Ministro Lewandowski deve indicar alguém de sua confiança ao posto de secretário-executivo
Ricardo Cappelli (Foto: ABR)
O ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Ricardo Lewandowski, está prestes a assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública no governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Detalhes cruciais sobre o anúncio, marcado para esta quinta-feira (11), foram discutidos em uma reunião realizada na quarta-feira (10). Lewandowski, com seus 75 anos, irá suceder Flávio Dino, que está deixando o cargo para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal. Dino foi sabatinado e aprovado pelo plenário do Senado em dezembro passado.
Entretanto, a notícia que tem ganhado destaque é a possível saída de Ricardo Cappelli, atual secretário-executivo do Ministério da Justiça, após a chegada de Lewandowski. O magistrado aposentado reiterou o desejo de contar com uma pessoa de sua confiança no segundo posto mais importante do ministério, segundo reportagem da Folha de S. Paulo. Com isso, segundo fontes do Palácio do Planalto, Cappelli pode deixar o governo.
A expectativa é que o anúncio oficial ocorra na manhã desta quinta-feira, após uma nova reunião entre Lula, Lewandowski e Dino. A demora na oficialização se deve ao trabalho de Lewandowski na escolha de sua futura equipe e na organização de seu escritório de advocacia.
Lula sempre considerou Lewandowski como um dos favoritos para o cargo de ministro da Justiça, especialmente depois de desistir da ideia de nomear uma mulher para a vaga. O nome de Lewandowski surge como uma escolha de consenso, visando encerrar as disputas na esquerda em torno da sucessão de Dino, filiado ao PSB.
Lewandowski deixou o STF em abril do ano passado, ao atingir a idade máxima para ministros da Corte. Ele foi substituído por Cristiano Zanin, advogado de Lula. Fora do Judiciário, o ministro aposentado manteve uma relação próxima com o governo e com Lula, inclusive integrando a comitiva que viajou aos Emirados Árabes Unidos para a COP-28.
A nomeação de Lewandowski sinaliza uma mudança no cenário político, indicando uma perda de espaço do PSB na Justiça, enquanto postos ligados ao PT devem ser preservados. Pessoas próximas a Lewandowski afirmam que ele fará questão de montar sua própria equipe e indicar postos-chave do ministério.
A permanência de Wadih Damous na secretaria do Consumidor e de Andrei Rodrigues como diretor-geral da PF são consideradas certas, conforme compromisso firmado pelo presidente. Damous, amigo de Lula, atuou na defesa do ex-presidente em casos da Lava Jato, enquanto Rodrigues, que ganhou a confiança de Lula durante a campanha, deve assumir a liderança na Polícia Federal.
A expectativa é de que Tamires Sampaio e Sheila de Carvalho se mantenham na assessoria especial do ministério, ambas ligadas ao PT. Por outro lado, nomes próximos a Dino que ocupavam cargos de destaque e são filiados ao PSB devem deixar a pasta, evidenciando mudanças na composição do governo.
Fonte: Brasil 247 com reportagem da Folha de S. Paulo