Terapia de choque poderá levar a grande maioria dos argentinos à pobreza
As recentes medidas econômicas implementadas pela equipe do presidente Javier Milei, um político de ultradireita, podem levar a inflação argentina a alcançar um patamar de até 100% no decorrer deste mês. As ações anunciadas, que buscam gerar um superávit primário em 2024, seguem as diretrizes do Fundo Monetário Internacional (FMI) para que o país possa economizar e honrar suas obrigações externas. Esta informação foi confirmada por analistas financeiros e reportada pelo jornal "Ámbito Financiero" e repercutidas pelo Valor.
Antes dos anúncios do ministro da Economia, Luis Caputo, a expectativa de inflação estava em torno de 20% para o mês corrente. No entanto, a subsequente desvalorização do peso argentino em mais de 50%, chegando a 800 pesos por dólar, desencadeou um aumento considerável nos preços, incluindo um reajuste de até 37% nos combustíveis pelas petroleiras. Segundo dados do governo, a inflação de novembro foi de 12,8%, acumulando 160,9% em 12 meses. Pablo Ferrari, economista, sugere que a eliminação dos subsídios e o fim dos controles de preços podem duplicar os custos de alimentos e outros produtos.