Se o cenário externo contribuir, "todos esses indicadores, de PIB, taxa de câmbio, Bolsa de Valores, tendem a romper máximas históricas", diz o doutor em Economia
Doutor em Economia do Desenvolvimento pela FEA-USP e professor da Unifesp, André Roncaglia elogiou, em entrevista a CartaCapital, o primeiro ano do ministro Fernando Haddad (PT) à frente da Fazenda, destacando como sua principal conquista a aprovação da reforma tributária. Ele ainda disse esperar "surpresas em termos de crescimento" em 2024.
"Haddad conseguiu surpreender o mercado positivamente. Eu converso bastante com as pessoas que trabalham na Faria Lima, e a visão dos gestores é de uma grata surpresa. Mas acho que essa surpresa é porque eles previam um cenário de penhasco fiscal, em que o governo sairia gastando de maneira descontrolada e a própria regra fiscal que o governo apresentaria ficaria muito abaixo das expectativas. E não foi o que aconteceu. Haddad, de certa maneira, consegue fazer uma negociação bastante intensa com esse front de aversão ao governo. Isso, evidentemente, vem com concessões. É isso o que ressente parte do Partido dos Trabalhadores, que vê na figura de Haddad, equivocadamente, alguém que não está jogando no campo do presidente Lula. Eu acho que é o contrário", declarou o especialista.