quarta-feira, 29 de março de 2023

Brasil abre 241.785 vagas formais de trabalho em fevereiro, diz Caged

 Saldo de vagas do mês passado foi o maior para qualquer mês desde setembro passado

Carteira de Trabalho (Foto: Agencia Brasil)


Reuters - O Brasil abriu 241.785 vagas formais de trabalho em fevereiro, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta quarta-feira pelo Ministério do Trabalho e Emprego.

O resultado do mês passado, que ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de criação líquida de 161 mil empregos, foi fruto de 1,950 milhão de admissões e 1,708 milhão de desligamentos.

Em janeiro, o Brasil havia criado 84.571 vagas formais de trabalho, resultado que se seguiu à perda líquida de 444.998 empregos em dezembro.

O saldo de vagas do mês passado foi o maior para qualquer mês desde setembro passado, quando o país havia aberto 278.755 postos de trabalho, segundo a série ajustada do Caged. No entanto, foi o mais fraco para fevereiro desde 2020, segundo os dados sem ajustes.

No acumulado dos dois primeiros meses do ano, o saldo de empregos formais no Brasil está positivo em 326.356 mil vagas, segundo série ajustada, menor leitura para esse período desde 2019 (237.169). De janeiro a fevereiro de 2022, o superávit era de 520.549 mil postos de trabalho.

Em fevereiro, houve saldo positivo de vagas em quatro dos cinco grandes grupamentos de atividades econômicas no mês passado, com destaque para serviços, que abriram 164.200 postos. Houve criação de 40.380 empregos formais na indústria, 22.246 no setor de construção e 16.284 na agropecuária.

No comércio, por sua vez, foram fechados 1.325 postos de trabalho em termos líquidos.

Os dados mostraram superávit de empregos criados em todas as cinco regiões do país. O Sudeste abriu o maior número de vagas, com leitura de 110.575, seguido por Sul (63.309), Centro-Oeste(29.959), Nordeste (23.164) e Norte (12.456).

Com relação ao salário médio real de admissão, houve queda em fevereiro para 1.978,12, de 2.028,27 no mês anterior, de acordo com a série sem ajustes.

Fonte: Brasil 247 com Reuters 

Justiça de São Paulo arquiva última acusação remanescente do "mensalão" contra Delúbio Soares

 Com isso, o ex-tesoureiro do PT teve reconhecida sua inocência diante das acusações falsas

Ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)


A 2a. Vara Criminal Federal de São Paulo arquivou a última acusação remanescente do "mensalão" contra o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, absolvendo-o e reconhecendo sua inocência diante das acusações de que teria praticado crime de lavagem de dinheiro. 

O juiz federal Marcelo Duarte da Silva observa que, embora Delúbio não tenha cometido tais crimes, teria recebido os recursos para "corromper os parlamentares". Portanto, Delúbio teria atuado apenas como "destinatário do crime", apontou o magistrado na decisão de segunda-feira (27). 

Fundador do PT e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Delúbio foi tesoureiro da campanha presidencial de 2002, aquela que levou Lula à presidência pela primeira vez. Foi ele quem ajudou a costurar as principais alianças políticas com os partidos que apoiaram Lula no primeiro turno, com aqueles que vieram a apoiá-lo no segundo turno e também durante seu governo.

Delúbio contou em uma entrevista à TV 247 em 5 de setembro de 2020 que considera que o "mensalão" foi o embrião da operação de destruição nacional Lava Jato, inclusive tendo assessoria direta do ex-juiz suspeito Sergio Moro, que forneceu elementos para os ministros do STF à época Rosa Weber e Joaquim Barbosa para a condenação de lideranças do PT.

Fonte: Brasil 247

Polícia Federal vai entrar na classe executiva de avião e buscar Bolsonaro


 Assim que o voo da Gol pousar no aeroporto de Brasília amanhã, às 7h10, uma equipe de agentes da PF vai entrar na classe executiva do avião.

As informações são de Lauro Jardim, no Globo online.

Os policiais vão buscar Bolsonaro e direcioná -lo a um carro da PF.

É o procedimento padrão para ex-presidentes, que não saem diretamente no saguão do aeroporto.

O carro da PF trafegará por uma área restrita e levará Bolsonaro até o veículo particular, disponibilizado pelo PL, para levá-lo até sua nova casa, localizada num condomínio, no Jardim Botânico.

E as bagagens de Bolsonaro, que sabe-se lá o que trazem depois de três meses nas cercanias da Disney?

O procedimento padrão nestes casos é: um assessor (e o ex-presidente terá três o acompanhando no voo) leva as bagagens até a alfândega para serem inspecionadas.

Fonte: Agenda do Poder com informações de Lauro Jardim no Globo online

Irado, Bolsonaro reage com xingamentos ao saber do esquema de segurança para o seu retorno ao Brasil

 Aliados de Jair Bolsonaro avaliam que o forte esquema de segurança "tirou o doce" da boca do ex-mandatário, que esperava ser recebido por uma multidão, como na campanha de 2018

Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Evelyn Hockstein)

Jair Bolsonaro reagiu com impropérios e palavrões após saber do forte esquema de segurança montado para evitar tumultos no seu retorno ao Brasil, previsto para o início da manhã de quinta-feira (30), em Brasília. Ao todo, mais de 500 policiais militares e federais foram destacados para atuar no esquema visando evitar tumultos por parte de apoiadores do ex-mandatário. O acesso à Esplanada dos Ministérios e da Praça dos Três Poderes, além das imediações do Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek, serão fechados.

Para aliados, o forte esquema de segurança montado pelo ministro da Justiça, Flávio Dino, e pelo governo do Distrito Federal, “tirou o doce” da boca do ex-mandatário, que planejava até mesmo um desfile em carro aberto durante o deslocamento do terminal até a sua residência, no Lago Sul, área nobre da capital federal.

Segundo a coluna da jornalista Thaís Oyama, do UOL, “o que mais irritou Bolsonaro foi a informação de que ele não poderá desembarcar pela saída principal do aeroporto. Pelo plano desenhado pela secretaria de Segurança do Distrito Federal, o ex-presidente terá de deixar a área de embarque por uma via lateral, o que ele considerou uma tentativa de humilhá-lo”.

Ainda conforme a reportagem, Bolsonaro esperava reeditar cenas da campanha de 2018, “em que multidões o aguardavam nos aeroportos e o aclamavam aos gritos de "mito". Bolsonaro planejava ainda falar aos seus apoiadores montado na caçamba de uma caminhonete, assim que deixasse o saguão do aeroporto”.

Fonte: Brasil 247 com informações da jornalista Thaís Oyama no UOL

Joaquim Barbosa cobra investigação do MPF e PF contra Nelson Piquet por esconder a propina de Bolsonaro

 "Eu me pergunto: cadê o MPF e a PF em toda essa história?”, questionou o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal

Joaquim Barosa, Bolsonaro com Nelson Piquet e relógio (Foto: Ueslei Marcelino/Reuters | Anderson Riedel/PR | Reprodução)

247 - O ex-presidente do do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa usou as redes sociais para cobrar que o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal (PF) investiguem o ex-piloto de Fórmula 1 bolsonarista Nelson Piquet por ter guardado as propinas - dadas como supostos presentes - de Jair Bolsonaro (PL), que são joias de alto valor que ele quis incorporar ao seu patrimônio pessoal.

“Ao ler esta matéria do Estadão (e várias outras que foram publicadas nas últimas semanas sobre o mesmo tema), eu me pergunto: cadê o MPF e a PF em toda essa história?”, postou o ex-ministro no Twitter. 

Segundo o jornal O Estado de S.Paulo, os itens foram guardados em uma fazenda pertencente a Piquet localizada no Lago Sul, em Brasília. Ainda segundo a reportagem, somente itens de alto valor foram encaminhados à propriedade de Piquet e tratados como bens pessoais. 

As “dezenas de caixas” foram levadas para o local após saírem pelas garagens privativas dos Palácios do Planalto e Alvorada, a partir do dia 20 de dezembro, quando o ex-mandatário começou a retirar seus objetos pessoais em função da aproximação do fim do mandato. 

Entre os itens guardados na propriedade do ex-piloto está um terceiro conjunto de joias, avaliado em mais de R$ 500 mil, dado pela monarquia saudita. Há também um relógio da marca Rolex, de ouro branco, cravejado de diamantes, avaliado em mais de R$ 350 mil.

O conjunto de jóias teria sido recebido pelo próprio Bolsonaro quando esteve com sua comitiva em viagem oficial a Doha, no Catar, e em Riade, na Arábia Saudita, entre os dias 28 e 10 de outubro de 2019.

Com medo de Tacla Duran, Moro pede suspeição de Appio na Lava Jato

 Juiz tomou depoimento de Tacla Duran, que revelou extorsão de US$ 5 milhões para que ele não fosse preso

Sergio Moro e Eduardo Appio (Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado | Justiça Federal)

O ex-juiz parcial e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) encaminhou à 13ª Vara Federal de Curitiba um pedido de suspeição de seu juiz titular, Eduardo Appio.

O pedido ocorre após Appio tomar depoimento do advogado Tacla Duran, que denunciou ter sofrido uma extorsão no valor de US$ 5 mil de pessoas ligadas a Moro e ao ex-procurador e deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) à época em que ambos conduziam a Operação Lava Jato.

Por Moro e Dallagnol atualmente serem parlamentares e terem foro privilegiado, Appio remeteu a investigação ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski.

Moro pede na manifestação que Appio, "antes de praticar quaisquer novos atos processuais neste feito e em seus desdobramentos, deve decidir a exceção de suspeição autuada sob nº 5011393-28.2023.4.04.7000/PR e, caso não a acolha, deve remetê-la, de imediato, ao Tribunal Regional Federal da 4. Região para apreciação".

Ele ainda afirma que o juiz "equivocou-se ao decidir sobre a competência para processo e julgamento do relato falso efetuado pelo criminoso Tacla Duran sobre supostos crimes praticados por parlamentares federais, incluindo o peticionário, uma vez que o Supremo Tribunal Federal carece de competência sobre eles".

Fonte: Brasil 247

Prefeito e secretária recebem proposta para implantação de escola cívico-militar na rede municipal de Apucarana

 


O prefeito Junior da Femac e a secretária Marli Fernandes receberam, na tarde de ontem (28/3), no gabinete, a visita do major Antônio Douglas Villatore e do subtenente Alcir José Saúgo, da diretoria de ensino da Associação da Vila Militar. Na ocasião, os visitantes apresentaram um projeto para a implantação de uma escola cívico-militar na rede municipal de educação de Apucarana.

A proposta foi ouvida com atenção e receptividade pelos gestores municipais. “Nós estamos empenhados em dar a melhor formação possível às nossas crianças. Neste sentido, todas as parcerias que possam agregar qualidade ao ensino são bem-vindas. Mas, antes de aprovarmos qualquer projeto, precisamos discuti-lo com os professores e a equipe pedagógica da Autarquia de Educação,” afirmou o prefeito.

A secretária Marli Fernandes destacou que muitos dos valores previstos no projeto de escola cívico-militar já fazem parte do currículo da rede municipal de Apucarana. “Os nossos estudantes aprendem sobre civismo, disciplina, ética e cidadania por meio de projetos transversais, como Educação para o Trânsito, Proerd, Desfile da Independência, Fanfarra Mirim e Justiça e Cidadania também se aprendem na Escola, desenvolvidos em parceria com as outras secretarias municipais, a Guarda Civil Municipal, a Polícia Militar e o Tribunal de Justiça do Paraná. Nós também incentivamos a participação das famílias na vida escolar dos seus filhos através da Escola de Pais e de atividades realizadas por ocasião das datas comemorativas, como Dia das Mães, Dia dos Pais e Dia dos Avós,” detalhou.

Além disso, aulas de Inglês, Espanhol, Língua Brasileira de Sinais, Música, Expressão Corporal e Artes Marciais completam o currículo da rede municipal de educação de Apucarana.

“Nós agradecemos ao prefeito e à secretária por nos receberem e ouvirem. Certamente, voltaremos a nos encontrar em breve para darmos continuidade à discussão do projeto,” disse o diretor de ensino da Associação da Vila Militar, major Antônio Douglas Villatore.

Prefeito emite nota de pesar pela morte do fundador da Paranamotor

 O prefeito Junior da Femac emitiu nota de pesar nesta quarta-feira (29/03) lamentando profundamente a morte do empresário Christoph Ludwig Friedrich Wilhelm Schultz, aos 87 anos. “O empresário foi proprietário da Paranamotor, uma empresa muito tradicional na cidade que contribuiu para o desenvolvimento de Apucarana e de toda região”, frisa Junior da Femac.

O prefeito lembra que a Paranamotor foi fundada na década de 60 e no auge chegou a empregar cerca de 200 funcionários, chegando a ser considerada em determinado período da sua história como a terceira maior revenda Volkswagen do sul do Brasil. “O Christoph Schultz foi um empresário arrojado, que também tinha outros empreendimentos na cidade. Além de gerar muitos empregos, ele também contribuiu para a formação de diversos profissionais, especialmente mecânicos e funileiros”, ressalta Junior da Femac.

Atualmente, Schultz morava em Londrina e estava internado há dias em um hospital da cidade. O empresário deixa esposa, filhos, netos e muitos amigos. O empresário será velado a partir das 10 horas na capela 6 no Parque das Allamandas, em Londrina, onde será cremado às 16h30 no Crematório Allamandas.

Para evitar tumultos de extremistas, esquema de segurança para chegada de Bolsonaro terá mais de 500 policiais

 Com chegada prevista para a quinta-feira (30), Bolsonaro já manifestou o desejo de desfilar em carro aberto pelas ruas de Brasília

Jair Bolsonaro deixa o Brasil antes do fim do mandato - 30.12.2022 (Foto: Reprodução | ABr)

247 - O esquema de segurança para evitar tumultos durante a chegada de Jair Bolsonaro (PL) em Brasília, prevista para quinta-feira (30), envolverá cerca de 500 policiais e o fechamento do acesso à Esplanada dos Ministérios.

Segundo a CNN Brasil, "todas as forças de segurança do DF [Distrito Federal] estarão a postos desde a madrugada, já às 4h”. A segurança interna do terminal aeroportuário ficará sob responsabilidade da Polícia Federal (PF). A segurança no entorno será garantida por mais de 500 policiais militares que atuarão de forma ostensiva.

O esquema de segurança da PM contará com agentes do Comando de Policiamento de Trânsito, que inclui os batalhões Rodoviário e o de Trânsito; do Batalhão de Operações Especiais (Bope); Batalhão de Patrulhamento de Choque (BPChoque), Tropas Convencionais da Área Central, Batalhão com Cães (BPCães), além da cavalaria. 

“A PM fechará a Esplanada dos Ministérios à meia-noite, sete horas antes de o voo com o ex-presidente chegar”, ressalta a reportagem. O bloqueio tem como objetivo prevenir o risco de manifestações violentas e de atos terroristas como os registrados no dia 8 de janeiro, quando militantes bolsonaristas e de extrema direita depredaram as sedes dos Três Poderes. 

Uma outra razão para o forte esquema de segurança se deve ao receio de que as manifestações possam resultar em atrasos nos voos, o que poderia resultar em efeito cascata por outros aeroportos do país. Cerca de 35 mil passageiros, em média, embarcam, desembarcam ou fazem conexão no Aeroporto Internacional Presidente Juscelino Kubitschek.

Segundo informações de aliados, o ex-presidente Jair Bolsonaro teria manifestado o desejo de desfilar em um carro aberto do aeroporto até sua residência no Lago Sul, ao chegar ao Brasil nesta quinta-feira. 

Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde dezembro, para onde viajou dois dias antes do término do mandato, também teria dito que pretende “descansar” por uns dias antes de assumir compromissos em território brasileiro.  

Fonte: Brasil 247 com CNN Brasil 


MPF pede que caso PCC volte para a esfera estadual e Gabriela Hardt nega

 "As buscas trarão no máximo mais elementos probatórios do crime de organização criminosa, mas tal crime é de competência estadual", justifica o procurador José Soares

A juíza federal Gabriela Hardt em encontro com Sergio Moro, em foto divulgada no perfil dele em rede social em 2019 (Foto: Reprodução)

247 - Incompetente para julgar o caso envolvendo o ex-juiz parcial e senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e a facção criminosa PCC, a juíza Gabriela Hardt negou pedido apresentado pelo Ministério Público Federal nesta segunda-feira (28) pelo arquivamento do inquérito. O procurador José Soares pediu ainda em sua manifestação que a condução do caso retorne à justiça estadual, deixando a esfera federal. 

"As buscas, se forem confirmadas as expectativas da Polícia Federal, trarão, quanto aos objetos, no máximo mais elementos probatórios do crime de organização criminosa, mas tal crime é de competência estadual em regra se não houve (e no caso concreto não houve) tentativa ou consumação do crime federal investigado. Lembre-se que os outros crimes conexos ao crime de organização criminosa também são em regra de competência estadual: os crimes de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso permitido ou restrito”, escreveu Soares. Hardt indeferiu o pedido.

"A Justiça Federal do Paraná não é competente para conduzir a investigação sobre o suposto plano para sequestrar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR). Como os delitos em averiguação não seriam praticados devido ao fato de ele ser parlamentar, nem em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, o processo cabe à Justiça estadual. E sequer cabe à Justiça paranaense, mas à paulista. Afinal, foi ela que iniciou a apuração. E os primeiros atos preparatórios para colocar o eventual projeto em prática foram praticados por integrantes do Primeiro Comando da Capital em cidades de São Paulo", explica reportagem publicada no Conjur.

Para negar o pedido de arquivamento, a juíza justiticou: “(…) a operação policial foi deflagrada há menos de uma semana, de modo que as lacunas porventura existentes poderão ser esclarecidas pelos elementos de informação que já foram e também por aqueles que ainda serão colhidos (como a oitiva dos investigados), não podendo ser interpretadas - neste momento pré-processual e quando ainda não encerradas as diligências policiais - como o reconhecimento da inexistência do crime”.

Fonte: Brasil 247


De férias há três meses nos EUA, Bolsonaro diz querer "descansar por uns dias" na volta ao Brasil

 Ex-mandatário tem previsão para retornar ao Brasil na quinta-feira (30)

Presidente Jair Bolsonaro 19/julho/2021 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)


Jair Bolsonaro (PL), que viajou para os Estados Unidos em dezembro, dois dias antes do término do mandato, disse a aliados que pretende descansar por uns dias quando retornar ao Brasil. O ex-mandatário tem previsão para retornar ao Brasil na quinta-feira (30).

Segundo a coluna do jornalista Guilherme Amado, do Metrópoles, Bolsonaro “pretende ir do Aeroporto de Brasília diretamente para casa, sem fazer disso um grande evento público”. O desejo teria sido manifestado durante uma conversa com o general Braga Neto, ex-vice em sua chapa nas últimas eleições, e o presidente do PL, Valdemar da Costa Neto. 

Ainda segundo a reportagem, Bolsonaro “só é esperado na sede do partido na próxima semana. A sigla não fará qualquer cerimônia para recebê-lo e ainda não sabe se precisará mudar o gabinete preparado para abrigar o ex-mandatário ou contratar mais assessores”.

Fonte: Brasil 247 com informações de Guilherme Amado no Metrópoles

Preso no 8 de janeiro e golpistas acampados foram ao GSI de Heleno antes da posse de Lula

 Aumentam as suspeitas sobre a possível participação de Augusto Heleno na tentativa de golpe de estado de 8 de janeiro

Augusto Heleno (Foto: Reprodução | Marcos Corrêa/PR)


Por Caio de Freitas Paes e Laura Scofield, Agência Pública -  Conforme avançam as investigações da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal, aumenta a suspeita sobre uma figura-chave do bolsonarismo: o general da reserva do Exército Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). Ele era o chefe do GSI durante a crise do acampamento golpista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército em Brasília (DF) e foi convocado pela CPI para explicar sua atuação. O depoimento de Heleno ainda não tem data para ocorrer.

A suspeita dos deputados consultados pela reportagem é que o GSI tenha dado apoio aos golpistas que invadiram os prédios públicos: “pelo que nós apuramos até agora, tem a participação direta do GSI [no 8 de janeiro] por omissão, mas também integrantes deles participando daqueles atos”, disse o presidente da CPI, deputado Chico Vigilante (PT-DF). “[Havia] pessoas deles [GSI] dentro do acampamento, ‘dando força’, e depois [participaram] no processo de depredação que aconteceu”, acrescentou.

A desconfiança dos integrantes da CPI se fortalece com a revelação do grupo de pessoas que estiveram no órgão entre a derrota de Bolsonaro e o fim de seu governo, entre novembro e dezembro passados, cujos registros oficiais de entrada no Palácio do Planalto foram obtidos em primeira mão pela Agência Pública via Lei de Acesso à Informação.

A lista revela visitas de um dos golpistas presos em flagrante após a invasão às sedes dos Três Poderes e de agitadores do acampamento golpista em frente ao Quartel-General (QG) do Exército; de disseminadores de fake news, militares que desacreditaram o sistema eleitoral, congressistas de direita, entre outros.

“Pediremos a lista completa de visitantes e dos servidores do GSI, para identificarmos se há, entre os investigados pelo STF, funcionários ou ex-funcionários do órgão envolvidos”, disse à Pública o deputado Fábio Félix (PSOL-DF), membro titular da CPI.

Ele também afirmou que há suspeitas de “infiltração de servidores do GSI no acampamento”, com possíveis hostilidades contra policiais federais que vigiavam as atividades no local. A Pública revelou que a Polícia Federal (PF) teve problemas no monitoramento em frente ao QG do Exército, em especial após a invasão à sede da PF em Brasília – em 12 de dezembro passado, após a prisão do pastor indígena Serere Xavante.

“[Ouvir] o general Heleno é fundamental, juntamente com o general [Gustavo Henrique Menezes] Dutra [ex-comandante militar do Planalto], e o coronel [Paulo Jorge Fernandes da Hora] que estava no comando [do Batalhão da Guarda Presidencial] no Palácio do Planalto no dia da invasão”, afirmou o relator da CPI, o deputado Hermeto (MDB-DF). 

Amigo de Michelle Bolsonaro preso após a invasão esteve no GSI

Ao todo, 49 pessoas visitaram o gabinete do GSI entre 1º de novembro e 31 de dezembro passado, boa parte delas sem qualquer ligação com a área de segurança, razão de ser do órgão. Há pessoas ligadas ao setor de saúde, pequenos empresários do setor de serviços, advogados e até mesmo uma suposta dona de estacionamento em Brasília.

Nem todas as visitas, porém, estão descoladas do foco de trabalho do GSI. Entre os motivos alegados por pessoas ouvidas pela Pública, há desde reuniões para discussão do cenário de segurança cibernética no país a encontros com membros do Ministério Público, passando por visitas burocráticas – para entrega de documentos, por exemplo.

Considerando a recente tentativa de golpe, o visitante do GSI que mais se destaca é o influenciador Romário Garcia Rodrigues, conhecido nas redes como “Gay Nordestino Bolsonariano”. Segundo o material obtido pela Pública, ele visitou o órgão então comandado por Augusto Heleno na manhã de 18 de novembro passado, oficialmente entrando no Palácio do Planalto às 11h02.

De acordo com o Superior Tribunal Federal (STF), Romário Garcia foi um dos mais de 1400 presos em flagrante por envolvimento no 8 de janeiro, acusado pelos crimes de “atos terroristas, inclusive preparatórios”, “associação criminosa”, “abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, “golpe de Estado”, “ameaça”, “perseguição” e “incitação ao crime”.

Próximo da ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, ele ficou preso por envolvimento na invasão do 8 de janeiro por cerca de dois meses, até ser libertado provisoriamente a mando do ministro Alexandre de Moraes em 13 de março passado, segundo o STF. Sem qualquer vínculo profissional com a área de atuação do GSI, Garcia também frequentou o acampamento na frente do QG do Exército, conforme suas redes sociais – consultadas pela Pública durante o processo de apuração.

Os registros mostram que Garcia possivelmente foi acompanhado da empresária bolsonarista Taís Avelar Numeriano de Sá, que entrou às 11h01 – mais uma pessoa sem vínculo com a área de segurança, foco do GSI. Em suas redes, ela tem uma foto ao lado do então presidente Jair Bolsonaro, em 12 de janeiro de 2022, no gabinete presidencial.

Os registros não informam, porém, quem os dois teriam encontrado no órgão então comandado pelo general Heleno, nem o assunto tratado por ambos no GSI.

Chama atenção que, meia hora antes da entrada dos dois, o youtuber Michel Ivonoe Santos Fontes também tenha ido ao GSI, às 10h28.

Dono do canal Michel Notícias, com 82,8 mil inscritos no Youtube, ele é mais um dos visitantes do GSI sem vínculo com a área de segurança. Fontes mantém uma página no Facebook com mais de 229 mil seguidores, onde promove lives quase diárias sobre política a partir da ótica bolsonarista.

Ao menos segundo suas redes, ele teria estado na invasão do 8 de janeiro, com vídeos também publicados na véspera. Em um deles, ele descreve a movimentação no QG na noite de 7 de janeiro: “QG de Brasília, lotado, tomado pelos patriotas de todo o Brasil, e muitas caravanas chegando”. É possível ainda ouvir no vídeo um homem falando no microfone “faltam algumas horas para nós marcharmos pela liberdade!”. O conteúdo chegou a mais de 13 mil visualizações e 2,7 mil likes.

Em outro de seus conteúdos, os acampados gritam “Selva! Selva! Selva!”. O termo militar soa como “selma”, tal como no código “festa da Selma”, usado por bolsonaristas para convidar pessoas para a invasão no 8 de janeiro sem serem barrados pela moderação das redes, como revelado pela Pública.

O canal de Fontes revela que ele esteve acampado na frente do QG do Exército. Um de seus vídeos mostra bastidores da frustrada tentativa de desmonte do local no dia 29 de dezembro, quando a cúpula militar impediu a desmobilização.

No material, está registrado o momento que agentes de segurança do DF retiram-se da área, sob gritos e xingamentos dos acampados. Até o fechamento deste texto, o vídeo tinha 26 mil visualizações e 3,6 mil curtidas no Youtube.

Vale lembrar que, à Pública, os militares já disseram que o desmonte foi cancelado naquele dia porque “o Comando do Exército decidiu pela mudança de modelo da operação”, sem mais detalhes.

A reportagem buscou a defesa de Romário Garcia para saber o motivo de sua visita ao GSI e sua possível relação com Taís Numeriano. Mas a advogada dele – a candidata derrotada a deputada estadual Valdete Miranda (PL-BA), pivô de uma suposta ameaça ao atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT-BA), nas eleições – sequer reconheceu sua responsabilidade pela defesa de Garcia, dizendo apenas que seus clientes no caso “estão respeitando as medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes”.

À Pública, Michel Fontes disse que foi ao GSI porque “teve um dia do Nordeste lá, eu sou nordestino, aí eu ‘tava lá em Brasília e fui lá acompanhar, só. Teve uns cantor (sic) que eu gosto de forró”. A reportagem tentou obter mais detalhes, mas ele encerrou a chamada e não atendeu mais. Taís Numeriano não retornou até o fechamento desta reportagem; caso se manifeste, o texto será atualizado.

No GSI, ex-assessor de Carlos Jordy gravou ameaça velada contra posse de Lula

Ex-secretário parlamentar do deputado Carlos Jordy (PL-RJ), dos nomes fortes da extrema direita no Congresso, o carioca Tacimar Hoendel Silva de Holanda foi outro dos visitantes no GSI de Heleno. Com 354 mil seguidores no Instagram, ele ostenta fotos com Jair e Eduardo Bolsonaro, além dos comentaristas Allan dos Santos e Paulo Figueiredo, influentes no bolsonarismo.

Hoendel possivelmente estava acompanhado do policial militar do Rio de Janeiro Ivan de Araújo Lima – auto-intitulado Cabo Ivan Araújo nas redes – na ocasião. Os dois tiveram suas entradas no GSI registradas, respectivamente, às 15h23 e 15h24 do dia 17 de novembro passado.

O ex-assessor de Jordy postou várias fotos tiradas no acampamento em Brasília, onde foi um dos principais agitadores, entre novembro e dezembro. Candidato derrotado a deputado estadual pelo Rio de Janeiro em 2022, Hoendel registrou sua visita ao GSI na internet, tal como Araújo – que postou vídeos e fotos de sua ida ao Planalto.

Menos de uma hora após sua entrada, Hoendel publicou um vídeo no Facebook intitulado “Se for preciso a gente acampa, mas o l@drãO [sic] não sobe a rampa” – mesmo lema de protestos bolsonaristas que defendiam que o presidente Lula não fosse empossado.

A grafia cifrada do termo “ladrão” serve para tentar driblar a moderação das redes sociais, que tende a derrubar afirmações golpistas e desinformativas. O conteúdo de Hoendel foi visto mais de 3,7 mil vezes, com 1,1 mil curtidas e 128 comentários no Facebook.

Como noticiado pelo portal UOL em dezembro passado, Tacimar Hoendel ilustraria o modo como Jair Bolsonaro se comunicava, cifradamente, com os golpistas acampados em frente aos quartéis. 

As imagens do vídeo confirmam seu local de gravação, o 2º andar do Palácio do Planalto, onde ficavam as salas do GSI à época. No material, o ex-assessor de Carlos Jordy afirma: “Infelizmente não posso falar as coisas que passam pela minha cabeça, senão vou acabar sendo preso. Mas vocês podem ter certeza: bandido nenhum vai subir essa rampa”.

No Twitter, o Cabo Ivan fez uma postagem na mesma linha. Ele exibe a rampa do Palácio do Planalto e diz: “O ladrão não vai subir”.

Uma foto publicada por outro bolsonarista, o blogueiro Allan Frutuozo, fortalece os indícios da presença de Hoendel e Cabo Ivan no acampamento golpista. Dono do canal e site Vista Pátria, ligado à extrema direita, Frutuozo está ao lado de ambos na imagem, captada em frente ao QG do Exército: “Firmes na luta pelo Brasil”, escreveu o blogueiro em 25 de novembro. A foto teve mais de 2,2 mil curtidas.

À Pública, Cabo Ivan inicialmente disse que não se recordava da visita ao GSI e que não lembrava se teria ido acompanhado de Tacimar Hoendel. “Na verdade eu nem sei aonde é!”, disse Araújo.

A reportagem então perguntou se ele se lembrava de ter ido ao Palácio do Planalto, ao que ele respondeu “acho que fui em novembro”. Logo depois, admitiu que visitou o prédio com Tacimar Hoendel: “Então, eu não conversei com ninguém. Na verdade eu quase nem entrei lá. Eu só fui acompanhar ele”, afirmou. Disse que a visita durou cerca de 15 minutos e que só ficou “esperando”. Questionado sobre sua relação com Hoendel, Araújo disse que o havia conhecido “há pouco tempo”.

A Pública enviou perguntas a Tacimar Hoendel, para entender o motivo de sua visita ao GSI e sua relação com o acampamento golpista em frente ao QG do Exército, mas não houve retorno até o fechamento da reportagem. Caso se manifeste, o texto será atualizado. 

Militar da reserva que assinou carta golpista também foi ao GSI

A lista de visitantes também revela a presença de um militar que publicamente questionou as eleições, o general-de-divisão da reserva do Exército Humberto Francisco Madeira Mascarenhas, mais conhecido nas redes como General Madeira.

Ex-comandante da 8ª Região Militar do Exército, Madeira esteve no órgão comandado pelo general Heleno em 8 de novembro passado, quando trabalhava no gabinete do deputado federal Coronel Armando (PL-SC) – atualmente secretário de Defesa Civil de Santa Catarina no governo do bolsonarista Jorginho Mello (PL). O deputado apoiou os acampamentos em frente aos quartéis, como se vê em suas redes.

A ligação de Madeira com Coronel Armando ganha relevância a partir de uma postagem feita pelo congressista em 7 de novembro, véspera da ida de seu assessor ao GSI. No conteúdo, Armando cita o relatório das Forças Armadas sobre as eleições, que seria divulgado no dia seguinte à visita de Madeira. Como já se sabe, o relatório do ministério da Defesa não apontou indícios de fraude no sistema eleitoral.

Semanas após sua visita ao GSI, o General Madeira foi um dos 221 militares que assinaram uma carta aberta, de teor golpista, endereçada aos comandantes das Forças Armadas. O documento pedia apoio às demandas dos acampados – em outras palavras, apoio à intervenção militar, tão aventada na frente dos quartéis.

Defensor do voto impresso, Madeira também deu declarações ambíguas sobre as eleições na esfera bolsonarista da internet. “Se ocorrer alguma coisa em decorrência de ilegalidades, essa ilegalidade não será enfiada goela abaixo. Sem querer sugerir alguma coisa, nós já vimos que historicamente as Forças Armadas nunca ficaram, nunca deixaram de socorrer à nação”, disse o militar em entrevista ao podcast Fala Glauber, pouco antes do segundo turno.

A Pública enviou perguntas ao ex-deputado Coronel Armando, para entender qual o motivo da ida de seu então assessor General Madeira ao GSI durante a crise dos acampamentos golpistas, mas não houve resposta até o fechamento do texto. Caso se manifestem, a reportagem será atualizada.

A lista obtida pela Pública revela também visitas de outros congressistas de direita e seus assessores ao GSI, como o deputado federal Dr. Luiz Ovando (PP-MS) e sua assessora Fabíola Fraga no fim da tarde de 9 de novembro – dia da divulgação do relatório das Forças Armadas sobre o sistema eleitoral.

À época, o deputado era vice-líder do PP na Câmara dos Deputados. A ida ao GSI foi registrada em suas redes, com uma foto sua ao lado do general Heleno. Uma semana após a visita, Ovando deu declarações questionando o resultado das eleições à emissora Jovem Pan.

A Pública apurou junto ao gabinete de Ovando que ele conheceria o general Heleno “há algum tempo” e que sua visita ao GSI teria sido “de cortesia, para entender o panorama político pós-eleições e discutir como posicionar a direita em relação às pautas” do futuro governo.

A lista obtida pela Pública mostra ainda visitas do deputado Rodrigo de Castro (União-MG), aliado do deputado federal e ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves (PSDB), com sua entrada registrada às 10h07 de 14 de dezembro, e da então assessora parlamentar sênior do ex-senador Fernando Collor (PTB-AL), Lúcia Feijó Barroso, que foi ao GSI às 11h41 do dia 4 de novembro, pouco após o segundo turno, e às 16h36 de 8 de dezembro, antes da diplomação do presidente Lula.

A Pública não conseguiu contato com Collor e sua ex-assessora. Já o deputado Rodrigo de Castro não respondeu até o fechamento do texto; caso se manifestem, a reportagem será atualizada. 

fonte: Brasil 247 com Agência Pública

Governo aumentou os juros do consignado após pressão dos bancos

 Alguns bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Pan e Caixa Econômica Federal, anunciaram a retomada da operação

Consultor diz que não é bom misturar FGTS e crédito consignado (Foto: Wilson Dias / ABr (29.12.2009))

Reuters - O Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aumentou nesta terça-feira o teto de juros dos empréstimos consignados a beneficiários do INSS para 1,97% ao mês ante o limite anterior de 1,70%, depois que bancos públicos e privados suspenderam essas operações em reação a uma redução dos juros neste mês que gerou atrito no governo e provocou críticas de instituições financeiras.

Alguns bancos, como Banco do Brasil, Bradesco, Pan e Caixa Econômica Federal, anunciaram a retomada da operação de empréstimo consignado a beneficiários do INSS, depois que o CNPS elevou o teto dos juros da modalidade.

O Banco do Brasil disse que o retorno da operação ocorrerá "imediatamente" e o Bradesco afirmou que retomará a linha na quarta-feira, enquanto o Pan prevê ofertar novamente a modalidade a partir de quinta-feira. Já a Caixa disse que retomará a modalidade imediatamente após a publicação de instrução normativa no Diário Oficial da União.

Diversas instituições financeiras haviam anunciado a suspensão de operações de consignado do INSS após a redução no limite dos juros pelo CNPS de 2,14% para 1,70% ao mês.

"Nós recuamos no que a gente tinha proposto inicialmente, continuo achando a taxa alta, mas temos que fazer o que é possível, nem sempre é o que a gente quer, o que é possível, então foi feito o que é possível", disse a jornalistas o ministro da Previdência Social e presidente do CNPS, Carlos Lupi, ao anunciar a decisão do Conselho.

Mais cedo, uma fonte com conhecimento da questão havia antecipado à Reuters que o governo deveria reduzir o limite de juros do consignado do INSS a 1,97% ao mês. Na modalidade cartão de crédito, o teto passou para 2,89% ante 2,62%.

A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), principal representante dos bancos, havia criticado a medida adotada em meados de março, afirmando que iniciativas do tipo geram distorções nos preços dos produtos financeiros e tendem a reduzir a oferta de crédito mais barato. A entidade participou diretamente das negociações com o governo nas últimas semanas.

Nesta terça, a Febraban destacou em comunicado que "caberá a cada instituição financeira, diante de sua estratégia de negócio, avaliar a conveniência de concessão do consignado para os beneficiários do INSS no novo teto de juros fixado pelo Conselho de Previdência".

A primeira decisão --que se deu sem que tenha havido redução na taxa básica de juros do país, atualmente em 13,75% ao ano-- não contou com apoio do Ministério da Fazenda, que não ocupa nenhuma cadeira no CNPS e passou a pressionar por uma reversão da medida, mesmo que parcial, de forma a levar o teto a patamar entre 1,9% e 2% ao mês.

Lupi afirmou que agora espera que "todo esse sistema financeiro" volte a atuar na oferta de crédito consignado a beneficiários do INSS, e acrescentou que o governo vai aprofundar a discussão sobre o papel dessa linha de crédito mediante o "grande endividamento por que passam grandes quantidades de aposentados e pensionistas e os assédios indevidos."

Além de Lupi, o Conselho é composto também por seu secretário-executivo e outros cinco membros da pasta da Previdência, além de três representantes de aposentados e pensionistas, três dos trabalhadores e três dos empregados.

Para chegar aos novos patamares, o governo fez rodadas de negociações entre representantes de Previdência, Fazenda, Casa Civil e instituições financeiras.

Nesta terça-feira, as tratativas foram levadas para mediação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, antes da decisão final tomada na reunião extraordinária do Conselho.

Em nota, o Citi avaliou a nova decisão do conselho como "positiva" para os bancos.

"Primeiro, indica poder de barganha dos bancos e um grau de abertura para discussões por parte do governo, que juntos amenizam os riscos de aplicação regulatória. Em segundo lugar, o novo limite parece fazer sentido econômico para os bancos, uma vez que a curva de rendimentos recentemente se deslocou para baixo, aliviando os custos de financiamento", disse o banco norte-americano.

Segundo Lupi, representante dos bancos na reunião do CNPS se absteve na votação desta terça-feira. "Mas não é possível, depois de nós mostrarmos claramente o recuo pela pressão que eles fizeram saindo do mercado, que eles vão jogar dinheiro fora pela janela, não vão, tenho certeza disso", disse Lupi.

Fonte: Brasil 247 com Reuters