sexta-feira, 19 de maio de 2023

Comunidade surda comemora adoção de Libras nas sessões da Câmara

 Surdos já podem acompanhar todas as sessões e eventos oficiais da Câmara Municipal, com a presença de intérprete, inclusive nas transmissões online

Captura de tela da primeira transmissão de sessão da Câmara com serviço de intérprete de Libras


As pessoas surdas de Apucarana estão comemorando um importante avanço em acessibilidade na cidade, para garantir o direito à cidadania. Agora elas podem acompanhar de perto todos os eventos oficiais da Câmara Municipal, inclusive as sessões ordinárias, que passam a contar com um intérprete de Libras, inclusive nas transmissões online. O serviço de Libras na Câmara estreou na sessão ordinária da última segunda-feira (15) e foi apontado como um marco histórico por representantes da comunidade surda - que estiveram na Câmara -, e profissionais que trabalham como intérpretes.

De acordo com levantamentos realizados informalmente pela própria comunidade, estima-se que Apucarana tenha aproximadamente 150 surdos profundos, como são chamadas as pessoas com surdez total. Os surdos que estiveram na Câmara nesta segunda-feira, para acompanhar pela primeira vez uma sessão com intérprete oficial da Casa, enaltecem o fato de o Legislativo ter adequado as rotinas para assegurar o direito da comunidade. No entanto, todos advertem que, embora fundamental e verdadeiro marco histórico da comunidade na luta para garantir cidadania plena, “é só uma primeira porta que começa a se abrir”, como afirma Giovana Oliveira de Lima, que conversou com a reportagem com o auxílio da professora Rute Rosseto, que é intérprete de Libras e milita pela causa atuando na Pastoral dos Surdos, da Diocese de Apucarana.

Giovana reitera que a vida dos surdos é muito complicada no dia a dia e destaca a importância da presença de intérpretes nos órgãos públicos, na área de saúde, bancos e mercados. “Sem intérpretes não há acessibilidade para nós. Precisamos disso para termos uma vida com autonomia”, afirma. Ela faz questão de frisar que, ao não oferecerem serviços de intérpretes, “nos tiram a cidadania. Nos excluem”.

Giovana destaca que os surdos precisam cuidar da saúde, precisam resolver as burocracias típicas da vida social. E lamenta que ainda haja tão poucos serviços de intérprete disponíveis nos órgãos públicos, na iniciativa privada e, pior, que ainda haja preconceitos e tabus. “No INSS, por exemplo, ainda temos casos em que proíbem o intérprete de acompanhar o surdo numa perícia”, cita, lembrando caso recente ocorrido em Apucarana.

“Aqui na Câmara está começando. As portas começam a se abrir para nós. Acontece um rompimento de barreira e começamos a ficar independentes. Chegamos aqui e podemos acompanhar a sessão. É um grande começo”, finaliza.

O presidente da Câmara, vereador Luciano Molina, avalia a iniciativa da Câmara como inovadora. Ele lembra que antes de propor o Projeto de Resolução que determinou a criação do serviço de intérprete de Libras nas sessões e eventos oficiais, fez questão de conversar com a comunidade de pessoas surdas. E conseguiu fazer reuniões com um grande grupo de surdos, mobilizados pela professora Rute Rosseto, da Pastoral dos Surdos da Diocese. “Esse é um momento, de fato, importante”, disse, sobre o início dos trabalhos de intérprete, na sessão ordinária desta semana. “Estamos promovendo, de fato, acessibilidade, para as pessoas surdas. Estou feliz pela ideia e muito feliz pelo fato de os vereadores terem encampado esse projeto e aprovado, por unanimidade, a criação desse serviço. Nossa gestão é voltada para a acessibilidade e seguiremos nesse caminho. Temos que assegurar o direito de toda nossa gente, promovendo a inclusão de todos. É nosso dever e esperamos, com isso, também estar pautando mudanças em outros órgãos públicos e em nossa iniciativa privada”. O serviço de Intérprete de Libras na Câmara está determinado pela Resolução 01, de 2023.

Presidente Molina conversou com a comunidade de pessoas surdas antes de propor o Projeto de Resolução que criou o serviço nas sessões e nos eventos da Câmara


A intérprete Rute Rosseto, por sua vez, comemora duplamente o que ela chama de “marco histórico”, referindo-se ao início do trabalho de Libras pela Câmara. “Fico muito honrada por estar começando aqui, na Câmara, que entendeu a necessidade e investiu em acessibilidade para os surdos. Agora eles têm como vir, participar, entender o que está acontecendo e exercer cidadania. Eles podem entender tudo o que acontece numa sessão”.

Outro aspecto destacado por Rute Rosseto é a valorização dos profissionais que atuam como intérprete e tradutores de Libras. “Isso significa também um avanço para os intérpretes. Mostra a importância desse trabalho, valoriza os profissionais, ao se abrir novos campos de atuação, novas frentes de trabalho pela inclusão das pessoas surdas”, diz.

Mário Sicone é outro surdo que esteve na Câmara para acompanhar de perto o início dos trabalhos de intérprete de Libras nos eventos da Casa. Também com o apoio de Rute, ele falou com uma equipe de televisão, que fez uma reportagem na Câmara sobre o assunto. Sicone explica que “agora sim”, pode entender exatamente o que estava acontecendo na sessão. Antes, e muitas vezes, segundo ele, as informações não chegavam corretamente. “A gente não entendia nada. Agora é diferente. É o correto, o ideal”, afirmou.

Sicone também falou das dificuldades diárias enfrentadas pelos surdos, quando precisam ir ao médico, às lojas, ao supermercado. “É sempre muito difícil. Precisamos mobilizar a família, amigos. Tudo porque não tem intérpretes nesses locais. Aí tudo fica travado. Aí eu já fico nervoso, vivo irritado. Então, acabo deixando tudo de lado”, relata, revelando as angústias diárias de quem enfrenta a luta pela acessibilidade aos direitos.

Maria da Graça Correia, também surda, participou da sessão e também deu seu recado à sociedade, através da imprensa. “Muito bom podermos vir aqui na Câmara, participar e entender o que acontece. Conhecer e saber como são realizadas as políticas públicas, como são criadas as leis, como são as sessões. Antes a gente nem sabia o que se discutia aqui e o quanto isso afetava nossas vidas”, afirmou.

Exatamente como os demais colegas que estiveram na Câmara, Maria da Graça ressalta que esta iniciativa, oferecer Libras, “faz falta nos demais órgãos públicos, como o INSS, e também nos bancos e lojas”. Ela também faz questão de afirmar que a vida dos surdos não é fácil. “Se quisermos algo, nós é que sempre temos que arrumar alguém que possa estar mediando nossas relações, alguém que possa nos assessorar. O serviço de intérprete é um direito nosso, é um direito das pessoas surdas”, reitera.

Confira, abaixo, algumas fotos ao final da sessão, quando a imprensa foi entrevistar representantes da comunidade surda de Apucarana. Na primeira foto, a professor Rute (de blusa vermelha) e Giovana; na segunda, Rute e Maria da Graça, na terceira, Rute e Mário e, na última, o presidente Molina ao falar com a imprensa sobre o tema.





Saúde sexual e reprodutiva é tema de oficinas em colégios estaduais

 


A saúde sexual e reprodutiva é o tema da série de 5 oficinas que a prefeitura de Apucarana, por meio do Programa Saúde na Escola (PSE) e o Sesc, estão realizando com alunos do Colégio Estadual Prefeito Carlos Massaretto. O enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes também faz parte do cronograma de atividades que estão sendo trabalhadas com os estudantes.

“Ao promover a educação sexual nas escolas, por meio do PSE, os alunos têm acesso a conhecimentos essenciais para tomar decisões sobre sua saúde sexual e reprodutiva. Isso inclui informações sobre a importância do consentimento, a prevenção de gravidez indesejada e a redução do risco de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs)”, informa o coordenador do PSE, Paulo Ourives.

A educação sexual nas escolas, acrescenta Ourives, também “desempenha um papel crucial na promoção da igualdade de gênero, ao abordar questões como o respeito mútuo, a prevenção da violência sexual e a desconstrução de estereótipos de gênero prejudiciais.”

A ação será realizada nos 18 colégios estaduais no decorrer deste ano letivo.

Marco Aurélio Mello diz que não estaria dormindo bem se estivesse no lugar de Sergio Moro

 Ex-ministro do STF indicou que o senador paranaense também pode vir a ser cassado

Marco Aurélio Mello e Sergio Moro

O ministro aposentado do Supremo Tribunal Federal (STF), Marco Aurélio Mello, criticou o desmonte da Operação Lava Jato, descrevendo-o como um "justiçamento" e não justiça, em entrevista ao Estadão nesta quinta-feira (18). Sua declaração veio na sequência da cassação do mandato do deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-chefe da Lava Jato em Curitiba, um movimento que Aurélio vê como um precedente preocupante na Justiça Eleitoral.

Marco Aurélio expressou preocupação com o futuro político do senador Sérgio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato, que também enfrenta processos eleitorais. Em relação à possibilidade de Moro sofrer a mesma cassação que Dallagnol, Aurélio afirmou: "Eu não estaria dormindo bem no lugar do Moro".

Fonte: Brasil 247 com Estadão

Confira a lista dos 29 indicados até o momento para a CPMI do 8 de janeiro, que será instalada na quinta-feira (25)

 34 parlamentares comporão o colegiado

Congresso Nacional, Brasília, DF (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A CPMI que investigará os atos terroristas do 8 de janeiro em Brasília já atingiu o número mínimo de indicados para ser instalada. Esperava-se que isso ocorresse na próxima terça-feira, mas a instalação da comissão foi adiada para a próxima quinta-feira (25). O Congresso já recebeu 29 indicações, sendo que 34 parlamentares comporão o colegiado. Confira abaixo os nomes:

Senado:

Bloco Parlamentar Democracia (UNIÃO, MDB, PODEMOS, PDT, PSDB)
Titulares
Soraya Thronicke (UNIÃO)
Davi Alcolumbre (UNIÃO)
Marcos do Val (PODEMOS)
Cid Gomes (PDT)
MDB Vago
MDB Vago

Suplentes
Izalci Lucas (PSDB)
Sergio Moro (UNIÃO)
Styvenson Valentim (PODEMOS)
Professora Dorinha Seabra (UNIÃO)
MDB Vago
MDB Vago

Bloco Parlamentar da Resistência Democrática (REDE, PT, PSB, PSD)
Titulares
Eliziane Gama (PSD)
Omar Aziz (PSD)
Otto Alencar (PSD)
Fabiano Contarato (PT)
Rogério Carvalho (PT)
Ana Paula Lobato (PSB)

Suplentes
Angelo Coronel (PSD)
Irajá (PSD)
Zenaide Maia (PSD)
Augusta Brito (PT)
Randolfe Rodrigues (REDE)
PSB VAGO

Bloco Parlamentar Vanguarda (PL, NOVO)
Titulares
Eduardo Girão (NOVO)
Magno Malta (PL)

Suplentes
Flávio Bolsonaro (PL)
Jorge Seif (PL)

Bloco Parlamentar Aliança (PP, REPUBLICANOS)
Titulares
Esperidião Amin (PP)
Damares Alves (REPUBLICANOS)

Suplentes
Luis Carlos Heinze (PP)
Cleitinho (REPUBLICANOS)

Câmara:

Bloco UNIÃO, PP, Federação PSDB CIDADANIA, PDT, PSB, AVANTE, SOLIDARIEDADE, PATRIOTA
Titulares
Arthur Oliveira Maia (UNIÃO)
Duarte (PSB)
Carlos Sampaio (PSDB)
Duda Salabert (PDT)
VAGO

Suplentes
Felipe Francischini (UNIÃO)
Gervásio Maia (PSB)
Any Ortiz (CIDADANIA)
Josenildo (PDT)
VAGO

Bloco MDB, PSD, REPUBLICANOS, PODE, PSC
Titulares
Paulo Magalhães (PSD)
Rafael Brito (MDB)
Aluisio Mendes (REPUBLICANOS)
Rodrigo Gambale (PODEMOS)

Suplentes
Laura Carneiro (PSD)
Emanuel Pinheiro Neto (MDB)
Roberto Duarte (REPUBLICANOS)
Mauricio Marcon (PODEMOS)

PL
Titulares
André Fernandes (PL)
Delegado Ramagem (PL)
Filipe Barros (PL)

Suplentes
Pr. Marco Feliciano (PL)
Nikolas Ferreira (PL)
Eduardo Bolsonaro (PL)

PCdoB, PT, PV
Titulares
Rubens Pereira Júnior (PT)
Rogério Correia (PT)
Jandira Feghali (PCdoB)

Suplentes
Aliel Machado (PV)
Carlos Veras (PT)
Delegada Adriana Accorsi (PT)

PSOL, REDE
Titular
Erika Hilton (PSOL)

Suplente
Pastor Henrique Vieira (PSOL)

Fonte: Brasil 247

Juiz da Lava Jato determina que Dallagnol, sem foro, preste depoimento em ação de Tacla Duran

 Objetivo é apurar o grau de proximidade de Dallagnol com Walter José Mathias Junior, atual procurador responsável pelos casos relacionados a Duran

Rodrigo Tacla Duran e Deltan Dallagnol (Foto: Reprodução)

Por Renan Xavier, Conjur - O juiz federal Eduardo Appio, da 13ª Vara Federal de Curitiba (PR), determinou, nesta sexta-feira (19/5), que o deputado federal cassado e ex-procurador da República Deltan Dallagnol preste depoimento no processo que envolve o advogado Rodrigo Tacla Duran. O objetivo é apurar o grau de proximidade de Deltan com Walter José Mathias Junior, atual procurador da República responsável pelos casos relacionados ao advogado.

Tacla Duran alega atuação parcial e suspeita por parte de Mathias Junior. Em audiência, o procurador reconheceu vínculos de amizade com Deltan Dallagnol.

"Ainda que Rodrigo Tacla Duran faça referência direta à audiência realizada neste Juízo Federal, durante a qual o Exmo. Sr. Procurador da República reconheceu vínculos de convivência pessoal do o ex-procurador Deltan Dallagnol, considero que a prova produzida até o momento deve ser complementada pela oitiva da testemunha referida, a qual deve esclarecer se mantém vínculo de amizade pessoal e íntima com o Exmo. Sr. Procurador da República requerido", diz Appio, na decisão.

O depoimento foi marcado para 19 de junho, uma segunda-feira. A oitiva será presencial.

A convocação foi possível após Deltan perder a prerrogativa de foro e os privilégios legais relacionados ao mandato de deputado federal. Na última terça-feira (16/5), o Tribunal Superior Eleitoral cassou o registro da candidatura e consequentemente, o mandato de deputado federal do ex-procurador da República.

O TSE entendeu que, ciente de que os 15 procedimentos administrativos dos quais era alvo no Conselho Nacional do Ministério Público poderiam render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível, Deltan Dallagnol antecipou sua exoneração do cargo de procurador da República e, assim, fraudou a lei.

Fonte: Conjur

Em cima de carro de som, Dallagnol é ignorado por paranaenses ao protestar contra cassação (vídeos)

 Em evento flopado realizado em Curitiba, Deltan Dallagnol pediu o apoio dos eleitores paranaenses, que não compareceram ao chamado: "345 mil votos jogados no lixo"

(Foto: Reprodução/Twitter)

O ex-procurador e deputado cassado Deltan Dallagnol passou vergonha em sua terra natal, Paraná. Em um vídeo que circula na internet é possível ver Dallagnol sendo ignorado ao passar pelas ruas de Curitiba em cima de um carro de som.

O evento flopado em protesto contra a cassação de seu mandato aconteceu nesta sexta-feira (19). 

“Tivemos hoje o cortejo fúnebre da Lava Jato e do mandato de Deltan Dallagnol pelas ruas de Curitiba. Em cima de um trio, um carro de bombeiros carrega um caixão de alguém célebre. Na trilha, não faltou ‘Que país é esse?’”, ironizou o perfil jairme.


 

 


Fonte: Brasil 247

TCU investiga doação de R$ 300 milhões da Petrobrás em gás e cestas básicas para beneficiar Bolsonaro na eleição

 TCU avalia que a doação viola a Lei das Eleições, já que gera “divulgação da empresa em ano eleitoral, tendo o potencial de impactar na igualdade de oportunidades entre candidatos"

Fachada da Petrobras e Bolsonaro (Foto: Reuters)

O Tribunal de Contas da União (TCU) está conduzindo uma investigação sobre irregularidades relacionadas a um programa social da Petrobrás no governo Bolsonaro (PL), que envolveu a alocação de R$ 300 milhões para a doação de botijões de gás de cozinha e cestas básicas a famílias em situação de vulnerabilidade em 2022, ano eleitoral. A informação é do blog da Andréia Sadi no portal g1. 

Uma auditoria realizada pelo TCU identificou diversas irregularidades, como a falta de abertura de licitação para “extrapolação dos limites de dispêndio financeiro em ações que geram a divulgação de imagem da estatal em ano eleitoral” e “execução orçamentária de doações iniciada em ano eleitoral”.

Em 2022, o valor gasto no programa foi nove vezes maior do que o de 2021: dos R$ 300 milhões totais, apenas R$ 30 milhões foram utilizados em 2021 e todo o restante (R$ 270 mi) ficou para o ano de eleição presidencial.

Conforme indicado em um relatório de fiscalização emitido pelo TCU, a Petrobrás não possuía a competência legal necessária para autorizar doações de alcance nacional. Além disso, não foi encontrada nenhuma correlação entre o programa e a Política de Responsabilidade Social da Petrobrás para a liberação dos recursos, uma vez que a doação de gás não está alinhada com as ações definidas pela referida política.

O TCU destaca que as doações financeiras realizadas pela Petrobrás em 2022 violaram a Lei das Eleições, uma vez que essas iniciativas geraram “divulgação da imagem da empresa perante ao público em ano eleitoral, tendo o potencial de impactar na igualdade de oportunidades entre candidatos nos pleitos eleitorais de 2022". O artigo 73 da lei é mencionado, o qual proíbe agentes públicos, sejam eles servidores ou não, de realizar condutas que possam prejudicar a igualdade de oportunidades entre os candidatos nas eleições.

Fonte: Brasil 247 com informação do blog da Andréia Sadi no portal g1

Bolsonaro briga com Guedes, que diz que "não dá para agradar pobre, porque quem manda no país é o rico"; entenda

 Bolsonaro ficou irritado após o governo Lula conseguir reduzir drasticamente o preço do gás de cozinha, o que ele não conseguiu fazer, e foi tirar satisfação com Guedes

Bolsonaro com Paulo Guedes e funcionário carregando botijão de gás (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR | Agência Brasil)

Jair Bolsonaro (PL) não anda nada feliz com a melhora da economia no governo Lula (PT). De acordo com reportagem do portal O Dia, ele entrou em contato com o ex-ministro da Economia Paulo Guedes para questionar o motivo do seu governo, encerrado em 2022, não ter conseguido reduzir o preço do gás de cozinha. Ele ficou furioso com o aliado ao ver que a promessa de campanha de Lula foi cumprida tão rápido e cobrou satisfações.

Uma fonte revelou ao jornal que Bolsonaro mandou uma mensagem em tom rígido para Guedes.
Segundo o relato, o teor completo da conversa foi muito mais violento e os ânimos entre os dois ficaram acirrados. "O Paulo não gostou de ser questionado como se ainda fosse empregado do ex-presidente e respondeu à altura".

O que convenceu foi Bolsonaro em 2022 a parar de pressionar pelo corte no preço do gás de cozinha foi uma frase de Guedes: "não dá para agradar pobre toda hora. Se você agrada pobre, desagrada o rico e quem manda no país é o rico".

Fonte: Brasil 247 com jornal O Dia

Bolsonaro chama seus próprios apoiadores que invadiram os Três Poderes de "marginais"

 Bolsonaro também responsabilizou o governo do presidente Lula, que, segundo ele, "sabia o que ia acontecer"

Jair Bolsonaro cumprimenta apoiadores durante passeio de moto na cidade do Rio de Janeiro (Foto: Alan Santos/PR)

Em tentativa de se distanciar dos atos terroristas do 8 de janeiro, Jair Bolsonaro disse que as invasões às sedes dos Três Poderes foram executadas por "marginais" e que "nada justifica" depredar o patrimônio público. 

Em entrevista à revista Veja, Bolsonaro também responsabilizou o governo do presidente Lula, que, segundo ele, "sabia o que ia acontecer". 

"Foi uma coisa infeliz o que aconteceu, só prejudicou a direita, a mim e deu um fôlego à esquerda. Muitos inocentes presos, lamentavelmente. Nada justifica entrar e quebrar patrimônio. Marginais fizeram aquilo. Usaram da boa-fé do nosso pessoal, que nunca virou uma lata de lixo, quebrou uma vidraça ou ateou fogo em nada. Todo mundo do governo sabia o que ia acontecer. Graças a Deus houve o vazamento da imagem. Apareceu o G. Dias (então ministro do gabinete de Segurança Institucional de Lula) lá numa boa. Imagine se eu estivesse no Brasil? Talvez viessem me buscar aqui em casa como autor intelectual, como mentor daquilo. A perseguição atinge toda a minha família", disse Bolsonaro.

Bolsonaro prestou depoimento à PF no mês passado porque é investigado como possível autor intelectual dos ataques do 8 de janeiro. Ele passou a ser investigado no STFpor solicitação da PGR após 79 procuradores do Ministério Público Federal assinarem uma representação acusando o ex-presidente de ter cometido o crime de incitação, previsto no artigo 286 do Código Penal, com pena de até seis meses de prisão e multa.

Fonte: Brasil 247

Prefeito discute ampliação das parcerias com a Polícia Científica

 

As parcerias entre a Prefeitura de Apucarana e a Polícia Científica do Paraná, que congrega o Instituto de Criminalística e o Instituto Médico Legal, serão ampliadas. O prefeito Junior da Femac esteve reunido com a chefia do órgão em Apucarana nesta sexta-feira (19/05) e reafirmou apoio para o atendimento das demandas.

A reunião aconteceu na sede da Polícia Científica, localizada na Rua Rua Marcel Cassandre,190, na Vila Formosa, e contou com  participação de Francine Matias de Paula, chefe da Polícia Científica, Luiz Henrique da Silva Rotta, chefe-adjunto,  Simoni Sheron Yamasaki, perita criminal, e Áureo Francisco Silva Filho, agente de execução da Polícia Científica.

O prefeito lembra que Apucarana já possuía o IML e, em 2020, conquistou o Instituto de Criminalística. “Temos diversas parcerias, como o aluguel do imóvel e a cessão de funcionários. A Polícia Científica realiza um trabalho muito importante, apoiando as polícias Civil e Militar na elucidação de crimes. Vamos ampliar essas parcerias, para que o órgão tenha ainda mais agilidade no desenvolvimento das atividades”, frisa Junior da Femac.

Formada por uma equipe de  sete peritos criminais e oito funcionários auxiliares, a unidade de Apucarana da Polícia Científica abrange 22 municípios da região.

Youssef acha provas de grampo ilegal da PF contra presos da Lava Jato e quer revisão de condenação

 Denúncia do grampo ilegal descoberto na cela do doleiro foi ignorada pelo então juiz Sergio Moro, em 2014. Youssef obteve áudios das gravações ilegais

Doleiro Alberto Youssef (Foto: Agência Brasil)

O doleiro Alberto Youssef, considerado um dos delatores mais importantes da Operação Lava Jato, encontrou novas provas de que a Polícia Federal (PL) montou um grampo ilegal em sua cela com o objetivo de monitorá-lo durante o período em que esteve preso na carceragem de da corporação em Curitiba (PR), em 2014. 

Segundo a coluna Radar, da revista Veja, “Youssef agora obteve até os áudios do que foi ouvido ilegalmente pelos investigadores. Com isso, vai pedir à Justiça Federal de Curitiba a anulação de seu acordo de delação e de suas condenações”.

O grampo ilegal foi descoberto por Youssef quando ele ainda se recusava a colaborar com a operação Lava Jato. Na ocasião, a PF alegou que os grampos eram antigos e estavam desativados. 

A denúncia sobre a escuta ilegal foi ignorada pelo senador e então juiz da Lava Jato, Sergio Moro. Moro foi declarado parcial e suspeito pelo plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) em 2021, na sentença que condenou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no caso do triplex no Guarujá.

Fonte: Brasil 247 com a coluna Radar da revista Veja

Michelle diz que não tinha contato com Cid, mas admite que o militar pagava todas as suas contas, até 'lanchinho das crianças'

 "Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido", disse a ex-primeira-dama

Mauro Cid e Bolsonaro com Michelle (Foto: REUTERS/Adriano Machado | Alan Santos/PR)

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro afirmou, em entrevista à revista Veja, que não possuía qualquer tipo de relação com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), mas admitiu que o militar pagava suas contas pessoais. Cid foi preso pela Polícia Federal (PF) no dia 3 de maio pela suspeita de fraudar cartões de vacinação do ex-mandatário e seus familiares, além de aliados próximos.

“Nenhuma [relação com Mauro Cid]. O meu contato com ele se dava por meio das minhas assessoras. Ele pagava minhas contas pessoais porque era ele que ficava com o cartão da conta-corrente do meu marido. Todo o dinheiro usado pelo coronel para pagar minhas despesas foi sacado da conta pessoal do Jair, dos rendimentos dele como presidente da República. Não tem um tostão de recursos públicos. Temos os extratos para provar isso”, disse Michelle. 

A declaração faz referência à investigação da PF que encontrou, em trocas de mensagens por WhatsApp, imagens de sete comprovantes de depósitos em dinheiro vivo feitos por Cid, que foram encaminhados às assessoras da então primeira-dama, além de uma transferência bancária de R$ 5 mil, em julho de 2021, feita diretamente da conta de Mauro Cid para a de Michelle. Os investigadores suspeitam que o dinheiro seja oriundo de um esquema de “rachadinha” que funcionaria no Palácio do Planalto. 

Questionada sobre a razão do militar ser o responsável pelo pagamento de suas contas pessoais, Michelle afirmou que “antes do Jair se tornar presidente, eu administrava as contas da nossa casa. Quando chegamos no Alvorada, tinha essa figura para fazer esse trabalho. Pagar as despesas do dia a dia. A gente tinha vários eventos, uma demanda muito grande de trabalho, então a gente deixava tudo na planilha. Eu passava para a minha assessora, que passava para o Cid, que tinha acesso ao cartão pessoal. Ele sacava e pagava a manicure, ou cabeleireiro, um dinheiro para o lanche das crianças”. 

Ainda segundo ela, a PF nunca lhe pediu explicações sobre as suspeitas investigadas. “Nunca me pediram explicações. Uso esse cartão desde 2011. Eu era quebrada. Em 2007, casei com o Jair, fui para o Rio de Janeiro. Tenho três irmãos. A minha família é bem simples, e eu sempre cuidei dos meus irmãos. Na época, o limite do meu cartão de crédito era de R$ 1.800, porque eu não tinha como comprovar renda. Aí essa minha amiga ofereceu um cartão adicional na conta dela, que tinha um limite maior. Eu pagava minha parte na fatura. Tenho todos os comprovantes. Esses achismos destroem a reputação das pessoas”, disse. 

Fonte: Brasil 247 com informações da Veja

“Somos uma família”: senadores bolsonaristas se solidarizam com golpistas presos na Papuda

 Ao menos 33 deputados e senadores já visitaram os encarcerados pelos atentados de 8 de janeiro em Brasília

Magno Malta (Foto: Moreira Mariz/Agência Senado)

Por Yolanda Pires, da Agência Pública - Das mais de 2 mil pessoas presas em flagrante por terem participado dos atos golpistas no dia 8 de janeiro, 294 pessoas (86 mulheres e 208 homens) seguem encarceradas no Complexo da Papuda e Colmeia [presídio feminino], em Brasília. Esse contingente de pessoas não só mudou a rotina do sistema penitenciário do DF, como também tem atraído a solidariedade de políticos aliados de Jair Bolsonaro.

Segundo decisões consultadas pela Agência Pública, ao menos 33 deputados e senadores, muitos deles favoráveis ao endurecimento do sistema penal, foram à Papuda e Colmeia visitar os patriotas envolvidos nos atos golpistas. As visitas foram solicitadas pelos parlamentares ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é também relator dos inquéritos que investigam os atos extremistas de janeiro. Ao todo, Moraes deferiu 13 pedidos de visitação em benefício dos políticos. 

Uma dessas visitas aconteceu no dia 15 de fevereiro, pouco mais de um mês após a depredação do Congresso, STF e Planalto. Na ocasião, dez líderes políticos do campo bolsonarista tiveram autorização para participar da visita à Papuda e Colmeia numa comitiva liderada pelos senadores Magno Malta e Eduardo Girão. Estavam Luis Carlos Heinze (PP-RS), Tereza Cristina (PP-MS), Rogério Marinho (PL-RN), Jorge Seif (PL-SC), Jaime Bagatolli (PL-SC), Zequinha Marinho (PL-PA), Sérgio Moro (União Brasil-PR) e Marcos Pontes (PL-SP). Marcaram presença também os deputados federais José Medeiros (PL-RN) e a Coronel Fernanda (PL-MT).

No Centro de Detenção Provisória 2, apenas Magno Malta e Eduardo Girão foram autorizados a falar com os presos. Com ternos e gravatas, ao rigor da formalidade do cargo, os dois foram registrados na entrada da unidade em um livro separado para as visitas de autoridades. A visita foi marcada como de caráter “especial”, já que não há previsão na Lei de Execuções Penais de visitas de autoridades. Eles teriam solicitado à direção da Papuda que os presos do dia 8 de janeiro fossem levados ao pátio do CDP-2, local diário dos banhos de sol. 

A Agência Pública confirmou a literalidade das falas dos senadores Malta e Girão registradas nas aspas a seguir. O senador capixaba Magno Malta foi o primeiro a falar. Cada frase dele era acompanhada de um ‘amém’, uma ‘glória’ ou outra resposta típica de cultos neopentecostais. Já o senador Eduardo Girão disse que todas aquelas situações vividas pelos presos tinham um propósito maior. O propósito de tudo aquilo, segundo ele, seria o “crescimento de todos nós”. “Nós somos uma família”, disse. No decorrer de sua fala, Girão repetiu a narrativa bolsonarista de que o país vive uma guerra espiritual.  

O senador Malta contou aos presos das reuniões e articulações que fez para ajudar os presos e mostrou-se empenhado com a causa dos encarcerados que atentaram contra a democracia. Malta se emocionou ao final de sua fala. “Quem dera eu tivesse a coragem de vocês, queria poder abraçar vocês e dizer obrigado pelos brasileiros que vocês são”. 

O senador também deu informações inverídicas de que o Brasil estava destruído, que empresas saíram do país e que a inflação estava nas alturas. Malta foi aplaudido ao falar que iria “atrás” da empresa responsável pelo fornecimento de refeições na Papuda, uma das principais reclamações dos golpistas — a empresa em questão foi contratada na gestão de Anderson Torres, o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, preso até a semana passada pelos atos golpistas de janeiro.

Magno Malta é um dos parlamentares mais assíduos na tentativa de visitar os golpistas na Papuda. No ofício em que encaminha um pedido de Malta ao ministro Alexandre de Moraes, responsável por autorizar as visitas, o secretário de Administração Penitenciária do DF, Wenderson Souza e Teles, declarou que “é necessário cautela para que essas inúmeras visitas não prejudiquem a rotina prisional”.

Em ofício enviado no dia 17 de fevereiro à juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais do DF, Malta relatou que, naquela semana, fez 4 visitas à Papuda e à Colmeia, chamando de “preocupante” a situação dos presos do dia 8 de janeiro. Segundo ele, “foram horas dedicadas a conversar com cada pessoa [detida]”. No ofício, o senador alegou ainda ter recebido denúncias de violações de direitos humanos, que não foram comprovadas.

A reportagem tentou contato por telefone, e-mail e pessoalmente no gabinete dos senadores, mas Magno Malta e Eduardo Girão não deram retorno até a publicação. O espaço segue aberto, caso se manifestem. 

Romaria parlamentar

Também a deputada bolsonarista Júlia Zanatta (PL-SC) teve deferidos três pedidos de visita – uma no dia 28 de fevereiro, e duas no dia 5 de maio. Em entrevista para o programa Oeste Sem Filtro, da Revista Oeste, Zanatta relatou a sua visita na Colmeia. “Depois que eu fui, vários parlamentares se levantaram e começaram a ir. Eu lembro que o Nikolas [Ferreira, deputado federal] também já tinha marcado uma data para ir. E a gente começou a falar muito disso depois dessa ida ao presídio”, contou à revista. “A gente começou a usar a tribuna constantemente para falar desse assunto”, continuou.

Em 13 de abril, a deputada federal Bia Kicis (PL-DF) subiu à tribuna do Plenário Ulysses Guimarães e falou sobre a visita que fez aos bolsonaristas na Papuda. “Eu estive, nessa segunda-feira, na companhia do Senador Izalci Lucas, no complexo da Papuda, onde nós fomos visitar os presos políticos que lá se encontram, pessoas que estão presas há muito mais tempo do que a legislação brasileira permite”, afirmou — dois dias antes, na mesma tribuna, a deputada havia anunciado o relançamento da Frente Parlamentar pela Redução da Maioridade Penal. A visita dela e do senador Izalci Lucas (PSDB-DF) foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes no dia 4 daquele mês. 

Kicis conversou com a Pública no dia 28 de abril e deu detalhes de sua visita. Também reunidos no pátio da unidade prisional, a deputada recorda que todos os presos se mostravam muito angustiados e ansiosos pela liberdade. Àquela altura, estavam detidos no CDP-2 há cerca de 90 dias. Se forem condenados, a pena para tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito e organização criminosa varia entre 4 e 8 anos de cárcere.

Junio Amaral (PL-MG), policial militar reformado de Minas Gerais, também foi autorizado por Moraes a visitar o preso Luiz Adrian de Moraes Paz. Adrian Paz é ex-prefeito de Patos de Minas, filiado ao partido de extrema-direita PRTB e coordenador de comunicação do grupo B-38, que teve o canal no Telegram bloqueado pela justiça por incentivar manifestações antidemocráticas. 

Negacionismo ou isolamento

Em 9 de janeiro, quando chegaram os cerca de 900 bolsonaristas presos no CDP-2, o defensor Felipe Zucchini, da DPDF, acompanhou de perto as primeiras horas deles na penitenciária. Segundo ele, estavam atordoados.

Ele lembra que uns choravam muito e outros se mostravam eufóricos e confusos com a situação. “Acho que até por uma questão de classe, que se vêem como os corretos, superiores e crentes em Deus, eles nunca se colocaram [naquela situação], não entendem que o fenômeno do crime pode chegar a todos”.

O defensor estava na unidade móvel da defensoria quando viu na porta do CDP-2 a comitiva formada por 10 parlamentares encabeçada pelos senadores Malta e Girão. Segundo ele, naquele dia ele se apresentou à comitiva, descreveu as reclamações dos acusados dentro da prisão e colocou-se à disposição para o que fosse preciso. “Depois também acompanhei a visita com o ministro Alexandre de Moraes, com a governadora [em exercício] do DF [Celina Leão] e também a ministra Rosa Weber […], enfim, todos muito preocupados com as condições do cárcere”, explicou o defensor, ao se referir a visita realizada no dia 10 de abril, quando Moraes chegou a experimentar a comida oferecida aos detidos.

Inaugurada em 2021, atualmente a ala B do bloco 6 do CDP-2 é a única que abriga os golpistas do dia 8 ainda encarcerados — centenas deles foram soltos condicionalmente pelo STF após a identificação, entre elas as maiores de 70 anos, as com idade entre 60 e 70 anos com comorbidades e cerca de 50 mulheres que estavam com filhos menores de 12 anos nos atos.

O CDP-2 funciona como a porta de entrada da cadeia. É onde os presos recém-chegados da rua são submetidos à quarentena e recebem tratamentos médicos e imunológicos, como a vacina contra a Covid-19. Segundo uma fonte que pediu anonimato, alguns dos presos se negaram a receber a vacina e alguns mudaram de ideia ao descobrir que não-vacinados ficam 20 dias em isolamento, uma medida sanitária para evitar novos contágios.

Ao serem levados à penitenciária, os detidos são registrados e conduzidos às celas e devem usar roupas brancas, muitas vezes fornecidas pela própria família, mas muitos teriam continuado com as mesmas roupas verde e amarela, quando foram vandalizadas as sedes dos três Poderes. 

Outros, por sua vez, tiveram que usar uniformes de escolas públicas cedidos pelo próprio governo distrital. A informação foi confirmada pelo advogado João Alberto, da Ordem dos Advogados Conservadores do Brasil (OACB), que atuou na defesa dos presos.

Cárcere e fé

No dia 15 de janeiro, uma semana após os atos antidemocráticos, Rogério Soares, pároco da Paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Brasília, conhecido como frei Rogério, esteve na Colmeia celebrando uma missa em uma pequena capela no interior da penitenciária. O frei é o mesmo que celebrou missa “pela saúde e vida” de Anderson Torres.

O frei disse à Pública que, ao chegar na prisão, as presas que quisessem participar da pequena celebração eram convidadas a preencher um papel demonstrando interesse. A maioria das participantes daquele dia 15 eram, nas palavras do religioso, “presas que estiveram nas manifestações”. Para ele, provavelmente, elas tinham mais interesse na fé católica que as demais. 

Naquele dia, ainda antes de iniciar a missa, em uma salinha ao lado da capela, frei Rogério ouviu as confissões de ao menos dezesseis mulheres que uma semana antes haviam participado dos atos golpistas na capital federal. Os membros da igreja que o acompanhavam evangelizavam as demais com cantos e palavras. Na missa, cerca de 70 patriotas participaram com fervor do evento católico. 

Para o defensor Zucchini, de tudo que viu e ouviu, tanto dos detentos do dia 8 de janeiro quanto dos demais, é impossível dizer que exista um regime de privilégios aos presos golpistas. Para ele, o sistema carcerário segue violento e indigno com a vida das pessoas encarceradas. “É a maior violação de direitos humanos que tem no Brasil”, afirma.  No entanto, ele diz que existem regalias sutis que refletem os próprios privilégios que existem fora da cadeia. “O que aconteceu nesse fato [da tentativa de golpe do dia 8 de janeiro] também é a falência da sociedade, e o direito penal é tido como um bote salvador. […] Falhamos com sociedade e temos o bote salvador do direito penal”.

Desde abril, o STF iniciou uma série de julgamentos sobre os pedidos de abertura de ação penal feitos pelo Ministério Público contra os golpistas do 8 de janeiro – incluindo os que estão na Papuda e Colmeia. Até o momento, já foram concluídas as deliberações de três blocos de julgamentos e 795 pessoas já são rés – mais da metade dos 1.390 denunciados pela Procuradoria-Geral da República.

Fonte: Brasil 247 com Agência Pública

Bolsonaro fica furioso com Guedes após saber da queda do gás de cozinha

 O extremista mandou uma mensagem em tom rígido para Guedes, que rebateu na mesma moeda

Bolsonaro com Paulo Guedes e funcionário carregando botijão de gás (Foto: Clauber Cleber Caetano/PR | Agência Brasil)

Jair Bolsonaro (PL) não anda nada feliz com a queda dos combustíveis anunciada pelo governo nesta semana pela Petrobrás. De acordo com reportagem do portal O Dia, ele entrou em contato com o ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, para questionar o motivo do seu governo, encerrado em 2022, não ter baixado o preço do gás de cozinha. Ele ficou furioso com o aliado ao ver que a promessa de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi cumprida nessa semana e cobrou satisfações porque se sentiu enganado.

Uma fonte revelou à reportagem do jornal O Dia que o extremista mandou uma mensagem em tom rígido para Guedes. 

A reportagem ainda relata que o teor completo da conversa foi muito mais violento e os ânimos entre os dois ficaram acirrados. "O Paulo não gostou de ser questionado como se ainda fosse empregado do ex-presidente e respondeu à altura".

Fonte: Brasil 247 com jornal O Dia