sábado, 3 de junho de 2023

Dias Toffoli será relator de pedido de Dallagnol contra perda de mandato

 

Deltan Dallagnol. (Foto: Reprodução)


O ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), será o relator do pedido da defesa de Deltan Dallagnol (Podemos-PR) para suspender a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o cassou. Os advogados pedem que a medida não tenha efeito até que não existam mais recursos a serem aplicados no caso.

O TSE anulou o registro de candidatura de Dallagnol, o que resultou na perda de mandato na Câmara dos Deputados. O ex-procurador, porém, não foi considerado inelegível para eleições futuras.

O objetivo da defesa de Dallagnol é que o STF assegure que ele permaneça no cargo de deputado federal até que a disputa jurídica na Justiça Eleitoral tenha uma decisão definitiva.

Não participaram do sorteio da ação no Supremo os ministros que também fazem parte do TSE. Como relator, Toffoli deverá analisar o pedido de decisão liminar feito pelos advogados. Ele pode solicitar informações a corte eleitoral.

O pedido da defesa do deputado foi apresentado na quinta-feira (1º). Os advogados argumentaram que ele corre “risco iminente de ser retirado de seu posto como deputado federal, com lastro em veredito judicial” que, de acordo com eles, “é questionável em diferentes frentes e pode vir a ser revertido” por meio de recursos no próprio TSE e no STF.

Também afirmaram que a decisão do tribunal eleitoral ainda não teria sido publicada e, mesmo assim, já há procedimento na Corregedoria da Câmara para retirá-lo do cargo, em cumprimento à determinação.

No dia 16 de maio, o TSE anulou o registro de candidatura de Dallagnol ao cargo de deputado federal, nas eleições do ano passado. A decisão foi unanime entre os ministros, que seguiram o voto do relator, ministro Benedito Gonçalves. Para o relator, Dallagnol agiu para fraudar a lei quando deixou o cargo de procurador da República.

Fonte: DCM

CGU identifica inconsistência de R$ 6 bilhões no Ministério da Cidadania durante governo Bolsonaro


Jair Bolsonaro e João Roma. Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou uma inconsistência de R$ 6 bilhões nas contas do Ministério da Cidadania em 2022. O somatório se refere as receitas e despesas do ministério, principalmente pela execução do programa Auxílio Brasil. As informações são da coluna de Paulo Cappelli, no Metrópoles.

O governo Bolsonaro teve no último ano dois ministros da Cidadania: João Roma e Ronaldo Bento. A pasta tinha orçamento de R$ 124,4 bilhões. A principal política pública desenvolvida pelo órgão foi o Auxílio Brasil, que tomou 92,4% de sua execução orçamentária.

Segundo a CGU, o valor de R$ 6.342.894.265,64 não estaria de acordo com os dados do ministério por diversas razões. Entre os motivos estão a contabilização em duplicidade de despesas com o Auxílio Emergencial. Além disso, foram constatados erros na arrecadação e ausência de registros de receita das devoluções de auxílios não retirados.

A CGU também criticou as distorções no registro de créditos a receber de pagamentos indevidos de benefícios e seu ajuste para perdas. O órgão ainda verificou falha nos controles e acompanhamentos dos estornos, feitos pela Caixa, de benefícios não sacados.

Com isso, a CGU sugeriu o aprimoramento dos registros contábeis e de controle interno do ministério.

Fonte: DCM com Paulo Cappelli no Metrópoles

“Cassação é pouco para Moro”, diz Zeca Dirceu após entrevista-bomba de Tony Garcia

 Empresário delatou Sérgio Moro e diz que o ex-juiz suspeito o coagiu a produzir provas contra seus inimigos

Zeca Diceu, Tony Garcia e Sergio Moro (Foto: Gustavo Bezerra/Agencia Camara | Reprodução | ABR)

O deputado federal Zeca Dirceu (PT-PR), líder da bancada do PT na Câmara, comentou, via redes sociais, as revelações da entrevista-bomba do empresário e ex-deputado estadual Tony Garcia ao Boa Noite 247 desta sexta-feira (2). 

Durante o programa, Tony Garcia afirmou ter sido coagido pelo ex-juiz suspeito e atual senador Sergio Moro (União Brasil-PR) a forjar informações à revista Veja que pudessem comprometer o ex-ministro José Dirceu (PT) - a entrevista foi concedida em 2006 e, em 2012, Dirceu foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal no âmbito da Ação Penal 470, o chamado Mensalão, com voto da ministra Rosa Weber, que tinha Sérgio Moro como juiz auxiliar. (Confira a entrevista completa abaixo)

Após tomar conhecimento de tais revelações do empresário, Zeca Dirceu afirmou em seu perfil do Twitter que apenas a cassação é pouco para o ex-juiz suspeito: "Moro precisa ser amplamente investigado, julgado e punido por todos crimes cometidos, só a cassação é pouco".


 Fonte: Brasil 247

Deputado Rogério Correia quer convocar Tony Garcia, que delata Moro, a depor na Câmara dos Deputados

 Em entrevista à TV 247, o empresário Tony Garcia diz que Moro o usou para grampear ilegalmente autoridades e para plantar acusações contra desafetos do ex-juiz, como José Dirceu

(Foto: Agencia Câmara | Reprodução | ABR)


O deputado Rogério Correia (PT-MG) pretende convocar o empresário Tony Garcia, que, ontem, concedeu uma entrevista bombástica ao programa Boa Noite 247, da TV 247. Na entrevista, Garcia conta como Moro transformou sua vara judicial em Curitiba numa espécie de Guantánamo e revela como foi usado pelo ex-juiz como um agente infiltrado para perseguir desafetos do personagem que comandou a Lava Jato. Era o caso, por exemplo, do advogado Roberto Bertholdo, que foi preso a partir de falso testemunho do próprio Garcia, que diz ter sido obrigado por Moro a incriminá-lo.

Na entrevista, Garcia também conta que Moro e personagens que depois se tornaram procuradores da Lava Jato o instruíram, ainda em 2006, a conceder uma entrevista ao jornalista Alexandre Oltramari, da revista Veja, para tentar incriminar o ex-ministro José Dirceu. Na entrevista, Garcia diz que Dirceu e Bertholdo operariam um suposto mensalão do MDB – na entrevista de ontem, no entanto, ele afirma que a peça foi fabricada por ordem de Moro e dos procuradores.

Tony Garcia, que nasceu em São Paulo mas sempre foi um personagem influente nas altas rodas paranaenses, também afirmou que desembargadores do TRF-4, o mesmo tribunal que condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em segunda instância, eram chantageados por protagonistas da Lava Jato em razão de terem participado de orgias com prostitutas de luxo na suíte presidencial do Hotel Bourbon, no que chamou de "festa da cueca". Da mesma forma, ele fiz que o ministro Félix Fischer, que mantinha as condenações de Lula no STJ, era controlado pela força-tarefa paranaense em razão de supostos pagamentos feitos a seu filho.

Por isso mesmo, o deputado Rogério Correia considera importante convocá-lo. Garcia, por sua vez, defende a realização de uma "CPI da Lava Jato", para que o Brasil seja passado a limpo. Confira o post de Rogério Correia e o Boa Noite 247:

 

Fonte: Brasil 247

"O Lula que o Brasil quer é o Lula Mandela, o da união e reconstrução", diz Paulo Pimenta

 "Se tivermos uma comunicação de combate, vamos manter a sociedade polarizada. E não é isso que o Brasil quer", acrescenta o ministro

Lula e Paulo Pimenta (Foto: Ricardo Stuckert/Divulgação | Valter Campanato/ABr)

No programa Boa Noite 247 desta sexta-feira, 2 de junho, na TV 247, o ministro da Secretaria de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, concedeu uma entrevista aos jornalistas Leonardo Attuch, Luís Costa Pinto e Andrea Trus. Durante a conversa, Pimenta abordou diversos aspectos da comunicação do presidente Lula e fez uma análise sobre o atual cenário político do país. Uma das primeiras questões levantadas foi o objetivo do governo nesta semana, que era aprovar a Medida Provisória da reforma ministerial. O ministro afirmou que a semana foi concluída de forma muito positiva, destacando o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a geração de empregos. Segundo ele, já foram criados mais de 700 mil empregos somente neste ano.

Pimenta ressaltou a importância de avaliar os resultados em qualquer atividade, incluindo a comunicação governamental. Ele explicou que a imagem do governo é avaliada por meio de pesquisas e trackings, e que qualquer outra afirmação é especulação. O ministro também fez referência aos resultados das eleições, mencionando que, dos brasileiros aptos a votar, 39% votaram em Lula, 37% em Bolsonaro e 24% não participaram do processo eleitoral. Ele destacou que esse é o Brasil que eles encontraram, um país "calcificado".

Ao discutir as pesquisas de avaliação do governo, Pimenta afirmou que o índice de aprovação (ótimo e bom) oscilou entre 38% e 43%. Ele também mencionou uma diminuição no índice de avaliação negativa (ruim e péssimo), enquanto o índice de avaliação regular aumentou. O ministro destacou o desafio da comunicação do governo, afirmando que o primeiro objetivo é consolidar a base e, em seguida, aumentar o apoio daqueles que não votaram no presidente Lula. Ele ressaltou que o governo se comunica com toda a sociedade.

Lula "Mandela" – Pimenta também mencionou o tipo de imagem que o presidente Lula busca transmitir. Segundo ele, o Brasil deseja ver um "Lula Mandela", um líder que promova a união e a reconstrução do país. Ao abordar os meios de comunicação utilizados pelo presidente, o ministro explicou que embora Lula queira fazer lives, esse formato nem sempre é o mais adequado. Ele destacou que, durante a semana, o presidente fez quatro pronunciamentos importantes, abordando diversos temas da conjuntura atual. Por fim, o ministro alertou que uma comunicação de combate manteria a sociedade polarizada, e isso não é o que o Brasil deseja. Assista: 

Fonte: Brasil 247

Tony Garcia pede desculpas a Dilma por ter atuado no golpe de 2016 junto com Eduardo Cunha e caciques do PSDB

 Empresário participou do acordo para que Cunha apresentasse o impeachment, mas fosse salvo – o que não aconteceu por que um deputado (Valdir Rossoni) teria pedido R$ 5 milhões

(Foto: Divulgação)

O empresário Tony Garcia, que delata o ex-juiz suspeito e hoje senador Sérgio Moro, dizendo ter atuado como um agente infiltrado para grampear autoridades sem autorização judicial, também revelou, na entrevista bombástica à TV 247, que atuou no golpe de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff e pediu desculpas a ela. Segundo Garcia, em dezembro de 2015, ele atuou junto a seu amigo Eduardo Cunha, que presidiu a Câmara dos Deputados naquele período, para que fosse construído um acordo com lideranças do PSDB, incluindo nomes como Aécio Neves e Carlos Sampaio, para que o pedido de impeachment fosse aceito – o que ocorreu no dia 2 de dezembro de 2015. De acordo com Garcia, o acordo previa que, duas semanas depois, o PSDB blindaria Cunha na votação do conselho de ética da Câmara dos Deputados.

Garcia revela, no entanto, que uma das peças-chave dessa trama, o então deputado paranaense Valdir Rossoni, roeu a corda porque não recebeu R$ 5 milhões para votar a favor de Cunha no Conselho de Ética – o que contribuiu para que o processo contra o ex-deputado fosse aberto. "Peço desculpas à ex-presidente Dilma Rousseff", diz Tony Garcia, que diz que devia a verdade à sua família. Assista:


Fonte: Brasil 247

Funcionário comissionado do MEC é identificado pela PF em esquema de kit robótica de aliados de Lira

Alexsander Moreira, funcionário comissionado do MEC desde 2016, teria participação em esquema de compra de kits robótica – Foto: Reprodução

A Polícia Federal (PF) identificou um funcionário do MEC (Ministério da Educação) suspeito de participar do suposto esquema criminoso de compra de kits de robótica de uma empresa ligada ao presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, o funcionário comissionado do MEC é Alexsander Moreira. Ele é um dos alvos da PF, que cumpriu na quinta-feira (1°) mandados de prisão e de busca e apreensão contra investigados no caso.

As autoridades identificaram movimentações financeiras suspeitas de R$ 737 mil, sendo parte do valor depositada em espécie, entre outubro de 2021 e novembro de 2022.

Agentes levam materiais apreendidos em Brasília em mandado de busca e apreensão durante operação da PF sobre compra de kits de robótica – Foto: Pedro Ladeira

Durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Alexsander era coordenador-geral de Apoio às Redes e Infraestrutura Educacional. A área tem atuação no sistema de transferências de recursos por onde saiu o dinheiro para os kits, o chamado PAR (Plano de Ações Articuladas).

Já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ele subiu de cargo. Desde fevereiro, Moreira responde pela diretoria de Apoio à Gestão Educacional, dentro da Secretaria de Educação Básica do MEC. Ele está na pasta desde 2016.

Alexsander recebeu três depósitos de um homem cuja empresa foi representada por Edmundo Catunda, sócio da Megalic e com estreita proximidade com Lira. Foi ele quem assinou uma nota técnica do MEC para subsidiar resposta do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) aos questionamentos do TCU (Tribunal de Contas da União).

O MEC, no entanto, informou que “determinou o afastamento imediato do servidor comissionado supostamente envolvido e que irá colaborar prontamente com as investigações em curso”.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

Colunista do Washington Post cita “novo mundo” sem domínio dos EUA e com ascensão do Brasil, entre outros


Lula com o presidente venezuelano Nicolás Maduro e o presidente boliviano Luis Arce em Brasília

Fareed Zakaria, escritor e jornalista especializado em relações políticas internacionais, escreveu em sua coluna no Washington Post sobre um novo mundo, que não é caracterizado pelo declínio dos EUA, mas pela ascensão de outros países, inclusive o Brasil.

Segundo Zakaria, “os Estados Unidos não podem mais presumir que o resto do mundo está do seu lado”. Precisa avisar o pessoal da GloboNews.

Alguns trechos:

Enquanto eu acompanhava as recentes eleições gerais na Turquia, fiquei surpreso ao ouvir um dos principais funcionários do país, o ministro do Interior Suleyman Soylu, falando para uma multidão de uma varanda. Jubiloso, ele prometeu que o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, “eliminaria qualquer um que causasse problemas” para a Turquia “e isso inclui os militares americanos”. Anteriormente, Soylu declarou que aqueles que “seguirem uma abordagem pró-americana serão considerados traidores”. Lembre-se de que a Turquia é membro da OTAN (com bases americanas no país) há cerca de 70 anos. (…)

Erdogan pode ser um dos representantes mais extremos dessa atitude, mas não está sozinho. Como muitos comentaristas observaram, a maior parte da população mundial não está alinhada com o Ocidente em sua luta contra a invasão da Ucrânia pelo presidente russo Vladimir Putin. E a própria guerra apenas destacou um fenômeno mais amplo: muitos dos maiores e mais poderosos países do mundo em desenvolvimento estão se tornando cada vez mais antiocidentais e antiamericanos.

Quando o Brasil elegeu Luiz Inácio Lula da Silva para a presidência em outubro passado, muitos deram um suspiro de alívio pelo populista mercurial Jair Bolsonaro ter sido substituído por uma figura tradicional e familiar de centro-esquerda. No entanto, em seus poucos meses no cargo, Lula optou por criticar incisivamente o Ocidente, enfurecer-se contra a hegemonia do dólar e afirmar que a Rússia e a Ucrânia são igualmente culpadas pela guerra. Nesta semana, ele recebeu o presidente venezuelano Nicolás Maduro, cujo reinado brutal levou milhões a fugir de seu país. Lula elogiou o ditador e criticou Washington por negar a legitimidade de Maduro e impor sanções ao seu regime. (…)

E depois há a Índia, que deixou claro desde o início da guerra na Ucrânia que não tinha intenção de se aliar contra a Rússia, que continua sendo o principal fornecedor de armamento avançado para os militares indianos. As declarações da Índia sobre seu desejo de manter um equilíbrio em suas relações entre o Ocidente e a Rússia (e até a China) foram tão numerosas que Ashley J. Tellis, um dos estudiosos mais respeitados nas relações EUA-Índia, escreveu um ensaio alertando Washington para não presumir que Nova Délhi ficaria do lado dela em qualquer crise futura com Pequim.

O que está acontecendo? Por que os Estados Unidos estão tendo tantos problemas com tantas das maiores nações em desenvolvimento do mundo? Essas atitudes estão enraizadas em um fenômeno que descrevi em 2008 como a “ascensão do resto”. Nas últimas duas décadas, ocorreu uma grande mudança no sistema internacional. Países que já foram populosos, mas pobres, passaram das margens para o centro do palco. Antes representando uma parcela insignificante da economia global, os “mercados emergentes” agora representam metade dela. Seria justo dizer que eles emergiram.

À medida que esses países se tornaram economicamente fortes, politicamente estáveis e culturalmente orgulhosos, eles também se tornaram mais nacionalistas, e seu nacionalismo é frequentemente definido em oposição aos países que dominam o sistema internacional – ou seja, o Ocidente. Muitas dessas nações já foram colonizadas por nações ocidentais e, portanto, mantêm uma aversão instintiva aos esforços ocidentais de encurralá-las em uma aliança ou agrupamento.

Refletindo sobre esse fenômeno no contexto da guerra na Ucrânia, a especialista em Rússia Fiona Hill observa que o outro fator dessa desconfiança é que esses países não acreditam nos Estados Unidos quando ouvem falar a favor de uma ordem internacional baseada em regras. Eles veem Washington, diz Hill, como cheio de “arrogância e hipocrisia”. A América aplica regras a outros, mas as quebra em suas muitas intervenções militares e sanções unilaterais. Exorta os países a se abrirem ao comércio, mas viola esses princípios quando quer.

Este é o novo mundo. Não se caracteriza pelo declínio da América, “mas sim pela ascensão de todos os outros” (como escrevi em 2008). Vastas partes do globo que antes eram peões no tabuleiro de xadrez agora são jogadores e pretendem escolher seus próprios movimentos, muitas vezes orgulhosamente egoístas. Eles não serão facilmente intimidados ou seduzidos. (…)

Fonte: DCM

“Moro fez de Curitiba a Guantánamo brasileira”, diz o empresário Tony Garcia

 À TV 247, Garcia disse que Moro determinava o que ele deveria dizer em sua delação. "Ele fazia os mesmos métodos de tortura psicológica para tirar de você o que ele queria”

Prisão de Guantánamo, Tony Garcia e Sérgio Moro (Foto: Joe Skipper/Reuters | Reprodução | ABR)

O empresário e ex-deputado estadual Antônio Celso Garcia, mais conhecido como Tony Garcia, participou do Boa Noite 247, da TV 247, nesta sexta-feira (2) e fez revelações bombásticas de novas ilegalidades cometidas por Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba. O empresário firmou acordo de delação premiada e revelou ter gravado conversas com o ex-governador do Paraná Beto Richa a mando de Sergio Moro.

Ao jornalista Joaquim de Carvalho, Tony Garcia disse ter sido vítima de métodos de tortura psicológica por parte do então juiz da Lava Jato. O empresário revelou um episódio em que prestou depoimento a Moro, com a participação dos procuradores Carlos Fernando dos Santos Lima e Januário Paludo, ambos da Lava Jato. “Quando eu disse que tinha interesse em fazer o acordo, ele [Moro] gravava, com um gravador comum. Quando eu respondia alguma coisa que não interessava para ele, ele desligava o gravador e chamava atenção dos advogados, que eu não tinha que falar assim, que eu tinha que falar que era propina. Ele botava na minha boca o que eu tinha que falar”, afirmou Garcia em entrevista à TV 247. 

Tony Garcia comparou o método utilizado por Moro e pelo procuradores da Lava Jato como a tortura praticada pelos Estados Unidos na prisão de militar de Guantánamo, que ficou mundialmente conhecida por diversos casos de tortura de presos e agressões aos direitos humanos após os ataques de 11 de setembro de 2001.

“Eu estava preso, era pai de uma criança de um ano. Me jogaram num porão da Polícia Federal. Moro fez de Curitiba a Guantánamo brasileira. Ele fazia os mesmos métodos de tortura psicológica para tirar de você, preso, o que ele queria”, acrescentou o empresário. 

Garcia contou também que Moro chegou a pedir para se retirarem da sala, para a “Justiça” decidir o que interessava do que ele havia falado. “Então eu falei: ‘então manda ele fazer um texto com o que ele quer que eu falo, que eu falo. Mas eu quero é sair daqui’. Então era isso Moro fazia, junto com Carlos Fernando e Januário Paludo”, afirmou. 

Em outro trecho da entrevista, Tony Garcia revelou que o ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que condenou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Lava Jato, era alvo de chantagem de Moro e dos procuradores da Lava Jato. Além disso, o empresário revelou ainda que desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) também foram chantageados, depois de participar de uma “festa da cueca” com prostitutas em Curitiba. 

 Assista à entrevista na íntegra:

Fonte: Brasil 247

Tony Garcia: desembargadores do TRF-4 foram chantageados depois de participarem de “festa da cueca” com prostitutas em Curitiba

 Em entrevista ao 247, o delator denunciou ilegalidades da Operação Lava Jato cometidas quando Sergio Moro julgava os processos em Curitiba

Tony Garcia e o Tribunal Regional Federal (TRF4-RS) (Foto: Reprodução | ABR)

O delator Tony Garcia afirmou nesta sexta-feira (2), no programa Boa Noite 247, que desembargadores do Tribunal Regional Federal da Quarta Região (TRF4-RS) foram chantageados depois de participar de uma 'festa da cueca' com garotas de programa em Curitiba (PR), na época da Operação Lava Jato. No TRF4 são julgadas ações da segunda instância.  

"Teve até uma festa que chamaram de festa da cueca, feita com desembargadores em Curitiba, na suíte presidencial. Teve essa festa da cueca, tinha um monte de desembargador, mandaram prostitutas pro hotel", disse Garcia ao jornalista do 247 Joaquim de Carvalho. 

O delator já havia dito que, a mando de Moro, gravou de forma ilegal o ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB) em 2018. Garcia afirmou que Moro transformou "Curitiba na Guantánamo brasileira". Disse que o senador chantageou a rede Walmart

"Jamais tinha passado por uma coisa tão fora da lei. Queriam criminalizar a política. Falavam que políticos eram bandidos. Criminaliza políticos, tribunais superiores, jornalistas e advogados. Deltan, Carlos Fernando, Moro. O que eles botavam na minha boca... para buscar coisas contra o PT, para tirar o Lula da eleição", continuou

"Fui instado a procurar coisas contra o PT através do Eduardo Cunha, que era meu amigo. Uma perseguição clara (contra o PT). Grande parte do estou falando, eu falei pra Gabriela Hardt. Eu denunciei, e nada acontece. Ela engavetou. O Brasil tem que passar isso a limpo. Eles (senadores) tinham de fazer uma CPI da Lava Jato", acrescentou. 

Moro já havia sofrido uma de suas maiores derrotas judiciais em 2021, quando o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a suspeição dele nos processos contra o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Em 2022, o ex-juiz foi derrotado no Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por fraude em domicílio eleitoral. Por consequência, teve de ser candidato pelo estado do Paraná.

Em 2023, Dallagnol teve o mandato cassado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) porque, em 2022, quando resolver ser candidato, ele ainda tinha reclamações analisadas no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). Em outra derrota para o ex-procurador, o Supremo Tribunal Federal determinou que ele indenize Lula em R$ 75 mil por causa da apresentação do Power Point em 2016

A partir de 2019 começaram a ser divulgados na imprensa trechos de conversas entre Moro e procuradores do Ministério Público Federal (MPF-PR). De acordo com os diálogos, o ex-juiz interferia na elaboração de denúncias, que devem ser feitas apenas por promotores.

Fonte: Brasil 247

Anvisa deixa de exigir teste de covid-19 para entrada no país

 Fim de emergência internacional motivou decisão

(Foto: Ag. Brasil)

Agência Brasil - Os brasileiros ou estrangeiros que entram no Brasil não precisam mais apresentar comprovante de vacinação ou teste negativo de covid-19. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) revogou as duas portarias editadas durante a pandemia com medidas sanitárias para o ingresso de estrangeiros no país.

Segundo a Anvisa, o fim das exigências foi motivado pela decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS) de decretar o fim do estado de Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional, que vigorava desde março de 2020.

A agência repassou as orientações às companhias aéreas, postos de fronteira e operadores de portos e aeroportos em instrução técnica publicada em 23 de maio.

“Esse cenário [fim do estado internacional de emergência] possibilitou a determinação de que a covid-19 é agora um problema de saúde estabelecido e contínuo (...) Desta forma, o Brasil deixa de exigir de viajantes de procedência internacional a comprovação vacinação contra a covid-19 ou apresentação de resultado negativo de teste, bem como da implementação pelos administradores de terminais de passageiros e operadores de meios de transporte de medidas de prevenção e mitigação [redução] da doença”, informou a nota técnica.

Normas mantidas

Apesar de revogar as exigências de testes ou de certificados de vacinação, a Anvisa informou, na nota técnica, que manteve as recomendações para medidas não farmacológicas de prevenção (como uso de máscaras), e as normas de notificação e de respostas a casos suspeitos e confirmados.

Os pontos de entrada no Brasil, informou a nota técnica, devem continuar a ter planos de contingências atualizados para enfrentamento de futuras emergências sanitárias internacionais. Também deverão ser mantidas as medidas para garantir a vigilância e o atendimento dos casos suspeitos e confirmados de covid.

A Anvisa também manteve a obrigação de administradores de terminais de passageiros e de meios de transporte comunicarem à agência reguladora eventos de saúde pública durante viagens. O isolamento de passageiros com sintomas compatíveis com covid-19 ou com contaminação confirmada está mantido.

Revogações

Nos últimos meses, a Anvisa tem revogado uma série de normas relativas à pandemia. Em março, ela derrubou a obrigatoriedade de máscaras em aeroportos e aviões, que passou a ser apenas recomendada.

No mês passado, a agência reguladora revogou as restrições sanitárias para navios de cruzeiros Em 2022, as regras de embarque haviam sido flexibilizadas.

Fonte: Agência Brasil

Senado aprova lei que estabelece igualdade salarial entre homens e mulheres

 Projeto agora vai à sanção presidencial

Senadores e sanadoras comemoram na mesa do Senado aprovação da lei sobre igualdade salarial entre homens e mulheres (Foto: Geraldo Magela/ag. Senado)


O Senado aprovou na quinta-feira (1°), o projeto de lei que torna obrigatória a igualdade salarial e de critérios remuneratórios entre mulheres e homens para trabalho de igual valor ou no exercício da mesma função. O texto aprovado determina que o governo federal terá que regulamentar a futura lei por meio de decreto. O projeto segue para sanção.

A proposta, de autoria da Presidência da República, tramitou em regime de urgência e foi aprovada por três comissões permanentes do Senado na quarta-feira (31), depois de amplo acordo político. Na Comissão de Direitos Humanos (CDH), a relatora foi a senadora Zenaide Maia (PSD-RN). Na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) e na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) a relatora foi a senadora Teresa Leitão (PT-PE).

O projeto prevê que, na hipótese de discriminação por motivo de sexo, raça, etnia, origem ou idade, o pagamento das diferenças salariais devidas não afasta o direito de quem sofreu discriminação promover ação de indenização por danos morais, considerando-se as especificidades do caso concreto.

O texto modifica a multa prevista no art. 510 da CLT, para que corresponda a dez vezes o valor do novo salário devido pelo empregador ao empregado discriminado, e eleva ao dobro no caso de reincidência, sem prejuízo de outras medidas legais. Atualmente, a multa é igual a um salário-mínimo regional, elevada ao dobro no caso de reincidência.

Relatório semestral

O projeto também obriga a publicação semestral de relatórios de transparência salarial pelas empresas (pessoas jurídicas de direito privado) com 100 ou mais empregados, observada a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (Lei 13.709, de 2018) e dispõe que ato do Poder Executivo instituirá protocolo de fiscalização contra a discriminação salarial.

Os relatórios conterão dados e informações, publicados de forma anônima, que permitam a comparação objetiva entre salários, critérios remuneratórios e proporção de ocupação de cargos de direção, gerência e chefia preenchidos por mulheres e homens, além de informações estatísticas sobre outras possíveis desigualdades decorrentes de raça, etnia, nacionalidade e idade.

Caso seja identificada desigualdade salarial ou de critérios remuneratórios, as empresas privadas deverão criar planos de ação para mitigar essa desigualdade, com metas e prazos, garantida a participação de representantes das entidades sindicais e de representantes dos empregados nos locais de trabalho. Em caso de descumprimento das disposições, será aplicada multa administrativa no valor de até 3% da folha de salários do empregador, limitado a cem salários mínimos, sem prejuízo das demais sanções.

Combate à desigualdade

O projeto prevê, como medidas para garantia da igualdade salarial, o estabelecimento de mecanismos de transparência salarial; o incremento da fiscalização; a criação de canais específicos para denúncias de casos de discriminação salarial; a promoção de programas de inclusão no ambiente de trabalho; o fomento à capacitação e à formação de mulheres para o ingresso, a permanência e a ascensão no mercado de trabalho, em igualdade de condições com os homens.

O Poder Executivo federal disponibilizará de forma unificada, em plataforma digital de acesso público, as informações fornecidas pelas empresas, e indicadores atualizados periodicamente sobre o mercado de trabalho e renda por sexo, inclusive com indicadores de violência contra a mulher, de vagas em creches públicas, de acesso à formação técnica e superior e de serviços de saúde, bem como outros dados públicos que possam orientar a elaboração de políticas públicas.

Fonte: Brasil 247

"Moro será preso porque a Lava Jato ultrapassou todos os limites da corrupção", diz Stoppa

 Segundo ele, desde o início estava claro que Moro estava fraudando o sistema de Justiça

(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | ABR)

No programa Leo ao Quadrado, do dia 2 de junho, o jornalista Leonardo Stoppa afirmou que o ex-juiz suspeito Sergio Moro, hoje senador, será preso, pois, segundo ele, a Lava Jato ultrapassou todos os limites da corrupção. Stoppa também falou sobre a importância do jornalismo e da coragem necessária para seguir a intuição. Segundo ele, desde o começo, ficou claro que Moro estava fraudando o sistema judicial.

Outro ponto abordado por Leonardo Stoppa foi a relação entre a Globo e os crimes de Moro e Dallagnol. Segundo ele, a emissora sempre soube dos crimes cometidos por essas figuras, o que novamente coloca em xeque a conduta da imprensa em relação à cobertura da Lava Jato e sua imparcialidade na divulgação dos fatos.

Além disso, Stoppa mencionou a Lava Jato como responsável por introduzir "lixo" na política, citando o senador Marcos do Val como exemplo. Ele também levantou questões sobre a fixação do senador com a sexualidade do ministro da Justiça, Flávio Dino, fazendo uma referência à teoria psicanalítica de Freud. Assista:


Fonte: Brasil 247

Valter Pomar: "a farsa do mensalão foi uma operação coletiva da classe dominante para golpear o PT"

 Historiador lamentou que José Genoino tenha sido condenado mesmo sendo reconhecidamente inocente

Valter Pomar e José Genoino (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução/Youtube)

Em entrevista à TV 247, o historiador Valter Pomar destacou a recente declaração do ministro Dias Toffoli, proferida durante uma sessão plenária da Suprema Corte, na qual ele admitiu ter votado pela condenação de réus no julgamento do mensalão, incluindo José Genoino, ex-presidente nacional do PT, mesmo sabendo que eram inocentes. Pomar considerou essa atitude como um crime e exigiu a renúncia ou afastamento de Toffoli do Supremo Tribunal Federal.

Pomar também questionou quais outros erros Toffoli pode ter cometido ou ainda poderá cometer, ressaltando que simplesmente pedir desculpas não é suficiente. Ele argumentou que o mensalão fez parte de um golpe de estado para tirar Lula da presidência da República, e que as pessoas estão transformando um crime em simples erro. Para Pomar, o mensalão foi uma ação planejada pela classe dominante brasileira e seus aparatos jurídicos, constituindo um golpe contra o PT e contra a democracia. Assista:

Fonte: Brasil 247