Ex-mandatário e outros nove envolvidos no escândalo das joias sauditas que ele tentou pegar para si deverão prestar depoimento no dia 5 de abril
Joias e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli | REUTERS/Joe Skipper)247 - A Polícia Federal (PF) afirmou haver “indícios concretos” do envolvimento direto de Jair Bolsonaro (PL) nas tentativas de liberação das joias sauditas, avaliadas em mais de R$ 16,5 milhões, que membros de uma comitiva oficial tentaram introduzir ilegalmente no Brasil e que acabaram retidas pela Receita Federal.
Segundo o jornal O Globo, “entre os indícios apontados pela PF está um ofício assinado pelo ajudante de ordens de Bolsonaro, o então coronel Mauro Cid, solicitando ao secretário da Receita Federal ‘autorização para retirada por um representante das joias apreendidas”.
Ao entregar uma cópia do inquérito à defesa de Jair Bolsonaro, o delegado Adalto Ismael Machado ressaltou no documento que “a viagem desse representante, segundo o portal da transparência, foi para atender demandas do Senhor Presidente da República”. O ex-mandatário e outros nove envolvidos no escândalo deverão prestar depoimento no dia 5 de abril.
O inquérito foi aberto pela PF após uma reportagem do jornal O Estado de S. Paulo apontar que um conjunto avaliado em cerca de R$ 16,5 milhões teria sido retido por agentes da Receita Federal após membros de uma comitiva do então ministro das Minas e Energia, Bento Albuquerque, tentarem introduzir ilegalmente os objetos no território brasileiro. Os itens seriam destinados à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro.
A partir daí, o governo Bolsonaro tentou reaver as joias mobilizando três ministérios, além de servidores civis e militares para pressionar a liberação dos itens valiosos. Após a notícia de que um segundo conjunto de joias masculinas teria sido incorporado ao acervo pessoal do ex-mandatário, o Tribunal de Contas da União (TCU) determinou que os objetos - avaliados em cerca de R$ 1 milhão - fossem devolvidos ao Estado brasileiro.
Nesta semana veio à tona a revelação de que Bolsonaro tentou se apropriar de um terceiro conjunto de joias dadas pela monarquia saudita, avaliado em mais de R$ 500 mil. Os itens, incluindo um relógio Rolex cravejado de diamantes, foram levados para uma fazenda do ex-piloto de Fórmula 1 bolsonarista Nelson Piquet, localizada no entorno da capital federal.
Fonte: Brasil 247 com jornal O Globo