sexta-feira, 12 de janeiro de 2024

Com autonomia assegurada por Lula, Lewandowski inicia formação de sua equipe ministerial

 Novo ministro utilizará todo o prazo disponível até a posse, em 1º de fevereiro, para concluir a formação de sua equipe

Ricardo Lewandowski e Lula (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou Ricardo Lewandowski como o novo ministro da Justiça, sucedendo Flávio Dino a partir de 1º de fevereiro. Antes mesmo de assumir oficialmente, Lewandowski já deu início ao processo de seleção de profissionais para compor sua equipe ministerial, segundo aponta reportagem do Globo. Dentre os candidatos considerados para posições estratégicas estão advogados, juízes e profissionais com experiência no Supremo Tribunal Federal (STF), onde o novo ministro atuou por 17 anos.

O Planalto comunicou a Lewandowski que não há pressão para contemplar o PSB na composição da equipe, indicando autonomia na escolha dos membros. Atualmente, a sigla ocupa quatro das nove secretarias da pasta. Lula, por sua vez, expressou o desejo de manter Andrei Rodrigues como diretor-geral da Polícia Federal, conferindo ao novo ministro a liberdade para realizar outras trocas na equipe.

A Secretaria de Segurança Pública desperta especial atenção, dada a sensibilidade do tema junto à população. Sete nomes já foram sondados para possíveis posições na equipe, destacando-se Manoel Carlos de Almeida Neto, considerado para o cargo de secretário-executivo. Outros candidatos incluem Ana Maria Neves, Jean Keiji Uema, Luís Geraldo Sant'Ana Lanfredi, Helena Trentini e Georghio Alessandro Tomelin.

O processo de seleção e definição da equipe ministerial está em andamento, e Lewandowski planeja realizar mudanças nos cargos-chave, enquanto mantém muitos dos nomes de terceiro e quarto escalão da equipe de Flávio Dino. Com a garantia de autonomia por parte de Lula, o novo ministro utilizará todo o prazo disponível até a posse, em 1º de fevereiro, para concluir a formação de sua equipe.

Fonte: Brasil 247 com reportagem do jornal O Globo

Preços do petróleo sobem após EUA e Reino Unido atacarem houthis no Iêmen

 Os contratos futuros do petróleo Brent registraram um aumento de 2,0%, atingindo US$ 79,00 por barril

Bomba de petróleo em Sommesous, na França (Foto: REUTERS/Pascal Rossignol)

Os preços do petróleo tiveram uma alta significativa após os Estados Unidos e o Reino Unido realizarem ataques aéreos e marítimos contra alvos militares dos Houthis no Iêmen, em resposta aos ataques do grupo a navios no Mar Vermelho. A escalada no conflito da região teve impactos diretos nos mercados asiáticos, segundo informa a agência Reuters.

Os contratos futuros do petróleo Brent registraram um aumento de 2,0%, atingindo US$ 79,00 por barril, enquanto o petróleo bruto do Texas (WTI) subiu 2,1%, alcançando US$ 73,55. A notícia, entretanto, teve uma resposta inicial limitada nos mercados, uma vez que os investidores adotaram uma abordagem de espera para avaliar os desdobramentos da situação.

A intensificação do conflito manteve os investidores cautelosos, refletindo-se no desempenho das ações asiáticas, que apresentaram um leve aumento de 0,1%. O índice mais amplo da região Ásia-Pacífico, excluindo o Japão, avançou timidamente, mas permanece encaminhado para uma queda semanal de 0,7%.

Fonte: Brasil 247 com informação da Reuters

EUA interrompem fornecimento de armas à Ucrânia, diz Casa Branca

 A informação foi dada pelo Coordenador de Comunicações Estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby

Bandeiras da Ucrânia e dos Estados Unidos (Foto: Aquiles Lins)

TASS - Os Estados Unidos suspenderam as entregas de armas e equipamento militar à Ucrânia devido à falta de fundos orçamentários para financiar tais programas, disse o Coordenador de Comunicações Estratégicas do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

“Emitimos o último pacote que tínhamos financiamento para apoiar”, disse Kirby, respondendo a uma pergunta sobre a ajuda militar de Washington ao governo de Kiev. 

“É por isso que é fundamental que o Congresso avance nesse pedido suplementar de segurança nacional e obtenhamos mais financiamento”, continuou ele. "A assistência que prestamos foi agora interrompida."

Nas suas estimativas, “a necessidade [de mais armas dos EUA na Ucrânia] é urgente neste momento, especialmente nestes meses de inverno”.

Há quase quatro meses, a administração de Washington enviou ao Congresso um pedido de dotações suplementares para o ano fiscal de 2024, que começou nos EUA em 1 de outubro, principalmente para fornecer ajuda a Israel e à Ucrânia, bem como para combater a China e a Rússia na Região da Ásia-Pacífico. No total, a administração Biden procura cerca de 106 bilhões de dólares para estes fins.

O destino do pedido e dos projetos de lei alternativos permanece incerto. Vários republicanos na Câmara dos Representantes e no Senado manifestaram-se recentemente contra a continuação do apoio financeiro a Kiev.

Fonte: Brasil 247 com Agência TASS

No topo da pirâmide de renda do Brasil, 70% do rendimento é isento e só 10% tributável

 Estudo revela que o 0,01% mais rico do país paga apenas 1,76% de alíquota efetiva de Imposto de Renda

(Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil)

Lucas Sampaio, Infomoney - Um grupo com 0,1% dos brasileiros que preencheram e enviaram a declaração do Imposto de Renda de 2023 concentra quase 12% de toda a renda declarada do país e os 10% “mais ricos” ficam com mais da metade (51,5%), aponta estudo do governo federal com dados do IR. Na outra ponta, os 50% “mais pobres” ficaram com menos de 15%.

O levantamento revela uma renda altamente concentrada entre quem declara o IR, com o topo da pirâmide recebendo grande parte dos seus rendimentos totalmente livres de impostos. Entre o 1% mais rico, 44,3% de toda a renda anual é isenta e 17,5% têm tributação exclusiva/definitiva. Entre o 0,1% de cima, quase 70% do rendimento é isento e menos de 10%, tributável. Já no 0,01% (“o crème de la crème“), a renda tributável respondeu por apenas 6,0% dos ganhos anuais.

Entre todos os rendimentos isentos, os lucros e dividendos representam 35,5%, segundo o relatório “Distribuição pessoal da renda e da riqueza da população brasileira“, produzido pela Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda. Na sequência aparecem rendimentos como sócio/titular de microempresa e optantes do Simples Nacional (13,0%) e as transferências patrimoniais de doações e heranças (8,1%). Os rendimentos da Poupança respondem por apenas 4,4% do total.

O levantamento usa dados da Declaração do Imposto de Renda de Pessoa Física (DIRPF) de 2022, divulgados pela Receita Federal em 2023, e considera só o universo de quem declara IR — 38,4 milhões de pessoas, o equivalente a 35,6% da População Economicamente Ativa (PEA) do país. Os números apontam que a renda média anual foi de R$ 122.508, o equivalente a um salário de R$ 10.209 por mês entre quem declara IR.

Segundo o documento, as informações da DIRPF “permitem uma melhor compreensão do nível e do comportamento da renda e da riqueza no topo da estrutura distributiva”, por causa dos rendimentos de aplicações financeiras e ganhos de capital. Outro motivo é que as pesquisas domiciliares, como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Trimestral (PNADC-T) e a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), “tendem a subestimar os rendimentos do topo da distribuição — o que, por sua vez, subestima a perspectiva de desigualdade de renda mesurada a partir dessas fontes de informações”.

O estudo também aponta uma distorção na cobrança do IR: a alíquota efetiva que os contribuintes pagam (o imposto devido pela soma do total de rendimentos tributáveis e isentos). Ela é progressiva conforme a renda até chegar aos 7% mais ricos (quem está no “degrau 93”, em uma escala que vai de 0 a 100, pagou uma alíquota efetiva de 11% de IR no passado). A partir daí, a alíquota efetiva passa a ser regressiva, até chegar ao ponto em que o 1% mais rico paga apenas 4,2% de IR sobre os seus rendimentos e o 0,01% ainda menos: 1,76%.

Após a tributação de fundos exclusivos e offshores ser aprovada e sancionada no fim de 2023, o governo deve se voltar neste ano para a reforma do Imposto de Renda. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) prometeu na campanha de 2022 isentar de IR quem ganhar até R$ 5 mil por mês (uma promessa que já havia sido feita pelo então candidato Fernando Haddad em 2018, quando foi derrotado por Jair Bolsonaro). Bolsonaro inclusive encampou a ideia do rival, mas não a cumpriu em seu mandato. Hoje, mesmo na base de Lula há ceticismo quanto à viabilidade fiscal da medida.

Despesas dedutíveis - Outro problema apontado pelo estudo — e que o governo já disse querer restringir — são as despesas dedutíveis: elas seguem “uma tendência semelhante à observada para a concentração de renda”. São próximas a zero entre os contribuintes com menores rendimentos, enquanto os 10% mais ricos respondem por 41,6% de todas as deduções.

As deduções são concentradas principalmente em despesas médicas (que são ilimitadas e representaram 35,8% do total) e Previdência (32,2%). O restante foi dividido em 2022 entre dependentes (9,9%), educação (6,6%), pensão alimentícia (5,1%) e livro caixa (3,6%). “A ausência de limites de dedução para despesas médicas é recorrentemente apontada como uma distorção que reduz a progressividade do IRPF, gerando distorções distributivas e prejudicando a justiça tributária”, afirma o estudo.

Outra distorção apontada é que o 1% mais rico concentrou 52,1% de todas as deduções por livro caixa e 19,5% das deduções por contribuições à Previdência privada (a dedução por livro caixa pode ser feita pelo contribuinte que recebe rendimentos de trabalho não-assalariado, como trabalhadores autônomos, e opta por preencher a declaração completa do IR).

O estudo diz que o uso do livro caixa nas deduções aumentou de 4,9% em 2017 primeiro dado disponível) para 6,9% em 2022, e o classificou como “um crescimento expressivo para um intervalo de 5 anos”. “Pode indicar estar havendo, nos estratos de maior renda, tendência de redução do trabalho assalariado para aumento do trabalho autônomo, com benefícios fiscais que causam impacto negativo para a arrecadação”.

Fonte: Brasil 247 com Infomoney

Perante o tribunal, Israel alega legítima defesa para justificar genocídio palestino e ataca a África do Sul

 Israel alega estar respondendo a um ataque do Hamas que matou 1.139 pessoas em seu território. No entanto, mais de 23 mil palestinos foram mortos em Gaza desde 7 de outubro

Tal Becker (Foto: Reprodução)

Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) retomou nesta sexta-feira (12) a análise da denúncia da África do Sul contra Israel, que acusa o país de promover um genocídio contra o povo palestino na Faixa de Gaza. Na quinta-feira (11), a Corte ouviu os argumentos da África do Sul - que é apoiada por diversas organizações e países, como o Brasil - e desta vez ouve o lado israelense.

O consultor jurídico do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Tal Becker, abriu a audiência alegando legítima defesa do país, já que os ataques israelenses a Gaza seriam uma resposta à ofensiva do Hamas em 7 de outubro, que matou 1.139 pessoas. Daquele dia até aqui, mais de 23 mil palestinos foram mortos em Gaza e outros 50 mil foram feridos por ataques de Israel.

O lado israelense também atacou a África do Sul, acusando-a de manter laços estreitos com o Hamas e pedindo a aplicação de medidas provisórias contra o país.

Na sequência, Tal Becker alegou que Israel protege os civis na Faixa de Gaza - apesar das mais fartas provas de que seus ataques ao enclave palestino são indeterminados. “O que Israel está a fazer em Gaza não é destruir pessoas, mas protegê-las. É o povo. Israel está numa guerra de defesa contra o Hamas, não contra o povo palestino", afirmou.

Ele classificou a acusação da África do Sul de “difamação”, mas não abordou em detalhes as alegações de genocídio que recaem sobre Israel, já que entre os milhares de mortos, a maioria são crianças e mulheres, ao mesmo tempo em que alvos dos bombardeios são escolas, universidades e hospitais.

Fonte: Brasil 247

Regiões mais ricas do Brasil têm menos mortes por doenças cardiovasculares, aponta estudo

 Estados com melhores indicadores sociais tiveram maior redução nas mortes por infarto e derrame em 20 anos, diz levantamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Por Gabriela Cupani, da Agência Einstein - A taxa de mortalidade por doenças cardiovasculares caiu nos últimos 20 anos de forma diferente entre ricos e pobres no Brasil, segundo um estudo da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Regiões com maior nível de desenvolvimento humano registraram uma queda mais acentuada de mortes por derrame e infarto do que aquelas com piores índices. Para avaliar a taxa de mortalidade, os autores cruzaram o número de mortes com o índice sociodemográfico (ISD), que avalia o nível de desenvolvimento, e o de vulnerabilidade social (IVS) - que mostra como a riqueza está distribuída. As informações sobre o ISD foram obtidas no site do Global Health Data Exchange e o IVS do Atlas da Vulnerabilidade Social, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada.

Nas últimas duas décadas, o Brasil melhorou os indicadores de vulnerabilidade social e a mortalidade por infarto reduziu, em média, 21%. Já a mortalidade por Acidente Vascular Cerebral (AVC) caiu aproximadamente 37%, segundo o levantamento.

No entanto, os dados gerais sobre doenças cardiovasculares revelam que, enquanto o Distrito Federal e a região Sul – que ostentam os melhores indicadores sociais – tiveram uma redução de cerca de 50% nas mortes, na Bahia e em Sergipe, por exemplo, a queda foi de apenas 7%. Já o Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí e Maranhão chegaram a apresentar uma piora no número de óbitos.

Para os autores, a melhora na taxa de mortalidade ocorre em função de maior acesso a serviços de saúde e estratégias de prevenção e enfrentamento de doenças crônicas não transmissíveis. “Essas doenças podem ser prevenidas com medidas efetivas e de baixo custo”, diz o cardiologista José Lucas Bichara, um dos autores do estudo.

“A educação também tem um impacto muito grande, pois ela envolve desde o acesso ao sistema de saúde até conseguir interpretar receitas e recomendações médicas para, por exemplo, cuidar de doenças como hipertensão e diabetes”, avalia o cardiologista.

“Nas regiões com índices socioeconômicos mais elevados, há maior disponibilidade e acesso a serviços de saúde e tratamento das doenças, propiciando melhor manejo de condições crônicas de saúde”, diz a cardiologista Juliana Aparecida Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein.

“Já os piores indicadores se associam a menor acesso à saúde em geral, o que acarreta, inclusive, maior vulnerabilidade emocional devido às dificuldades para acessar o tratamento, desde a distância, as condições de transporte e a disponibilidade de recursos como medicamentos e terapias de suporte”, completa a especialista.

Mais informação e educação em saúde

Além disso, maiores níveis de escolaridade estão relacionados a mais informação e educação em saúde, diz Soares. “Isso se associa a melhor autocuidado, incluindo melhor qualidade de alimentação, conscientização sobre benefícios da atividade física regular e acesso a locais para prática, melhor discernimento sobre sintomas e mais acesso a serviços para controle dos fatores de risco e manejos de condições graves, além de maior aderência ao tratamento”, enumera ela.

Um estudo recente, feito nos Estados Unidos, evidencia como a renda pode estar associada a fatores de risco cardiovascular, já que a precariedade dificulta até o acesso à alimentação saudável e possibilidades de mudanças no estilo de vida. Ao comparar mais de 20 mil adultos nos últimos 20 anos, os autores constataram que a prevalência de doenças como hipertensão e diabetes, além de tabagismo, era maior entre os mais pobres.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no Brasil e as taxas de mortalidade entre os países variam em função do grau de desenvolvimento. Nações ricas costumam apresentar maior nível de incidência de doenças crônicas, provavelmente por maior exposição a fatores de risco e maior disponibilidade de métodos diagnósticos.

Mas a probabilidade de morte é maior em zonas com menor grau de desenvolvimento. “A desigualdade social impacta fortemente o panorama da saúde das populações e associa-se à discrepância no acesso à saúde e implementação e adoção de medidas de promoção e prevenção de saúde, bem como iniquidades em relação ao diagnóstico precoce, fundamental para diminuição da mortalidade cardiovascular”, finaliza Soares.

Fonte: Brasil 247 com informações da Agência Einstein


Marqueteiro da pré-campanha de Ricardo Nunes fatura alto com apoio do PL

 Duda Lima, homem de confiança de Valdemar Costa Neto, é dono de duas empresas que receberam R$ 1,9 milhão do PL no ano passado

Duda Lima (Foto: Divulgação)

O marqueteiro Duda Lima, responsável pela pré-campanha do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), à reeleição, recebeu R$ 1,9 milhão do PL no ano passado.O partido apoia a candidatura de Nunes. Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, Lima é visto como homem de confiança de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, e é proprietário de duas empresas que prestaram serviços à legenda, conforme informações da prestação de contas partidárias encaminhadas ao Tribunal Superior Eleitoral.

A Quilômetro 20 Integração e Estratégia Criativa, uma das empresas de Lima, recebeu R$ 1,6 milhão do PL. Os repasses, realizados em oito parcelas entre março e novembro do ano passado, variaram entre R$ 155 mil e R$ 465 mil, sendo categorizados como "serviços técnico-profissionais".

Ainda de acordo com a reportagem, “a segunda empresa de Lima, a F.A.R.O Propaganda e Publicidade, também obteve recursos do PL, totalizando R$ 317.067. Os pagamentos foram distribuídos em três parcelas, nos meses de junho e julho, com descrição genérica de "Propaganda e Publicidade".

Fonte: Brasil 247 com informações da coluna do jornalista Guilherme Amado, no Metrópoles

Após ter dito insultos ao pontífice, Milei convida o Papa Francisco para visitar a Argentina

 Antes de sua candidatura presidencial, o presidente argentino chamou a autoridade religiosa de “representante do maligno na Terra"

Papa Francisco e Javier Milei (Foto: Reuters)

O presidente argentino, Javier Milei, estendeu um convite ao Papa Francisco para visitar a Argentina, deixando para trás os insultos proferidos anos atrás, quando, antes de sua candidatura presidencial, ele havia qualificado o pontífice como o "representante do maligno na Terra".

Na carta presidencial enviada ao primeiro Papa argentino, Milei expressou: "Você sabe que não precisa de convite para retornar à sua amada Argentina. Apesar do risco de reiterar o que pode parecer desnecessário, convido-o cordialmente a visitar nossa querida nação."

Como informado pelo Globo, durante o debate presidencial de outubro, Milei afirmou ter pedido desculpas por essas declarações e mencionou que, se necessário, se desculparia novamente, embora não tenha abordado o assunto publicamente desde então.

Fonte: Brasil 247

Governo Lula prepara assistência humanitária permanente na terra ianomâmi

 Plano envolve a construção de uma unidade de saúde até postos de segurança permanentes no território e deve ser finalizado após o carnaval

(Foto: FAB/7º/8º GAV - Esquadrão Hárpia)

Um ano após decretar emergência sanitária na Terra Indígena Yanomami, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está elaborando uma nova estratégia para ampliar a assistência humanitária na região e coibir o garimpo ilegal. O plano, que envolve a transição de medidas emergenciais para ações permanentes, conta com um orçamento de R$ 1,2 bilhão liberado por crédito extraordinário. Segundo o jornal O Globo, “o plano, que envolve desde a construção de uma unidade de saúde até postos de segurança permanentes no território, deve ser finalizado após o carnaval”.

Na área da saúde, destaca-se a construção de um novo prédio da Casa de Apoio à Saúde Indígena (Casai) em Boa Vista, capital de Roraima. Em fase de licitação, a unidade será responsável pelo apoio, acolhimento e assistência aos indígenas, promovendo ações complementares de atenção básica e especializada. Para combater o garimpo ilegal, agentes das Forças Armadas e Polícia Federal atuarão em postos fixos dentro da área. 

A criação da "Casa de Governo" é outra medida destacada, visando concentrar os órgãos envolvidos nas ações, como Funai, Ministério dos Povos Indígenas, Ministério do Meio Ambiente, Polícia Federal, Abin, Polícia Rodoviária Federal, Ibama, Ministério dos Direitos Humanos. O objetivo é agilizar as tomadas de decisões, proporcionando mais autonomia às ações locais.

Ainda de acordo com a reortagem, “a distribuição de alimentos para os ianomâmis também passa por mudança a partir de abril. A logística aérea, feita por militares desde janeiro de 2023, será trabalho de empresas privadas contratadas pela União. A atual logística segue até março, pois ainda há estoque de cestas básicas. A mudança, no diagnóstico do Executivo, trará mais autonomia em relação aos equipamentos das Forças Armadas”.

O governo declarou emergência de saúde na Terra Indígena Yanomami em janeiro de 2023, após constatar a falta de assistência sanitária e a presença intensa de garimpo ilegal na região. A desnutrição grave entre os indígenas, causada pelo uso de mercúrio no garimpo, foi um dos principais problemas identificados pelo Ministério da Saúde. No último ano, o Ibama apreendeu 6,3 kg de mercúrio na terra ianomâmi e apreendeu bens que totalizam R$ 96,3 milhões, incluindo armas de fogo, motosserras, aeronaves, balsas e geradores de energia elétrica.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo

Estadão também ataca Lula e o Itamaraty para negar o genocídio e defender Israel

 Jornal diz que a diplomacia brasileira seria "estouvada" e que Lula gosta de "posar de estadista"

(Foto: Ricardo Stuckert)

Assim como fez o jornal O Globo, o jornal Estado de S. Paulo também agrediu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para defender o estado de Israel, que está no banco dos réus da Corte Internacional de Justiça pelo genocídio que vem sendo promovido na Faixa de Gaza contra o povo palestino. "Lula quer posar de estadista e de humanista, mas, ao endossar formalmente uma acusação infundada de genocídio contra Israel, revela que ainda lhe falta o básico: prudência", escreve o editorialista do jornal.

"O governo brasileiro tomou a infeliz decisão de endossar a denúncia por 'genocídio' contra Israel apresentada à Corte Internacional de Justiça (CIJ) pela África do Sul no fim de dezembro. Pouco importa se esse alinhamento decorre de ignorância, cálculo político ou má-fé do presidente Lula da Silva e dos acólitos que o orientam na condução da política externa. O fato é que o Brasil só tem a perder se imiscuindo dessa forma lamentável numa questão muitíssimo complexa – e para a qual não está devidamente apetrechado para exercer qualquer influência relevante", aponta o jornal.

"Lula da Silva, como é notório desde sempre, carece dessa prudência. Ciente de que a acusação de 'genocídio' contra Israel é voz corrente entre a militância esquerdista no Brasil e no mundo, Lula adere ao exagero retórico na expectativa de parecer um humanista, sem se preocupar muito com as consequências práticas de seus atos e palavras em relação aos interesses do Brasil que ele governa", acrescenta o editorialista. "Lula vende a ilusão de que é um estadista. Mas decisões como essa, de apoiar uma acusação infundada de 'genocídio' contra Israel, só revelam que ainda lhe falta o básico para esse reconhecimento: a cautela diplomática e a firmeza na defesa de princípios humanistas acima de qualquer interesse político-ideológico", finaliza.

Em três meses, o governo de Israel já assassinou 1,3% da população palestina e poderá chegar a 100% em seis anos, se o ritmo atual for mantido.

Fonte: Brasil 247

Globo insulta Lula, diz que presidente faz "agressão injusta a Israel" e ainda aponta antissemitismo em suas ações

 Grupo de comunicação endossa o genocídio do povo palestino em Gaza e dispara contra o governo brasileiro

Lula e Janja recebem repatriados de Gaza (Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

A decisão do governo brasileiro de endossar a acusação liderada pela África do Sul contra o genocídio promovido pelo estado de Israel contra o povo palestino em Gaza fez com que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fosse atacado pelo grupo de comunicação Globo. Em editorial publicado nesta sexta-feira, o jornal diz que o presidente faz "agressão injusta" a Israel.

"Foi lastimável a adesão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à petição apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça (CIJ), em Haia, acusando Israel de ações e omissões de 'caráter genocida' na guerra contra o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. Ao atender ao pedido do embaixador palestino no Brasil, Lula viola a tradição de equilíbrio da diplomacia brasileira, banaliza uma acusação que só deveria ser feita com a maior parcimônia, em atitude que fortalece a vertente mais insidiosa do antissemitismo contemporâneo", escreve o editorialista do Globo, grupo de comunicação que tem endossado o genocídio em curso na Palestina.

O jornal defende que a ação sul-africana seja derrotada e insinua, de forma completamente equivocada, que Lula estimula o antissemitismo – quando o fenômeno tem sido estimulado justamente pela agressão do estado de Israel ao povo palestino. "As acusações deverão ser refutadas em seu tempo. Ainda que a CIJ ordene medidas emergenciais, é difícil haver efeito na guerra. O caso em nada ajudará a luta justa — apoiada pelo Brasil — em favor de um Estado palestino ao lado de Israel. Sua única contribuição, ao associar as palavras 'genocídio' a Israel, será avivar o paralelo ofensivo entre nazistas e o Estado judeu, obsessão do antissemitismo contemporâneo. Com o aval de Lula", aponta o editorialista.

Fonte: Brasil 247

Publicada portaria que reajusta benefícios do INSS acima do mínimo

 Benefícios atrelados ao salário mínimo subirão 8,4%, de R$ 1.320 para R$ 1.412

INSS - Previdência Social (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Agência Brasil - A portaria que reajusta em 3,71% os benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acima de um salário mínimo foi publicada nesta sexta-feira (12) no Diário Oficial da União.

Com a definição do índice de reajuste – que segue o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano passado – o teto do INSS terá acréscimo de R$ 278,52, passando dos atuais R$ 7.507,49 para R$ 7.786,01 em 2024.

Além de corrigir os benefícios, o INPC também é aplicado para reajustar as contribuições para a Previdência Social, que sobem conforme o salário. Quanto mais o trabalhador na ativa recebe, mais está sujeito a alíquotas adicionais que elevam a contribuição.

Os benefícios atrelados ao salário mínimo subirão 8,4%, de R$ 1.320 para R$ 1.412. A variação corresponde à política correção aprovada em agosto do ano passado, que prevê a reposição da inflação pelo INPC do ano anterior, mais o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes.

O decreto com o valor do salário mínimo, que responde pela maior parte dos benefícios da Previdência Social, foi assinado no fim de dezembro pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O INSS começará a pagar os benefícios de janeiro no fim do mês. Para quem ganha um salário mínimo, o pagamento da aposentadoria, pensão ou auxílio será feito entre 25 de janeiro e 7 de fevereiro. Quem recebe além do mínimo terá o benefício depositado entre 1º e 7 de fevereiro.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Rússia diz que ataque ao Iêmen viola o direito internacional e solicita reunião do Conselho de Segurança da ONU

 Conselho de Segurança deve se reunir na manhã desta sexta-feira

Vladimir Putin (Foto: Vladimir Klimentiev/Foto Oficial/TASS)

TASS - A Rússia condenou o ataque dos EUA e do Reino Unido ao Iêmen e solicitou que o Conselho de Segurança da ONU se reúna nesta sexta-feira (12) paa tomar posição sobre esses ataques. 

“A Rússia solicitou uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU em 12 de janeiro, em conexão com os ataques dos EUA e do Reino Unido ao Iémen”, disse a missão.

Na quarta-feira, o Conselho de Segurança da ONU adotou uma resolução exigindo o fim imediato dos ataques a navios no Mar Vermelho. Cerca de 11 membros do CSNU votaram a favor do documento, enquanto quatro países, nomeadamente, Rússia, China, Argélia e Moçambique, abstiveram-se. Antes disso, o CSNU rejeitou três propostas russas para alterar o texto do projeto de resolução, incluindo a que mencionava o conflito entre a Palestina e Israel como a razão por trás da recente escalada no Mar Vermelho.

Fonte: Brasil 247 com Agência TASS

APUCARANA: Prefeitura e Acia firmam parceria visando o combate à dengue


 Em agenda mantida na tarde desta quinta-feira (11), o prefeito Junior da Femac recebeu o presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (ACIA), Wanderlei Faganello, acompanhado do diretor de comunicação da entidade, jornalista Jian Papa. O tema do encontro foi o enfrentamento da dengue em Apucarana.

“A Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana veio se somar ao nosso esforço, no combate rigoroso à dengue”, anuncia o prefeito Junior da Femac. A entidade congrega mais de 1.100 associados no comércio, na indústria e no setor de serviços e irá mobilizar todos eles, visando a prevenção e eliminação de possíveis criadouros do aedes aegypti.

“Nossa proposta é uma ação conjunta com a Autarquia Municipal de Saúde e a força-tarefa que vem atuando em todos os bairros da cidade para a coleta de recipientes e materiais descartáveis que possam representar risco no avanço da dengue”, diz o presidente da Acia, Wanderlei Faganello.

Segundo ele, a Acia irá manter contato com todos os seus associados, para que também façam uma varredura em seus estabelecimentos. “Se houver materiais para descarte a prefeitura irá providenciar a coleta, por meio do telefone 34278431, da Secretaria de Serviços Urbanos”, informa Faganello.

“O contato com os nossos associados será feito de imediato, por meio do nosso cadastro de emails e também pelas nossas redes sociais”, assinala Jian Papa.

O prefeito Junior da Femac destaca a importância da união de esforços neste momento. “A dengue representa um risco real e muito grave para a saúde dos apucaranenses e, neste momento, precisamos somar esforços para combater o mosquito causador da doença”, frisou o prefeito, agradecendo a parceria firmada com a Acia.

Fonte: Prefeitura de Apucarana

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Lula diz que Janja espera que Lewandowski indique "muitas mulheres" no Ministério da Justiça

 Novo ministro nomeado disse que atenderá às expectativas de representatividade de gênero na pasta: 'com certeza"

Flávio Dino, Lula, Ricardo Lewandowski e Janja (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou oficialmente nesta quinta-feira (11) a nomeação do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, como o novo ministro da Justiça e Segurança Pública. Durante o anúncio, Lula revelou que sua esposa, Rosângela da Silva, conhecida como Janja, está na expectativa de que Lewandowski indique "muitas mulheres" para compor o ministério.

"A Janja está na expectativa de que Lewandowski coloque muitas mulheres no ministério", disse Lula fora dos microfones para o novo ministro, de acordo com o jornal O Globo. A primeira-dama estava presente durante o anúncio no Palácio do Planalto. Em resposta, Lewandowski afirmou categoricamente: "Com certeza."

A declaração sobre a expectativa de Janja ressalta a importância dada pelo governo à diversidade e representatividade de gênero na formação da nova equipe ministerial. No entanto, o presidente destacou que a responsabilidade será do novo ministro, deixando claro que não interfere diretamente nesse processo.

"Eu tenho por hábito cultural não indicar ninguém em nenhum ministério. Quero que as pessoas montem o time que vão jogar", afirmou Lula, comparando a formação da equipe ministerial à escalação de um time de futebol. O presidente ressaltou a confiança na capacidade de Lewandowski em escolher uma equipe competente.

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo


Moraes derruba liminares que impediam Eletrobrás de realizar assembleia para incorporar Furnas

 Ministro acolheu o argumento da empresa, ressaltando que os tribunais, ao suspenderem a assembleia, afastaram a própria incidência da lei que trata da desestatização da companhia

Ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: STF)

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, proferiu decisão nesta quinta-feira (11) cassando as liminares que haviam sido concedidas pela Justiça e que impediam a Eletrobrás de realizar uma assembleia para votar a incorporação de sua subsidiária Furnas, informa o Estadão Conteúdo.

A assembleia extraordinária, inicialmente marcada para 29 de dezembro, foi suspensa por decisões do Tribunal Regional do Trabalho da Primeira Região e do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, movidas pela Associação de Empregados de Furnas (Asef). Os trabalhadores da subsidiária alegaram a necessidade de a empresa apresentar um plano ou estudo sobre as consequências da operação, incluindo garantias para a manutenção dos acordos coletivos, fundos de pensão recolhidos e o patrimônio jurídico dos empregados após a conclusão da operação. 

Os desembargadores basearam sua decisão também em uma ação da Advocacia-Geral da União (AGU) que questiona a redução do poder de voto da União na Eletrobrás, um processo que atualmente tramita no Supremo Tribunal Federal. O ministro Kássio Nunes Marques enviou o caso para conciliação e estabeleceu um prazo de 90 dias para uma possível solução consensual entre as partes. 

Ao recorrer ao STF, a Eletrobrás argumentou que os tribunais de instâncias inferiores usurparam a competência da Corte e que as liminares que suspenderam a assembleia foram além do que a Suprema Corte decidiu. O ministro Alexandre de Moraes acolheu o argumento da Eletrobrás, ressaltando que os tribunais, ao suspenderem a realização da assembleia, acabaram por afastar a própria incidência da lei que trata da desestatização da companhia.

Fonte: Brasil 247

História: como ação silenciosa do STF e da PGR derrotou golpe tentado no 7 de setembro de 2021

 Fux, então presidente do Supremo, ameaçou acionar snipers posicionados na Esplanada. PMs foram colocados em prontidão para saírem das ruas e abandonarem Bolsonaro

PGR, Luiz Fux (círcula, à esq.), Jair Bolsonaro e o STF (Foto: Divulgação)

Por Luís Costa Pinto, para o 247 em Brasília - 

O 7 de Setembro de 2021 foi o primeiro golpe de Estado que a sociedade brasileira venceu desde a instalação do regime antidemocrático de “jogo duro constitucional”, em 2016, com a consumação do impeachment sem crime de responsabilidade contra Dilma Rousseff. No início da madrugada daquele dia, pouco depois da meia noite, o então presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, telefonou para o general da reserva Walter Braga Netto num tom ameaçadoramente resignado e frio. Convocadas por aplicativos de celulares, hordas de bolsonaristas ensandecidos começavam a chegar à Esplanada dos Ministérios e ao Eixo Estrutural de Brasília. O movimento se iniciou no início da tarde do dia 6. Tisnados pelo ódio, pareciam falanges eletrizadas e hipnotizadas por discursos desconexos e desarrazoados de Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal e o Congresso Nacional, sobretudo contra os presidentes da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, Davi Alcolumbre. Braga Netto havia assumido o Ministério da Defesa em 29 de março daquele ano, quando o também general Fernando Azevedo e Silva deixou o posto junto com os comandantes das três forças militares. Embora tivessem integrado os núcleos   quarteto discordava do rumo dado por Bolsonaro à escalada conflituosa entre as instituições republicanas e aquilo que acreditava liderar: o poder militar.

– Ministro, eu não vou pedir GLO. Já disse isso ao general Matsuda – disse Fux a Walter Braga Netto, militar que se vendia como cavalo do cão para fora do círculo íntimo de Bolsonaro, mas, era na verdade uma espécie de borra-botas do capitão que o chefiava. O ministro do Supremo Tribunal Federal fazia referência à Garantia da Lei e da Ordem, que seria executada pelas Forças Armadas caso o presidente do STF pedisse o acionamento do dispositivo constitucional ao presidente da República. Era tudo o que Bolsonaro queria, assim como os bolsanaristas golpistas invocavam a mesma GLO em 8 de janeiro de 2023. O general Yuri Matsuda era o Comandante Militar do Planalto naquele momento. Luiz Fux foi além ao explicar o porquê de não pedir GLO ao então ministro da Defesa: – Há atiradores de elite que eu ordenei que fossem estrategicamente colocados na laje do prédio do Supremo Tribunal Federal. Vou mandar que abram fogo contra quem quiser invadir o STF e se eles romperem o terceiro bloqueio na Esplanada dos Ministérios. Já romperam dois. Se romperem o terceiro, darei ordem de atirar. Estou dentro do Supremo, e daqui não sairei.  Braga Netto desligou o telefone com Fux e consultou o então procurador-geral da República, Augusto Aras, para saber se o presidente do Supremo Tribunal Federal podia fazer o que ameaçava fazer naquele 7 de setembro de 2021. “Pode, claro. E ele está certo”, respondeu Aras. Jair Bolsonaro foi então avisado pelo seu aparelho militar que haveria uma dura repressão às hordas de apoiadores seus que compareciam a Brasília convocados por ele e por meio de suas redes e de seus perfis golpistas em aplicativos de mensagens. Fux fez seu recado chegar, com idêntica gravidade, ao governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha. “O que ele quer que eu faça?”, chegou a perguntar Ibaneis a um interlocutor comum dele e de Fux. E ouviu uma resposta em revés: “que ponha a Polícia Militar para controlar o povo na Esplanada e mantenha a terceira e última barreira de acesso ao Congresso e ao STF”, mandou dizer o presidente do Supremo à época.

Antevendo a possibilidade de conflitos e depredações contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, depois de ter sido sutilmente informado por oficiais de alta patente das três forças militares, Augusto Aras agia silenciosamente desde maio de 2021 para retirar as polícias militares de todos os estados – sobretudo a do Distrito Federal – do público que Jair Bolsonaro desejava ter naquele 7 de setembro. O procurador-geral do Ministério Público Militar, Marcelo Weitzel, foi despachado para rodar o País e esteve reunido nas 27 unidades da federação com todos os comandantes das PMs. Ele pediu que, entre 6 e 8 de setembro de 2021, todos os soldados da ativa, de todas as forças estaduais e do DF, estivessem aquartelados e em regime formal de prontidão. Mantidos assim, em prontidão, os policiais militares não poderiam estar presentes aos eventos que Bolsonaro convocava e teriam de seguir as ordens de seus comandantes diretos. Caso contrariassem aquelas ordens, enfrentariam a Justiça Militar.

Os procuradores-gerais de Justiça de todos os estados e do Distrito Federal foram convocados a Brasília, no início de agosto de 2021, para uma reunião na sede do Supremo Tribunal Federal com os ministros Dias Toffoli e Alexandre de Moraes. Organizada a pedido de Aras e do então vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, a “plenária de PGJs” como o evento passou a ser conhecido, serviu para a cúpula da Procuradoria Geral da República e a dupla de ministros do STF, Toffoli e Moraes, advertissem os procuradores estaduais de que desordens e badernas associadas a eventos de cunho golpistas nos estados fariam com que a culpa recaísse sobre os governadores e sobre os comandantes de cada uma das Polícias Militares.

Os procuradores estaduais entenderam e repassaram o recado. Contudo, até o dia 25 de agosto daquele ano, 2021, os governadores do Mato Grosso, do Rio de Janeiro e de Santa Catarina, todos apoiadores de Bolsonaro, recusavam-se a determinar o Estado de Prontidão para suas forças. O vice-governador de Mato Grosso, Otaviano Pivetta, interino em exercício naquele momento, manteve duros e intensos diálogos com Aras e com Humberto Jacques de Medeiros. Ele indicava que iria desobedecer às determinações da PGR e do STF sobre ação das forças policiais estaduais no 7 de setembro de 2021. “Pedirei a prisão de todos os que desobedecerem. Inclusive a dos comandantes da desordem”, disse Aras na derradeira conversa, em que Pivetta terminou cedendo. Uma semana antes do 7 de setembro, o governador catarinense anunciou à PGR que aquartelaria seus PMs e o governador do Rio, Cláudio Castro, trocou o comando da Polícia Militar fluminense. O coronel Luiz Henrique Marinho Pires foi colocado no lugar do coronel Rogério Figueiredo, pois este último se recusava a determinar a prontidão de seus soldados. Ao contrário disso, Figueiredo estimulava e convocava sua força para que comparecessem a um desfile de 7 de setembro em Copacabana – como determinavam os planos golpistas do bolsonarismo em 2021.

Hoje, à luz do que o País viveu no 8 de janeiro de 2023, todos os envolvidos no desmonte silencioso do golpe tentado e derrotado silenciosamente em 7 de setembro de 2021 creem que punições mais duras aos formuladores das intentonas contra o Estado Democrático de Direito. Porém, todos eles também comungam da certeza de que atrair uma GLO e surgir como “gestor” de uma crise militar era a estratégia única de ação de Jair Bolsonaro – e ela falhou, todas as vezes, porque o ex-presidente revelou-se incapaz de conquistar a confiança dos seus próprios comandantes militares e os comandantes militares, por sua vez, foram frouxos o suficiente para jamais terem coragem de afrontar a Constituição sem um verniz formal de uma invocação presidencial. Ou seja, estivemos caminhando por um fio desencapado e dançando sobre possíveis curtos-circuitos por 18 meses até derrotar as falanges golpistas do bolsonarismo em 8 de janeiro do ano passado.

Fonte: Brasil 247