Segundo o responsável
pelo Núcleo de Combate aos Cibercrimes da Polícia Civil do Paraná garante ainda
que todos os relatos de possíveis ameaças que chegam estão sendo apurados
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) convocou nesta quinta-feira (13
de abril) uma entrevista coletiva para falar sobre a recente onda de medo entre
a comunidade escolar e acadêmica, provocada pela avalanche de boatos em redes
sociais dando conta de possíveis atentados a serem realizados em diversas
instituições de ensino e em diferentes datas. Essa onda, que reflete o aumento
recente no número de ataques em escolas pelo país, é alimentada,
majoritariamente, por fake news, de acordo com o delegado José Barreto, do
Núcleo de Combate aos Cibercrimes (Nuciber).
“Convocamos essa coletiva realmente para falar mais com a
população com relação ao grande número de denúncias que a Polícia Civil do
Paraná vem recebendo de ameaças de massacres em escolas. Realmente, nos últimos
dias recebemos diversas denúncias, inclusive soltamos um comunicado nos últimos
dias, até pra tranquilizar a população. Já podemos falar com certeza que a
maioria dessas situações são de fato fake news, as vezes até divulgadas por
adolescentes que tem o intuito de conseguir alguma visibilidade, por uma
imaturidade ou até mesmo para não ter aula”, disse o delegado.
Questionado pelo Bem Paraná se o fato de “a maioria dessas
situações” serem meros boatos significaria que em uma minoria dos casos
averiguados haveria, efetivamente, algum tipo de ameaça, o delegado preferiu
não dar maiores detalhes, mas citou o chamado efeito contágio: quando uma
situação falsa é tão divulgada, tão propagandeada, que alguém que inicialmente
sequer tinha qualquer ideação com relação a cometer aquele ato acaba decidindo
fazê-lo, sendo motivada a cometê-lo por conta da repercussão que a questão
acaba alcançando na sociedade.
“A gente não está entrando muito em detalhes, até para não
atrapalhar outras investigações que estão em andamento. Mas de fato já existiam
situações de adolescentes que, até por terem sido contagiados com o grande
número de situações que estão sendo postadas, tinham essa ideia, mas não tinham
meios capazes de fazer isso. Então, por mais que ele não tinha meios, ele
chegou a botar aquela ameaça, mas ele não tinha uma arma que pudesse usar para,
de fato, fazer isso. Mas é importante a polícia já entrar ali, já mostrar pra
ele que caso ele tenha esse mau pensamento, ele vai ser responsabilizado a
partir do momento em que exterioriza isso, que ele coloca na rede social, que
ele gera ou tenta gerar pânico nas pessoas”, declarou Barreto.
Pedido de atenção aos pais e responsáveis
O delegado do Nuciber também ressaltou a importância dos
pais manterem um diálogo aberto com seus filhos, estarem atentos ao que acontece
na vida das crianças e adolescentes. “Tenham um diálogo aberto. Monitorem o que
eles estão acessando na internet, seja no computador, celulares, jogos –
inclusive, qual tipo de jogo ele ele está jogando, com quem que ele está
conversando, qual perfil que ele usa, se ele tem mais de um perfil, qual rede
social que ele usa, porque assim os pais colaboram muito com o trabalho da
polícia”, disse José Barreto, comentando ainda algumas situações com as quais a
Polícia Civil se deparou nos últimos dias.
“Algumas situações que tivemos de intervir os pais não sabiam
que seus filhos às vezes tinham aquele determinado perfil com o qual acessavam
as redes sociais ou que tinham uma balaclava no armário. Então é importante os
pais monitorarem o que os filhos guardam nos seus armários, se seus filhos
apresentam uma mudança de comportamento muito drástica, se eles curtem vídeos
de massacres, vídeos de violência, as vezes até se eles acessam a Deep Web ou a
DarkNet.”
Por último, ele também destacou importância das pessoas
não compartilharem notícias falsas. “Isso pode gerar pânico a outras pessoas. É
importante que a população confie no trabalho da Políkcia Civil. Estamos
fazendo o dever de casa, monitorando as redes e estamos conseguindo garantir a
paz em todas as escolas no estado até o presente momento.”
Fonte: Bem Paraná