Governador eleito de São Paulo ainda defendeu que Bolsonaro 'saia do casulo' e falou sobre as câmeras nos uniformes da PM, que serão mantidas e ajustadas
247 - Governador eleito de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou à CNN Brasil nesta segunda-feira (5) que nunca foi um "bolsonarista raiz" e indicou que poderá fazer uma gestão mais moderada.
Ele declarou que não pretende entrar em "guerra ideológica e cultural". "Eu nunca fui bolsonarista raiz. Comungo das ideias econômicas principalmente desse governo Bolsonaro. A valorização da livre iniciativa, os estímulos ao empreendedorismo, a busca do capital privado, a visão liberal. Sou cristão, contra aborto, contra liberação de drogas, mas não vou entrar em guerra ideológica e cultural".
Segundo o jornal O Globo, Tarcísio chegou a elogiar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, um dos principais desafetos de Jair Bolsonaro (PL) no tribunal. O governador eleito disse que não repetirá o erro de Bolsonaro de "tensionar com Poderes". "Não vou fazer o que erramos no governo federal de tensionar com Poderes. Vamos conversar com ministros do STF. E Barroso é um ministro preparadíssimo, razoável. Sempre que eu, na condição de ministro (da Infraestrutura), precisei dele, ele ajudou o ministério. Sempre votou a favor das nossas demandas. Mas 'os caras' me esculhambaram".
Tarcísio também defendeu que Bolsonaro saia do 'casulo'. O ocupante do Palácio do Planalto não tem dado declarações públicas e tem participado de pouquíssimos eventos públicos desde que foi derrotado nas urnas pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Para o governador eleito, Bolsonaro deveria se portar como "liderança de centro-direita", sendo uma voz crítica ao próximo governo.
Sobre o convite para que o ministro da Economia, Paulo Guedes, assumisse a Secretaria de Fazenda de São Paulo, Tarcísio afirmou que a chance de Guedes aceitar é pequena. O ex-assessor de Guedes Samuel Kinoshita deve ser o secretário.
Sobre o diálogo com Lula, Tarcísio afirmou que não haverá problemas. "Obviamente, quando for chamado, depois da posse, vou lá sem problema nenhum . E quando entender que preciso recorrer a ele (Lula), também. Graças a Deus, São Paulo depende pouco, mas há muitas áreas em comum. Políticas de habitação são complementares, a saúde só funciona bem quando for complementar a atuação, tem sempre a questão da recuperação da saúde financeira das Santas Casas".
Sobre as câmeras nos uniformes dos policiais militares, medida que reduziu a letalidade policial e aumentou a eficiência da Polícia Militar, Tarcísio disse que irá manter e ver que ajustes podem ser feitos.