Avaliação é de que as recentes revelações da Polícia Federal, sobre a articulação de um golpe por parte do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tiram a razão de fazer a CPMI
As recentes revelações e operações da Polícia Federal contra Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), esvaziaram a CPMI do 8 de janeiro, que estava em vias de ser instalada no Congresso Nacional, avalia o governo Lula (PT).
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, jantou com os senadores Jaques Wagner (PT-BA), Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM), aliados do governo, e houve convergência em relação ao fato de que as novas frentes de investigação da PF fazem com que a CPMI perca a razão de acontecer, de acordo com Lauro Jardim, do jornal O Globo.
"Um dos consensos do jantar, segundo participantes, é o de que a CPI mista do Golpe pode sequer ocorrer. Isso, claro, se houver um acordo com a oposição, que é autora do requerimento, mas se vê enfraquecida diante da tropa de choque montada pelo governo para desgastar Bolsonaro", diz a reportagem.
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O ex-major do Exército Ailton Barros discutiu com Mauro Cid sobre um golpe de estado no Brasil. Cid é ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). No dia 15 de dezembro, Barros disse: "é o seguinte, entre hoje e amanhã, sexta-feira, tem que continuar pressionando o Freire Gomes [comandante do Exército] para que ele faça o que tem que fazer", afirmou. “Se for preciso, vai ser fora das quatro linhas”. Os relatos foram publicados pela jornalista Daniela Lima, da CNN.
O ex-militar pontua que seria necessário ter, até o dia seguinte, 16 de dezembro, “todos os atos, todos os decretos da ordem de operações” prontos. “Pô (sic), não é difícil. O outro lado tem a caneta, nós temos a caneta e a força. Braço forte, mão amiga. Qual é o problema, entendeu? Quem está jogando fora das quatro linhas? Somos nós? Não somos nós. Então nós vamos ficar dentro das quatro linhas a tal ponto ou linha? Mas agora nós estamos o quê? Fadados a nem mais lançar. Vamos dar de passagem perdida?", questionou.
"Nos decretos e nas portarias que tiverem que ser assinadas, tem que ser dada a missão ao comandante da brigada de operações especiais de Goiânia de prender o Alexandre de Moraes no domingo, na casa dele", acrescentou.
No diálogo, Barros fala sobre Freire Gomes. "Até amanhã à tarde, ele aderindo… bem, ele faça um pronunciamento, então, se posicionando dessa maneira, para defesa do povo brasileiro. E, se ele não aderir, quem tem que fazer esse pronunciamento é o Bolsonaro, para levantar a moral da tropa. Que você viu, né? Eu não preciso falar. Está abalada em todo o Brasil".
Fonte: Brasil 247 com informações de Lauro Jardim no jornal O Globo