No último dia 12, o governo do presidente Lula (PT) liberou para Santa Catarina R$ 632 milhões, via BNDES, para serem investidos em obras de rodovias estaduais. Com isso, o valor total reservado pelo governo Lula para as estradas catarinenses em 2023 já chega a quase 2 bilhões de reais, se somado com o orçamento do Ministério dos Transportes para as rodovias federais, que é de R$ 1,3 bilhão.
O incremento, por meio do financiamento do banco, atende a um pedido do governador bolsonarista Jorginho Mello (PL), que herdou uma herança de abandono por parte de Jair Bolsonaro (PL), apesar do significativo apoio que o ex-presidente recebeu do povo catarinense nas eleições de 2018 e de 2022.
O descaso de Bolsonaro fica evidente nos números e na situação em que se encontram as estradas. O orçamento para as rodovias federais de Santa Catarina no seu primeiro ano de governo (2019) foi de R$ 517 milhões, contra R$ 1,3 bilhão de Lula em 2023.
Somando todo o tempo de gestão do ex-presidente (R$ 558 mi de investimento em 2020, R$ 358 mi em 2021 e R$ 264 mi em 2022), as estradas catarinenses receberam quase o mesmo montante que Lula investiu em apenas um ano de governo.
A situação entre 2019 e 2022 ficou tão grave que o ex-governador Carlos Moisés (Republicanos) precisou repassar R$ 450 milhões dos cofres estaduais para o governo federal fazer obras de duplicação das BRs-470, que liga o porto de Navegantes e passa por Blumenau cortando grande parte do território catarinense, da 280, que liga importantes municípios na região Norte, além da revitalização das BRs-163 e 285.
De acordo com estudo da Federação Nacional do Transporte (CNT), que avalia as condições de infraestrutura rodoviária de todo o país, 72% da malha viária de Santa Catarina apresenta algum tipo de problema e apenas 28% é considerada ótima ou boa. Duas rodovias do Estado foram consideradas péssimas pela pesquisa: a SC-305 e a SC-350, localizadas entre o Oeste e o Alto Vale do Itajaí, respectivamente.