"Para não ser punido, restava-lhe uma última chance: um levante popular. Uma insurreição que deixasse os poderes constituídos de joelhos; uma rebelião", apontou a relatora
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) apresentou nesta terça-feira (17) seu relatório final acerca dos trabalhos da CPMI dos Atos Golpistas, que se iniciou em maio. O documento aponta Jair Bolsonaro (PL-RJ) como 'autor intelectual' dos ataques contra as instituições brasileiras, que culminaram no dia 8 de janeiro, quando bolsonaristas invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em Brasília em uma tentativa de 'tomada do poder pelo povo'.
A conclusão do relatório aponta que "o Oito de Janeiro ainda não terminou": "as milícias digitais continuam ativas e operantes"; "parcelas importantes das forças de segurança pública persistem capturadas pelo bolsonarismo"; "setores das Forças Armadas continuam a flertar com o autoritarismo"; "o desmantelamento do controle de armas e munições é uma herança que levaremos ainda algum tempo para superar"; "o projeto de destruição, de desregulamentação, de corrosão institucional levado a cabo por Jair Bolsonaro, em seu governo, foi muito bem-sucedido".
A relatora afirmou que os ataques de Bolsonaro, seus aliados e seguidores "aos ministros do Supremo Tribunal Federal buscaram, todo o tempo, fragilizar os sistemas de controle de constitucionalidade e de defesa da democracia", assim como "as investidas contra a imprensa".