Prestes a fechar uma delação premiada, o ex-ajudante de ordens poderá falar, por exemplo, sobre desvios ilegais de joias da Presidência e tentativas de golpe de estado
Ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o tenente-coronel Mauro Cid conseguiu a concordância da Polícia Federal para fechar um acordo de delação premiada com os investigadores - o acordo ainda depende de aprovação do Ministério Público Federal (MPF).
Desvios ilegais de joias, tentativas de golpe de estado, escutas clandestinas em altas autoridades da República e, possivelmente, casos de corrupção e envolvimento dos filhos de Bolsonaro em atividades irregulares: Cid, cuja função oficial era assessorar o ex-ocupante do Palácio do Planalto, pode revelar informações sobre todos esses assuntos, lista o Metrópoles. Segundo contam aliados, em grande parte do tempo, Bolsonaro supostamente não tinha disponibilidade para atender ligações ou ler mensagens, e até mesmo para pagar suas próprias contas bancárias. Cid era o centro de controle de todas essas atividades.
O tenente-coronel foi preso pela Polícia Federal no dia 3 de maio, na Operação Venire, sobre a inserção de informações falsas de vacinação contra a Covid-19 no sistema do Ministério da Saúde. No mesmo dia, as autoridades apreenderam os dispositivos celulares de Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle. Há suspeitas de que o casal também esteja envolvido no esquema de falsificação de certificados de vacinação.
Confira abaixo a lista de crimes em que Mauro Cid poderá implicar Bolsonaro: