quarta-feira, 17 de maio de 2023

Vale do Ivaí discute ações para o desenvolvimento de um “território empreendedor”

 


Através de palestras e oficinas temáticas, representantes de municípios da região discutiram nesta quarta-feira (17/05) um plano de ação para promover o desenvolvimento do chamado “território empreendedor do Vale do Ivaí”. No seminário, realizado em parceria com o Sebrae, foram abordados aspectos como o trabalho em rede e governança, o conceito de cidades criativas, identidade regional e percepções do Vale do Ivaí.

O Seminário Regional de Desenvolvimento Territorial do Vale do Ivaí, previsto para acontecer ao longo do dia na Unespar/Fecea, reuniu prefeitos, vereadores, secretários municipais e agentes de crédito, além de representantes de associações comerciais, sindicatos e entidades de classe.   O evento contou com as presenças dos prefeitos de Apucarana, Junior da Femac, e de Cambira e vice-presidente da Associação dos Municípios do Vale do Ivaí (Amuvi), Emerson Toledo Pires, além dos prefeitos de Califórnia, Paulo Wilson Mendes, de Bom Sucesso, Raimundo Severiano de Almeida Junior.

O prefeito Junior da Femac destacou a importância do trabalho em rede para o desenvolvimento da região. “O setor produtivo já entendeu isso e temos como exemplo as redes supermercadistas. O setor público também precisa entender isso. Apucarana é o maior polo de vestuário do Paraná e isso repercute em toda a região, tanto que já existem pessoas gerando renda com a costura em Cambira e em Rio Bom. Além disso, há trabalhadores desses municípios que diariamente se deslocam a Apucarana para trabalhar em empresas do vestuário”, exemplifica.

Ao defender a integração industrial, comercial e de serviços, o prefeito de Apucarana disse que a população do Vale do Ivaí precisa aumentar o sentimento de pertencimento. “Cada pessoa, além das funções que exerce em sua cidade, precisa desenvolver a consciência de que é um agente de desenvolvimento regional”, salienta.

Jair Deretti, presidente do Comitê de Desenvolvimento Territorial do Vale do Ivaí, afirma que os municípios da região convivem com a crescente perda de população. “Os dados oficiais do IBGE irão confirmar isso. Precisamos refletir como vamos chegar nos próximos cinco anos e o que temos que fazer para gerar renda e não perder população”, pontua.

A consultora do Sebrae em Ivaiporã, Joelma Barbosa Katto, afirma que o seminário foi pensado para ser um dia de construção e de elaboração de um plano de ação para os próximos anos. “Quando a gente consegue desenvolver uma região, todos prosperam: nossos negócios, nossa família e filhos”, assinala.

O evento foi dividido em dois momentos. Na parte da manhã, houve as palestras “Desenvolvimento Regional e Cidades Criativas” e a “Importância do Desenvolvimento da Governança para o Desenvolvimento”. Também foram apresentados números sobre o território, que congrega 26 municípios, e o projeto de ressignificação do comitê territorial. Já na parte da tarde, os participantes iriam se dividir em seis grupos para discutir a identidade e as percepções para o Vale do Ivaí.



APUCARANA: Educadores discutem o acolhimento das revelações espontâneas de crianças e adolescentes sobre crimes sexuais

 

Diretores, coordenadores e professores, das redes públicas municipal e estadual de educação, estiveram reunidos na noite de ontem (16/5) no Cine Teatro Fênix. Na ocasião, eles assistiram a uma palestra sobre a importância do acolhimento das revelações espontâneas dos alunos sobre crimes sexuais. A atividade faz parte da programação da Semana de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.

A palestra foi ministrada pela assistente social Luiza Stelle Linhares da Rocha, especialista em Serviço Social na Educação e autora da cartilha Revelação Espontânea: orientações para a não revitimização de crianças e adolescentes.

“Os estudantes permanecem um período considerável dos seus dias nas escolas e acabam criando uma relação de confiança com os professores e servidores. Então, eles costumam contar muitas coisas que acontecem em suas casas e na família para os educadores. O nosso dever é capacitar os profissionais para que estes saibam como identificar, acolher e encaminhar as revelações espontâneas de casos de violência contra crianças e adolescentes,” explicou a secretária municipal de educação, Marli Fernandes.

O prefeito Junior da Femac destacou o compromisso do município com o enfrentamento da violência contra crianças e adolescentes. “Nós percebemos que, após a pandemia de Covid-19, muitos estudantes voltaram com o emocional fragilizado para as escolas. Infelizmente, além do isolamento social, alguns deles também foram vítimas de violência e abuso em suas casas. Como forma de ajudá-los, o município reforçou a equipe do Centro de Apoio Multiprofissional ao Escolar (CAME), da Autarquia de Educação, que faz o acompanhamento dos alunos nos centros infantis e escolas municipais e também disponibilizou psicólogos para atenderem nos colégios estaduais. Representantes das autarquias de Educação e Saúde e das secretarias de Assistência Social e da Mulher e Assuntos da Família ainda integram a Macrorrede de Enfrentamento à Violência contra Crianças e Adolescentes do Município de Apucarana. Nós estamos permanentemente atentos e mobilizados com os demais órgãos e instituições,” afirmou.

O chefe do Núcleo Regional de Educação, Vladimir Barbosa da Silva, e representantes do 10º Batalhão de Polícia Militar também acompanharam a palestra na noite de ontem (16/5) no Cine Teatro Fênix.

Amanhã (18/5), Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, os educadores realizarão diversas ações pedagógicas com suas turmas e promoverão a colagem de cartazes e distribuição de panfletos sobre o tema na comunidade.



Após cassação de Dallagnol, Moro avalia que será o próximo: 'eles vêm para cima de mim'

 O ex-juiz parcial e agora senador está apreensivo. Ele buscou angariar apoio até da família Bolsonaro para tentar evitar a cassação de Dallagnol

Sergio Moro (Foto: Pedro França/Agência Senado)


Após ver Deltan Dallagnol (Podemos-PR) tendo seu mandato de deputado federal cassado por unanimidade pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ex-juiz parcial e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) está preocupado porque tem certeza de que será o próximo alvo da Justiça Eleitoral.

“A tensão de Moro se justifica: em tribunais superiores, sua condenação é dada como certa. De acordo com interlocutores que conversaram com o ex-juiz nesta semana, ele estava extremamente preocupado com o processo contra Deltan Dallagnol, e tentou conseguir apoio inclusive da família Bolsonaro para tentar evitar o pior, ou seja, a perda de mandato do colega”, relata Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Em conversas nos bastidores, Moro já disse acreditar que depois da decisão contra Dallagnol, 'eles vêm para cima de mim'. No mundo político de Brasília a aposta é a mesma: Moro também poderá perder o mandato.

Ele ainda se faz de vítima, assim como Dallagnol, ao afirmar que há uma estratégia organizada 'lá atrás' para tirar da política quem atuou na Lava Jato.

“A eleição de Moro está sendo questionada na Justiça Eleitoral do Paraná pelo PL. O partido apresentou um pedido de cassação do mandato dele em dezembro de 2022, questionando supostas irregularidades nos gastos de campanha”, informa a reportagem.

Deltan Dallagnol

O TSE cassou nesta terça-feira (16) o mandato de Deltan Dallagnol com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatura de integrantes do Ministério Público se houver pendência de análise. Dallagnol foi procurador do MPF-PR na Operação Lava Jato, no Paraná, onde são julgados os processos de primeira instância jurídica.

Em ação contra o parlamentar, a federação PT, PCdoB e PV argumentou que o então candidato não poderia concorrer às eleições de 2022 por causa de pendências de sindicâncias e reclamações administrativas no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). 

A cassação de Dallagnol ocorreu por unanimidade. O relator do caso, ministro Benedito Gonçalves, concluiu que, antes das eleições de 2022, o então candidato "agiu para fraudar a lei, uma vez que praticou, de forma capciosa e deliberada, uma série de atos" para não ficar inelegível.

Fonte: Brasil 247 com Folha de S. Paulo

STF julga nesta quarta ação que pode levar Collor à prisão

 De acordo com a denúncia, Collor fez parte de uma organização criminosa instalada na BR Distribuidora, de 2010 a 2014. Ele foi acusado de receber cerca de R$ 30 milhões em propinas

Fernando Collor (Foto: Alan Santos/PR)


O julgamento da ação penal contra o ex-presidente e ex-senador Fernando Collor de Mello (PTB-AL) será retomado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira (17), às 14h, informa o Poder 360. Collor é réu sob suspeita de lavagem de dinheiro, corrupção passiva e participação em organização criminosa.

Na semana passada, a Procuradoria Geral da República (PGR) manifestou-se a favor da condenação por meio da vice-procuradora geral, Lindora Araújo. Por sua vez, a defesa do ex-senador alega falta de provas nas acusações apresentadas pelo Ministério Público Federal (MPF), incluindo o recebimento de R$ 30 milhões em propinas da BR Distribuidora em troca de contratos irregulares.

O advogado de Collor, Marcelo Bessa, afirmou na tribuna: "tenho total convicção de que esta ação penal é totalmente improcedente, pois o MP não apresentou nenhum esforço probatório, e nem poderia, uma vez que os fatos alegados não ocorreram conforme descritos na denúncia".

A solicitação enviada por Lindora ao STF prevê uma pena de 22 anos e 8 meses de prisão para o ex-senador.

A presidente do STF, ministra Rosa Weber, suspendeu a sessão do plenário físico na quinta-feira (11) depois que o relator do caso, ministro Edson Fachin, começou a ler seu voto. Fachin dividiu seu voto em partes, abordando as acusações apresentadas, e leu especificamente sobre a suspeita de corrupção passiva.

Outras duas pessoas também se tornaram réus pelos mesmos crimes: Pedro Paulo Bergamaschi de Leoni Ramos, operador particular e amigo de Collor, e Luis Pereira Duarte de Amorim, diretor financeiro das empresas do ex-senador.

"É evidente e inquestionável que os acusados utilizavam artifícios para contornar a fiscalização de transações financeiras", disse o ministro.

O processo está no STF desde 2018. Em 2017, a denúncia foi apresentada pelo MPF. O processo já foi retirado da pauta do STF duas vezes. Fachin já havia alertado sobre a possibilidade de prescrição dos crimes.

Caso sejam considerados culpados, os réus podem ser presos. De acordo com a denúncia, Collor fez parte de uma organização criminosa instalada na BR Distribuidora, de 2010 a 2014. Ele foi acusado de receber cerca de R$ 30 milhões em propinas relacionadas aos negócios da empresa, que era subsidiária da Petrobras na época e atuava na venda de combustíveis.

Fonte: Brasil 247 com Poder 360

Medidas econômicas do governo já permitem que o BC reduza os juros, diz Haddad: "existe espaço para ponderação"

 “O mercado de capitais está parado. E isso pode atravancar um crescimento mais vigoroso da nossa economia”, argumentou o ministro da Fazenda na Câmara

Roberto Campos Neto e Fernando Haddad (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)


O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), participa nesta quarta-feira (17) de sessão das comissões de Finanças e Tributação e de Desenvolvimento Econômico da Câmara dos Deputados. Perguntado sobre as críticas do governo federal à taxa de juros estabelecida pelo Banco Central, de 13,75% ao ano, Haddad defendeu o direito do Executivo de debater o índice e explico as razões pelas quais entende que já há espaço para iniciar um ciclo de redução dos juros. “Quando a taxa de juros chegou em 13,75%, em agosto do ano passado, chegou porque houve uma farra durante as eleições, que tudo somado chegamos, em termos anualizados, a R$ 300 bilhões - gasto anualizado durante as eleições, entre desonerações, gastos adicionais, auxílios, PEC dos precatórios, tudo que foi feito de maio do ano passado até a eleição. Então a autoridade monetária subiu a taxa de juros por um completo descontrole das contas públicas. Há que se pensar se deveria chegar a 13,75%, mas vamos combinar que a inflação estava em dois dígitos durante o governo Bolsonaro. Há muitos anos o Brasil não convivia com dois dígitos de inflação. Chegou a dois dígitos e aí o Banco Central se viu na contingência de subir [a taxa de juros]”.

“O que aconteceu das eleições para cá foi o oposto. Nós começamos a corrigir toda aquela confusão que foi estabelecida no processo eleitoral, confusão fiscal. Então já no dia 12 de janeiro eu estava tomando medidas saneadoras. No final de fevereiro a reoneração dos combustíveis, agora em março a aprovação do STJ, a aprovação do preço de transferência. São medidas saneadoras. Portanto, abre-se espaço para a redução da taxa de juros. Essa é a verdade. E se você consultar vários especialistas - ninguém está fazendo política aqui, estamos falando de técnica -, muita gente que entende de economia imagina que haja espaço para iniciar um ciclo de cortes da taxa de juros. E isso não é ofensa nenhuma, é um debate que pode ser feito tranquilamente na sociedade, e um debate técnico”.

O ministro afirmou que o patamar atual da taxa de juros compromete a retomada do crescimento econômico do país. “Nós estamos produzindo 50% do nosso potencial da indústria automobilística instalada no país. 70% dos carros hoje são vendidos à vista porque não há crédito. O mercado de capitais está parado, não há emissão de debêntures, de ações. E isso pode atravancar um crescimento mais vigoroso da nossa economia. O mundo desenvolvido hoje tem uma taxa de inflação superior à nossa e trabalha com juro negativo. Eu estive com o ministro das Finanças da Inglaterra lá no G7. A inflação na Inglaterra está em 10%, segundo ele me informou, e a taxa de juros não está em 10%. Ou seja, a taxa de juros está negativa. Cada país tem sua realidade, só estou dizendo que entre ter uma taxa de juros negativa e ter uma taxa real de juros de 8% ao ano, existe talvez um espaço para ponderação”.

Haddad também falou sobre a autonomia do Banco Central. “Durante os oito anos do governo Lula nós só tivemos um presidente do Banco Central, que foi o Henrique Meirelles. E ele agiu com plena autonomia sem a lei da autonomia, basta perguntar a ele. Nem por isso o saudoso José Alencar, vice-presidente, deixava de criticar as taxas de juros praticadas. E qual é o problema disso? Alguém puxava a orelha do vice-presidente da República por questionar a taxa de juros praticada por um presidente de Banco Central nomeado por aquele governo? Então não vamos politizar essa questão. Não existe questão pessoal aqui. Estamos falando aqui se há espaço, ou não, à luz das medidas tomadas e que estão consignadas nas atas do próprio Banco Central, que fazem referência ao arcabouço, à reoneração dos combustíveis, a todas as medidas que estão sendo tomadas, inclusive classificadas pelo presidente do Banco Central como corajosas. Essa discussão é absolutamente normal em uma democracia”.

Fonte: Brasil 247

"Michelle terá que prestar contas à Receita Federal", diz Gisele Cittadino

 Segundo a jurista, ex-primeira-dama tem muito a explicar

Gisele Cittadino e Michelle Bolsonaro (Foto: Reprodução | Adriano Machado/Reuters)

No programa Brasil Agora, da TV 247, a renomada professora e jurista Gisele Cittadino trouxe à tona sua visão sobre as investigações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Cittadino enfatizou a importância de não recorrer a métodos arbitrários ao lidar com esses casos, porém ressaltou que, no caso de Michelle, as evidências são bastante claras, o que levará à abertura de um processo.

Segundo a jurista, a atenção dos bancos é despertada quando depósitos altos e não identificados são realizados, assim como quando são feitos depósitos fracionados. Essas práticas, de acordo com ela, são indícios de dinheiro ilícito. "A ex-primeira-dama certamente terá que prestar contas à Receita Federal em relação aos fatos que vieram a público", disse ela.

Além disso, a jurista também chamou a atenção para as aquisições imobiliárias milionárias feitas nos Estados Unidos pela família do ajudante de ordens Mauro Cid. Ela considerou necessário investigar de perto essas transações, a fim de compreender a origem dos recursos utilizados para a compra das mansões.

A entrevista de Gisele Cittadino ao programa Brasil Agora ofereceu uma perspectiva jurídica sobre as investigações envolvendo Jair Bolsonaro e Michelle Bolsonaro. Enquanto enfatizava a importância de evitar métodos arbitrários, a jurista destacou as evidências claras relacionadas à ex-primeira-dama e a necessidade de prestação de contas à Receita Federal. Assista:


Fonte: Brasil 247

Com mandato cassado, Dallagnol terá que desocupar gabinete na Câmara nas próximas horas

 Presidente da Câmara aguarda apenas uma comunicação oficial do TSE para exigir que Dallagnol devolva sua carteira funcional, a chave do gabinete e o broche de parlamentar

Deltan Dallagnol (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados)

O deputado federal cassado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) deverá desocupar nas próximas horas o gabinete que ocupa na Câmara. Dallagnol, que foi procurador-chefe da Lava Jato em Curitiba, teve o mandato cassado por unanimidade pelos ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta terça-feira (19) com base na Lei da Ficha Limpa, que proíbe candidatura de integrantes do Ministério Público se houver pendência de análises de sindicâncias e reclamações administrativas no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, “o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), já disse a interlocutores que, assim que chegar a comunicação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Deltan terá que devolver imediatamente ‘a carteira funcional, a chave do gabinete, o broche de parlamentar e a assessoria’”.

Ainda segundo a reportagem, a decisão do TSE que cassou o mandato de Dallagnol foi recebida por integrantes da classe política durante uma festa que reúne membros do Poder Judiciário e parlamentares, em Brasília. 

Nas rodas de conversas, um dos temas mais comentados era que o ex-juiz suspeito e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) deverá ser o próximo a perder o mandato. "O fogo quando fere, fere de todo lado”, teria dito o presidente da Câmara na ocasião. 

Sergio Moro é alvo de uma ação no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), apresentada pelo PL, que pede a cassação de seu mandato pela suposta prática de Caixa 2 e abuso de poder econômico. 

Fonte: Brasil 247

Dispositivo da lei que cassou Dallagnol foi proposto por Flávio Dino, quando era deputado

 Emenda do então parlamentar estendeu os efeitos da Lei da Ficha Limpa a integrantes do Ministério Público

Flávio Dino (à esq.) e Deltan Dallagnol (Foto: ABR)

Deltan Dallagnol, que comandou o processo de perseguição judicial contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com isso enriqueceu e se elegeu deputado, perdeu o mandato em razão de uma emenda proposta à Lei da Ficha Limpa pelo atual ministro da Justiça, Flávio Dino, do tempo em que foi parlamentar. Confira e saiba mais:


Agência Brasil – Por unanimidade, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu nesta terça-feira (16) cassar o mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Pode-PR). Deltan atuou como chefe da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba e, após deixar o cargo, foi o deputado mais votado do Paraná nas eleições de 2022, com 344 mil votos. Cabe recurso da decisão, mas Deltan Dallagnol terá de sair do cargo eletivo, ocupado há três meses.

A decisão deverá ser cumprida imediatamente e os votos recebidos pelo parlamentar na eleição serão computados para a legenda. 

A elegibilidade de Deltan foi contestada pela federação formada pelo PT no estado e o candidato a deputado Oduwaldo Calixto (PL). Antes de chegar ao TSE, a inelegibilidade de Deltan foi rejeitada pela Justiça Eleitoral do Paraná. Ambos sustentaram que o ex-procurador não poderia concorrer às eleições por ter sido condenado pelo Tribunal de Contas da União (TCU) no caso das diárias pagas à força-tarefa.

Além disso, segundo a acusação, Deltan também não poderia ter concorrido por ter saído do Ministério Público Federal (MPF) durante a tramitação de processos administrativos disciplinares contra ele no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). 

Voto do relator  – O relator do processo, ministro Benedito Gonçalves, votou pela cassação do mandato de Deltan Dallagnol.

O ministro disse que o ex-procurador pediu exoneração do MPF no dia 3 de novembro de 2021, quando já havia sido condenado pelo CNMP a pena de censura e de advertência e ainda tinha 15 procedimentos diversos em tramitação desfavoráveis a ele no órgão.

Para o ministro, o objetivo de Deltan foi fazer "uma manobra" para evitar a perda do cargo e o enquadramento na Lei da Ficha Limpa.

"A partir do momento em que foi apenado com advertência e censura, não há dúvida de que elas passariam a ser consideradas em PADs de outras infrações disciplinares, aproximando-as da pena de demissão", afirmou.

De acordo com a norma, são inelegíveis, pelo prazo de oito anos, membros do Ministério Público que tenham perdido o cargo por sentença ou que tenham pedido exoneração durante a tramitação de processo disciplinar.

O relator ressaltou ainda que, conforme a lei eleitoral, Deltan só poderia deixar o MPF seis meses antes das eleições para participar do pleito. "O recorrido agiu para fraudar a lei, uma vez que praticou uma série de atos para obstar processos disciplinares contra si, e, portanto, elidir a inelegibilidade", concluiu.

Defesa – O advogado Leandro Rosa, representante de Deltan, disse que o deputado estava apto a concorrer às eleições e que a decisão do TCU contra ele foi suspensa por uma liminar da Justiça Federal em Curitiba.

O advogado afirmou ainda que o pedido de exoneração feito pelo ex-procurador foi realizado após o CNMP fornecer uma certidão que confirmou não haver processos em andamento contra ele.

A defesa confirmou que o ex-procurador recebeu pena de advertência e de censura pelo conselho, mas as penas foram cumpridas e o processo encerrado.

"Deltan formalizou seu pedido de exoneração, porque o seu órgão de fiscalização disse que ele não tinha nenhum processo disciplinar aberto", disse.

Fonte: Brasil 247 com Agência Brasil

Aposta em Brasília é que Moro também terá mandato cassado

 Avaliação é que ex-juiz condenado pelo Supremo como parcial e suspeito pode ser cassado até o final do ano

Sergio Moro (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

A avaliação corrente em Brasília é que o senador e ex-juiz Sergio Moro (União-PR) pode perder o mandato até o final deste ano, devido a um processo em que é acusado da prática de Caixa 2. 

A ação contra Moro tramita no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).

A decisão do TSE de cassar o mandato de Deltan Dallagnol nesta terça (16) foi vista por adversários do ex-juiz como uma sinalização de que o caso Moro terá o mesmo desfecho, informa o Estadão.

Fonte: Brasil 247 com Estadão

Deltan monta gabinete de crise na madrugada e tem ‘vontade de chorar’ (vídeo)

 Assessores relataram que o deputado estava “com vontade de chorar” e falam em “clima péssimo”

Deltan Dallagnol (Foto: Reprodução)

O deputado Deltan Dallagnol (Podemos-PR) ficou em seu gabinete na Câmara dos Deputados desde a noite da terça-feira (16) quando saiu a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cassou o seu mandato por unanimidade, e ficou por lá até às 3h da madrugada desta quarta-feira (17).

Em conversas ouvidas pela reportagem do jornal Estado de S.Paulo, assessores relataram que o deputado estava “com vontade de chorar” e falam em “clima péssimo” dentro do gabinete.


Fonte: Brasil 247 com jornal O Estado de S. Paulo

Dino reage à cassação do mandato de Deltan Dallagnol com verso profético

 'Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!', citou o ministro da Justiça

Flávio Dino (à esq.) e Deltan Dallagnol (Foto: ABR)


O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, foi ao Twitter comentar a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de cassar o mandato do deputado federal e ex-procurador, Deltan Dallagnol, em razão de irregularidades cometidas durante a Operação Lava Jato. 

Nesta terça-feira (16), a Corte Eleitoral entendeu que Deltan, ciente de que os 15 procedimentos administrativos dos quais era alvo no Conselho Nacional do Ministério Público poderiam render processo administrativo disciplinar (PAD) e torná-lo inelegível, antecipou sua exoneração do cargo de procurador da República e, assim, fraudou a lei.

Dino citou o trecho bíblico Mateus 5:6, que reflete a situação de Dallagnol. O ex-procurador usou a Lava Jato de trampolim para a política nacional, comprovando o caráter corrompido da Operação que supostamente visava combater a corrupção. 

"'Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!'", citou Dino na publicação. Veja: 


Dallagnol foi o deputado federal mais votado do Paraná nas eleições de 2022, com mais de 344 mil votos. Sua candidatura foi contestada pelo Partido da Mobilização Nacional (PMN) e pela Federação Brasil da Esperança, formada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB) e pelo Partido Verde (PV).

Fonte: Brasil 247

Reportagem da Reuters diz que nova pandemia pode surgir na Amazônia

 Vetor de transmissão seria morcego da região amazônica

Um pesquisador da Universidade de Brasília segura um morcego (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


BRASIL NOVO, Pará, 16 Mai (Reuters) - O próximo vírus mortal a se espalhar pelo mundo pode facilmente vir de um morcego que se empoleira dentro ou ao redor das cavernas que estão sendo exploradas por Thiago Bernardi Vieira.

Vieira, biólogo da Universidade Federal do Pará, recebeu bolsas de pesquisa, incluindo uma intitulada "As espécies de morcegos mais desconhecidas do Brasil". Sua missão: coletar informações básicas sobre os morcegos na floresta amazônica.

Ele tem um trabalho duro pela frente.

O tamanho da tarefa que ele enfrenta foi fácil de ver durante uma incursão em julho de 2021 na gigantesca caverna de Planaltina, onde ele procurou pegar amostras das muitas espécies que se acredita viverem lá. Vieira apontou a lanterna para um morcego de nariz comprido e pontiagudo.

"Nunca peguei um desses aqui", disse o cientista, desembaraçando o animal delicadamente de uma rede que havia espalhado na boca da caverna.

Nas profundezas da maior floresta tropical do mundo, o que a ciência sabe sobre a vida selvagem é tão limitado quanto a selva é vasta. Além de Planaltina, uma das cavernas mais conhecidas da Amazônia, inúmeros outros habitats –– e espécies de morcegos nativos deles –– permanecem completamente sem estudos ou desconhecidos. E com financiamento limitado para pesquisadores, os cientistas não esperam desvendar os mistérios da Amazônia tão cedo.

"A gente não tem nada conhecido", disse Vieira, cujo orçamento apertado para seu projeto de "espécies mais desconhecidas" totalizou cerca de 3.000 dólares. Ele recentemente ganhou uma segunda bolsa, totalizando pouco mais de 21.000 dólares, para continuar sua pesquisa.

Alguns dos vírus mais devastadores que infectaram humanos no século passado surgiram de morcegos. Por razões que incluem seu grande número e diversidade, os animais são um reservatório significativo de patógenos que podem adoecer as pessoas. E devido ao vasto tamanho da floresta amazônica e à rápida invasão humana em seus habitats pouco conhecidos, alguns cientistas veem o Brasil como um provável berço de uma futura pandemia.

"O potencial para novos vírus é enorme", disse Erika Hingst-Zaher, zoóloga do Instituto Butantan, centro de pesquisa em São Paulo, e membro da Previr, uma rede nacional de cientistas que documentam patógenos transmitidos por morcegos e outros animais. "As pessoas estão apostando que a próxima pandemia virá do Brasil."

O Ministério da Saúde, em comunicado à Reuters, informou que não há evidências no momento de que o risco de um novo vírus surgindo da vida selvagem represente "uma emergência de saúde pública de importância nacional".

Lar do terceiro maior número de espécies de morcegos do planeta por uma contagem oficial, o Brasil vê suas chances de gerar um vírus desconhecido aumentarem à medida que as pessoas desmatam cada vez mais a floresta para abrir caminho para campos de extração de madeira, minas, fazendas e assentamentos.

Se um patógeno nunca antes visto –– ainda mais contagioso do que o que causa a Covid-19 –– escapasse da Amazônia brasileira, mostra uma simulação da Reuters, poderia infectar 1,2 bilhão de pessoas em seis meses. Isso é exponencialmente mais pessoas do que as 10,5 milhões que pegaram Covid-19 nos primeiros seis meses da pandemia.

O Brasil tem mais áreas de alto risco do que qualquer outro país, mostra a Reuters -- 1,5 milhão de quilômetros quadrados de terra com condições privilegiadas para transbordamento zoonótico, como são conhecidas as transições de vírus de animais para humanos.

Para sua análise, a Reuters examinou as condições ambientais de cerca de 95 locais em todo o mundo onde vírus de morcegos infectaram humanos entre 2002 e 2020. A agência de notícias usou um modelo de computador para estimar onde condições semelhantes existiam globalmente para cada ano durante o período e identificou áreas mais propensas a transbordamento -- apelidadas de "zonas de salto".

No Brasil, a análise identificou locais de risco cobrindo uma área combinada de aproximadamente três vezes o tamanho da França. Impulsionadas por condições que incluem desmatamento e outras incursões de humanos em habitats de morcegos, essas zonas de salto brasileiras cresceram mais de 40% em extensão nas últimas duas décadas –– mais de 2,5 vezes mais rápido do que áreas de risco semelhantes em todo o mundo, concluiu a Reuters.

Quase três quartos das zonas de salto do Brasil estão dentro da Amazônia, um emaranhado de biodiversidade que guarda mais segredos do que os cientistas podem esperar descobrir, especialmente com trechos da floresta sucumbindo rapidamente ao desenvolvimento. A cada nova incursão na selva, aumenta a chance de um novo e mortal patógeno se espalhar, proliferar localmente e potencialmente se propagar para o resto do Brasil e o mundo.

O Brasil não está preparado para tal evento.

O sistema de saúde do país e as instituições de pesquisa científica, de acordo com cientistas e especialistas em saúde, são subfinanciados e mal equipados para detectar um patógeno perigoso, seja novo –– como o modelado pela Reuters –– ou conhecido, como os que causam Sars e Nipah.

Ambas as doenças letais a princípio se parecem à gripe ou ao resfriado comum em seus primeiros sintomas. A semelhança com doenças de rotina pode permitir que um novo vírus mortal se transmita silenciosamente e evite a vigilância, pelo menos inicialmente.

“Se você não está procurando por um novo vírus, não o está vendo”, disse Ana Pastore y Piontti, cientista de dados de Boston especializada em epidemiologia e coautora do livro de 2018 “Charting the Next Pandemic” (Mapeando a próxima pandemia, em tradução livre).

Durante a pandemia, centenas de indígenas morreram sem chegar aos hospitais. E os doentes que chegaram a cidades amazônicas como Manaus e Altamira encontraram longas esperas por leitos hospitalares e um sistema médico sobrecarregado em colapso.

“O sistema de saúde não estava preparado para o coronavírus”, disse Marcelo Salazar, que até recentemente era o coordenador brasileiro da Health in Harmony, organização voltada para saúde e meio ambiente. "Obviamente não está preparado para as pandemias futuras."

Em seu comunicado, o Ministério da Saúde informou que monitora diariamente o risco de contágio zoonótico por meio de várias redes e programas, incluindo 815 centros epidemiológicos em hospitais de todo o país. Esses centros, acrescentou, têm a tarefa específica de identificar doenças emergentes.

O ministério disse que também está estudando a criação de um grupo de trabalho para melhorar a vigilância zoonótica que incluiria representantes dos setores agrícola, ambiental, acadêmico e de saúde.

"POUCOS DADOS" – Uma das principais rotas pelas quais os humanos podem transportar esse vírus para fora da floresta tropical do Brasil, de acordo com a análise de dados da Reuters, também é um dos principais fatores de risco de transbordamento: a Rodovia Transamazônica.

Até agora, o Brasil – e a humanidade – tiveram sorte em evitar um grande transbordamento da Amazônia, dizem os pesquisadores. As chances de um novo vírus emergir da região são altas.

Ao examinar o risco de transbordamento, os cientistas usam o número de espécies de morcegos em uma determinada área como uma variável-chave.

Ludmilla Aguiar, bióloga da Universidade de Brasília, disse que se sabe tão pouco sobre morcegos na floresta tropical que pode levar centenas de anos, dado o estado atual de pesquisa e financiamento, para os cientistas documentarem até mesmo informações elementares sobre todas as espécies possíveis e habitats específicos para eles.

Pesquisadores já identificaram alguns vírus em morcegos brasileiros que sabidamente infectam humanos. Eles incluem a raiva, que ocasionalmente causa surtos. Também foi demonstrado que os morcegos brasileiros carregam coronavírus e hantavírus, patógenos mortais comumente associados a roedores que podem causar febre hemorrágica e infecções pulmonares.

O que mais preocupa alguns cientistas, porém, são os vírus que eles não conhecem.

"A gente tem muito poucos dados para falar sobre a patogenicidade", disse a bióloga Ludmilla Aguiar, usando um termo que descreve a capacidade de um germe causar doenças.

Fonte: Brasil 247 com Reuters

Gleisi: 'agora Deltan Dallagnol tem um power point pra chamar de seu'

 "É ficha suja", destacou a presidente do PT em referência ao deputado e ex-procurador da Lava Jato

Deltan Dallagnol e a deputada Gleisi Hoffmann (Foto: José Cruz/Agência Brasil | Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), ironizou o deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) nesta terça-feira (16) após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassar o mandato do parlamentar

"Agora Deltan Dallagnol tem um power point pra chamar de seu! Cassado!  Responde a processos administrativos pendentes como procurador, ou seja, é ficha suja. Também foi condenado pelo TCU por gastos com diárias e passagens na operação Lava Jato", afirmou Gleisi no Twitter.

A parlamentar citou a palavra "powerpoint" porque Dallagnol, na condição de procurador da Operação Lava Jato, no Ministério Público Federal (MPF-PR), apresentou um PowerPoint para denunciar o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 2016. 

Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça determinou que Dallagnol pagasse R$ 75 mil a Lula por conta da denúncia sem provas. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou as condenações do petista e declarou a suspeição do senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-juiz da Lava Jato. 

senador Renan Calheiros (MDB-AL) também criticou Dallagnol, que foi procurador

jornalista do 247 Joaquim de Carvalho afirmou que Moro também poderá ser cassado. 


Fonte: Brasil 247

Governo espera que Câmara aprove nesta quarta urgência para votação de arcabouço fiscal

 Tendência é que haja consenso entre os partidos do centro e que o PT não apresente emendas

Lula e Plenário da Câmara dos Deputados (Foto: Agência Câmara | ABr)

O Palácio do Planalto avalia como positivo o texto final do relatório da nova regra fiscal e espera que a urgência do projeto será aprovada com folga nesta quarta-feira (17) no plenário da Câmara.

O PT acenou nesta terça-feira (16), com a promessa de voto favorável ao relatório do arcabouço fiscal apresentado pelo deputado Cláudio Cajado (PP-BA). A presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou que o partido não encaminhará emendas à proposta, caso esse seja o fruto de um acordo com os demais partidos, informa a Folha de S.Paulo.

A expectativa é de que além da urgência, o projeto será aprovado no mérito na próxima semana.

O governo do presidente Lula considera positiva a previsão de que a política de valorização do salário mínimo será poupada das limitações de despesas no novo arcabouço fiscal. Também o Bolsa Família ficará de fora do limite de gastos. 

Fonte: Brasil 247 com Folha de S. Paulo