Ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Mauro Cid, é acusado de incentivar golpe de Estado
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) emitiu uma nota na tarde desta sexta-feira (16) afirmando que "jamais participou de qualquer conversa sobre um suposto golpe de Estado", informou o Uol. A declaração foi divulgada em resposta às mensagens encontradas pela Polícia Federal no celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, que indicam o incentivo a um golpe de Estado e a elaboração de um roteiro para a ação.
Segundo a revista Veja, as mensagens revelam que membros das Forças Armadas cobraram Cid para convencer Bolsonaro a seguir com o golpe de Estado após a vitória de Lula nas eleições do ano passado. Cid, que está preso desde o mês passado, recusou-se a falar quando interrogado pela Polícia Federal.
O material obtido mostra que a maioria das mensagens foi escrita pelo coronel Jean Lawand Junior, subchefe do Estado-Maior do Exército, ao longo de dezembro do ano passado. Algumas mensagens foram trocadas entre Gabriela Cid, esposa do tenente-coronel, e Adriana Villas Bôas, filha do general Eduardo Villas Bôas. As respostas de Cid foram vagas, indicando que um golpe não aconteceria, mas mencionando "muita coisa acontecendo" ao ser estimulado a mobilizar Bolsonaro para o ato antidemocrático.
O roteiro encontrado no celular de Cid propunha a implementação do golpe de Estado com base na tese de que, em caso de conflito entre os Poderes, as Forças Armadas poderiam intervir como poder moderador. O plano incluía nomear um interventor, estabelecer um prazo para o restabelecimento da ordem constitucional, colocar as Forças Armadas e instituições de segurança sob o comando do interventor, além de suspender atos e afastar preventivamente aqueles que violaram a Constituição Federal. O objetivo final seria a convocação de novas eleições.
A defesa de Mauro Cid, representada pelos advogados Bernardo Fenelon e Bruno Buonicore, informou que todas as manifestações defensivas serão feitas apenas nos autos do processo, em respeito ao Supremo Tribunal Federal.
As mensagens reveladas sugerem que entusiastas do golpe esperavam por uma ação de Bolsonaro e buscavam convencê-lo a liderar o movimento. Os diálogos mostram a pressão para que o presidente não recuasse e mencionam a possibilidade de sua prisão. Além disso, houve menções à pressão sobre o Congresso e à possível queda do ministro Alexandre de Moraes.
Fonte: Brasil 247 com informações do UOL