O
Paraná amanheceu com uma rodovia parcialmente bloqueada por manifestantes
pró-Bolsonaro e defensores do golpe militar, o que é crime. A rodovia
interditada é BR-153, em Em União da Vitória. No quilômetro, segundo
informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o tráfego flui no sistema siga
e pare. De acordo com informações da assessoria da Polícia Militar do Paraná
(PMPR), não há bloqueio em rodovias estaduais.
Caminhoneiros
bolsonaristas organizam greve e novas interdições em estradas nesta sexta-feira,
18, após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF),
determinar o bloqueio de contas de empresários suspeitos de financiar os atos
antidemocráticos do início de novembro. A Polícia Rodoviária Federal (PRF)
informa que novamente há obstruções em rodovias federais.Até a tarde de ontem,
outras 6 vias com fluxo totalmente interrompido. Rondônia é o Estado que mais
concentra bloqueios. Em Mato Grosso, há três pontos de interdição parcial.
Áudios que
circulam em grupos bolsonaristas dão conta de caminhoneiros que sugerem
“trancar” as rodovias e, inclusive, resistir à ação policial. Uma pessoa não
identificada afirma que pode não desistir do ato mesmo se levar tiros de
borracha. Os áudios sugerem obstruir vias em municípios de Mato Grosso, como
Sinop e Campo Novo do Parecis, a partir do meio-dia desta sexta-feira.
O presidente da
Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotivos (Abrava), Wallace
Landim (conhecido como Chorão), afirmou ao Estadão que a categoria não apoia os
bloqueios, que, segundo ele, são planejados por uma pequena parcela de
caminhoneiros. “Não é um movimento dos caminhoneiros, é uma ala extremista (…)
está sendo cometido um crime”, disse.
Há, ainda, a
suspeita de que os bloqueios estejam sendo encorajados pelos empregadores
desses motoristas, no caso daqueles que trabalham para as empresas que tiveram
suas contas bloqueadas pelo STF. Se confirmada, a prática caracteriza locaute e
prevê responsabilização legal.
A Abrava admitiu
acionar a Justiça para pedir indenização aos caminhoneiros autônomos que sejam
impedidos de circular pelas rodovias. “Eu já ouvi caminhoneiro autônomo falando
que ‘vai passar por cima’, isso é perigoso”, afirmou Chorão.
Na primeira
semana de novembro, apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram
responsáveis por bloquear total ou parcialmente mais de mil trechos de rodovias
federais e estaduais. Também tem sido comum que manifestantes façam protestos
na entrada de comandos militares. Os atos são contra a vitória de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) nas urnas e pedem que haja uma “intervenção federal” para
impedir a posse do petista.
Fonte:
Bem Paraná