segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Alckmin anuncia novos nomes do Gabinete de Transição nesta segunda

 O pronunciamento está previsto para às 15h, em São Paulo (SP)

(Foto: Reprodução)

247 - O vice-presidente da República eleito e que comanda a equipe de transição, Geraldo Alckmin (PSB), anunciará nesta segunda-feira (14), novos nomes da equipe de áreas temáticas do Gabinete de Transição.

O pronunciamento está previsto para às 15h, em São Paulo (SP). 

O gabinete já tem 57 nomes confirmados que começarão a trabalhar oficialmente após a publicação no Diário Oficial da União (DOU). Mas cerca de 100 pessoas integrarão o grupo, desde selecionados até voluntários. 

Janja: "Quero ressignificar o conteúdo do que é ser uma primeira-dama"

 A socióloga Janja, esposa do presidente Lula, diz que se inspira em Eva Perón, da Argentina, e Michelle Obama, dos Estados Unidos

(Foto: RICARDO STUCKERT)


247 - A futura primeira-dama do Brasil Rosângela da Silva, a Janja, revelou que quer ressignificar o conteúdo do que é ser primeira-dama. 

Em entrevista ao ‘Fantástico’, da qual o jornal O Globo reproduziu trechos na edição desta segunda-feira (14), a socióloga disse ainda que se inspira em Eva Perón e Michelle Obama e contou que partiu dela a ligação de Lula a Simone Tebet.

"Talvez eu queira ressignificar o conteúdo de o que é ser uma primeira-dama, trazendo pautas para as mulheres, e as famílias. Talvez seja um papel mais de articulação com a sociedade civil", afirmou.

Nesse contexto de maior participação, Janja declarou que duas primeiras-damas que lhe servem de inspiração são Eva Perón, da Argentina, e Michelle Obama, dos Estados Unidos. "Quando eu fui para Argentina, eu visitei a Casa de Evita, museu de Evita Perón, e me revelaram algumas coisas sobre a história dela que eu acho que nem todo mundo na sociedade brasileira conhece".

Janja contou sobre a tensão vivida durante a apuração do segundo turno: "No momento do resultado, a gente estava no escritório. Foi um momento muito... tipo, “respiramos”. Respiramos porque foi uma apuração difícil. Ganhamos, e a primeira coisa que ele queria fazer era sair e abraçar o pessoal que ficou à tarde inteira ali no portão".

Janja também se referiu ao papel que desempenhou na iniciativa de convidar a senadora Simone Tebet para a aliança com Lula. "Eu falei com a senadora, e os dois (Lula e Tebet) conversaram. Não foi nada de 'você vai ligar' ou isso. Eu não tenho nenhum papel de articulação política. (...) Era importante conversar com ela e, primeiro, dizer que foi uma campanha bonita que ela fez".

Sobre críticas internas feitas durante a campanha eleitoral de filiados do PT de que ela estaria se envolvendo demais na campanha, Janja diz que não se abalou.

Corregedor nacional do MP manda procuradora bolsonarista apagar postagens ‘antidemocráticas’ nas redes sociais

 Ana Tereza Abucater também também foi proibida de fazer novas publicações contra o "processo eleitoral ou a autoridade das decisões proferidas pelos poderes constituídos"

Corregedor nacional do Ministério Público, Oswaldo D’Albuquerque (Foto: CNMP/Divulgação)

247 - O corregedor nacional do Ministério Público, Oswaldo D’Albuquerque, determinou que Ana Tereza Abucater, procuradora de Justiça do Ministério Público do Pará, apague postagens de cunho “antidemocráticos” postadas em suas redes sociais, diz o jornalista Fausto Macedo em sua coluna no jornal O Estado de S. Paulo. 

Ainda segundo a reportagem, Abucater “também foi proibida de fazer novas publicações que ‘afrontem a lisura e confiabilidade do processo eleitoral ou a autoridade das decisões proferidas pelos poderes constituídos’”.

“Bolsonarista declarada, Ana Tereza Abucater defendeu os protestos que fecharam estradas após a derrota do presidente Jair Bolsonaro (PL), disse que eleição ‘não se toma’ e que o Supremo Tribunal Federal ‘não tem autoridade sobre a manifestação’”, ressalta o jornalista no texto.

A decisão de Oswaldo D’Albuquerque atendeu a um pedido da vereadora de Belém e deputada estadual eleita Livia Duarte (PSOL). Ela também solicitou que o Ministério Público do Estado também abra um procedimento disciplinar sigiloso visando apurar a conduta da procuradora. 

PGR pede arquivamento de investigações contra Bolsonaro antes que ele perca o foro privilegiado

 Procuradoria-Geral da República, comandada por Augusto Aras, solicitou o arquivamento de dez investigações e inquéritos criminais abertos contra Bolsonaro

Jair Bolsonaro cochicha com procurador-geral da República, Augusto Aras (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)


247 - A Procuradoria-Geral da República, comandada por Augusto Aras, solicitou novos pedidos de arquivamento de dez investigações e inquéritos criminais abertos contra Jair Bolsonaro (PL)  desde setembro. A movimentação foi feita antes de Bolsonaro perder o foro privilegiado a que tem direito em função de sua derrota eleitoral no pleito de outubro. 

“Em pelo menos cinco destes inquéritos relacionados ao relatório final da CPI da Covid, as solicitações foram negadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Em três deles, a Corte deu à Polícia Federal o protagonismo de parte das investigações”, diz o jornal O Estado de S. Paulo

Ainda segundo a reportagem, as investigações serão enviadas pelo STF ao Ministério Público Federal (MPF) em primeira instância, caso não sejam encerradas até o último dia de dezembro.

Além da inação na pandemia de Covid-19, o atual ocupante do Palácio do Planalto também é alvo de três inquéritos sob relatoria do ministro  do STF Alexandre de Moraes que tratam da disseminação de fake news. Em dois casos, a PGR também solicitou o arquivamento dos processos. 

Uma outra investigação sobre uma suposta interferência política do governo na Polícia Federal (PF) também tece o seu pedido de arquivamento solicitado pela PGR.  A PF também se manifestou de forma favorável pelo fim do inquérito. 

“Após deixar o governo federal, o presidente também voltará a responder por ações penais pelos crimes de injúria e incitação ao crime, referentes a uma queixa-crime movida pela ex-ministra Maria do Rosário (PT)”, ressalta a reportagem. 

Após deixar o Planalto, Bolsonaro também poderá ser investigado em função de denúncias envolvendo um esquema de rachadinha que teria funcionado em seu gabinete à época em que era deputado. 

Lula poderá atribuir papel decisivo a Lewandowski na escolha de integrante do STF

 Presidente eleito quer priorizar garantistas nas escolhas para o STF

Lewandowski e Lula. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF | Ricardo Stuckert/Instituto Lula)


247 - O ministro Ricardo Lewandowski será fundamental na escolha do seu sucessor no STF (Supremo Tribunal Federal) pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), informa a Folha de S.Paulo. O magistrado será o primeiro a sair da corte em maio e abrir vaga para nova indicação de Lula.

Em outubro, sairá Rosa Weber, atual presidente do tribunal. Essas são as únicas duas vagas que Lula poderá preencher nos seus quatro anos de mandato, caso nenhum outro ministro decida antecipar a aposentadoria.

Dada a importância do Supremo, pessoas próximas a Lula afirmam que ganhou corpo na campanha a tese de que é preciso priorizar nomes mais jovens, que poderão ficar por muitos anos no tribunal.

Além disso, também tem reverberado na cúpula do partido a necessidade de indicar ao menos um advogado do campo criminal, área em que prevalece um perfil mais garantista. 

Justamente por simbolizar o perfil garantista desejado, Lewandowski tem sido visto como um nome importante nas articulações para a própria sucessão.

Carta da Amazônia será lançada na COP27 na presença de Lula

 Presidente eleito fará pronunciamento na quarta-feira (16)

Lula e indígenas na Amazônia (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) viaja nesta segunda-feira (14) para a COP27, a conferência da ONU (Organização das Nações Unidas) sobre mudanças climáticas. Seus compromissos oficiais começam na quarta (16).

A agenda inclui encontro com governadores da Amazônia Legal e autoridades internacionais, pronunciamento na área da ONU e participação no fórum de povos indígenas e mudanças climáticas.

Na quarta-feira (16), às 11h (horário de Sharm el-Sheikh; 6h no horário de Brasília) Lula participará do evento Carta da Amazônia, com os governadores de Amapá, Acre, Mato Grosso, Pará, Tocantins e Rondônia.

O grupo pretende entregar a Lula um plano com detalhamento de ações para controle do desmatamento, informa a Folha de S.Paulo.

O governador reeleito do Pará, Helder Barbalho (MDB) foi o responsável por convidar Lula para a COP27.

Ainda na quarta, às 17h15, no horário do Egito, Lula fará seu pronunciamento oficial na COP27, na área da ONU.

Na quinta (17), às 10h do horário local, o presidente eleito participa de um encontro com organizações da sociedade civil brasileira no Brazil Hub, e, às 15h, do Fórum Internacional dos Povos Indígenas para Mudanças do Clima.

Bolsonaristas perseguem Gilmar, Barroso, Moraes e Lewandowski em NY (vídeos)

 Imagens dos ataques contra os ministros do STF foram divulgadas em perfis bolsonaristas nas redes sociais

(Foto: Reprodução Twitter)


247 - Os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes, foram hostilizados por manifestantes bolsonaristas neste domingo (13) em Nova Iorque (EUA), onde participam do evento Lide Brazil Conference, que acontece nos dias 14 e 15 de novembro. O lide Brasil é organizado pelo ex-governador de São Paulo João Doria. 

As imagens divulgadas por canais bolsonaristas nas redes sociais mostram os ministros sendo provocados e xingados pelos manifestantes que não aceitam a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no pleito de outubro. 

Os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre de Moraes também foram provocados e perseguidos e provocados quando estavam fora da área do evento. 



 

 



domingo, 13 de novembro de 2022

Isolado no Brasil e no mundo, Bolsonaro não vai à cúpula do G20

 Bolsonaro não irá à cúpula do G20, gesto inédito entre os presidentes brasileiros e marca um fim melancólico de seu governo, assinala o jornalista Jamil Chade no UOL

Em 2021, na cúpula do G20, em Roma, Bolsonaro ficou no ostracismo, em sua condição de pária internacional (Foto: Alan Santos/PR)


247 - Jair Bolsonaro termina seu mandato à frente do Poder Executivo brasieiro de maneira melancólica. Derrotado nas urnas por Luiz Inácio Lula da Silva, à frente de uma ampla coalizão de forças progressistas, isolado politicamente no país e repudiado em todo o mundo, o ocupante do Palácio do Planalto não vai à cúpula do 620, que se realiza na próxima semana em Bali, Indonésia. 

O Brasil será representado pelo chanceler Carlos França.  "O encontro tem em sua agenda alguns dos principais temas internacionais, num grupo considerado como o diretório do planeta", sublinha o jornalista Jamil Chade no UOL.

Completamente marginalizado no mundo, Bolsonaro se deu conta que nenhum outro governo desejava manter reuniões com ele e que o foco da comunidade internacional é mesmo com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva. Nenhuma reunião bilateral havia sido agendada para ele, escreve Chade. 

Isto atesta a irrelevância do governo Bolsonaro. De acordo com o jornalista, trata-se de um réquiem "de um governo que apequenou o Brasil no mundo".

Para diplomatas estrangeiros, a ausência de Bolsonaro é uma mistura de alívio e de "pena" diante do colapso de uma política externa de um país que servia de referência ao mundo, ressalta Chade, ao apontar a condição de pária internacional do Brasil sob o governo de Bolsonaro.

Em 2021, na cúpula do G20, em Roma, Bolsonaro ficou no ostracismo, em sua condição de pária internacional



Exames de Lula mostram inflamação na laringe, “por esforço vocal”, e remissão do tumor combatido em 2011

 


O Hospital Sírio Libanês, de São Paulo, emitiu no meio desta tarde uma nota sobre a “avaliação clínica multidisciplinar de rotina” a que se submeteu o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva.

De acordo com o boletim médico, Lula foi diagnosticado com inflamação na laringe, na altura das cordas vocais, em razão de ter falado bastante. Ele teve “alterações inflamatórias decorrentes do esforço vocal e pequena área de leucoplasia na laringe”.

doutor Roberto Kalil Filho, que assina a nota, informou que leucoplasia é uma mancha ou placa branca da mucosa da corda vocal, geralmente benigna.

Outro exame confirmou que Lula teve remissão do tumor diagnosticado no próprio Hospital Sírio Libanês em 2011. Ele fez tratamento contra câncer na laringe. Agora, os testes não indicaram mais células cancerígenas no organismo.

Leia, abaixo, a íntegra do boletim médico:

Nota do Hospital Sírio Libanês

“O Presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva esteve hoje no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, para avaliação clínica multidisciplinar de rotina.

Foram realizados exames de imagens: ecocardiograma, angiotomografias, PET scan e nasofibroscopia, que estão normais e seguem mostrando completa remissão do tumor diagnosticado em 2011.

O exame de nasofibroscopia mostra alterações inflamatórias decorrentes do esforço vocal e pequena área de leucoplasia na laringe.

O presidente eleito foi acompanhado pelas equipes médicas coordenadas pelo Prof. Dr Roberto Kalil Filho, Dr. Artur Katz e Dr. Rubens Brito.”

Fonte: Agenda do Poder

OEA recomenda que Brasil estabeleça por lei ferramentas de combate às fake news

 Missão da OEA classificou a disseminação massiva de desinformação como "um dos desafios mais complexos enfrentados pelo sistema eleitoral do Brasil"

(Foto: Pixabay | Fellipe Sampaio/SCO/STF)

Danilo Vital, Conjur Para que a Justiça Eleitoral tenha ferramentas adequadas e eficazes para combater a desinformação sem desrespeitar princípios constitucionais e as normas interamericanas sobre direitos humanos, o Brasil precisa fazer uma reforma legal, com debate o mais amplo possível entre as partes interessadas e especialistas.

Essa foi a recomendação feita pela missão de observação eleitoral da Organização dos Estados Americanos (OEA) em relatório preliminar enviado ao Tribunal Superior Eleitoral após o segundo turno das eleições presidenciais. O órgão, que elogiou o empenho e o sucesso do país no pleito, dedicou um tópico ao tema "desinformação e liberdade de expressão".

 A missão classificou a disseminação massiva de desinformação como "um dos desafios mais complexos enfrentados pelo sistema eleitoral do Brasil" neste ano e destacou o crescimento de 1.671% no número de reclamações recebidas pelo Tribunal Superior Eleitoral sobre o uso de fake news para influenciar o eleitorado.

 Como esse enfrentamento gerou impacto relevante na liberdade de expressão do brasileiro e nos discursos políticos feitos no país, a OEA usou a jurisprudência da Corte Interamericana de Direitos Humanos sobre o tema para claramente deixar um alerta.

A corte já reconheceu a liberdade de expressão como fundamental para a preservação da democracia, embora admita que ela possa ser tolhida para enfrentar a desinformação. No entanto, qualquer regulamentação nesse sentido deve atender a requisitos de legalidade, necessidade e proporcionalidade.

 "A existência de um marco jurídico claro e robusto contra a desinformação em matéria eleitoral garante a segurança jurídica e fortalece a eficácia das respostas de todas as partes envolvidas", diz trecho do relatório da OEA. Até o momento, esse marco não existe. 

O que aconteceu no TSE

 A recomendação de usar o processo legislativo para criar ferramentas de combate à desinformação contrasta com o que o TSE precisou fazer para evitar que a disseminação massiva de fake news desequilibrasse a campanha presidencial.

 Durante toda a corrida eleitoral, a corte julgou representações por propaganda irregular com um rigor turbinado pela atualização de conceitos e estratégias de desinformação. O TSE ainda fez ajustes normativos de última hora para dar conta do mundo real.

 No principal deles, editou resolução para combater a explosão das fake news no segundo turno. Foi quando o tribunal ampliou sensivelmente seu poder de polícia — a possibilidade de controlar, evitar e limitar toda atividade que possa afetar de forma negativa a coletividade.

Dessa maneira, o TSE ganhou a possibilidade de, de ofício, estender decisões de retirada de conteúdo a outras URLs e postagens que não necessariamente foram alvos de representação na Justiça Eleitoral, além de acionar diretamente as redes sociais, que ficaram sob risco de punições mais custosas, calculadas por hora de descumprimento.

 Essa resolução teve a constitucionalidade contestada pela Procuradoria-Geral da República, mas acabou mantida liminarmente pelo Supremo Tribunal Federal.

 As críticas à atuação do TSE alcançaram o ápice em 20 de outubro, quando a corte referendou a decisão de desmonetizar canais bolsonaristas propagadores de desinformação e adiar a estreia de um documentário cujo conteúdo sequer era conhecido — o que, segundo especialistas consultados pela revista eletrônica Consultor Jurídico, não configurou censura.

 Esse cenário começou a ser formado ainda em 2018, quando eleitores, candidatos e a Justiça Eleitoral foram apanhados de surpresa por estratégias digitais que, mais tarde, geraram risco de cassação da chapa do presidente Jair Bolsonaro.

 No ano seguinte, o STF começou a investigar a existência de uma organização financiada por empresários com o objetivo de aplicar essas estratégias para fragilizar as instituições brasileiras, em troca de capital político. 

 A possibilidade de uma crise de confiança na democracia fez o TSE passar os últimos quatro anos formando um enorme cerco para proteger a legitimidade do sistema eleitoral brasileiro. Toda essa preparação, porém, foi insuficiente para evitar que a desinformação e a polêmica em torno dela se intensificassem nas eleições deste ano. 

 Melhor por lei

A forma como o TSE direcionou seu esforços finais na luta contra as fake news dividiu os advogados consultados pela ConJur. Em um ponto, no entanto, eles são unânimes: melhor será fazer todas essas definições pelo devido processo legislativo, como recomendou a missão da OEA.

Presidente da Comissão de Direito Político e Eleitoral do Instituto dos Advogados de São Paulo (Iasp), Fernando Neisser definiu a atuação do TSE como contundente, mas correta, feita em uma baliza de controle severa, mas isonômica, tudo dentro da legalidade e para cumprir o comando constitucional de proteger a normalidade das eleições.

"Não parece ter havido excessos dignos de crítica na atuação do TSE até o presente momento", disse. "Mas concordo que melhor seria ter uma legislação mais robusta para o enfrentamento à desinformação, para que inclusive deixe de haver esse tipo de questionamento, de crítica."

 Segundo a advogada Paula Bernardelli, o rigor com que o TSE agiu foi justificado num cenário preocupante, em que a credibilidade do sistema foi colocada em cheque de forma criminosa. "O combate à desinformação é um tema central para a proteção do sistema democrático atualmente."

Já o advogado Alexandre Rollo entende que o TSE ultrapassou limites e invadiu a seara do Legislativo ao editar resoluções de combate às fake news. "Não se criam penas, como ocorreu, através de resoluções. Isso cabe ao Poder Legislativo e aos representantes do povo, mas entendo que situações excepcionais demandam reações excepcionais."

"Não se pode permitir que a desinformação seja a grande 'eleitora' nas disputas e que ela altere o resultado de uma eleição. O princípio da lisura das eleições deve ser respeitado e isso foi garantido pelo TSE, que, nesse ponto, merece todos os elogios", completou ele.

 No intuito de construir pela via legislativa ferramentas adequadas e eficazes para combater a desinformação, há alguns aspectos que precisam receber especial atenção, de acordo com os especialistas.

Paula Bernardelli avisa que os mecanismos legais precisam combater não apenas a circulação de desinformação, mas especialmente quem lucra e se beneficia diretamente com isso, buscando localizar a origem das fake news em circulação.

Fernando Neisser seguiu a mesma linha. Ele ressaltou que o modelo de combate às notícias falsas hoje permite controle sobre as plataformas digitais, que podem ser multadas, e sobre candidatos e partidos, que ficam sob pena de inelegibilidade e multas. As empresas que fornecem os serviços usados para desinformar em escala industrial, por sua vez, passam incólumes.

Assim, um empresário que vende bancos de dados, programas de disparo de mensagens em massa ou fazendas de bots pode, no máximo, ser alvo de ação de investigação judicial eleitoral, cuja consequência seria a declaração de sua inelegibilidade. O problema é que certamente não se trata de alguém que tenha pretensões de candidatura.

 "É importante que a legislação que está em debate incorpore ilícitos e penas direcionadas exatamente a esse conjunto de atores, com proibição de contratar com campanhas, partidos e poder público, multas severas, apreensão de equipamentos e até a desconstituição da empresa. É preciso que essas pessoas sofram alguma consequência por participarem desses atos ilegais", afirmou Neisser. 

Alexandre Rollo também sugere a criação de multa para o caso de veiculação de desinformação. Isso porque quem é vítima de fake news pode ajuizar representação para excluir o conteúdo falso, pedir direito de resposta e eventual notícia-crime, mas nenhum desses procedimentos prevê punição financeira a quem comete o ilícito. 

"Se além dessas providências fosse possível a aplicação de uma pena de multa ao propagador da desinformação, certamente as pessoas começariam a pensar duas vezes antes de adotar essa prática. A sanção pecuniária seria aplicada em ação de natureza civil, cuja procedência é bem menos difícil do que uma ação de natureza penal."  No Congresso

Há atualmente no Congresso dois projetos de lei que podem oferecer respostas legislativas ao tema do combate à desinformação. Um deles é o novo Código Eleitoral (PLP 112/2021), aprovado em 2021 pela Câmara dos Deputados, mas que não teve tempo de tramitar no Senado antes das eleições deste ano. 

O texto, até agora, acrescenta à legislação brasileira os crimes eleitorais de divulgar notícias falsas e de produzir banco de dados para espalhar informação fora dos limites permitidos. E prevê multa de R$ 30 mil a R$ 120 mil pela disseminação de fatos inverídicos em redes sociais e aplicativos de conversação instantânea nos três meses anteriores às eleições. 

A outra tramitação é do polêmico PL das Fake News (PL 2.630/2020). O último texto discutido na Câmara, e que está pronto para a análise do Senado, entre outros pontos, veta o disparo de mensagens em massa para fins políticos e partidários e a comercialização de softwares que permitam essa prática, mas também estende a imunidade parlamentar aos sites e redes sociais mantidos por parlamentares.

TSE dá prazo de 3 dias para Bolsonaro justificar testemunhas em ações sobre atos do 7 de Setembro

 Ações foram movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke

Benedito Gonçalves e Bolsonaro no desfile de 7 de setembro (Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE | Alan Santos/PR)

247 - O corregedor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Benedito Gonçalves, concedeu um prazo de três dias para que Jair Bolsonaro (PL) e o general Walter Braga Netto, que foi candidato a vice nas eleições deste ano, justifiquem o pedido de inclusão de testemunhas em ações que pedem a investigação do uso político dos atos golpista do 7 de Setembro. As ações foram movidas pelo PDT e pela senadora Soraya Thronicke (União Brasil-MS).

De acordo com o site O Antagonista, no despacho sobre o caso, feito no sábado (12), Gonçalves disse ser necessário comprovar a “utilidade da prova requerida” e que “toda e qualquer iniciativa probatória deve mirar um resultado útil”. 

A ação movida pelo PDT acusa Bolsonaro de “abuso de poder político e econômico na realização de atos de campanha eleitoral durante as comemorações do Bicentenário da Independência do Brasil. Já na petição de Soraya, a senadora solicitou que o presidente fosse proibido de utilizar as imagens dos atos de 7 de Setembro em sua campanha eleitoral ou que o presidente da República tenha sua propaganda em rádio e TV suspensa, com a divisão do tempo para os demais candidatos”.

Segundo o Terra, na resposta aos pedidos de investigação sobre o uso político das comemorações do 7 de Setembro, Bolsonaro e Braga solicitaram que fossem ouvidas 12 testemunhas, incluindo os governadores do Rio, Cláudio Castro (PL); do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB);  e os ministros da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e da Casa Civil, Ciro Nogueira. 

Bolsonaro e Braga Netto solicitaram que fossem ouvidas 12 testemunhas, como os governadores do Rio, Cláudio Castro (PL), do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), e os ministros da Defesa, Paulo Sérgio Nogueira, e da Casa Civil, Ciro Nogueira.

Flordelis é condenada a mais de 50 anos de prisão pela morte do pastor Anderson do Carmo

 Decisão foi tomada neste domingo (13) pela 3ª Vara Criminal de Niterói após mais de seis dias de julgamento

(Foto: Bruno Dantas/TJRJ)

247 - A ex-deputada Flordelis foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pelo homicídio do marido e pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019. Ela foi condenada neste domingo (13) por homicídio triplamente qualificada, tentativa de homicídio duplamente qualificado, além uso de documento falso e associação criminosa armada. “A decisão foi tomada pela 3ª Vara Criminal de Niterói após mais de seis dias de julgamento em júri popular”, destaca o G1.

Além dela, Simone dos Santos Rodrigues, filha biológica da pastora Flordelis, foi condenada pelo júri popular a uma pena de 31 anos e 4 meses de reclusão por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio duplamente qualificado e associação criminosa armada.

Lula terá encontro com John Kerry e deve anunciar COP30 e Autoridade Climática no Brasil

 Questão ambiental e amazônica estará no centro de uma nova relação entre Brasil e Estados Unidos

(Foto: Ricardo Stuckert | ABR)

247 – O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva vai requalificar a relação entre Brasil e Estados Unidos a partir da questão ambiental. Convidado especial da COP27, que se realiza no Egito, ele irá se encontrar com John Kerry, que comanda a Autoridade Climática nos Estados Unidos, e fará também dois anúncios importantes: a criação de uma autoridade climática também no Brasil e o pedido para que o País sedie a COP30, em 2025.

"O presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva é aguardado com enorme expectativa na COP27, a conferência climática da ONU que acontece no balneário egípcio de Sharm el-Sheikh, onde líderes políticos e da sociedade civil esperam poder reunir-se com quem assumirá o poder no Brasil em 1º de janeiro de 2023. Um dos mais interessados, segundo fontes do governo eleito, é John Kerry, o enviado especial para o clima do presidente americano, Joe Biden, além de representantes dos governos da Alemanha e da China, entre outros que participarão do evento que termina em 18 de novembro", informam Janaína Figueiredo e Sergio Roxo, jornalistas do Globo.

"O anúncio mais importante deve ser a confirmação de que, atendendo a uma demanda de ONGs da sociedade civil, o governo eleito vai propor o Brasil como sede da COP30, em 2025. Também poderia ser confirmado o nome do futuro ministro ou ministra do Meio Ambiente, e do que alguns na equipe de transição já chamam de 'Kerry brasileiro', ou seja, uma autoridade especial para tratar da questão ambiental", prosseguem os repórteres. "Entre as propostas para o meio ambiente apresentadas durante a campanha eleitoral está o compromisso de buscar o desmatamento zero na Amazônia e a emissão zero de gases que causam o efeito estufa na matriz energética. Lula também enfatizou, mais de uma vez, que pretende acabar com o garimpo ilegal em terras indígenas. O petista ainda vai criar o Ministério dos Povos Originários", destacam.

Ex-presidente do BNDES, Luciano Coutinho passa a integrar o núcleo de Indústria na transição

Uma das promessas de Lula é a reindustrialização do Brasil

O ex-presidente do BNDES Luciano Coutinho. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)


 247 – O ex-presidente do BNDES nos governos Lula e Dilma, Luciano Coutinho, integrará o núcleo técnico de Indústria, Comércio e Serviço no governo de transição e seu nome foi publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

"Coutinho, ex-presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), integrará a equipe do núcleo técnico de Indústria, Comércio e Serviço. Ele comandou o BNDES entre maio de 2007 e maio de 2016, durante os mandatos de Lula e da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)", aponta reportagem de Antonio Temoteo, no Estado de S. Paulo.

"Entre os membros do núcleo de Indústria, Comércio e Serviço estão Germano Rigotto (ex-governador do Rio Grande do Sul), Jackson Schneider (executivo da Embraer), Rafael Luchesi (diretor-geral do Senai Nacional), Marcelo Ramos (deputado federal pelo Amazonas), André Ceciliano (presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), Paulo Okamoto (ex-presidente do Sebrae), Tatiana Conceição Valente (especialista em economia solidária) e Paulo Feldman (professor da USP)", aponta ainda o jornalista.

APUCARANA: Crianças encantam o público com apresentação de música no Cine Teatro Fênix



Duzentas e quarenta crianças subiram no palco do Cine Teatro Fênix neste sábado (12/11). Elas são alunas dos Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) de Apucarana. Na ocasião, os meninos e meninas apresentaram às suas famílias e à comunidade um pouco daquilo que aprenderam, ao longo do ano letivo, na oficina de musicalização.

A música é uma das formas mais antigas de arte. Os homens começaram a desenvolver as primeiras ações sonoras ainda na pré-história, há mais de 50 mil anos, baseados na observação dos fenômenos da natureza, como o ruído dos trovões e das ondas quebrando na praia. Aliás, o ser humano é naturalmente musical. Mesmo antes do nascimento, ele já convive com o som e o ritmo dos batimentos cardíacos da sua mãe.

Em Apucarana, as aulas de música fazem parte do currículo escolar e são ministradas duas vezes por semana a todos os estudantes, das turmas do Infantil 1 ao 5º ano do Ensino Fundamental. “Por meio delas, as crianças desenvolvem a linguagem, a criatividade, a concentração, a memória, a acuidade auditiva e a socialização. Enfim, a música trabalha muitos atributos importantes ao processo de formação dos indivíduos,” disse a secretária de educação, Marli Fernandes.

O prefeito Junior da Femac parabenizou à equipe pedagógica da Autarquia Municipal de Educação e aos professores da Academia Sebastian Bach pela organização do espetáculo. “As crianças brilharam no palco e levaram muitos pais às lágrimas na plateia. A educação é prioridade na nossa administração porque entendemos que, se ofertarmos uma formação de qualidade na primeira infância, os estudantes terão sucesso em toda a sua vida acadêmica e profissional”, afirmou.

“Muito obrigado às famílias que confiam seus bem mais preciosos, os próprios filhos, à rede municipal de Apucarana. Tenham a certeza de que eu, o prefeito Junior da Femac e toda a nossa equipe, estamos empenhados em oferecer a melhor educação possível para eles,” acrescentou o vice-prefeito, Paulo Vital.

O espetáculo O Castelo Musical foi apresentado em duas sessões, às 14 horas e às 17 horas, no Cine Teatro Fênix. O evento também foi transmitido ao vivo pelo canal da Autarquia Municipal de Educação na plataforma Youtube. O vídeo continua disponível por meio do link: https://youtu.be/5f-PJKbfFlk