A queda na circulação em 2022 foi a segunda maior desde 2016, ficando atrás somente de 2020, quando começou a pandemia de Covid-19
A circulação de jornais impressos no Brasil diminuiu em 16,1% ao longo de 2022, segundo levantamento do Poder360 com dados do IVC (Instituto Verificador de Comunicação). A pesquisa levou em consideração os 15 principais jornais brasileiros que ainda mantêm suas edições em papel: O Globo, Estado de S. Paulo, Super Notícia, Folha de S. Paulo, Zero Hora, Extra, Meia Hora, Valor Econômico, Estado de Minas, Correio Braziliense, O Tempo, A Tarde, Diário do Pará, O Popular e O Povo."A soma dos exemplares impressos de 2022 equivale a apenas 46,7% do total de 4 anos atrás, quando começava o governo de Jair Bolsonaro e a tiragem chegava a 843.231. Nas plataformas digitais, a compensação também foi menor do que a esperada", diz a reportagem.
A circulação da versão impressa do jornal O Globo, por exemplo, caiu 9,5% de 2021 para 2022. No caso do Estado de S. Paulo, a redução foi ainda maior, de 14,3%.
A segunda maior queda foi na tiragem da Folha de S. Paulo, que sofreu uma redução de 27,4%. Em 2015, o jornal da família Frias tinha uma tiragem de 175.440 exemplares diários.
O número despencou para 48.084. É uma retração de 72,6% em 7 anos.
Professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Carlos Eduardo Lins da Silva diz que a queda na circulação dos impressos se deve à incapacidade dos veículos de se adequarem às novas formas da sociedade se informar. “As necessidades informativas da sociedade passaram a ser supridas com mais velocidade e praticidade por veículos eletrônicos que chegam ao consumidor por meio de seus telefones celulares e outros aparelhos móveis, com áudio, vídeo, interação”.
Essas empresas, segundo o professor, "insistem em manter seu conteúdo como se não houvesse a concorrência dos que estão na internet, oferecendo notícias que a maioria absoluta das pessoas já obteve por outros meios".
A queda na circulação de jornais impressos no país em 2022 foi a segunda maior desde 2016, ficando atrás somente de 2020, quando começou a pandemia de Covid-19.
Na avaliação de Lins da Silva, veículos que se alinharem a causas - "como o combate ao aquecimento global, direitos de minorias, aumento da diversidade cultural” - terão mais espaço daqui para frente.
Fonte: Brasil 247 com Poder 360