderiam nos forçar a nos mudar todos os anos. Meu pai e minha mãe trabalharam muito para evitar que a gente sentisse opressão no dia a dia. Raramente víamos pessoas brancas. Víamos apenas o proprietário da terra e quem pudesse nos obrigar a sair.

—Como a opressão racial se expressavaem um sistema comandado por homens brancos e ricos?

É preciso dizer que, na maioria dos casos, eles não eram tão ricos. Eles eram apenas brancos. E nem sempre eram homens. Nosso senhorio mais rigoroso era uma mulher, talvez até uma parente. Ela, claro, teria negado a possibilidade, pelo menos em público. Naquela sociedade, uma pessoa branca era automaticamente considerada superior a qualquer pessoa negra, mesmo que tivesse um diploma universitário e mesmo que fosse parente. Quando se considera a doença profunda dos Estados Unidos, cujos fundamentos foram a exploração de africanos e descendentes, fica mais fácil entender a tragédia de nossa atual situação política. Os EUA devem mais dinheiro do que jamais poderão pagar, e a depredação e escravização do próprio país não é impossível.

Eu era muito consciente de que éramos pobres. Éramos pobres porque trabalhávamos para pessoas que possuíam todas as terras, todas as boas moradias e todas as escolas. Meus pais conseguiram construir uma escola para nossa comunidade, mas os brancos a queimaram para nos privar da educação. Construímos outra. Estávamos bem cientes da luta pela educação em nossa comunidade. Os brancos nos odiavam, mas tínhamos amor por nós mesmos. Devo dizer que, quando crianças, fomos amplamente protegidos da humilhação diária que nossos pais sofriam.

Então, quando eu tinha 17 anos, saí de casa para me juntar ao movimento contra a opressão racial e pelos direitos civis. Meus pais ficaram um pouco assustados com nosso compromisso, mas o seu amor nos havia dado a energia para lutar.

—Você se casou com um homem branco, Melvin Rosenman, em uma época em que o casamento misto era ilegal no Estado da Geórgia. Quais foram as consequências dessa união?

Os casamentos mistos eram ilegais em todo o Sul, não apenas na Geórgia, onde eu nasci.Nos casamos em Nova York e fomos muito felizes. Depois, fomos para o Mississippi para desafiar a lei e questionar a decisão legal iníqua que tornou o ilegal o casamento para algumas pessoas. Não sou muito fã de casamento. Mas depois de 300 ou 400 anos de opressão, não podíamos continuar dizendo às pessoas que elas não poderiam se casar, que não poderiam se unir a alguém que amavam. Pareceu-me muito natural então rebelar-me contra essa discriminação.

—Em 1982, você se tornou a primeira mulher afro-americana a ganhar o Prêmio Pulitzer por seu décimo romance, A Cor Púrpura. O que mudou para você? Isso teve impacto na forma como as mulheres negras são percebidas na sociedade estadunidense?

As pessoas costumam dizer que é o primeiro romance de um/a escritor/a negro/a a ganhar o Prêmio Pulitzer. Mas, não nos esqueçamos que, no passado, as/os negras/os não eram consideradas/os para o Pulitzer. Na época, os Estados Unidos eram um país de apartheid semelhante à África do Sul. Poucas/os negras/os conseguiam encontrar uma editora. Há uma certa hipocrisia em tudo isso, porque as pessoas parecem querer acreditar que, por todos esses anos, qualquer um –branco ou negro– poderia ganhar o Pulitzer. Isso não é verdade. Inclusive, no júri que me concedeu o prêmio, havia pelo menos uma pessoa –uma mulher branca– que era absolutamente contra, porque meu livro tratava sobre afro-americanos sobre os quais ela,aparentemente, nada sabia.

Há muitos escritores negros brilhantes que deveriam ter ganhado todos os prêmios imagináveis, muito antes de eu nascer. Faço questão de dizer isso porque sei que você entende a estrutura do racismo em nosso país. Fingem que sou a única, como se nunca houvesse outros possíveis candidatos. Muitos escritores negros poderiam ter ganhado qualquer prêmio se tivessem sido autorizados a competir durante esse apartheid estadunidense.

—Você diz que A Cor Púrpura é um remédio para muitas pessoas porque as liberta e é por isso que faz tanto sucesso.

Acho que o livro faz com que as mulheres percebam que não precisam aceitar um relacionamento com homens que seja prejudicial à sua saúde física e mental. Há muitas outras relações possíveis no mundo. Elas podem se relacionar com outras mulheres e isso é uma grande libertação. Por que você deveria se relacionar apenas com homens se você não encontrou alguém que te trate bem?

É uma libertação também para os homens. O personagem de Señor é particularmente desagradável. Infelizmente, é baseado no meu amado avô, como ele era anos antes de eu nascer. É uma oportunidade para que os homens percebam outras facetas de sua personalidade além daquela que brutaliza às mulheres. Eles podem aprender a ver as mulheres como iguais. Não é impossível.

Então, eu acho que esse é um remédio muito bom para muitas pessoas nos Estados Unidos, mas também em todo o mundo, porque a opressão das mulheres é global. É algo realmente indigno do comportamento humano. Não deveria existir, assim como o abuso infantil. Na verdade, as mulheres são frequentemente maltratadas quando estão grávidas. Deveríamos refletir coletivamente sobre esta questão.

—A forma mais antiga de dominação é a do homem sobre a mulher. Você está totalmente comprometida com a luta pelos direitos das mulheres. O que falta fazer para alcançar a verdadeira igualdade?

Ainda há tudo a ser feito, o que é realmente exasperante. Em nosso país, as mulheres perderam o direito ao aborto. Se você não pode controlar seu próprio corpo, você é umaescrava. Retrocedemos 100 anos, o que significa que a luta pela liberdade é constante e eterna. Nem precisamos pensar na difícil situação das mulheres em outras partes do mundo, onde elas nunca tiveram um sopro de liberdade.

Trabalhei durante muitos anos, dez, sobre a circuncisão feminina e o perigo que isso representa para as pessoas, especialmente em África e em certos países do Médio Oriente, mas, também, noutras regiões. É um dos maiores insultos imagináveis à humanidade.

—Quais causas têm sido fonte de inspiração para você?

—A Revolução Cubana. Quando descobri que Fidel falava em nome de pessoas que eram exatamente como meus pais, pessoas cujos filhos não tinham sapatos, que tiveram que construir suas próprias escolas apenas para ver o proprietário queimá-las, foi natural para mim sentir que tinha encontrado um irmão, que havia alguém no mundo que podia ver todas aquelas injustiças e denunciá-las.

Ao seu lado estava Che. Gostaria também de mencionar a revolucionária Celia Sánchez, que era muito próxima do Che e de Fidel, mas de quem pouco se fala. Em Cuba, ela é homenageada; mas, fora de suas fronteiras, é ignorada porque o mundo só vê o revolucionário masculino, apesar de ter desempenhado um papel fundamental na Revolução Cubana.

—O que a Revolução Cubana simboliza para você? O que simboliza para as pessoas que são vítimas de algum tipo de opressão?

Simboliza uma coisa, entre outras: se você se rebelar, será punido. Cuba foi punida por se rebelar, por tentar ser diferente. Convenhamos: o opressor sempre tentará punir o oprimido que nega sua condição. Eles tornarão sua vida miserável e impedirão que você se dedique à construção de uma sociedade mais justa. É exatamente o que está acontecendo com Cuba.

Então, o que devemos fazer? Devemos continuar a nos rebelar? Devemos perseverar na construção de um sistema diferente? Resistir? Render-nos? Penso muitas vezes em Cuba, que hoje sofre e sempre sofreu. Lembro-me de ter ido lá numa altura em que não havia gasolina. Os carros ficavam sem gasolina e tinham que ser empurrados. Hoje, em Cuba, há escassez de matérias-primas alimentares para os mais pobres. Há uma escassez constante.

Isso dá a impressão de um fracasso; mas,precisamos nos fazer as perguntas certas. É um fracasso quando a maioria dos cubanos que nunca teriam recebido uma educação se não fosse pela Revolução agora tem diplomas universitários, apesar do estado de sítio a que estão submetidos? Os cubanos que deixam seu país em busca de uma vida melhor são educados e terão melhores oportunidades (No original, em espanhol, está sem interrogação; mas, vendo o sentido do texto, me parece uma pergunta... O que fazer? Deixamos mesmo como afirmação?).Temos de insistir nisso. Cuba, realmente, éum assunto fascinante.

—O que você acha da política dos EUA em relação a Cuba?

A política dos EUA é de punição coletiva. Temos a impressão de que somos governados por calvinistas do século XVIII, por pessoas que nos queimariam na fogueira. É uma política odiosa. De fato, essa situação dá aosEstados Unidos uma má fama. Gostaria que as pessoas compreendessem as consequências de tamanha dureza de coração, ainda maisquando afirmamos ser um país cristão. Nós garantimos que as crianças passem fome, que não tenham sapatos, que os idosos não tenham remédios. Lembro-me de visitar uma maternidade em Cuba e não havia quase nada. Não havia sabão. Não sei como o pessoal conseguia manter o local tão limpo com tanta falta de recursos. Era muito triste.

A vida nunca recompensa a mesquinhez. Essa é uma das razões pelas quais o meu país está sofrendo tanto. Achamos que somos ótimos;mas, basta olhar para a realidade das nossas próprias cidades, com tanta gente passando fome e vivendo nas ruas. Sofremos porque nossos líderes perderam toda a compaixão, se é que alguma vez tiveram alguma.

—Você encontrou-se com Fidel Castro em várias ocasiões. O que você pode nos dizer sobre ele?

Ele adorava conversar, como todos sabem, e tinha um grande senso de humor. Ele foi a pessoa mais culta que já conheci. Por outro lado, ele nunca tinha ouvido falar da circuncisão feminina e, quando contei a ele sobre isso, ele, literalmente, ficou pálido. Estava muito perturbado e queria encontrar uma maneira de acabar com essa prática bárbara. Foi ótimo, porque eu finalmente conheci um homem capaz de sentir o sofrimento das mulheres. Foi extraordinário. Gostei muito dele; me pareceu muito humanoe com a mente muito aberta.

Aprendi que nem ele nem Che sabiam dançar, o que é uma pena, porque a dança é realmente essencial para entender as conexões do corpo com a terra e a natureza. Também fiquei muito impressionada com sua capacidade de ouvir. Um dia, em uma de nossas reuniões, havia uma grande mesa e ele ouviu cada um de nós. Isso é algo que nunca aconteceria nos Estados Unidos, caso alguma vez tivéssemos a oportunidade de compartilhar a mesa do Presidente.

—Você publicou um poema chamado “Earnest and Faithful” (Sério e Fiel), em homenagem ao Che. Conte-nos sobre isso.

Vocês devem saber que eu gosto muito de traduzir nomes próprios. Ernesto e Fidel significam "Sério e Fiel", em inglês. É bonito e poético. Ambos eram sérios e fiéis, devotados à sua causa. Eles tinham uma fé inabalável e um grande amor pelo povo.

Tive a oportunidade de visitar o mausoléuonde estão os restos mortais do Che, em Santa Clara. Ele havia sido assassinado e enterrado secretamente na Bolívia. Ninguém sabia onde ele estava. Lembro-me daquela terrível foto de seu corpo sem vida, cercado pelos generais e pelas pessoas que haviam participado de sua captura. Foi muito doloroso para muitas pessoas ao redor do mundo. Fidel, então, empreendeu uma busca e, finalmente, o local onde os restos mortais do Che estavam foi descoberto e ele foi repatriado para Cuba. Tenho muita admiração, respeito e amor pelo Che.

—Na sua opinião, qual é o dever dos intelectuais?

Creio que temos que ser lúcidos o suficiente para ver o que é real e não nos deixar enganar por espelhos e fumaça. A situação no mundo é terrível e temos o dever de permanecer o mais vigilantes possível. Devemos isso às pessoas que lutaram tanto no passado. Não podemos deixar-nos enganar pelos poderes obscuros que sabem manipular tão bem a realidade.

—O que lhe indigna hoje?

Estou chocada com a magnitude do tráfico de crianças. Ouvimos histórias horríveis sobre campos de concentração e tráfico de crianças. Muitas dessas crianças são usadas para o tráfico de órgãos. É estarrecedor imaginar que a humanidade caiu tão baixo ao ponto de que há um comércio de crianças. É assustador e é algo que nunca veríamos em Cuba!

(*) Salim Lamrani é jornalista, escritor e professor titular da Universidade de La Reunión. Doutor em Estudos Ibéricos e Latino-americanos pela Universidade Sorbonne-Paris IV. Especialista nas relações entre Cuba e Estados Unidos.

Artigo publicado em espanhol no site https://www.infobae.com/cultura/2024/01/21/alice-walker-tenemos-que-ser-lucidos-para-ver-lo-que-es-real-y-no-dejarnos-enganar/].

Tradução: Rose Lima

Operação contra Carlos Bolsonaro foi autorizada por Moraes e contou com apoio da PGR

 A operação foi solicitada pela PF e busca desvendar se Carlos Bolsonaro era um dos destinatários das informações obtidas ilegalmente pela 'Abin paralela'

Alexandre de Moraes e Carlos Bolsonaro (Foto: STF | Renan Olaz/CMRJ)

 A Polícia Federal deflagrou nesta segunda-feira (29) mais uma operação para apurar o esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) no governo Bolsonaro. Desta vez, o principal alvo é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro (PL). A ação foi solicitada pela Polícia Federal e autorizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR), sendo o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, o responsável por assinar a autorização para os mandados, informa Daniela Lima, do g1.

A suspeita da Polícia Federal recai sobre a atuação da Abin durante o mandato de Jair Bolsonaro. A agência teria atuado como um braço de coleta de informações ilegais, sem autorização judicial. Além disso, a agência também teria sido apontada como fonte de informações falsas, posteriormente disseminadas por perfis de extrema direita com o intuito de difamar instituições e autoridades. Outra frente da investigação aponta que a Abin teria sido acionada para proteger os filhos de Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

Com Milei, preços sobem e vendas têm queda histórica na Argentina

 Preços na Argentina estão até 40% mais caros do que no exterior. Indústria não alimentícia e de bens duráveis e manufaturados prevê uma queda nas vendas de pelo menos 60% neste mês

Javier Milei (Foto: Reuters/Matias Baglietto)

 Desde que o ultradireitista Javier Milei assumiu a presidência da Argentina, em dezembro de 2023, os preços não param de subir e as vendas e a atividade econômica do país têm registrado quedas históricas, segundo conta o jornal local Página12

“Há um dado impactante que reflete melhor do que qualquer tecnicismo acadêmico o que está acontecendo hoje com os preços e a atividade na Argentina. 

Um CEO que possui supermercados em todo o país contou ao Página12 que, desde que Javier Milei assumiu a presidência e liberou os preços, a ‘venda de fronteira’ despencou 30%. 

Em outras palavras, os estrangeiros que antes cruzavam a fronteira para comprar óleo, farinha, alimentos e até combustíveis em estabelecimentos próximos ao Paraguai, Bolívia, Brasil e Uruguai agora preferem comprar em seus próprios países, onde os preços eram recentemente muito mais altos do que na Argentina. 

Além disso, esse efeito levou a uma diminuição nas vendas dos supermercados locais, pois também houve uma redução na demanda interna”.

Esse fenômeno não apenas prejudicou as empresas que atuam na fronteira, mas também teve um impacto direto nas vendas dos supermercados locais, com uma diminuição na demanda interna. Empresas fornecedoras enviam listas de aumentos semanais, resultando em produtos até 40% mais caros do que no exterior.

A situação é mais crítica para empresas multinacionais, que continuam a aumentar os preços sem limites. Surpreendentemente, vários CEOs que se reuniram com funcionários do governo não receberam restrições em relação aos aumentos de preços.

Na indústria não alimentícia e de bens duráveis e manufaturados, prevê-se uma queda nas vendas de pelo menos 60% neste mês. O colapso na indústria convencional e a diminuição da atividade na construção, decorrente do cancelamento de obras públicas desde dezembro, resultaram não apenas em uma redução na atividade, mas também em demissões mensais significativas.

No setor de consumo básico, que engloba alimentos, bebidas e bens de primeira necessidade, os supermercados em todo o país enfrentam uma queda média de 15% nas vendas. A crise se manifesta de maneira abrangente, afetando não apenas a economia, mas também o cotidiano dos cidadãos argentinos.

Diante desse cenário, a ilusão ideológica do presidente Milei em relação a um mercado livre e autorregulado, com a promessa de redução de preços, parece distante da realidade, deixando a população e o setor empresarial apreensivos quanto ao futuro econômico do país.

Fonte: Brasil 247 com informações do Página 12

Pagamento de precatórios injeta bilhões na economia e deve acelerar crescimento

 Com a liberação dos recursos dos precatórios pela equipe de Fernando Haddad, espera-se uma recuperação mais sólida

Ministro Fernando Haddad (Foto: ADRIANO MACHADO / REUTERS)

O pagamento de precatórios pelo governo brasileiro no final de 2023 está gerando expectativas positivas para a economia nacional. Economistas consultados pelo jornal Estado de S. Paulo indicam que essa medida tem o potencial de acelerar o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2024. Os precatórios, que representam dívidas reconhecidas pela Justiça, estavam represados devido a políticas anteriores, e sua liberação agora é vista como uma tentativa de regularizar as finanças públicas e impulsionar a atividade econômica.

A injeção desses recursos na economia, estimados em R$ 40 bilhões, pode ter um impacto significativo no consumo das famílias e na recuperação econômica em geral. A perspectiva de um aumento do PIB e a dinamização do consumo são elementos que sinalizam uma possível melhoria no cenário econômico do país, com projeções mais próximas a 2% para o crescimento deste ano. Essa medida representa um esforço para estimular a demanda interna e fortalecer a economia em um período de desafios econômicos.

Com a liberação dos recursos dos precatórios, espera-se que o Brasil possa alcançar uma recuperação mais sólida, consolidando um cenário mais promissor para o crescimento econômico. Essa injeção de recursos é vista como uma oportunidade para impulsionar diversos setores e fomentar um ambiente econômico mais favorável, contribuindo para uma possível retomada do crescimento.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Estado de S. Paulo

Antes de morrer, Bebianno revelou que Carlos Bolsonaro queria montar "Abin paralela" (vídeo)

 Nesta segunda-feira, a Polícia Federal deflagrou operação mirando Carlos Bolsonaro, que seria o destinatário de informações obtidas pelo grupo criminoso que atuava na Abin

Gustavo Bebianno e Carlos Bolsonaro (Foto: ABR | Renan Olaz/CMRJ/Divulgação)

 Duas semanas antes de falecer, em março de 2020, o ex-ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República de Jair Bolsonaro (PL), Gustavo Bebianno, revelou que o vereador Carlos Bolsonaro (Republicano-RJ) queria montar uma "Abin [Agência Brasileira de Inteligência] paralela". Nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal deflagrou uma operação mirando exatamente Carlos Bolsonaro. A suspeita é de que ele era o destinatário de informações obtidas pelo grupo criminoso que atuava na Abin, realizando espionagem ilegal de opositores do governo Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247

Alvo da PF, Carlos está na praia com Jair Bolsonaro

 O clã Bolsonaro está reunido em Angra dos Reis. Tanto Carlos quanto Jair Bolsonaro acionaram assessores por mais informações sobre a ação da PF

Flávio, Jair, Eduardo e Carlos Bolsonaro (Foto: Reprodução)

 O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) estava na praia no momento em que recebeu a notícia de que era um dos alvos de uma operação da Polícia Federal (PF) deflagrada na manhã desta segunda-feira (29) no âmbito da invetsigação relacionada ao suposto esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) dirigia o órgão.

Segundo a coluna da jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, “Jair Bolsonaro está com os três filhos, Flávio, Carlos e Eduardo Bolsonaro, na praia de Mumbucaba, uma vila histórica de Angra dos Reis, onde tem uma casa de verão”.

Ainda conforme a reportagem, ao tomar conhecimento de que os agentes federais estavam cumprindo mandados de busca e apreensão contra ele em sua residência e em seu gabinete na Câmara de Vereadores, Carlos Bolsonaro e o pai mobilizaram assessores e advogados para obter mais informações sobre as buscas e apreensões.

Carlos teria se tornado alvo das autoridades após buscas em propriedades ligadas a Ramagem,encontrarem indícios de que o vereador teria recebido informações coletadas ilegalmente pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) sobre adversários políticos da família Bolsonaro.

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna da jornalista MÔnica Bergamo, da Folha de S. Paulo

Camilo Santana promete valorizar professores em Conferência Nacional da Educação

 “Para reconstruir o MEC, foi necessário recompor orçamento”, disse ainda o ministro

Conferência Nacional da Educação (Foto: José Cruz / Agência Brasil)

Agência Brasil – O ministro da Educação, Camilo Santana, participou da abertura da Conferência Nacional de Educação, em Brasília (DF), neste domingo (28). Ele destacou que o documento a ser elaborado até o dia 30 vai orientar o plano de educação a ser entregue como projeto de lei ao Congresso Nacional.

O evento conta, ao longo das discussões, com cerca de 2,5 mil pessoas, incluindo representantes de vários segmentos educacionais e setores sociais, além de entidades que atuam na educação.

Confira a programação do evento no link.

Na abertura do evento, diante de estudantes, profissionais e representantes de entidades de todo o país, enumerou as dificuldades que o governo encontrou no início de 2023 no campo da educação e quais foram as ações implementadas. “Para reconstruir o MEC, foi necessário recompor orçamento”, exemplificou. Ele acrescentou a necessidade de aperfeiçoar planejamento (no qual está inserido o plano de educação), estabelecer parcerias e melhorar os serviços prestados.

Ele defendeu que as propostas a serem debatidas durante a Conferência Nacional de Educação são resultados de discussões realizadas em mais de 1,3 reuniões em pelo menos 4,3 mil municípios em todas as unidades federativas do Brasil. Ele lamentou a série de dificuldades encontradas e garantiu que os professores brasileiros voltarão a ser valorizados. O ministro contextualizou que as desigualdades sociais são problemáticas.

“Ainda é uma realidade dura que muitas vezes a única boa alimentação que uma criança ou um jovem vai ter durante o dia é quando vai à escola (...) Tem Estado com menos de 30% de crianças alfabetizadas ”. O ministro ainda destacou que a educação foi contemplado com os recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e que haverá condições de ingresso no ensino superior dos mais pobres. “Teremos o Fies Social e o Prouni”.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Mercado aposta em corte de meio ponto na taxa Selic nesta semana

 Copom se reúne e deve reduzir a taxa para 11,25% ao ano

 O mercado financeiro está otimista em relação à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nesta semana. As expectativas apontam para um corte de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, que poderia chegar a 11,25% ao ano após a decisão do colegiado. A previsão é resultado de uma pesquisa realizada pelo Valor, que consultou 142 instituições financeiras e consultorias para entender as projeções do mercado.

A expectativa de corte na Selic reflete a postura cautelosa do Copom diante da dinâmica inflacionária e das condições econômicas tanto internas quanto externas. A comunicação restrita do comitê desde a última reunião, aliada aos indicadores econômicos moderados, sustenta a percepção de que a autoridade monetária manterá sua estratégia de flexibilização dos juros, mas de forma gradual e prudente.

O contexto internacional favorável à desinflação contrasta com a preocupação local em relação à inflação de serviços, que tem apresentado sinais de aumento. A divulgação do IPCA-15 de janeiro trouxe à tona essa preocupação, apontando para uma inflação subjacente de serviços em ascensão. Diante desse cenário, o mercado aguarda com expectativa a decisão do Copom e os sinais que serão emitidos sobre os próximos passos da política monetária no Brasil.

Fonte: Brasil 247

PF apura se Carlos Bolsonaro era o destinatário de "materiais" obtidos ilegalmente pela Abin paralela

 PF deflagrou operação de busca e apreensão nesta segunda-feira contra o vereador Carlos Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro

Carlos e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

 Nesta segunda-feira (29), a Polícia Federal (PF) deflagrou uma nova operação relacionada ao suposto esquema de espionagem ilegal da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), quando o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) dirigia o órgão.

Os mandados executados nesta segunda têm como alvo o "núcleo político" de Ramagem, incluindo aliados tanto da época em que ele estava à frente da Abin quanto do seu atual mandato como deputado federal. Um dos principais alvos é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro, que está sendo submetido a mandados de busca e apreensão, inclusive em seu gabinete na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro. A suspeita é de que Carlos Bolsonaro era o destinatário de "materiais" obtidos ilegalmente pela Abin, informa Camila Bomfim, do g1.

As investigações da PF, que já se estendem por meses, buscam esclarecer se a Abin foi "instrumentalizada" para monitorar ilegalmente diversas autoridades, incluindo figuras públicas e pessoas comuns envolvidas em investigações, além de desafetos de Jair Bolsonaro.

Na última quinta-feira (25), Alexandre Ramagem já havia sido alvo de buscas, resultando na apreensão de quatro computadores, seis celulares e 20 pendrives em seus endereços. Entre os itens confiscados, destaca-se um notebook e um celular pertencentes à Abin.

As investigações indicam que os crimes em questão envolvem o uso do software "First Mile", uma ferramenta de geolocalização que permite identificar as movimentações de pessoas por meio de seus dispositivos celulares. Este software teria sido utilizado de forma indevida para monitorar indivíduos sem autorização judicial.

Fonte: Brasil 247 com informações da jornalista Camila Bomfim, do G1

Ministro da Agricultura promete medidas para debelar crise do agro

 Carlos Fávaro ressaltou que o cenário atual pode se agravar, mas assegurou que o governo está preparado para reagir

Carlos Fávaro (Foto: Guilherme Martimon/MAPA)

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, alertou para a iminência de uma crise no agronegócio devido à quebra na safra de grãos, aos preços baixos das commodities e aos custos ainda elevados de produção. Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Fávaro destacou que o governo está atento à situação e tomará medidas antes que a crise se instale.

Fávaro ressaltou que o cenário atual pode se agravar, mas assegurou que o governo está preparado para enfrentar a crise. Medidas emergenciais incluem crédito, renegociação de dívidas e apoio à comercialização. O ministro expressou otimismo em relação à reformulação do seguro rural e ao programa de conversão de pastagens degradadas.

As ações do governo visam antecipar-se aos problemas e evitar inadimplência e recuperações judiciais por parte dos produtores. Fávaro destacou a sensibilidade do presidente Lula em relação à situação e a necessidade de medidas preventivas.

Fonte: Brasil 247 com entrevista ao Estadão/Broadcast

Inscrições para o Prouni iniciam nesta segunda-feira (29)

 Neste ano, o MEC oferecerá 403.711 bolsas em instituições privadas, com destaques para os cursos de direito e medicina; resultados serão divulgados a partir de fevereiro.

Estudantes, Prouni (Foto: Marcello Casal / Agência Brasil)

O período de inscrições para o Prouni (Programa Universidade para Todos) começa nesta segunda-feira (29). 

O programa federal destina bolsas a estudantes de baixa renda em instituições privadas de ensino superior, e para este ano, o Ministério da Educação (MEC) optou por ampliar o número de vagas nos cursos de graduação em direito e medicina. 

A oferta total de bolsas será de 403.711, distribuídas entre 306.908 integrais e 96.803 parciais. O número é preliminar e está sujeito a alterações até o início das inscrições. 

Como informado pela Folha, o período de inscrição no programa abrange o intervalo de 29 de janeiro a 1º de fevereiro, realizado exclusivamente pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. 

A divulgação dos resultados ocorrerá em duas chamadas, sendo a primeira programada para o dia 6 de fevereiro e a segunda para o dia 27 do mesmo mês. 

A participação no Prouni está condicionada ao atendimento do critério de renda do estudante. Para o cálculo, considera-se a renda bruta mensal de todos os membros da família do candidato à bolsa estudantil. 

A obtenção do benefício integral, correspondente a 100% da mensalidade da instituição privada, requer uma renda familiar mensal de até 1,5 salário mínimo por pessoa. 

No caso da bolsa parcial, que cobre 50% do valor do programa, a renda mensal não pode ultrapassar três salários mínimos por pessoa da família.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

PF faz operação contra Carlos Bolsonaro e outros envolvidos na 'Abin paralela'

 Policiais federais cumprem 21 mandados de busca e apreensão em Brasília/DF, Juiz de Fora/MG, São João Del Rei/MG e Rio de Janeiro/RJ

(Foto: pf)

A Polícia Federal deflagrou uma nova etapa da Operação Vigilância Aproximada, com o objetivo de investigar criminosa que infiltrou-se na Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A investigação revelou práticas ilegais de monitoramento de autoridades públicas e outras pessoas, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.Um dos alvos é o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho de Jair Bolsonaro (PL).

Ao todo, os agentes da Polícia Federal estão cumprindo 21 mandados de busca e apreensão, bem como medidas cautelares diversas da prisão. Entre as medidas adotadas, destaca-se a suspensão imediata do exercício das funções públicas de sete policiais federais. As diligências estão sendo realizadas em Brasília (18), Juiz de Fora (1) e São João Del Rei (1), em Minas Gerais, e no Rio de Janeiro/RJ (1).

A operação desta segunda-feira é uma continuação das investigações iniciadas na Operação Última Milha, deflagrada em 20 de outubro de 2023. As evidências obtidas naquela ocasião indicaram que a organização criminosa estabeleceu uma estrutura paralela dentro da ABIN, utilizando recursos e serviços da agência para atividades ilícitas. Tais ações incluíam a produção de informações com objetivos políticos e midiáticos, visando benefícios pessoais e até mesmo a interferência em investigações conduzidas pela Polícia Federal.

Os investigados poderão responder pelos crimes de invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, sem a devida autorização judicial ou com objetivos não autorizados por lei.

Segundo a Folha de S. Paulo, "na nova fase da operação, o foco principal foram policiais que atuavam na Abin, em especial no CIN (Centro de Inteligência Nacional), estrutura criada durante a gestão Bolsonaro".

Na última quinta-feira (25), a Polícia Federal deflagrou a Operação Vigilância Aproximada, para investigar o esquema criminoso de espionagem ilegal na Abin. O grupo monitorava ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas, utilizando ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

Gleisi defende apoio à reeleição de Paes, com Anielle Franco ou André Ceciliano para vice

 "Para Paes ter o apoio do PT no Rio na eleição municipal, o partido precisa indicar o vice", afirmou a presidente da sigla

Gleisi Hoffmann (Foto: Renato Araújo/Câmara dos Deputados)

 Presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann (PR) defende que o partido apoie a reeleição do prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), nas eleições de 2024. Para isso, salientou Gleisi, o PT deverá ter o direito de indicar o candidato a vice. "Na minha avaliação, para Paes ter o apoio do PT no Rio na eleição municipal, o partido precisa indicar o vice", afirmou a parlamentar a Bela Megale, do jornal O Globo.

Segundo Gleisi, há dois nomes na mesa: Anielle Franco, ministra da Igualdade Racial, que deve se filiar ao PT em fevereiro, e o secretário de Assuntos Federativos do governo Lula (PT), André Ceciliano (PT).

Sobre a opinião do vice-presidente do partido, deputado federal Washington Quaquá, de que a sigla poderia abrir mão de indicar o vice e ainda assim apoiar Paes, focando em reeleger Lula em 2026, Gleisi afirmou que esta posição não é consenso entre os petistas e defendeu que o debate seja feito com Eduardo Paes.

Gleisi classificou como prioritária a eleição no Rio e disse que a vitória de um aliado é importante para construir bases de olho em 2026.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Lira reúne líderes para discutir veto de Lula a R$ 5,6 bi em emendas de comissão

 A expectativa é de que o veto seja derrubado, apesar dos esforços do governo em negociar com os parlamentares

Arthur Lira (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

 O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), inicia a semana empenhado na discussão do veto do governo federal que cortou R$ 5,6 bilhões destinados a emendas de comissão no Orçamento de 2024. O veto, anunciado pelo presidente Lula (PT) em 22 de janeiro, tem gerado insatisfação entre os parlamentares, e Lira volta a Brasília uma semana antes do início dos trabalhos legislativos para articular uma possível derrubada, informa o Metrópoles.

O trecho sobre as emendas, aprovado no Congresso em dezembro de 2023 com relatoria do deputado Luiz Carlos Motta (PL-SP), previa a destinação de R$ 16,6 bilhões dos cofres públicos para emendas de comissão. Esse tipo de emenda é custeado pelo governo federal e destina verbas para comissões permanentes das Casas do Congresso Nacional, permitindo que parlamentares indiquem a alocação dos recursos para estados, municípios e instituições. 

Embora não tenham pagamento impositivo, as emendas são consideradas ferramentas importantes para os parlamentares, especialmente em anos eleitorais, permitindo a alocação de recursos para suas bases eleitorais.

A justificativa apresentada pelo líder do governo no Congresso Nacional, Randolfe Rodrigues (sem partido-AP), de que o veto se deu pela "queda da inflação", não foi bem recebida pelos congressistas. Nos bastidores, a expectativa é de que o veto seja derrubado, apesar dos esforços do governo em negociar com os parlamentares.

Na última semana, o relator do Orçamento de 2024, Luiz Carlos Motta, revelou que o governo se comprometeu a redirecionar recursos para compensar os cortes das verbas de emendas. A ministra do Planejamento, Simone Tebet, está encarregada da reorganização dos valores e, na quinta-feira (25), afirmou que o veto pode ser revisto em fevereiro.

Os vetos publicados pela Presidência indicam cortes diretos em diversas autarquias do governo. Ministérios como das Cidades, que teve R$ 1,8 bilhão cortado, e o da Integração e Desenvolvimento Regional, com corte de R$ 1,7 bilhão, foram significativamente afetados. O Ministério do Turismo, que sofreu corte de R$ 950,3 milhões, teve seu impacto direto no Centrão, uma vez que a pasta é comandada por Celso Sabino (União-PA), um dos nomes indicados pelo bloco para fortalecer sua presença no governo.

Fonte: Brasil 247 com informações do Metrópoles