Detalhamento dos locais em que Lula havia vencido na primeira fase das eleições foi feito por um servidor da área de tecnologia, atendendo a um pedido da delegada Marília Alencar
Ministério da Justiça, Polícia Rodoviária Federal e Anderson Torres (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado | PRF | Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Anderson Torres, então ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro (PL), para deflagrar uma operação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) visando impedir ou dificultar que eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegassem ao locais de votação no segundo turno do pleito presidencial de 2022, tinha em mãos um mapeamento detalhado de todos os estados do Nordeste em que o petista havia vencido na primeira fase das eleições.
De acordo com a jornalista Andréia Sadi, do G1, o detalhamento das cidades em que o efetivo policial deveria ser reforçado foi feito por um servidor do Ministério da Justiça, atendendo a um pedido da delegada Marília Ferreira Alencar.
Ainda conforme a reportagem, o mapeamento foi pedido por Anderson Torres a Alencar, que repassou a ordem para que um “servidor da área de Tecnologia da Informação (TI) do ministério que fizesse o levantamento”.
A operação foi deflagrada no dia 30 de outubro, data em que o segundo turno foi realizado, e teve como foco central os estados do Nordeste, região em que Lula havia vencido Jair Bolsonaro (PL), então candidato à reeleição.
Das 549 operações realizadas pela PRF na ocasião, 49,5% aconteceram no Nordeste, apesar de terem sido proibidas no dia anterior pelo presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.
O ex-ministro Anderson Torres está preso em Brasília desde o dia 14 de janeiro. Ele é investigado pela suspeita de omissão e conivência com os atos terroristas do dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes, em Brasília. A delegada Marília Alencar também é investigada pela suspeita de ter agido para esconder provas relacionadas aos atos golpistas.
Fonte: Brasil 247 com Andréia Sadi no G1