terça-feira, 27 de junho de 2023

Gleisi: agro não tem o que reclamar, terá no governo Lula o maior Plano Safra da história, com R$ 364 bilhões

 O Plano Safra 2023/24, anunciado nesta terça-feira, disponibilizará aos grandes e médios produtores a quantia de 364,22 bilhões de reais em crédito rural

Gleisi Hoffmann e agronegócio (Foto: ABR)

A presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), utilizou suas redes sociais nesta terça-feira (27) para afirmar ao agronegócio que, com o anúncio do novo Plano Safra, o setor não poderá mais reclamar do governo Lula. Ela também destacou que os pequenos produtores, que 'abastecem a mesa do povo', serão beneficiados, "sem preconceitos". 

"O agro não tem o que reclamar dos governos do PT e agora vai ter o maior Plano Safra da história R$ 364 bilhões, alta de 26,8% em relação a 2022. O desafio é produzir sem agredir o meio ambiente e por isso as medidas pra recuperação de áreas degradadas e de estímulo à produção de baixo carbono. Como disse antes, cabe todo mundo, o agro voltado pra exportação e a agricultura familiar e camponesa pra abastecer a mesa do povo brasileiro. Sem preconceitos", disse Gleisi, em postagem no Twitter.

Plano Safra 2023/24, anunciado nesta terça-feira, disponibilizará aos grandes e médios produtores a quantia de 364,22 bilhões de reais em crédito rural, um aumento de 27% em relação ao plano do ano anterior e um valor recorde para o programa. O Plano Safra da Agricultura Familiar 2023/24, que será anunciado na quarta-feira (28), terá mais de 75 bilhões de reais para financiamentos.

Fonte: Brasil 247

Lula lança maior Plano Safra da história, com R$ 364 bilhões, e diz que governo não é clube de amigos

 Crédito rural teve um aumento de 27% em relação ao plano do ano anterior e um valor recorde para o programa, numa sinalização forte ao agronegócio

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agronegócio (Foto: Joédson Alves/ABr | Jorge Adorno/Reuters)

Agência Brasil - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira (27) que sua equipe não configura um clube ou um grupo de amigos. “Nós não somos um grupo de amigos. Somos um governo com gente de partido diferente, de ideologia diferente, de história diferente, que tem uma única coisa que unifica a todos nós, provar a nós mesmos e ao povo brasileiro que esse país pode ser do tamanho que a gente queira. Ou ele pode ser pequeno, se a gente pensar pequeno”.

Ao participar da cerimônia de anúncio do Plano Safra 2023/2024, no valor de R$ 364 bilhões, Lula disse estar certo de que, a cada ano, fará planos melhores que os anteriores. “É o primeiro Plano Safra do nosso governo. Não tenho medo de dizer que, todos os anos, a gente vai fazer planos melhores que no ano anterior. Estou convencido disso”, disse o presidente.

 “Se enganam aqueles que pensam que o governo pensa ideologicamente quando vai tratar de um Plano Safra. Se enganam aqueles que pensam que o governo vai fazer mais ou menos porque tem problemas ou não com o agronegócio brasileiro. A cabeça de um governo responsável não age assim. A cabeça de um governo responsável não tem a pequenez de ficar insultando e insuflando o ódio entre as pessoas. Esse país só vai dar certo se todo mundo ganhar”, afirmou.

 Em sua fala, Lula disse ainda que o país está deixando os interesses pessoais por interesses coletivos. “Aqui não tem nenhuma criança. Todo mundo aqui é adulto e sabe o que aconteceu nesse país. Esse país não tem aptidão para autoritarismo. Esse país não tem aptidão para voltar a ter ditadura”, destacou. “Quem quiser implantar ditadura vá para outro lugar. Neste país, a gente aprendeu a gostar de democracia. E democracia é a convivência na diversidade”, acrescentou.

 “Aqui, ninguém é obrigado a gostar de ninguém. Nós somos obrigados a nos respeitar. Nós somos obrigados a nos tratar da forma mais civilizada”, afirmou. 

Leia também reportagem da Reuters sobre o assunto:

Plano Safra 23/24 terá R$364,22 bi para financiamentos, alta de 27%

 SÃO PAULO (Reuters) - O Plano Safra 2023/24 terá 364,22 bilhões de reais em financiamentos para apoiar a produção de médios e grandes produtores rurais brasileiros, um aumento de 27% ante o programa do ciclo anterior, informou o Ministério da Agricultura em nota nesta terça-feira.

 Segundo o ministério, os recursos para financiar o custeio e comercialização da agricultura empresarial devem somar 272,1 bilhões de reais, alta de 26% ante o ano anterior, enquanto o total para financiamentos de investimentos deverão somar 92,1 bilhões de reais, alta anual de 28%.

 A nota foi divulgada antes de cerimônia sobre o assunto prevista para esta manhã, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ministro Carlos Fávaro. Na quarta-feira, será anunciado o Plano Safra para agricultura familiar, marcando uma mudança ante o governo anterior, que havia agregado pequenos e grandes agricultores em um mesmo programa.

 O Ministério da Agricultura afirmou que o plano para a agricultura empresarial terá 186,4 bilhões de reais com as chamadas taxas de juros controladas, com um aumento de 31,2%.

 Desses recursos, 84,9 bilhões de reais (+38,2%) serão com taxas não equalizadas e 101,5 bilhões de reais (+26,1%) com taxas equalizadas (subsidiadas pelo Tesouro). Outros 177,8 bilhões de reais serão destinados a taxas livres (+22,5%).

 As taxas de juros para custeio e comercialização serão de 8% ao ano para os produtores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) e de 12% a.a para os demais produtores.

 Já para investimentos, as taxas de juros variam entre 7% e 12,5% a.a., de acordo com o programa.

ARMAZÉNS - O novo Plano Safra elevou o limite de renda bruta anual para o enquadramento no Pronamp de 2,4 milhões para 3 milhões de reais, e quem estiver enquadrado como médio produtor terá taxa de juros mais baixas para a aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas por meio do Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota).

 O acesso aos recursos do Moderfrota terá taxa de juro de 10,5% para o Pronamp, sem limite de financiamento. Para os demais produtores, a taxa de juros permanece em 12,5%.

 O limite de financiamento de investimentos no Pronamp passa de 430 mil para 600 mil reais por beneficiário/ano.

 O Plano Safra deste ano também prevê o aumento de 25% para 30% da exigibilidade de direcionamento dos Recursos Obrigatórios para as operações de crédito rural nas instituições financeiras. No caso do Pronamp, a subexigibilidade para o custeio passou de 35% para 45%.

 Em meio a um déficit de armazenagem agravado por uma safra recorde na última temporada, o Plano Safra terá um aumento no volume de recursos de 81% para construção de armazéns com capacidade de até seis mil toneladas e de 61% para armazéns de maior capacidade.

 "O objetivo é fortalecer o financiamento de investimentos necessários à construção de novos armazéns, no intuito de aumentar a capacidade estática instalada de armazenagem", disse.

 O programa também incentivará o fortalecimento dos sistemas de produção ambientalmente sustentáveis, disse o ministério, conforme havia sido sinalizado.

 "Serão premiados os produtores rurais que já estão com o Cadastro Ambiental Rural (CAR) analisado e também aqueles produtores rurais que adotam práticas agropecuárias consideradas mais sustentáveis", acrescentou.

 A redução será de 0,5 ponto percentual na taxa de juros de custeio para os produtores rurais que possuírem o CAR analisado, em uma das seguintes condições: em Programa de Regularização Ambiental (PRA); sem passivo ambiental; ou passível de emissão de cota de reserva ambiental.

Fonte: Agência Brasil

Campanha contra o frio arrecada mais de 2 mil itens em Apucarana

 

A Secretaria da Assistência Social da Prefeitura de Apucarana recebeu nesta terça-feira (27/06) mais de 2 mil itens, entre roupas, calçados e cobertores, angariados pela 15ª Campanha do Agasalho “Onde há calor, há mais vida”. Uma realização do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e RPC  (Rede Paranaense de Comunicação), os donativos vão beneficiar famílias em vulnerabilidade social atendidas pelos serviços municipais da assistência social, contribuindo para amenizar os feitos do frio ao longo do inverno.

Em nome do prefeito Júnior da Femac, a secretária da Assistência Social, Jossuela Martins Pirelli, enalteceu a iniciativa, que tem apoio da Prefeitura de Apucarana. “A união transforma vidas. Queremos expressar nossa imensa gratidão a todos que participaram da Campanha do Agasalho, uma parceria de sucesso entre a prefeitura e o Sesc. Graças às generosas doações, podemos levar calor e esperança para a população que mais precisa. Cada peça de roupa doada fará uma diferença significativa na vida de alguém. A solidariedade aquece corações e constrói uma sociedade mais acolhedora”, disse Jossuela, pontuando que os mais de 2 mil itens doados irão beneficiar as famílias – adultos e crianças – atendidas nos Centros de Referência da Assistência Social (CRAS) e também ao público do Centro de Referência Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro POP).

Segundo levantamento do Plano Estadual de Habitação, realizado pelo Governo do Paraná, mais de 500 mil famílias do Estado não têm um lugar adequado para morar e estão mais vulneráveis aos efeitos do frio. No último ano, as doações arrecadadas pela campanha estadual garantiram um inverno mais quente e acolhedor para mais de 200 mil pessoas.

A 15ª edição da Campanha do Agasalho “Onde há calor, há mais vida” é uma realização do Sistema Fecomércio Sesc Senac PR e RPC, em parceria com o Exército Brasileiro, Câmaras da Mulher Empreendedora e Gestora de Negócios, sindicatos empresariais do comércio filiados, jornal Gazeta do Povo e as rádio MundoLivre FM e 98FM.

Futsal e voleibol feminino de Apucarana conquistam medalhas na fase regional dos Jojups

 


As equipes de futsal e de voleibol feminino do município de Apucarana conquistaram medalhas nesse final semana em Centenário do Sul, no fechamento da fase regional dos Jogos da Juventude do Paraná (Jojups), competição realizada pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria do Esporte.

“As atletas das duas equipes estão de parabéns, isso porque conseguiram chegar à reta final da competição regional. Agora é dar sequência nos treinamentos, disputar novas competições e chegar mais forte nos Jogos da Juventude do Paraná do ano que vem, com os times sempre contando com o apoio total do prefeito Junior da Femac”, destaca o professor Tom Barros, secretário municipal de Esportes de Apucarana.

O time de futsal feminino de Apucarana ganhou a medalha de prata, pois na final da modalidade foi derrotado por Arapongas. A disputa do título aconteceu nesse domingo (25/06) no Ginásio de Esportes Álvaro Martins de Azevedo. Antes, pela fase de classificação, as apucaranenses derrotaram Guaraci por 5 a 3, Centenário do Sul por 4 a 1 e Jaguapitã pelo placar de 3 a 2, partida essa realizada pela semifinal.

A técnica Kátia Rosana Vicente Martins, de Apucarana, utilizou as jogadoras Amanda, Vitória, Ana Isabelle, Anna Laura, Sarah, Maryana Benetti, Mariana Hirose, Camila, Camile, Elisa, Majsa, Manuela, Maria Julia e Maria Vitória.

A equipe de voleibol feminino, com o comando do professor Adilson Franco de Souza, o Sassá, terminou a competição com a medalha de bronze. Na disputa de terceiro lugar nesse domingo (25/06), no Ginásio de Esportes José Ferreira Lima, as apucaranenses derrotaram Porecatu por 2 sets a 0, com parciais de 25/13 e 25/13.

Na etapa inicial da fase regional dos Jogos da Juventude do Paraná, Apucarana venceu Florestópolis, Lupionópolis e Porecatu, todos por 2 sets a 0, enquanto na semifinal a equipe perdeu para Cambé também por 2 sets a 0.

No voleibol feminino, Apucarana contou com Ana Beatriz, Anna Muquiuti, Annelise, Gabriely, Giovana, Giulia, Thamy, Nathália, Juliana, Isadora Maistrovicz e Isadora Rosenberger e, teve Lucas Giovanone como auxiliar técnico.

Ministério Público pede cassação da concessão da Jovem Pan

 "Entre 2022 e o início deste ano, emissora veiculou conteúdos falsos e falas frequentes em ataque ao processo eleitoral e às instituições", argumenta o MPF

(Foto: Reprodução/Instagram)


MPF - O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública pedindo o cancelamento das três outorgas de radiodifusão concedidas à Jovem Pan. A requisição se deve ao alinhamento da emissora à campanha de desinformação que se instalou no país ao longo de 2022 até o início deste ano, com veiculação sistemática, em sua programação, de conteúdos que atentaram contra o regime democrático. O MPF destaca que as condutas praticadas pela Jovem Pan violaram diretamente a Constituição e a legislação que trata do serviço público de transmissão em rádio e TV.

Além do cancelamento das outorgas de rádio, o MPF pede que a Jovem Pan seja condenada ao pagamento de R$ 13,4 milhões como indenização por danos morais coletivos. O valor corresponde a 10% dos ativos da emissora apresentados em seu último balanço. Também para reparar os prejuízos da programação à sociedade, o Ministério Público pleiteia que a Justiça Federal obrigue a Jovem Pan a veicular, ao menos 15 vezes por dia entre as 6h e as 21h durante quatro meses, mensagens com informações oficiais sobre a confiabilidade do processo eleitoral. As inserções devem ter de dois a três minutos de duração e trazer dados a serem reunidos pela União, também ré no processo.

A severidade das medidas pleiteadas se justifica pela gravidade da conduta da emissora. A Jovem Pan disseminou reiteradamente conteúdos que desacreditaram, sem provas, o processo eleitoral de 2022, atacaram autoridades e instituições da República, incitaram a desobediência a leis e decisões judiciais, defenderam a intervenção das Forças Armadas sobre os Poderes civis constituídos e incentivaram a população a subverter a ordem política e social.

Com as informações falsas e sem fundamento que veiculou de maneira insistente, a Jovem Pan contribuiu para que um enorme número de pessoas duvidasse da idoneidade do processo eleitoral ou tomasse ações diretas como as vistas após o anúncio do resultado da votação, especialmente o bloqueio de estradas em novembro passado e o ataque de vandalismo em Brasília no dia 8 de janeiro. As outorgas de rádio da emissora estão em operação em São Paulo e Brasília, mas a rede conta com mais de cem afiliadas que retransmitem o sinal a centenas de municípios em 19 estados, alcançando milhões de ouvintes.

Exemplos - Para embasar a ação, o MPF realizou uma análise criteriosa do vasto conteúdo produzido e transmitido pela Jovem Pan entre 1º de janeiro de 2022 e 8 de janeiro deste ano, com foco nos programas “Os Pingos nos Is”, “3 em 1”, “Morning Show” e “Linha de Frente”. A ação cita numerosos exemplos de discursos que extrapolam as liberdades de expressão e de radiodifusão e configuram manifestações ilícitas, feitas por mais de 20 comentaristas durante o período. Todas convergiram para a defesa das mesmas teses, que, por isso, podem ser identificadas com a linha editorial da emissora.

As falas que desinformavam sobre o sistema eletrônico de votação começaram a permear a programação muito antes do início oficial da campanha eleitoral. Desde os primeiros meses de 2022, comentaristas alegavam reiteradamente que as urnas não seriam seguras e sustentavam uma suposta impossibilidade de auditagem dos aparelhos e um alegado conluio entre autoridades para definir o resultado da eleição. Sem qualquer fundamento técnico ou conhecimento jurídico sobre a questão, os integrantes da emissora mantiveram a defesa dessa ideia até mesmo quando o próprio Ministério da Defesa produziu um relatório concluindo pela inexistência de falhas ou inconsistências nas urnas, em novembro.

Segundo os comentários veiculados na emissora, somente o sistema de voto impresso poderia garantir a lisura das eleições. As urnas eletrônicas, porém, são submetidas periodicamente a testes e auditorias que nunca indicaram brechas para fraudes. Ao manter sistematicamente as opiniões infundadas, a Jovem Pan induzia seus ouvintes a duvidarem da integridade das eleições daquele ano, com frases como “deixar tudo nas mãos do TSE, sem questionamento, é suicídio eleitoral”, “tudo já se configura, por si só, uma espécie de golpe brando” e “eu acredito que esse relatório [de novembro] não deslegitimou a eleição, mas também não avalizou o processo eleitoral”.

O MPF apurou ainda que, recorrentemente, as falas graves eram direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), inclusive contra seus ministros. Os comentaristas chegaram a usar palavras como “entrave” e “câncer” para caracterizar as cortes e defendiam com frequência que o Senado abrisse processo de impeachment contra seus membros, especialmente Alexandre de Moraes. A partir disso, o presidente da casa, Rodrigo Pacheco, também passou a ser alvo das investidas e apontado como “omisso”, como se houvesse um conluio entre autoridades da República em desfavor da sociedade. Em dado momento, comentaristas da emissora acusaram, sem nenhuma prova, um ministro do STF de mandar instalar uma escuta ilegal na tornozeleira de um investigado, para ouvir clandestinamente suas conversas.

A gravidade desses discursos foi escalando ao longo do período. As acusações infundadas de omissão de autoridades e manipulação do processo eleitoral desaguaram na tese de que as Forças Armadas deveriam intervir sobre os Poderes da República. Comentaristas leigos e sem conhecimento jurídico trataram, com recorrência e como obviamente correta, uma interpretação altamente questionável da Constituição, defendendo que uma intervenção militar seria legítima naquele momento para “restabelecer a ordem” que vinham dizendo estar em risco. As opiniões sobre o tema transitaram por elogios à ditadura militar, defesa de atos violentos e alegada falta de autoridade do STF. “Se as Forças Armadas estiverem dispostas a agir, o que o STF decide é absolutamente irrelevante” e “se vocês [Forças Armadas] vão defender a pátria, e vai haver reação de vagabundo, ué, passa o cerol, pô! Vocês são treinados pra isso” são apenas alguns dos exemplos.

O discurso alinhado entre os comentaristas, em defesa de uma ruptura institucional, incluiu também várias manifestações incitando a desobediência, pela população, de ordens judiciais supostamente ilegais e até mesmo a insubordinação de policiais, para que deixassem de cumpri-las quando incumbidos disso. As teses defendidas na emissora procuravam ainda legitimar atos de grupos radicalizados que, após as eleições, pediam intervenção militar e outras inconstitucionalidades e propuseram até mesmo uma “guerra civil” como alternativa ao alegado impasse institucional. Um dos comentaristas chegou a dizer, logo após a conclusão do segundo turno, que “ou a gente aceita uma eleição sem transparência, sem legitimidade, sem confiança da população, ou a gente aceita tudo isso, e abaixa a cabeça, ou a gente vai ter guerra civil”, para concluir em seguida: “então que tenha guerra civil, pô!”.

O mesmo comentarista disse na ocasião: “As Forças Armadas estão conscientes do momento que estamos vivendo. Agora, elas só agem provocadas por um dos Poderes. Então, nesse ponto, o novo endereço, para o povo que quer se manifestar não é mais os quartéis, o novo endereço é a Praça dos Três Poderes”. Foi o que se viu em 8 de janeiro deste ano, quando vândalos deixaram o acampamento diante do Exército em Brasília e, acompanhados de outras pessoas que chegavam à capital federal de diversas regiões do país, marcharam em direção à praça e depredaram as sedes do STF, do Congresso Nacional e do Palácio do Planalto.

Naquele dia, a cobertura da emissora tratou com normalidade a chegada dos manifestantes ao local, elogiou o ato até então pacífico e aproveitou para tecer mais críticas ao Judiciário e ao processo eleitoral. Após o início dos ataques aos prédios, o discurso dos comentaristas passou a ser mais moderado, mas ainda assim com tentativa de legitimação das ações golpistas. Segundo um dos comentaristas, “o responsável por essa situação não vai ser encontrado entre os manifestantes. Os responsáveis por essa situação são exatamente os atores políticos que se ausentaram das providências que esses manifestantes em Brasília [e] em todas as unidades da federação têm se manifestado há vários dias”. Outras declarações na sequência endossaram essa tese.

“A cobertura feita pela emissora no dia 08/01/2023 é reveladora, porque passagens como as acima transcritas são representativas de discursos disseminados por pelo menos um ano, e que não arrefeceram totalmente nem mesmo quando o Brasil assistia ao mais grave evento da história da redemocratização”, ressaltaram os procuradores da República autores da ação do MPF, integrantes da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão em São Paulo.

Inconstitucional e ilegal - Embora a emissora mantenha a veiculação de sua programação também no YouTube e em um canal de TV por assinatura, a ação do MPF trata do cancelamento apenas das outorgas de rádio pelo fato de a radiodifusão constituir um serviço público, concedido ou permitido pela União a particulares interessados em explorá-lo. Tanto a Constituição quanto a legislação específica sobre o assunto trazem parâmetros para essa exploração, estabelecendo limites ao conteúdo veiculado por radiodifusão, com vista à preservação dos interesses da coletividade.

A Constituição fixa em seu artigo 221 que as empresas devem dar preferência a finalidades  educativas, artísticas, culturais e informativas e respeitar os valores éticos e sociais da pessoa, entre os quais estão inclusos os direitos fundamentais dos cidadãos. O Código Brasileiro de Telecomunicações (Lei 4.117/1962) vai no mesmo sentido e detalha, no artigo 53, as ações que constituem abuso no exercício da liberdade de radiodifusão. Entre as condutas, estão várias das praticadas pela Jovem Pan, como incentivar a desobediência, veicular notícias falsas com perigo para a ordem pública, econômica e social e insuflar a rebeldia ou a indisciplina nas Forças Armadas. Todas podem motivar o fim das outorgas, conforme a legislação.

“Esta ação, portanto, não se volta contra discursos que legitimamente fazem parte ordinária dos dissensos políticos e ideológicos de sociedades plurais, mas sim busca a devida responsabilização de quem, praticando graves atos ilegais, abusou de outorgas de serviço público e desvirtuou os princípios e as finalidades sociais que lhes dão lastro”, frisaram os autores dos pedidos do MPF.

Além das condenações requeridas para a Jovem Pan, o MPF pede que a União seja obrigada a providenciar e fiscalizar a inserção das informações oficiais sobre o processo eleitoral na emissora. Mais que isso, o Ministério Público quer que a Justiça Federal estabeleça o dever da União de inspecionar de forma contínua e eventualmente punir outras detentoras de outorga de radiodifusão que, na qualidade formal de afiliadas ou não, venham a transmitir conteúdos produzidos pela Jovem Pan.

Por fim, para garantir a preservação das provas, o MPF requer que a emissora seja proibida de apagar conteúdos de seu canal no YouTube. Em relação ao Google, o Ministério Público pede que a Justiça determine à empresa a disponibilização, em nuvem, de um link contendo a íntegra de todos os vídeos que a Jovem Pan publicou na plataforma no período compreendido na ação, com organização em pastas e dados sobre o número de visualizações, já que o conteúdo que a emissora disponibiliza no YouTube é, via de regra, o mesmo veiculado em suas transmissões de rádio.

Recomendação - Além da ação civil pública, o MPF expediu uma recomendação à Controladoria-Geral da União (CGU) para que ela instaure um processo administrativo que pode impedir a Jovem Pan de celebrar contratos com a Administração Pública federal. O pedido se baseia no parecer nº 00001/2023/CONSUNIAO/CGU/AGU, aprovado pela Advocacia-Geral da União logo após os ataques de 8 de janeiro e com força vinculante. A norma considera que empresas envolvidas em atos antidemocráticos devem ser consideradas inidôneas para contratar com o Poder Público.

Os atos praticados pela Jovem Pan, a princípio, são uma forma de envolvimento em episódios dessa natureza, por terem estimulado a desobediência da legislação e de decisões judiciais, a intervenção das Forças Armadas e movimentos de desordem pública. Por isso, o MPF recomenda que a CGU, em 30 dias, avalie o caso, à luz do parecer, e eventualmente abra um processo administrativo que pode levar à declaração de inidoneidade da emissora. Caso a CGU não acolha a recomendação, o tema poderá ser incluído como uma das pretensões da ação civil pública ajuizada. 

Fonte: Brasil 247 com informações do MPF

Deputados preparam pedidos para coronel Lawand, que tramou golpe com Cid, sair preso da CPMI

 Em depoimento, coronel negou ter feito qualquer menção ou incentivo a um golpe de Estado, mas mensagens flagradas pela PF mostram pedidos como "Ele [Bolsonaro] tem que dar a ordem"

Coronel Jean Lawand, em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)


Parlamentares estão preparando pedidos de prisão contra o coronel Jean Lawand Júnior, do Exército Brasileiro, enquanto ele presta seu depoimento à CPMI dos Atos Golpistas, informa o colunista Tales Faria, do portal Uol.

Lawand foi chamado para depor devido ao seu envolvimento em uma trama golpista ao lado de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), fato descoberto pela Polícia Federal após a obtenção de mensagens no celular de Cid. Nas mensagens datadas de dezembro de 2021, o coronel dizia coisas como "Cid, pelo amor de Deus, convença o 01 [Bolsonaro] a salvar esse país!", "Ele tem que dar a ordem irmão. Não tem como não ser cumprida."

Já no início de seu depoimento à CPMI hoje, ele negou ter feito nas mensagens qualquer menção ou incentivo a um golpe de Estado: "afirmo aos senhores que em nenhum momento falei sobre golpe, atentei contra a democracia brasileira ou quis prejudicar, destituir ou agredir qualquer uma das instituições", disse Lawand.

Em meio ao contexto do depoimento do coronel, o colunista do Uol afirmou que existe a possibilidade de Lawand sair preso da sessão da CPMI desta terça-feira (27): "o que se pode dizer é que esse está sendo um momento triste, uma vergonha para o Exército brasileiro. É a primeira vez que vi um coronel ser ridicularizado, as pessoas tratarem como um mentiroso publicamente. Deputados estão seguidamente falando isso, há deputados que já estão preparando pedidos de prisão para ele sair preso daqui tal o espanto que está sendo".

Outro fator que agrava a situação, segundo Tales Faria, é o fato de Lawand ter alegado ser alguém "sem importância no meio militar", sendo que o próprio general Hamilton Mourão (Republicanos-RS), ex-vice-presidente da República, já disse que o coronel é importante no alto comando. "Ele se dizendo um nada, um 'Zé Ninguém' no meio militar. Um dos momentos mais tristes que vi de um militar da ativa depondo em uma CPI aqui no Congresso. Acho que isso deixa os militares, o alto comando, sobretudo, muito mais irritados". Assista à transmissão do depoimento de Jean Lawand na CPMI pela TV 247 abaixo:

Fonte: Brasil 247 com Tales Faria do UOL

Apucarana instala pisos emborrachados nos parquinhos infantis dos CMEIs e Escolas Municipais

 

A Prefeitura de Apucarana, por meio da Autarquia Municipal de Educação, está instalando pisos emborrachados nos parquinhos infantis dos 24 CMEIs e das 36 Escolas da sua rede. A medida visa reforçar a segurança das crianças e atender à recomendação nº 16071-3 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).

Conforme o prefeito Junior da Femac, a empresa vencedora do processo licitatório iniciou a colocação do revestimento nos parquinhos em novembro de 2022. “Eu solicitei que a equipe começasse o serviço pelas unidades de ensino situadas nos distritos, pois a nossa gestão é feita do bairro para o centro. Até o momento, nove CMEIs e onze Escolas já receberam a benfeitoria. Mas todos devem ser contemplados,” adiantou.

A secretária de educação, professora Marli Fernandes, destacou que os pisos emborrachados são capazes de amortecer quedas de até dois metros de altura. “Além disso, eles são feitos a partir de pneus reciclados, o que contribui com o meio ambiente e ensina às crianças sobre a importância da sustentabilidade”, disse.

A colocação dos pisos emborrachados já foi concluída nos parquinhos das seguintes unidades de ensino: CMEI Ana Luizão Festi (Pirapó), CMEI Antônio do Carmo Ribeiro (Caixa de São Pedro), CMEI Miguel Moreno (Vila Reis), CMEI Maria de Nazaré (Núcleo Castelo Branco), CMEI Geralda Siqueira Bormaita (Jd. Colonial), CMEI Izabel Holak (Núcleo Dom Romeu Alberti), CMEI Alice Pereira de Araújo (Residencial Sumatra), CMEI Jandira Gomes Scarpelini (Jd. Ponta Grossa), CMEI Serafim Colombo (Jd. Figueira), Escola Municipal do Campo Professor Wilson de Azevedo (Caixa de São Pedro), Escola Municipal do Campo Padre Antônio Vieira (Correia de Freitas), Escola Municipal Professora Marilda Duarte Noli (Jd. Ponta Grossa), Escola Municipal Humberto de Alencar Castelo Branco (Núcleo Castelo Branco), Escola Municipal Professora Marta Pereira da Silva (Jd. Menegazzo), Escola Municipal Vereador José Ramos de Oliveira (Pirapó), Escola Municipal José de Alencar (Vila Reis), Escola Municipal Monsenhor Arnaldo Beltrami (Jd. Colonial), Escola Municipal João Batista (Vila Vitória Régia), Escola Municipal Mateus Leme (Vila Operária II) e Escola Municipal João Antônio Braga Côrtes (Vila Formosa).

CPMI dos Atos Golpistas: acuado, Lawand, que tramou golpe com Mauro Cid, faz uso do direito ao silêncio

 Coronel Jean Lawand Júnior usou o direito de permanecer em silêncio após ser questionado sobre duas das mensagens de cunho golpista trocadas com Mauro Cid

Jean Lawand Júnior (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

O coronel do Exército Jean Lawand Júnior usou o direito de permanecer em silêncio após ser questionado pelo deputado federal Duarte (PSB-MA) sobre uma mensagem enviada por ele ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), enviada no dia  21 de dezembro

"Por qual motivo, no dia 21 de dezembro, o senhor demonstrou decepção?", questionou o parlamentar sobre uma das mensagens de cunho golpista trocadas entre Lawand e Cid que foram encontradas pela Polícia Federal no celular do ex-braço-direito de Bolsonaro. “Desejo manter meu direito ao sigilo", respondeu Lawand laconicamente. 

A mensagem enviada pelo coronel a Mauro Cid dizia: "Que decepção". Em resposta, Cid respondeu com uma palavra apenas: “infelizmente”. "Peça, por favor, para avisarem ao povo que está há 52 dias usando banheiros químicos, dormindo mal e enfrentando chuva. Eles merecem saber a verdade! Que Deus tenha piedade dessa nação", retrucou Lawand.

Outra pergunta a qual Lawand não respondeu partiu da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS): "o senhor disse 'diga para o presidente não recuar agora'. Não recuar do quê? De promover a paz?". Na sequência, o depoente declarou: "prefiro permanecer calado".

"Seu silêncio fala muito alto. O senhor quer dizer que Bolsonaro não queria promover a paz", concluiu a senadora. 

Durante a audiência, Lawand pediu desculpas pelas mensagens trocadas, que vieram a público após uma investigação da Polícia Federal.


Fonte: Brasil 247

"Se engana quem acha que o governo pensa ideologicamente", diz Lula no lançamento do Plano Safra

 "Se enganam aqueles que pensam que o governo vai fazer mais ou menos porque tem problemas ou não com o agronegócio”, declarou o presidente

Lula (Foto: Reprodução)

O presidente Lula (PT) participou nesta terça-feira (27) de cerimônia de lançamento do Plano Safra 2023/2024, o plano de financiamento da agricultura e da pecuária empresarial no país. Os recursos da ordem de R$ 364,22 bilhões serão destinados a apoiar a produção agropecuária nacional de médios e grandes produtores rurais até junho de 2024.

Durante o anúncio, Lula voltou a rebater as acusações de incompatibilidade entre seu governo e o agronegócio brasileiro, que em boa parte apoiou o governo Jair Bolsonaro (PL). “Hoje é dia 27 de junho de 2023. É o primeiro Plano Safra do nosso governo. E como os outros, de 2003 a 2015, com a Dilma Rousseff, não tenho medo de dizer para vocês: todos os anos a gente vai fazer planos melhores que no ano anterior. Se enganam aqueles que pensam que o governo pensa ideologicamente quando vai tratar de um Plano Safra. Se enganam aqueles que pensam que o governo vai fazer mais ou vai fazer menos porque tem problemas ou não com o agronegócio brasileiro. A cabeça de um governo responsável não age assim. A cabeça de um governo responsável não tem a pequenez de ficar insultando e insuflando o ódio entre as pessoas. Esse país só vai dar certo se todo mundo ganhar”.

Mais adiante, o presidente voltou a defender a ideia de criar uma “prateleira” de terras disponíveis para produção rural, a fim de evitar ocupações de terras por movimentos sociais. “Nós não precisamos desmatar nada para criar mais gado, para plantar mais soja. Nós temos possibilidade de recuperar milhões de hectares de terras degradadas que esse país tem. Aliás, nós não precisamos sequer ter mais invasão de terras nesse país. O governo brasileiro, através do Incra, e os estados, através das suas secretarias e institutos de terra, podem fazer um levantamento de todas as terras devolutas e improdutivas e a gente ter uma prateleira de terras para poder trazer quem quer trabalhar. Não precisa alguém invadir para depois a gente ficar em um processo de três ou quatro anos para descobrir que a terra é improdutiva. Vamos ver antes. O governo pode ter uma prateleira”.

Fonte: Brasil 247

Fávaro critica Campos Neto: 'Brasil não pode ser refém de uma pessoa que não tem compromisso com o desenvolvimento econômico'

 "Uma das metas do BC é trabalhar o controle da inflação. Isso está indo muito bem. Qual o sentido de ter a Selic de 13,75%?", questionou o ministro da Agricultura

Carlos Fávaro (Foto: Guilherme Martimon/MAPA)

Durante cerimônia de lançamento do Plano Safra 2023/2024 nesta terça-feira (27), o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), pediu licença ao presidente Lula (PT) para falar como senador - cargo que exercia antes de se tornar ministro.

Ele fez duras críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, um dos responsáveis por manter a taxa básica de juros do país em 13,75% ao ano. "Temos que convocar o presidente do Banco Central. Temos que saber dele qual é a responsabilidade dele com o Brasil. Uma das metas do Banco Central é trabalhar o controle da inflação. Isso está indo muito bem. A política econômica está indo muito bem, dando sinais cada vez mais fortes que o controle da inflação é permanente. Qual o sentido de ter taxa de juros básica, a Selic, de 13,75%? O que ele pensa dos empregos? O que ele pensa do desenvolvimento desse país? Quem aprovou o nome dele foi o Senado e, ao aprová-lo, foi nessas bases e nesse compromisso. E nós temos que cobrar o posicionamento dele". 

Fávaro ainda afirmou que pretende ir ao Senado debater com Campos Neto o patamar da Selic. "Se o senhor [presidente Lula] me permite, quando ele estiver no Senado para este debate, me licencio mais um dia, porque quero estar lá também para fazer esse debate. O Brasil não pode ficar refém de uma pessoa que não tenha compromisso com a geração de emprego, com o desenvolvimento econômico". 

Na sequência, o ministro reafirmou que o governo federal "tem compromisso com o controle da inflação": "todos nós temos, essa equipe econômica, esse governo tem esse compromisso. Esse plano Safra, que é recorde e tem muito dinheiro a mais, foi muito suor da equipe econômica, porque o plano Safra do ano passado tinha taxa básica de  juros de 12,75%, e agora foi construído com juros de 13,75%. Equalizar isso é um esforço impressionante. Aumentamos muito o recurso e conseguimos abaixar até um pouco a taxa de juros. Não podemos continuar dessa forma".

Fonte: Brasil 247

CPMI dos Atos Golpistas: "não infantilize essa Comissão", diz relatora a coronel que trocou mensagens golpistas com Mauro Cid

 Advertência da senadora Eliziane Gama foi feita após o coronel do Exército Jean Lawand Júnior afirmar que a ideia dele era de que Jair Bolsonaro pudesse "apaziguar" os ânimos

Coronel do Exército Jean Lawand Junior em depoimento à CPMI dos Atos Golpistas (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Lucas Pordeus León, Agência Brasil - “Não infantilize essa Comissão”. Com essas palavras, a relatora da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Atos de 8 de Janeiro de 2023 (CPMI do Golpe), senadora Eliziane Gama (PSD-MA), rebateu as afirmações do coronel do Exército Jean Lawand Júnior, ouvido nesta terça-feira (27).  

Lawand foi convocado pela comissão devido ao conteúdo de mensagens trocadas com o ex-ajudante de ordens da Presidência da República do governo Bolsonaro, o tenente-coronel do Exército Mauro Cid. Nas mensagens colhidas pela Polícia Federal, o coronel pede a Cid que solicite a Bolsonaro que “dê a ordem”.  

“Cidão [referência a Mauro Cid], pelo amor de Deus, faz alguma coisa, cara. Convence ele [ex-presidente Bolsonaro] a fazer. Ele não pode recuar agora. Ele não tem nada a perder. Ele vai ser preso. O Presidente vai ser preso. E pior, na Papuda, cara”, disse Lawand no dia 1º de dezembro de 2022.

Em resposta, o ex-ajudante de ordens disse que Bolsonaro não pode dar a ordem porque “ele não confia no ACE [Auto Comando do Exército]”. “Então ferrou. Vai ter que ser pelo povo mesmo”, concluiu Lawand.

Na justificativa apresentada à CPMI, o militar disse que a ideia dele era de que o então presidente Jair Bolsonaro pudesse "apaziguar" os ânimos diante dos atos golpistas que pediam intervenção militar em frente aos quartéis e nas rodovias do país.  

“A minha ideia, desde o começo, desde a primeira mensagem com o tenente-coronel Cid, foi que viesse alguma manifestação para poder apaziguar aquilo e as pessoas pudessem voltar às suas casas e seguirem a vida normal. O ex-presidente tinha uma liderança sobre a população, pelo menos seu eleitorado”, explicou o militar.  

Em seguida, a relatora interpela o coronel sobre outra mensagem. “O senhor diz o seguinte: ‘ele tem que dar a ordem, irmão. Não tem como não ser cumprida’. Mais adiante o senhor diz: ‘de modo próprio o Exército Brasileiro nada vai fazer porque será visto como golpe; então está nas mãos do Presidente’. O senhor poderia explicar a razão pela qual entende que o golpe seria legitimado se viesse pelas mãos do então Presidente?”, questionou a senadora.  

O coronel voltou a defender que não se tratava de um pedido de golpe. “Em nenhum momento eu previ esse golpe. A minha missão, a minha intenção foi sempre fazer com que o Coronel Cid entendesse que viria uma manifestação do Presidente e aquela manifestação faria com que as pessoas retornassem às suas casas”, reafirmou.  

A senadora, então, questiona a veracidade dessas informações. “O senhor não pode infantilizar essa Comissão. Aqui, como se diz no meu Maranhão, o mais besta conseguiu se eleger deputado federal, senador ou senadora. As colocações são incompatíveis com o conteúdo das mensagens que o senhor mesmo escreveu”, disse Eliziane.

Sem tropas - Lawand justificou ainda que ele não teria tropas, nem influência política para tentar promover um golpe de Estado no Brasil.

“A minha função é uma função burocrática. Eu tinha quatro subordinados. A única coisa é que eu tinha contato com o Cid pra entender o que estava acontecendo. Eu não tinha nem motivação, nem capacidade, nem força para fazer qualquer atentado e muito menos motivar as pessoas a fazê-lo.” 

O coronel é chefe do escritório de Projetos do Exército. “Minha missão é, de uma mesa com computador, comandar quatro subordinados para fazer esse programa progredir”, completou. Jean Lawand havia sido selecionado para ser Adjunto do Adido Militar do Exército Brasileiro em Washington. A ida dele à capital dos Estados Unidos, no entanto, foi suspensa após a descoberta das mensagens trocadas com o tenente-coronel Cid.  

Tal argumento do coronel também foi rebatido pela relatora Eliziane Gama. “O senhor estava há um ano e seis meses da posição para assumir, por exemplo, a patente de General. O seu escritório, o qual o senhor, na verdade, integrava no Estado-Maior, tem uma função estratégica: a de planejar e coordenar ações de relações institucionais, ou seja, o senhor não pode colocar que a sua posição não tinha qualquer influência. Quer dizer, as suas falas e os seus posicionamentos se desfazem com as informações que estão diante de nós”, rebateu a parlamentar. 

Empresa em Atibaia - A relatora Eliziane Gama, ao final do interrogatório, afirmou que um dos endereços pessoais do coronel Jean Lawand, localizado no município de Atibaia (SP), é o mesmo de uma empresa ligada a outras companhias que tem Argino Bendin e uma das filhas do Lawand como proprietários. Bedin é investigado por financiar os atos golpistas. O militar disse nunca ter ouvido falar da empresa citada pela relatora.  

Segundo Eliziane Gama, “o endereço desta empresa, que, pelos levantamentos que nós temos, de fato, não é uma empresa de sua propriedade, mas o endereço desta empresa, o senhor utiliza como elementos de informações ao longo de alguns momentos da sua história”,

O coronel colocou os seus sigilos à disposição para esclarecer esse fato. “Eu não me recordo. Eu coloco à disposição a quebra do meu sigilo bancário, fiscal, telefônico, tudo, porque, realmente, em nenhum momento eu associei um endereço meu a essa... não sei nem que empresa é essa”, finalizou. 

Acompanhe ao vivo pela TV 247 a CPMI dos Atos Golpistas.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

 

Prouni abre inscrições para processo seletivo do segundo semestre 2023

 Período de inscrição é até sexta-feira, com 276.566 bolsas de estudo disponíveis em cursos superiores de instituições privadas

(Foto: Juca Varella/Agência Brasil)

O Programa Universidade para Todos (Prouni) deu início às inscrições para o seu processo seletivo do segundo semestre de 2023 nesta terça-feira (27). Os interessados poderão inscrever-se até às 23h59 (horário de Brasília) da próxima sexta-feira (30). O Ministério da Educação (MEC) anunciou a disponibilidade de 276.566 bolsas de estudo, divididas entre 215.530 bolsas integrais (100%) e 61.036 bolsas parciais (50%). As oportunidades são para cursos de graduação e superiores sequenciais de formação específica, em instituições de ensino superior privadas.

Para realizar a inscrição, que é gratuita, os candidatos devem acessar o Portal Único de Acesso ao Ensino Superior. O Prouni, programa federal que concede bolsas de estudos, tem processos seletivos semestrais desde a sua criação em 2004. Ele é destinado a estudantes que não possuem diploma de nível superior.

Para participar, é necessário que o candidato tenha prestado o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em uma das duas últimas edições (2021 ou 2022), alcançado no mínimo 450 pontos na média das cinco provas e obtido nota na redação superior a zero. Além disso, os candidatos às bolsas integrais devem comprovar renda familiar bruta mensal de até um salário mínimo e meio por pessoa. Para as bolsas parciais (50%), a renda familiar bruta mensal deve ser de até três salários mínimos por pessoa. Lembrando que o salário mínimo atual no Brasil é de R$ 1.320,00.

Segundo o Edital nº 9/2023, de 7 de junho, os candidatos também devem atender a pelo menos uma das seguintes condições: ter cursado o ensino médio completo em escola da rede pública ou particular na condição de bolsista integral; ser pessoa com deficiência; ou ser professor da rede pública de ensino, concorrendo a bolsas nos cursos de pedagogia e licenciatura voltados à formação do magistério da educação básica, sem requisitos de renda.

Para realizar a inscrição, o participante precisa possuir cadastro no login Único do Governo Federal e criar uma conta no portal Gov.br. Após realizar o login, o candidato deve informar um e-mail e número de telefone válido, preencher dados cadastrais próprios e do grupo familiar e selecionar, por ordem de preferência, até duas opções de instituição, local de oferta, curso, turno, tipo de bolsa e modalidade de concorrência entre as disponíveis.

O processo seletivo do Prouni 2023/2 conta com duas chamadas sucessivas. Os resultados serão divulgados no Portal Acesso Único no dia 4 de julho para a primeira chamada e 24 de julho para a segunda chamada. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone 0800-616161.

Fonte: Brasil 247 com informações de Agência Brasil.

APUCARANA: DNIT inicia melhorias em trechos urbanos de rodovias federais

 


Uma semana após solicitação feita pelo prefeito Junior da Femac, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) iniciou os trabalhos de melhorias em trechos urbanos de rodovias federais que cortam a cidade. O trabalho começou pela roçagem e terá sequência com a revitalização das sinalizações horizontal e vertical e do pavimento asfáltico.

O prefeito lembra que vistoriou os locais no dia 20 de junho, acompanhado do supervisor do DNIT em Londrina, engenheiro Eduardo Barros Rocha. “O DNIT atendeu prontamente a nossa reivindicação. São entradas da cidade, que recebem um tráfego intenso de veículos e os serviços são necessários para dar mais segurança aos usuários”, frisa Junior da Femac.

Junior da Femac acrescenta ainda que, após o fim dos contratos de concessão do pedágio, a manutenção e conservação das avenidas Minas Gerais, Brasil e Governador Roberto da Silveira (BRs 376 e 369), voltaram a ser de responsabilidade direta do DNIT. “Desde que reassumiu a manutenção das rodovias federais, a unidade regional do DNIT, em Londrina, tem sempre atendido as reivindicações de Apucarana”, reitera Junior da Femac.