Derrotados
nas urnas nas eleições passadas, candidatos com experiência política, projeção
nas redes sociais e altos índices de votação em pleitos anteriores buscaram
caminhos alternativos para se manterem relevantes na discussão política
nacional. Alguns investiram ainda em outras áreas fora da área legislativa. É o
caso dos ex-deputados federais Joice Hasselmann (PSDB-SP) e Alexandre Frota
(PSDB-SP), por exemplo.
Jornalista
e ex-parlamentar, Joice ainda discute os principais assuntos da política via
redes sociais, com comentários sobre as decisões dos governos federal e de São
Paulo, onde tem base eleitoral. Em paralelo, ela passou a compartilhar o seu
processo de emagrecimento e montou um protocolo de dieta para comercializar. A
ex-deputada perdeu mais de 20 quilos desde que adotou uma nova rotina de
alimentação e exercícios físicos.
Ex-aliada
de Jair Bolsonaro (PL), Joice se tornou uma desafeta do bolsonarismo após expor
críticas ao ex-presidente enquanto ele ocupava a chefia do Poder Executivo. Em
2018, quando associava sua imagem à de Bolsonaro, recebeu mais de 1 milhão de
votos. Depois de romper a relação, alcançou apenas 13 mil na eleição passada,
em 2022, quanto tentava a reeleição.
Já o
ex-deputado Alexandre Frota manteve uma rotina de aparições em podcasts e, na
semana passada, se envolveu no caso do helicóptero que desapareceu na véspera
de réveillon e foi localizado apenas 12 dias depois. O ex-parlamentar
compareceu ao velório de duas vítimas da queda da aeronave e chegou a se
envolver nas buscas na sexta-feira, 12.
A
Polícia Militar do Estado de São Paulo localizou a aeronave ainda na sexta, em
área de mata na região de Paraibuna. Também foram encontrados os corpos dos
quatro ocupantes da aeronave, que passaram por identificação no Instituto
Médico Legal (IML). O ex-deputado esteve no velório de Luciana Marley Rodzewics
Santos, de 46 anos, e da filha dela, Letícia Ayumi Rodzewics Sakumoto, de 20
anos, no domingo, 14, a convite da família.
Frota
fez carreira na televisão. Ex-aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ele
se elegeu para a Câmara dos Deputados pelo PSL (então sigla de Bolsonaro) em
2018 com mais de 150 mil votos. Em 2022, tentou uma vaga na Assembleia
Legislativa de São Paulo (Alesp), mas recebeu 24 mil votos e não se elegeu. Ele
desembarcou do bolsonarismo após criticar as atitudes do presidente, em 2019, e
desde então passou a fazer críticas ao chefe do Executivo publicamente.
Janaína
Paschoal (PRTB-SP), que teve mais de 2 milhões de votos nas eleições de 2018 e
foi eleita para a Alesp como a deputada mais votada da história do País, teve
447 mil ao tentar o Senado por São Paulo em 2022 e não se elegeu.
A advogada se manteve nos holofotes ao participar de programas
de debate político na televisão. Participou como comentarista fixa de uma
atração da CNN Brasil, mas foi demitida poucos meses após ser contratada, em
agosto do ano passado.
Tanto
Joice, Janaína e Frota se descolaram do bolsonarismo nos últimos anos. Janaina
se diz fiel às pautas defendidas pelo presidente, mas não à figura dele em si,
e perdeu para o candidato apoiado pela coligação de Bolsonaro, Astronauta
Marcos Pontes (PL-SP).
Também houve
nomes tradicionais da política que não se elegeram. O senador José Serra (PSDB)
ficou em 80º lugar no número total de votos para deputado federal por São
Paulo, tendo sido escolhido por 88.926 eleitores. O desgaste do partido no
estado e a falta de palanque do governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à
reeleição, explicam a derrota.
O
ex-governador de São Paulo mantém uma rotina discreta, mas ainda participa das
discussões internas do PSDB. Economista, José Serra também escreve
quinzenalmente na seção Espaço Aberto, do Estadão.
Fonte: Bem
Paraná com informações do Estadão Conteúdo