Quatorze autoridades do 1º escalão do governo federal, além do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), se manifestaram contra o ataque hacker sobre o perfil no X (antigo Twitter) da primeira-dama Rosângela da Silva.
Na noite dessa segunda-feira,
11, hackers invadiram a conta de Janja e publicaram ofensas contra ela e ao
presidente Lula. Em menos de 24 horas, a Polícia Federal foi acionada e
realizou uma operação contra os invasores, a Advocacia-Geral da União (AGU) enviou
uma notificação extrajudicial para o X e ministros saíram em solidariedade à
primeira-dama, aproveitando para defender a regulação das redes sociais.
Nas
postagens, os hackers intercalaram mensagens de cunho sexual com outras
direcionadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes,
ao presidente Lula e a políticos em geral. Foram publicadas cerca de 30
mensagens, até que o perfil de Janja, que tem mais de 1,2 milhão de seguidores,
foi bloqueado.
O
diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou logo na noite de
segunda-feira a abertura de investigação para apurar o caso. Nessa terça-feira,
12, a corporação realizou quatro mandados de busca e apreensão em endereços
ligados aos suspeitos em Minas Gerais. Os mandados foram expedidos pelo Supremo
Tribunal Federal (STF). Na ação, a PF apreendeu computadores e celulares. Os
aparelhos vão passar por perícia nos próximos dias, e um dos objetivos é
verificar se outras pessoas participaram do planejamento do ataque hacker.
Na noite dos ataques, a
Advocacia-Geral da União (AGU) enviou uma notificação extrajudicial ao X
cobrando uma “rápida solução” do caso. O órgão, comandado pelo ministro Jorge
Messias, pediu que a plataforma congele a conta de Janja até o fim das investigações
e preserve todos os registros e elementos digitais, como logs de acesso,
endereços IP, mensagens diretas e quaisquer outras informações relevantes.
A Secretaria de Comunicação
Social (Secom) do governo federal também anunciou na segunda-feira que todas as
medidas cabíveis estão sendo tomadas pelo governo. O chefe da Pasta, o
ex-deputado federal Paulo Pimenta (PT), foi o ministro que mais comentou o caso.
Foram cinco postagens, incluindo dois retuítes, contra o ataque hacker.
“Canalhas criminosos hackearam o perfil da Janja. Serão identificados e
responderão por mais esse crime. Os covardes que compartilham e comentam
destilando seu ódio, preconceito e violência também serão identificados”,
escreveu Pimenta no X.
Já o
ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, aproveitou a situação para
defender a regulação das plataformas digitais. “É espantosa, mas não
surpreendente, a postura das redes sociais, particularmente da plataforma X
(antigo Twitter), que falham miseravelmente em garantir a segurança do usuário.
E o pior: ainda são lenientes e permissivas diante do discurso de ódio, da
misoginia e da intolerância”, disparou Almeida.
Além de Rodrigues, Messias,
Pimenta e Almeida, outros 10 ministros publicaram ou retuitaram mensagens em
apoio a Janja. São eles: Anielle Franco (Igualdade Racial), Esther Dweck
(Gestão e Inovação), Márcio França (Micro e Pequenas Empresas), Sônia Guajajara
(Povos Indígenas), Marina Silva (Meio Ambiente), Márcio Macêdo
(Secretaria-Geral), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Cida Gonçalves
(Mulheres), André Fufuca (Esportes) e Alexandre Padilha (Relações
Institucionais).