Senador havia alegado que a mulher teve o propósito de “atingir indistintamente o povo judeu”
Conjur -Não é possível relacionar críticas ao governo israelense — ou ao Estado de Israel — a uma conduta discriminatória e preconceituosa contra o povo judeu ou ao judaísmo.
Esse foi o entendimento adotado pelo procurador da República Athayde Ribeiro Costa para arquivar a notícia de fato instaurada por representação do senador Flávio Bolsonaro (PL) contra uma mulher que fez críticas a Israel por causa do conflito na Faixa de Gaza.
A mulher fez as críticas em publicações no X (antigo Twitter). Na queixa, Flávio Bolsonaro alegou que ela teve o propósito de “atingir indistintamente o povo judeu” e vincular o Partido dos Trabalhadores e o governo federal ao seu pensamento sobre o Estado de Israel.
Ao arquivar a notícia-crime, o procurador apontou que, apesar do conteúdo polêmico, a conduta da representada apenas externou um desabafo em razão dos atos recentes de guerra no Oriente Médio.
“No caso concreto, cumpre reconhecer que em nenhum momento as publicações ultrapassaram os limites do direito de expressão e do pensamento da representada”, registrou.