quinta-feira, 13 de julho de 2023

Flávio Dino diz já ter novidades no caso Marielle: “vamos chegar a uma solução do crime”

 "As equipes me informaram que conseguiram avançar Até onde, não posso dizer", disse o ministro da Justiça sobre as mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes

Flávio Dino e Marielle Franco (Foto: Agência Pública | Reprodução)

Vasconcelo Quadros e Caio de Freitas Paes, Agência Pública - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demonstra ter cada vez mais certeza da solução de um dos crimes mais emblemáticos da história recente do Brasil, o assassinato da ex-vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, na noite de 14 de março de 2018.

Em entrevista exclusiva concedida à Agência Pública no fim de junho em Brasília, ele trata o caso com o que definiu como “otimismo moderado”, em decorrência do tempo passado após o crime e da destruição de provas. Cauteloso e sem adiantar informações da investigação sigilosa, Dino garantiu ter “novidades” sobre o caso e disse: “Acredito que vamos chegar a uma solução do crime”.

O ministro tratou também de diversos temas ao longo da entrevista, como narcogarimpo, policiamento da Amazônia, extremismo político e violência em escolas. Sobre a inelegibilidade do ex-presidente da República Jair Bolsonaro, ele diz que foi uma ação firme do Judiciário para interromper a onda de ataques ao sistema eleitoral, mas, realista, diz que ainda é cedo para se considerar controlada a sanha golpista contra a democracia. “Há uma luz amarela no semáforo da história: o extremismo político está vivo”.

“Deixar [Bolsonaro] inelegível é muito importante, porque ele é um facínora, mas é suficiente? Não. O extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil: o vemos na cultura do ódio, da desinformação, do preconceito e da violência”, ressalta.

Passados mais de seis meses da invasão do Palácio do Planalto, Congresso e Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro diz que a “personalidade despótica, autoritária e patológica de Bolsonaro” une os atentados promovidos entre o resultado da eleição, em 30 de outubro passado, ao caos do 8 de janeiro. Para Dino, não há dúvidas de que o ex-presidente está no centro da tentativa de golpe.

“Havia o ajudante de ordens [Mauro Cid], o ex-ministro Anderson Torres, outras pessoas muito ligadas a ele. É possível inferir, também por sua personalidade despótica, autoritária, que de algum modo ele orientava – ou que pelo menos compactuava, autorizava”, afirma o ministro, que ainda define o ex-presidente como “um golpista fracassado”.

Para o ministro, o atentado de 8 de janeiro serviria para criar um clima de instabilidade política e anomia institucional, forçando a cúpula militar a aderir ao golpismo. “A ideia deles era que o 8 de janeiro fosse um estopim, com efeito dominó em outras manifestações ao longo do Brasil, para tentar mostrar que o novo governo não tinha condições de gerir o país”, afirma.

Segundo Dino, ao sair da eleição com 49% dos votos, Bolsonaro tinha “uma base social razoável”, mas não o apoio internacional  nem da elite empresarial brasileira – condições que, em 1964, permitiram aos militares depor o ex-presidente João Goulart. “Daqui muitos anos, quando forem abertos os arquivos de 2022 do governo dos Estados Unidos, vão encontrar o que levou as Forças Armadas a não se engajarem no golpe”, disse o ministro.

Flávio Dino garantiu que o governo vai fortalecer sua presença na Amazônia, com a criação de uma companhia de policiamento ambiental, formada por mais de mil homens da Força Nacional, cuja finalidade é fiscalizar, intensificar operações e combater as organizações criminosas de inspiração mafiosa – que, segundo o ministro, se infiltraram na política, nos garimpos e demais atividades ilegais que cresceram no vácuo de fiscalização deixado pelo governo Bolsonaro.

Dino assegurou que o governo Lula retomará as demarcações de terras indígenas, interrompidas por Bolsonaro, por meio de decisões conjuntas entre os ministérios dos Povos Indígenas, da Justiça e Segurança Pública e da Casa Civil.

Contra o marco temporal defendido pelos ruralistas, o ministro se alinha à ideia do ministro do STF Alexandre de Moraes, que, independentemente do que o Congresso decidir, sinalizou uma solução intermediária ao conflito – sem marco, mas respeitando a peculiaridade de regiões densamente habitadas, como cidades consolidadas. Leia, a seguir, a entrevista.

Quais os reflexos da inelegibilidade de Bolsonaro?

A extrema direita brasileira perde força, perde seu principal porta-voz, o que sem dúvida altera certos desdobramentos no plano da política. Destaco, sobretudo, os aspectos constitucionais e legais com a consagração de uma diretriz jurisprudencial no Brasil sobre a chamada desinformação. Juridicamente, nós temos uma rejeição muito clara e, portanto, a declaração da abusividade da conduta de quem no processo eleitoral espalha, deliberadamente, desinformação como uma ferramenta para obter votos e hipotéticas vitórias eleitorais. É um precedente muito relevante para o futuro, no sentido de que um dos principais desafios da democracia contemporânea recebe uma resposta jurídica.

A inelegibilidade interrompe o extremismo de direita?

Espero que, se não paralise definitivamente, pelo menos atenue. Com a revolução científico-tecnológica, levando, por exemplo, ao incremento das ferramentas de inteligência artificial, nós temos tendencialmente o agravamento do problema da indústria da desinformação nos processos eleitorais. Isso distorce muito fortemente a legitimidade do processo eleitoral. O que o TSE afirmou é que há uma disposição firme de fazer esse “breque” contra a manipulação das consciências dos cidadãos. O TSE afirmou que espalhar desinformação é uma fraude eleitoral e, portanto, quem pratica esse tipo de conduta deve ser punido.

Passados mais de seis meses, o que dizem as investigações sobre os responsáveis pelo 8 de janeiro?

Uma investigação dessas é como se você pegasse um quebra-cabeça, daqueles de mil peças, e jogasse numa praia, com vento forte. Tem um período que você tem que recolher as pecinhas, mas grande parte desse quebra-cabeça já está montada.

Houve os perpetradores dos atos violentos, as pessoas que cercaram quartéis, que vieram pra cá; a via organizadora e, sobretudo, segmentos empresariais locais, que davam carne, água, apoio material, banheiro químico, barracas etc., em todo o país. O financiamento era, sobretudo, de segmentos empresariais locais, do agro e comerciantes, também de gente ligada a esse mundo do armamentismo, que financiavam isto.

Havia os incitadores, que estavam, sobretudo, nos segmentos armados – membros da ativa e da reserva das Forças Armadas, das forças policiais, mas também CACs [Colecionadores, Atiradores Desportivos e Caçadores] e proprietários de clube de tiro, de lojas de armas e assim sucessivamente. Eram segmentos armados da sociedade, com grande engajamento e um comando político mais ou menos organizado, muito próximo do Bolsonaro.

Jair Bolsonaro participou?

Só posso falar, pelo cargo que eu exerço, a partir de provas. Nesse momento eu tenho alguma prova cabal de que o Bolsonaro, direta e pessoalmente, participou do golpismo? Não tenho. Agora, é possível deduzir isso logicamente, no plano argumentativo? Sim, claro. Por que digo que é possível deduzir isso no plano argumentativo? Porque todas as pessoas que, de algum modo, aparecem na cena eram muito ligadas a ele. Havia os ajudantes de ordem, o ex-ministro Anderson Torres, pessoas muito ligadas a ele. Por dedução, é possível inferir, também por sua personalidade despótica, autoritária, que de algum modo ele orientava – ou pelo menos compactuava ou autorizava [o golpe].

É possível afirmar que o extremismo está sob controle?

Sou obrigado a chamar atenção para uma luz amarela no semáforo da história: a luz amarela é o extremismo político, que está vivo. Deixar o Bolsonaro inelegível é muito importante, porque ele é um facínora, um déspota. Agora, isso é suficiente para dizermos que o extremismo político foi superado no Brasil, o extremismo de direita? Não, não é.

Mesmo que você veja uma luz verde, poderosa, no sentido de haver uma continuidade da construção democrática do Brasil, é preciso olhar numa perspectiva lateral, olhar esse alerta – que o extremismo político ainda encontra raízes muito fortes no Brasil. Vivemos na cultura do ódio, da desinformação, do preconceito, da violência. Então, nós temos sinais sociais disto.

Caso dos ataques nas escolas?

Os ataques nas escolas são um sinal muito poderoso de que a cultura da violência está muito forte no Brasil. Vejamos o que aconteceu recentemente, naquele brutal ataque a uma escola no Paraná: uma pessoa foi lá e apertou o gatilho, o que já é terrível, mas havia outras pessoas estimulando, apoiando, filmando, transmitindo a morte de jovens. Isso mostra a força da cultura da violência, até porque praticamente todas as semanas – nessa, inclusive – nós temos prisões de nazistas e neonazistas.

O controle de armas avançou?

Tivemos dois decretos, teremos mais um nas próximas semanas, diminuindo mais uma vez o acesso a armas e munições, criando regras mais rígidas para o porte de arma, para abertura de clubes de tiro, acabando com os clubes de tiro 24h – que estavam funcionando como uma fachada para o porte de arma clandestinoBolsonaro passou a permitir o porte em trânsito com a arma municiada, mas agora estamos voltando, para que seja apenas “desmuniciado”.

O clube funcionava como álibi: o cidadão era pego numa blitz, com a arma municiada. Ele dizia: “Não! Estou indo no clube de tiro, por isso que a arma está municiada”. É por isso, também, que os clubes de tiro passaram a funcionar 24h, o que é esdrúxulo. Alguém imagina uma pessoa, às 3 horas da manhã, que vai dar tiro em um clube? Será publicado um decreto bastante amplo, acabando com a autodeclaração de necessidade, algo criado pelo governo Bolsonaro. Que nada mais era que uma espécie de presunção de necessidade, a partir de autodeclaração.

Qual o resultado das operações contra o excesso de armas?

Veja que, em menos da metade do ano de 2023, foram apreendidas mais armas pela Polícia Federal do que em todo o ano de 2022, o que mostra exatamente essa carência de fiscalização das atividades ilegais, de um modo geral. Isso valia para garimpo legal, para invasão de terrenos, para armamentismo e clubes de tiro. Ninguém fiscalizava nada porque tinha gente ganhando dinheiro com isso.

Estamos falando de bilhões de reais, bilhões nas atividades, chamemos assim, legais das lojas e clubes de tiro, mas também no comércio clandestino de armas e munições para organizações criminosas. O que essa gente estava fazendo? Alugando armas para o PCC [Primeiro Comando da Capital], para o CV [Comando Vermelho].

Fizemos uma operação, que inclusive envolveu uma parte nos Estados Unidos, contra lojas [de armas] na Baixada Fluminense, e assim descobrimos quase 2 mil armas ilegais que iam, exatamente, para o crime organizado. Com essa dupla face, o negócio legal, visível, como esse que falamos – da loja, do clube de tiro –, também havia o negócio ilegal, de comercialização e barateamento no acesso a armas de fogo para quadrilhas.

O maior incentivo para as organizações criminosas do Brasil foi esse armamentismo irresponsável, que fortaleceu o poder das organizações criminosas, barateou o acesso a armamento por meio da aplicação da lei da oferta e da procura: quanto mais produtos há no mercado, obviamente mais o preço cai.

O senhor mandou abrir um novo inquérito na PF sobre os assassinatos de Marielle Franco e de Anderson Gomes. As investigações já avançaram?

Trabalho sempre com um conceito de “otimismo moderado”. Otimismo porque temos um trabalho sério, uma equipe da PF trabalhando só no caso Marielle há três meses. Isso me dá esperança. Mas por que minha moderação? Porque se passaram cinco anos. Imagens, impressões digitais, indícios de um modo geral se perderam.

Se tivesse imagens daquele dia do assassinato [de Marielle]… Imagine a quantidade de câmeras no centro do Rio de Janeiro. Rapidamente se chegaria aos assassinos, ao carro [usado no crime], de onde ele veio, de onde saiu, qual percurso fez, isso com base na ERB [antena de telefonia celular] dos celulares… você chegaria rapidamente [aos culpados]. Hoje a tecnologia é amiga da investigação, não existe crime perfeito. Mas, infelizmente, não temos mais os dados da ERB, não temos as [imagens das] câmeras, e essa é a razão da minha moderação. Não existe crime perfeito, mas infelizmente não temos mais os dados completos.

Mas existe algo palpável, algum fato novo?

Temos novidades, sim. Não tenho uma previsão [de quando será divulgado], porque há coisas que faço questão de não saber, mas, sim, as equipes me informaram que conseguiram avançar… até onde, não posso dizer. Teremos de esperar. Mas acredito que vamos chegar a uma solução do crime, sim.

Mudando de assunto, como o crime organizado se entrelaça às atividades ilegais na região da Amazônia?

Nós temos hoje no Brasil algo muito além das quadrilhas do tipo tradicional: temos organizações de tipo mafioso, com face legal, operadas por empresas e que estão em vários negócios visíveis — um prédio residencial, uma imobiliária, revenda de automóveis etc. E ela também penetra na política. São organizações tipo máfia que se implantaram na Amazônia, exatamente pela ausência estatal, entre as quais está o PCC.

É o chamado narcogarimpo, uma atividade que demanda grandes investimentos, não é mais aquela imagem [do garimpo] de Serra Pelada, dos anos 1970 e 1980. Desde os episódios do Vale do Javari, do assassinato do Dom Phillips e do Bruno Pereira, isso ficou bem evidente. Você tem organizações criminosas atuando na Amazônia em atividades aparentemente legais – como venda de aviões, barcos, comida, combustível etc… É o avanço do narcogarimpo, na prática.

Como resolver?

Há dois problemas muito fortes na Amazônia. Primeiro, há a questão social, pois a Amazônia tem os piores indicadores sociais do Brasil. Você não enfrenta o narcogarimpo, narcotráfico, a caça ilegal, a exploração ilegal de madeira e a pesca ilegal só com policiamento. Se você não melhora as condições sociais do povo amazônico, como você vai dizer para o cara para deixar de ser “soldado” do narcogarimpo, ganhando R$ 3 mil por mês, para oferecer um Bolsa Família de R$ 700? O Bolsa Família é bom, mas apenas como incentivo para as condições brasileiras, claro. Em termos de incentivo econômico, é claro que ele se sente mais atraído [pelo garimpo] porque não há alternativa.

É necessário elevar as condições de vida do povo da Amazônia como uma prioridade brasileira relativa à proteção ao meio ambiente. É cruzando sustentabilidade ambiental com sustentabilidade social. E o segundo problema é exatamente essa ampliação do poder bélico dessas quadrilhas criminosas. Isso realmente exige a qualificação da presença estatal na Amazônia.

Como o governo federal pode fortalecer as ações contra crimes ambientais na região?

Formulamos um programa, que apresentamos ao BNDES, uma proposta de estruturar o trabalho, com policiamento ambiental na Amazônia e uma coordenação nacional – que, hoje, não existe.

Inicialmente, estamos dimensionando R$ 1,3 bilhão, porque, com isso, conseguiremos implantar uma companhia de policiamento ambiental da Força Nacional numa cidade da Amazônia, ainda a ser decidida e ainda sem um efetivo fechado, mas certamente seria algo em torno de mil policiais.

Implantaríamos a companhia de policiamento ambiental da Força Nacional e daria para comprar equipamentos para, em cada estado, ter um pelotão desta companhia, cada um com um helicóptero, com efetivo, armamento e, portanto, com uma coordenação regional. Também compraríamos equipamentos para a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal.

Nós já criamos a diretoria de Amazônia e Crimes Ambientais na Polícia Federal. Foi uma das decisões mais certas que a gente tomou. Saímos, em 2022, de algo em torno de 30 operações da Polícia Federal na Amazônia contra o garimpo ilegal para mais de 300 neste ano. Em cinco meses destruímos mais de 300 garimpos, centenas de balsas, e por aí vai. Hoje temos um delegado da Polícia Federal só dedicado [ao combate] aos crimes ambientais. Foi uma das decisões mais certas que a gente tomou. Todos os indicadores de atuação da PF na Amazônia melhoraram, sem exceção, inclusive as condições da água, com a diminuição de mercúrio.

Quais os resultados das ações do Conselho Nacional da Amazônia, gerido no governo anterior pelo ex-vice presidente e atual senador Hamilton Mourão?

Não funcionou aquilo lá. Não funcionou porque, primeiro, me parece que se gastou muito em GLO [operações de Garantia da Lei e da Ordem, sob comando estritamente militar] ambiental, eu acho, mas não sei nem para onde foi esse dinheiro, para ser franco. Quer dizer, o Conselho da Amazônia [Legal, CNAL], eu não sei como está hoje, não sei como ficou. Tinha aquela [operação] Verde Brasil, uma GLO ambiental, realmente se gastou [verba pública] naquilo. Mas ficou algum legado? Não, não tem. Nem o campo político deles [bolsonaristas] acreditava naquilo. Não tinha articulação com os estados e nem comando político, que dizia o contrário [da política ambiental]: “toquem fogo”, dizia, “matem, comprem armas”. É claro que, naquele ambiente, nem que ele [Hamilton Mourão] tivesse boa vontade, era impossível alguma coisa dar certo.

O bolsonarismo ainda está entranhado nas instituições?

Ainda temos problemas [com bolsonaristas] na PF, na PRF, nas Forças Armadas, sim, mas temos um comando que no dia 1º de janeiro não tínhamos, nem no dia 2, nem no dia 3, nem no dia 8 de janeiro. Quer dizer, fomos ocupando o comando das instituições, apesar das dificuldades, das resistências. Ocupando com uma cultura institucional, assim, de respeito ao direito das pessoas, e estamos avançando nesse caminho.

No governo anterior, uma secretaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Seopi, foi acusada de espionar oponentes. O que o senhor encontrou dessa estrutura?

O que chegou na minha mão, antes do dia 8 de janeiro, foi um relatório da PF. Depois, apareceu que alguns órgãos regionais desse sistema de inteligência, que era a Seopi [Secretaria de Operações Integradas], hoje chamada de Diop [Diretoria de Operações Integradas e Inteligência], que fica dentro da Senasp [Secretaria Nacional de Segurança Pública]. Eram alguns relatórios regionais, do Norte e do Nordeste, falando em mobilizações, caravanas, acampamentos etc.

Hoje, nós temos, de ilegal, a identificação daquele documento que levou à operação da Polícia Rodoviária Federal no segundo turno [em regiões indicadas por pesquisas eleitorais como redutos do então candidato a presidente Lula]. Este documento foi produzido aqui, dentro do Ministério da Justiça. O BI [Business Intelligence] do Ministério foi utilizado para extrair dados sobre desempenho de candidatos, para concentrar operações da Polícia Rodoviária Federal [em locais onde Lula havia tido melhor desempenho no primeiro turno] no segundo turno da eleição. Isso foi feito aqui no Ministério da Justiça. Houve, de fato, essa produção de dados. Agora, coisas pretéritas, ilegais de um modo geral, eu realmente nunca tive conhecimento. Além disso, foram feitas outras, uma muito conhecida, aquela história dos policiais antifascistas. Fora isso, realmente não ficaram, digamos, dados materiais dessa atuação.

Houve espionagem contra movimentos sociais ou oponentes do governo anterior?

Até hoje eu não posso afirmar nem que sim nem que não, porque até hoje não chegou nada na minha mão nesse sentido. Pode ser que, mais na frente, chegue algo, mas nunca houve isso.

Como o Ministério da Justiça controla movimentos suspeitos de terrorismo?

Aqui no Ministério da Justiça, não fazemos esse tipo de trabalho, de modo organizado, não mais — e nem a PF. Hoje, nossa orientação com a PF é investigação de crime, inquérito, não tem nenhum tipo de trabalho de inteligência. Aqui no Ministério, isso tudo, hoje, está praticamente desativado. A Polícia Judiciária não é agência de inteligência.

Existe o informe de inteligência? Não existe. Existe o da Abin [Agência Brasileira de Inteligência], que hoje eu recebo como devo receber: por escrito, no envelope, que é tarefa da inteligência. A inteligência que existe aqui é a de segurança pública. Não é uma inteligência “política”. A inteligência de segurança pública aponta que será feita uma operação contra o garimpo ilegal, com levantamento de informações, e por aí vai. Mas inteligência “política” é zero, aqui é zero. Não há no ministério nem na PF.

Qual a sua posição sobre o marco temporal para demarcação de terras indígenas?

A meu ver, a instância que vai definir isso é o Supremo Tribunal Federal. Acho que a ideia de marco temporal não passa.

Mesmo que o Congresso aprove a regra?

O Supremo vai prevalecer. Se o Supremo disser, é o Supremo quem está interpretando a Constituição. Então, se você vota uma lei, é óbvio que essa lei não é maior do que o Supremo fixar. Se passar no Congresso, não terá um caráter superior à interpretação que o Supremo vier a fixar sobre o artigo 231 [relativo aos direitos dos povos indígenas].

Como o governo deve encaminhar as demarcações?

Teremos reunião no ministério, com a Casa Civil, o MPI [Ministério dos Povos Indígenas], MGI [Ministério da Gestão e Inovação], para discutir a nova regra. Antes era aqui, depois passou para o MPI, agora veio a lei e voltou para cá, mas não queremos, de forma alguma, que o MPI fique sem função no âmbito das demarcações. A ideia hoje vigente é criar uma espécie de portaria conjunta, minha com o MPI, com a Casa Civil, eventualmente, que regule o processo de demarcação, via Funai e MPI. Aqui, fazemos uma análise da legalidade, da compatibilidade com os procedimentos legais, e mandamos para o presidente [Lula]. A tendência é essa: conversamos bastante, eu e Sônia [Guajajara]. Não passa pela minha cabeça a ideia que o Ministério da Justiça esvaziará o MPI. Por força da lei, por uma decisão do Congresso, participaremos também [das demarcações], mas acredito que o nascimento dos processos de demarcação deve continuar no MPI.

O agro quer o marco temporal. Qual o modelo de demarcação o senhor defende?

Acho que o voto que o ministro Alexandre de Moraes apresentou é um voto adequado, porque afasta o marco temporal – ele diz que não existe esse marco, de 1988 –, mas ao mesmo tempo aponta caminhos intermediários, adianta algumas orientações, que me parecem razoáveis porque há o cotejo de direitos. Uma coisa é um território na Amazônia em que houve uma grilagem, outra, principalmente nas regiões Sul e Sudeste, são áreas ocupadas por cidades inteiras. Você vai remover essas cidades? Ele [ministro Moraes] diz: “Não, pode haver algum tipo de compensação negociada, pactuada”. Então, acho que é uma boa saída, justa, pois preserva também os direitos que, às vezes, são centenários. Às vezes você tem pessoas cujas famílias estão morando [na área originalmente indígena] há 100, 200 anos, então não tem como retirar. Inclusive, o caso em julgamento no Supremo refere-se a pequenos agricultores de Santa Catarina, contra a demanda dos indígenas Xokleng.

Fonte: Brasil 247

Lula confirma Celso Sabino para o Ministério do Turismo

 Segundo nota oficial da Secom, a nomeação do substituto de Daniela Carneiro sai nos próximos dias no Diário Oficial

Daniela Carneiro e Celso Sabino (Foto: ABR | Pablo Valadares/Câmara dos Deputados)

Agenda do Poder - Após mais de um mês de reuniões e negociações, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convidou o deputado federal Celso Sabino (União-PA) para assumir o Ministério do Turismo. Segundo nota oficial, a nomeação sai nos próximos dias no Diário Oficial.

Em nota, o Planalto afirmou: “O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta quinta-feira (13) com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, e com o deputado federal, Celso Sabino (União-PA). O presidente convidou Sabino para o Ministério do Turismo, convite esse que foi aceito pelo deputado. A nomeação sairá no Diário Oficial da União nos próximos dias”.

A nomeação oficializará a saída de Daniela Carneiro da pasta, que retoma o mandato de deputada federal. A nomeação de Sabino é aguardada desde o mês passado, quando o União Brasil aumentou a pressão pela troca.

Daniela também é do União Brasil, mas deve migrar para o Republicanos. A mudança depende do resultado de uma consulta feita pela deputada ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na qual pede a desfiliação da atual sigla sem perder o mandato.

Waguinho, marido de Daniela e prefeito de Belford Roxo, já se filiou ao Republicanos e negociou com Lula a saída da esposa do primeiro escalão do governo.

A mudança faz parte das ações do governo para melhorar a articulação no Congresso Nacional. Lula espera que a nomeação de Sabino assegure mais votos do União Brasil na Câmara dos Deputados, a exemplo do que ocorreu na votação da reforma tributária. Na Casa, a sigla tem 59 deputados. (*Com informações do g1)

Com antecipação do 13º, Apucarana injeta R$8,3 milhões na economia local


Os servidores públicos municipais de Apucarana recebem nesta sexta-feira, dia 14 de julho, o adiantamento de 50% do 13º salário. Segundo a Secretária da Fazenda, Sueli Pereira, o montante a ser liberado é de R$8.289.423,62 (oito milhões, duzentos e oitenta e nove mil, quatrocentos e vinte e três reais e sessenta e dois centavos).

Os valores contemplam os funcionários da administração direta (prefeitura) e administrações indiretas, incluindo as autarquias de educação e saúde, além do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento de Apucarana (Idepplan).

A antecipação da metade do 13º salário, a que cada servidor tem direito, já estará creditada em conta corrente bancária dos servidores nesta sexta-feira (14). “Esta antecipação vem sendo cumprida rigorosamente na nossa gestão, valorizando o trabalho de todos os servidores. Esse aporte financeiro também contribui para o aquecimento do comércio mediante a injeção extra de recursos na economia local”, avalia o prefeito Júnior da Femac.

Por lei, os empregadores têm até o dia 20 de dezembro de cada ano para saldar essa obrigação patronal. “Importante ressaltar que neste pagamento realizado no meio do ano não se aplica o desconto dos encargos trabalhistas (INSS e IR)”, destaca o prefeito, frisando que a ação, que se tornou uma das marcas da atual gestão, integra um planejamento contábil e financeiro calcado na responsabilidade fiscal.

Apucarana instala luminárias LED no Jardim Catuaí


A Prefeitura de Apucarana deve concluir até domingo a modernização da iluminação pública do Jardim Catuaí, na região Sul da cidade. Sob supervisão do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento (Idepplan), o serviço executado por uma empreiteira licitada envolve a substituição das antigas luminárias, em um total de 240, por novas em tecnologia LED, na potência de 120 watts. “Mais uma importante etapa de um trabalho que vem avançando ano a ano e que já retirou do escuro mais de 70% da cidade, conferindo aos moradores do Jardim Catuaí uma iluminação pública mais eficiente”, acentua o prefeito Júnior da Femac.

Ele lembra que há 10 anos Apucarana possuía um sistema ultrapassado em tecnologia. “Depois de gradativo investimento, a realidade já é bem diferente da que encontramos quando assumimos a administração da cidade, no ano de 2013, onde grande parte dos bairros possuía ultrapassadas lâmpadas de vapor de sódio e de mercúrio. Entre luminárias vapor metálico e de tecnologia LED, já renovamos cerca de 75% no sistema, que é composto por um parque de 18 mil luminárias”, relata Júnior da Femac, observando que o investimento é promovido pela prefeitura com recursos da Cosip (Contribuição para Custeio da Iluminação Pública).

Com relação aos trabalhos em execução no Jardim Catuaí, o superintendente de Iluminação Pública do Idepplan, engenheiro eletricista Lafayete dos Santos Luz, observa que a iluminação substituída data da origem do bairro. “Lâmpadas com tecnologia antiga e ultrapassada que conferia uma iluminação de péssima qualidade. A melhoria realizada neste momento era uma reivindicação antiga dos moradores, atendida pelo prefeito Júnior da Femac dentro de um cronograma que tem como meta modernizar por completo todos os pontos de iluminação pública do município”, reforça Luz. Segundo ele, somente neste ano mais de R$2,5 milhões já foram investidos na modernização de pontos em diversos bairros. “Dos 18 mil pontos instalados em postes da Copel, já promovemos a modernização de 13,5 mil ao longo dos últimos anos, o que representa cerca de 75%. Da meta de 4,2 mil pontos para este ano, já efetivamos a substituição de 3,5 mil”, informas Lafayete Luz, superintendente do Idepplan.

Professores de espanhol participam de formação continuada na Argentina



 Oito professores, que lecionam a disciplina de espanhol nas escolas municipais de Apucarana, estão participando de uma formação continuada na Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina. Eles viajaram na última sexta-feira (7/7) e devem retornar no domingo (16/7). O objetivo é aprimorar os conhecimentos em relação ao vocabulário e à pronúncia na língua estrangeira.

A secretária de educação, Marli Fernandes, afirma que a capacitação está sendo ofertada por meio de colaboração entre a Universidade Estadual do Paraná (Unespar) e a Universidad Nacional de Córdoba. Já os custos com transporte, alimentação, hospedagem e seguro foram pagos pelos próprios docentes.

“A Unespar é uma grande parceira da rede municipal de educação de Apucarana. Desde que nós implantamos a disciplina de espanhol no currículo das nossas escolas em 2020, a instituição vem nos apoiando na questão da formação continuada dos professores. Neste ano, por exemplo, a coordenação do curso de licenciatura em Letras-Espanhol já trouxe a intercambista Valeria Gisela Borquez, da Universidad Nacional de Salto, para ministrar um treinamento aos docentes. E, agora, está viabilizando esta viagem aos nossos profissionais de educação. Meus sinceros agradecimentos pelo suporte,” disse a secretária.

O prefeito Junior da Femac lembrou que, muito além da fluência na língua, a viagem contribuirá para que os professores tenham a vivência real da cultura do país vizinho. “É uma experiência significativa que contribuirá para que os nossos docentes planejem aulas ainda mais ricas aos estudantes apucaranenses. Parabéns a vocês pela disponibilidade em participar desta importante capacitação no período do recesso escolar,” congratulou.

Os seguintes profissionais da rede municipal de educação estão participando da formação continuada na Universidad Nacional de Córdoba, na Argentina: Ana Beatriz Salviato Araújo, Merly Palma Ferreira, Rita de Cássia Pereira da Luz, Ana Paula de Oliveira Babinski, Adriana Aparecida Pereira de Souza, Márcia Maria Ferreira Popovicz, Simone Fortunato Osório da Silva e Simone Garbelini Pialarissi.

Unicesumar conquista o título geral dos Jogos Universitários do Paraná em Apucarana


A Unicesumar, de Maringá, com 270 pontos, conquistou nessa quinta-feira (13/07), em Apucarana, a primeira colocação na classificação geral da 62ª edição dos Jogos Universitários do Paraná (JUPS). A Universidade Estadual de Maringá (UEM), com 240 pontos, obteve a segunda posição, seguida pela Universidade Federal do Paraná (Curitiba), com 164, a Unioeste (Cascavel), com 143, e a PUC-PR com 96. A UEM ganhou o troféu disciplina, com Unicesumar em segundo e a Unioeste ficando em terceiro lugar. A solenidade de premiação aconteceu na Sociedade Rural de Apucarana.

A competição, com duração de sete dias, reuniu 19 instituições de ensino superior do estado, envolvendo mais de 2 mil pessoas, entre atletas, treinadores, dirigentes e equipe de arbitragem. Foram disputadas 14 modalidades nas categorias masculina e feminina.

“Falar de evento em Apucarana é chover no molhado, as coisas ocorreram perfeitamente desde a chegada das delegações e agradeço ao prefeito Junior da Femac e toda a sua equipe da Prefeitura. Estamos fechando a conta depois de sete dias de competições e elogiar a estrutura esportiva de Apucarana que nos últimos dez anos cresceu assustadoramente com reformas e construção de ginásios”, destaca Emerson Venturini, o Milico, coordenador geral dos JUPS.

“Ao final do número 62 dos Jogos Universitários do Paraná temos a plena convicção que atingimos o nosso objetivo, que foi um evento coroado com grande sucesso no qual podemos perceber a integração dos atletas, a superação das dificuldades, a garra empenhada para todas as conquistas que aqui vivemos. Sem dúvida nenhuma a cidade nos recebe de braços abertos a partir do seu comandante, o prefeito Junior da Femac que além de ser um grande parceiro hoje é nosso grande amigo”, frisa Ney Mecking, presidente da Federação Paranaense de Desportos Universitários (FPDU).

“Graças a Deus os jogos foram maravilhosos e podemos dizer que Apucarana é a capital do esporte do Paraná, mostrando que a nossa cidade é receptiva e que acolhe todos os atletas. Tivemos uma competição de alto nível, agradecemos toda a nossa equipe de trabalho consciente que fechamos a competição com chave de ouro”, disse o professor Tom Barros, secretário municipal de Esportes de Apucarana.

ÚLTIMOS CAMPEÕES

Nessa quinta-feira foram encerradas as modalidades de basquetebol (m), futsal (m e f), handebol (m e f) e voleibol (m e f). Na final do basquetebol, no ginásio de esportes do Colégio São José, a Unicesumar foi campeã ao vencer a UEL por 89 a 63.

A decisão do futsal masculino ocorreu no Ginásio de Esportes Lagoão, com a Unifateb (Telêmaco Borba) vencendo a UEM pelo placar de 5 a 2. A disputa do título do futsal feminino aconteceu no Complexo Esportivo Estação Cidadania, com a Unipar (Cianorte) derrotando a Uniguairacá (Guarapuava) pelo placar de 4 a 0.

No Complexo Esportivo Áureo Caixote a Unicesumar foi campeã do handebol masculino e feminino. Na primeira categoria vitória por 45 a 20 sobre a Unioeste e na segunda categoria o triunfo foi sobre a FAG pela contagem de 24 a 23.

As finais do voleibol foram disputadas no ginásio do Colégio Nossa Senhora da Glória. No primeiro jogo pela categoria feminina a Unicesumar ganhou da UFPR por 3 sets a 0 e na segunda partida a Unicesumar pelo mesmo placar venceu a Uniguairacá.

Os Jogos Universitários do Paraná (JUPS) são realizados pelo Governo do Paraná, por meio da Secretaria de Estado do Esporte (SEES), em parceria com a Federação Paranaense de Desportos Universitários e da Prefeitura de Apucarana e, com apoio da Persis Internet.

Dino demite delegado da PF que chamou negros e indígenas de “raça inferior”

 

O ministro da Justiça, Flávio Dino. Foto: Reprodução


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, demitiu o delegado da Polícia Federal que disse que “indígenas e negros são inferiores”. A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) no dia 4 de julho.

Dino chegou a comentar o caso nas redes sociais, mas sem citar nomes: “Uma pessoa não pode proferir frases como: “’índios raça inferior’; ‘pretos não fazem nada direito’; e similares. Apliquei a pena de demissão ao policial que assim agia. Ato de justiça e, espero, pedagógico para o futuro”, afirmou.

O chefe da pasta também demitiu o delegado Renato Pagotto Carnaz, que se envolveu em um acidente em Brasília, em dezembro de 2021. Na época, ele bateu uma viatura descaracterizada da corporação, deixou uma vítima em estado grave e fugiu sem prestar socorro. No processo administrativo, em sua defesa, ele alegou que não viu que encostou em outro veículo.

O acidente ocorreu na Quadra 206 Sul. O carro, uma Dodge RAM, bateu em um veículo que desacelerou para passar no radar eletrônico. O delegado perdeu o controle, invadiu a pista contrária e atingiu outros veículos.

Fontes ligadas à investigação disseram ao Correio Braziliense que uma câmera de segurança flagrou o delegado trocando a placa da viatura logo após o acidente.

Os veículos da PF circulam com placas adicionais em caso de diligências.

Fonte: DCM


Tebet defende corte da Selic em 0,5 p.p. na próxima reunião do Copom

 No Rio de Janeiro, Tebet afirmou ainda que os dois novos diretores do BC indicados pelo governo federal serão "vozes" favoráveis à redução dos juros

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Reuters - A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, disse nesta quinta-feira que a redução da taxa Selic de seu patamar atual de 13,75% precisa ser iniciada com um corte de 0,5 ponto percentual pelo Banco Central, e não de 0,25 ponto percentual, como é amplamente previsto pelo mercado.

No Rio de Janeiro, Tebet afirmou ainda que os dois novos diretores do BC indicados pelo governo federal, Gabriel Galípolo e Ailton Aquino, serão "vozes" favoráveis à redução dos juros e que o nível alto da taxa Selic está prejudicando o setor de varejo.

Na ata de sua última reunião de política monetária em junho, o BC sinalizou que a maioria dos membros do seu Comitê de Política Monetária (Copom) vê a possibilidade de iniciar um afrouxamento "parcimonioso" em agosto, desde que um cenário de inflação mais benigno se consolide.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Bolsonaristas exigem o impeachment de Barroso, mas não calcularam que nomes como de Flávio Dino estão cotados para o cargo

 Faltou um erro de cálculo básico aos extremistas empolgados com o impeachment do ministro

Ministro do TSE LuÍs Roberto Barroso em Brasília 04/09/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Os bolsonaristas estão a todo vapor nas redes exigindo o impeachment de Luís Roberto Barroso, após o ministro do STF dizer em fala no Congresso da UNE que “derrotamos Bolsonaro”. No entanto,  faltou um erro de cálculo básico aos extremistas empolgados com sua queda. 

Ao que tudo indica, os seguidores de Bolsonaro se esqueceram ou não sabem que nomes como o do ministro da Justiça Flávio Dino estão cotados para assumir uma vaga na Suprema Corte. 

“Pedido de Impeachment liderado pelo Nikolas? Eu amo a burrice dessa turma. Querem derrubar o Barroso para o Lula indicar outro ministro para o STF HAHAHAHA”, ironizou um internauta.

“A inércia mental deles os fez se esquecer que o Bolsonaro não é mais Presidente”, indicou outro internauta. 

Fonte: Brasil 247

Programa MCMV busca solucionar déficit habitacional crônico no Brasil, diz Lula

 Até 2026, a meta é contratar mais 2 milhões de moradias pelo programa; presidente destacou a importância de moradias de qualidade para os mais pobres

Lula e o Minha Casa, Minha Vida (Foto: Ricardo Stuckert)

Em discurso nesta quinta-feira (13), durante a cerimônia de assinatura da lei que cria o novo programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), realizada no Palácio do Planalto, o presidente Lula  chamou a atenção para o déficit habitacional crônico que o Brasil enfrenta desde a década de 1970, persistindo em cerca de 7 milhões de moradias, mesmo com a existência do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV).

Segundo o presidente, é fundamental que o Estado promova uma reparação habitacional, uma vez que pessoas das classes média e alta têm a opção de pagar aluguel, enquanto os mais pobres, frequentemente,  não têm essa possibilidade. Lula ressaltou que a entrega de casas de qualidade é essencial e que não é digno oferecer moradias pequenas e precárias.

"Não podemos balizar que, se você vive em situação de penúria, irá aceitar qualquer coisa", afirmou o presidente. Ele ressaltou a importância de zelar pela qualidade das habitações destinadas à população mais pobre do país, destacando que todos gostam de coisas bem-feitas e com um certo padrão de qualidade. 

“Em 1969 eu pagava em um quarto e cozinha uma nota de 100 cruzeiros. Um dinheiro que não voltava. E isso me fez ter uma obsessão para comprar minha primeira casa própria, de 33m². Morando eu, mulher, três filhos, sogra e cachorros. Por isso, quando pensamos no Minha Casa Minha Vida, eu briguei muito para construirmos algo que fosse um pouco mais digno para o povo”, destacou o presidente.

O MCMV é o maior programa de habitação popular já executado no Brasil. Gerido pelo Ministério das Cidades, foi criado em 2009, e já entregou mais de 6 milhões de unidades habitacionais. Até 2026, a meta é contratar mais 2 milhões de moradias pelo programa.

No primeiro semestre de 2023, até o dia 3 de julho, o MCMV entregou 10.094 unidades habitacionais em 14 estados. As residências entregues somam um investimento total de R$ 1,17 bilhão. Nos próximos seis meses, a previsão é de entrega de mais oito mil unidades habitacionais e a retomada de 21,6 mil obras.

Fonte: Brasil 247

CPMI aprova quebra de sigilo de irmão de Mauro Cid

 Daniel Cid é suspeito de ser um dos principais responsáveis pelas redes de desinformação nas redes sociais visando favorecer Jair Bolsonaro no pleito presidencial do ano passado

Mauro Cid presta depoimento à CPMI dos Atos Golpistas (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado )

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos golpistas do dia 8 de janeiro aprovou a quebra do sigilo de empresas ligadas ao empresário Daniel Barbosa Cid, irmão do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Daniel é suspeito de ser um dos principais responsáveis pelas redes de fake news e desinformação nas redes sociais com o objetivo de tentar favorecer a reeleição de Jair Bolsonaro no pleito presidencial do ano passado. 

Os pedidos para a quebra do sigilo das empresas de Daniel Cid foram apresentados pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA). Em um dos requerimentos, a parlamentar pede à Secretaria da Receita Federal informações sobre a existência de registros de empresas estrangeiras em nome de Daniel Barbosa Cid. No segundo, ela solicita que o Banco Central forneça informações sobre o empresário. 

Daniel Barbosa Cid é um empresário do setor de tecnologia e que atualmente atua no ramo imobiliário nos Estados Unidos. A CPMI também determinou a quebra do sigilo telemático de Mauro Cid. Na terça-feira (11), o militar exerceu o direito ao silêncio para não se incriminar ao comparecer perante ao colegiado para depor sobre sua suposta participação na elaboração de um golpe de Estado para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Fonte: Brasil 247 

Entenda o destino das escolas cívico-militares depois da decisão do governo de acabar com o programa

 Ao contrário do que se possa pensar, as escolas cívico-militares não deixarão de existir por completo. Pouco mais de 200 unidades vinculadas ao Pecim serão afetadas pela decisão

(Foto: Alesp)

Mais de 200 escolas serão afetadas com a recente decisão do governo federal de extinguir o Programa das Escolas Cívico-Militares (Pecim). Em um ofício enviado ontem aos secretários de Educação, o governo Lula (PT) informou sobre a mudança e levanta questionamentos sobre o futuro dessas instituições de ensino.

Ao contrário do que se possa pensar, as escolas cívico-militares não deixarão de existir por completo. A medida adotada pelo governo se aplica apenas às escolas vinculadas ao Pecim, afetando pouco mais de 200 unidades. No entanto, as escolas ligadas a programas estaduais ou municipais continuarão em vigor, pois os governadores e prefeitos têm autonomia, conforme a legislação vigente, destaca reportagem do Uol.

O Ministério da Educação (MEC), por meio de um documento oficial, solicita que as unidades do Pecim sejam reintegradas ao formato regular e que seja iniciado o "processo de desmobilização do pessoal das Forças Armadas". No entanto, os estados e municípios têm a opção de integrar essas escolas a programas próprios.

É importante ressaltar que a decisão de extinguir o Pecim não implica o fim das escolas militares. Os colégios militares são mantidos pelo Ministério da Defesa ou pela Polícia Militar e não estão relacionados ao MEC. Nessas instituições, o currículo pedagógico e toda a estrutura escolar são definidos pelos militares.

A decisão do MEC causou reações por parte dos governadores de alguns estados, especialmente aqueles aliados a Jair Bolsonaro (PL). Até a noite de ontem, pelo menos três estados se posicionaram:

  • São Paulo: O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) anunciou que pretende editar um decreto para implementar um programa próprio de escolas cívico-militares em todo o estado, ampliando o número de unidades de ensino com esse formato.
  • Paraná: O governo estadual informou que incluirá as nove escolas do Pecim no programa estadual que já está em funcionamento.
  • Santa Catarina: estuda criar um projeto também.

Fonte: Brasil 247 com UOL