Mesmo tendo ambições em suas políticas de universalização de saúde e educação, o que demanda mais servidores, o Brasil está em um nível intermediário na comparação internacional
(Foto: Arquivo/Agência Brasil | Marcello Casal Jr./Agência Brasil)
A afirmação de que o Brasil tem um inchaço em relação ao número de servidores públicos é um mito, segundo Félix Lopez, um dos coordenadores do Atlas do Estado Brasileiro, uma plataforma do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) que reúne dados sobre servidores públicos.
De acordo com o estudo, dos 91 milhões de trabalhadores brasileiros, 11,3 milhões atuam no setor público com diferentes tipos de contratação, representando 12,45% do total, informa a Folha de S. Paulo. Essa proporção é similar à do México, onde 12,24% trabalham no serviço público. No entanto, é inferior à dos Estados Unidos, um país que é referência mundial em valorização da iniciativa privada, onde 13,55% dos trabalhadores estão no setor público. Também é menor que a do Chile, um país frequentemente citado pelas reformas liberais que reduziram o peso do Estado, onde os servidores representam 13,10% da força de trabalho. Entretanto, além dos números, é importante considerar as políticas públicas específicas de cada país. López ressalta que o Brasil possui ambições em suas políticas de universalização de saúde e educação, o que demanda um maior contingente de servidores, e mesmo assim, está em um nível intermediário na comparação internacional.
Contudo, ao olharmos para as nações europeias que optaram pelo Estado de bem-estar social, a discrepância é notável. Na Noruega, os servidores representam 30,22% dos trabalhadores, enquanto na Suécia esse número é de 29,28%. Considerando a média dos países da OCDE, os funcionários públicos correspondem a 23,48% do total de trabalhadores.