O Governo do Paraná estuda ampliar a faixa etária apta a tomar a segunda dose de reforço da vacina contra a Covid-19, conhecida como quarta dose, hoje restrita para os que tem 40 anos ou mais e profissionais de saúde. Segundo o secretário estadual de Saúde, Beto Preto, tema será debatido com os municípios ainda nesta semana.
“Nós devemos fechar uma conversa com o Conselho de Secretários Municipais de saúde do Paraná para esta semana ainda, tentando colocar todo o estoque à disposição dessa primeira dose de reforço e da segunda dose de reforço – que é a que está mais atrasada, e que não chegou a algumas idades menores. Então, por isso, nós queremos abrir o estoque. Quem quiser se vacinar, vai se vacinar”, disse ele, em entrevista ao telejornal Meio Dia, da RPC.
Para não desperdiçar doses, algumas prefeituras já estão aplicando a segunda dose de reforço, com Pinhais, Piraquara e Fazenda Rio Grande.
Nas últimas semanas uma nova subvariante da Ômicron, nominada como “BQ.1”, foi identificada no Brasil e aumentou a preocupação sobre uma possível nova onda da doença. Embora essa nova linhagem seja pouco conhecida e ainda não tenha chegado no Paraná, estima-se que a cepa possua maior risco de reinfecção, reforçando a necessidade da imunização contra a doença.
“O Estado monitora o aparecimento de todas as variantes desde o início e ressalta que a melhor proteção é a vacina. Se hoje temos uma situação epidemiológica estável é graças a vacinação. Por isso precisamos do apoio da população e das equipes municipais para retomar esse processo de imunização e impedir que os números voltem a subir”, alertou Beto Preto.
Em agosto, o Ministério da Saúde estabeleceu um Termo de Cooperação Técnica com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para realização de um estudo quanto à ampliação da validade de vacinas da AstraZeneca com prazo expirado para aplicação, e orientou os Estados que mantivessem esses imunizantes armazenados até a finalização do relatório. Com isso, mesmo em grande volume, as vacinas não foram descartadas. Recentemente, segundo um levantamento preliminar da Sesa e das 22 Regionais de Saúde, além de mais de 500 mil vacinas aptas a alcançarem os paranaenses a qualquer momento, cerca de 1,5 milhão de vacinas contra a Covid-19 fora do prazo de validade estão armazenadas no Centro de Medicamentos do Paraná (Cemepar), nas regionais e nos municípios. Elas foram entregues ao Estado no primeiro semestre deste ano, com validade curta. A maioria é AstraZeneca.
O Paraná registrou uma redução de 95% no número de vacinas aplicadas contra a Covid-19 no intervalo de um ano. Em outubro de 2021, ainda na esteira da grande procura pelo imunizante, foram registradas 2.479.269 doses e em outubro deste ano, apenas 121.779. Os números são da Rede Nacional de Dados de Saúde (RNDS), disponíveis no Vacinômetro Nacional.
Segundo a RNDS, o Paraná é o 5º estado que mais vacinou no País, registrando ao todo a aplicação de 27.876.265 vacinas contra a Covid-19. Destas, 10.179.981 foram primeiras doses (D1), 9.378.983 segundas doses (D2), 338.346 doses únicas (DU), 6.115.097 primeiras doses de reforço (REF), 1.414.520 segundas doses de reforço (R2) e 449.338 doses adicionais (DA).
A cobertura vacinal do público acima de cinco anos para D1 e DU é de 97,86% e para D2 de 92,38%. Já para a REF, a porcentagem cai para quase 63% e para a R2 a cobertura é ainda menor, cerca de 23%. A R2 ou quarta dose é recomendada pelo Ministério da Saúde para pessoas a partir de 40 anos, mas as prefeituras que têm doses estão estimulando a vacinação de público mais jovem.
O número de não vacinados (nenhuma dose) é de 717.713 paranaenses. Os faltosos para D2 somam 1.406.201, para a REF, 5.289.405, e para a R2, 2.639.599 pessoas. Esses números consideram a estimativa populacional de 12 a 80 anos ou mais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2020 e a estimativa do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) de 2016 da população vacinável no Paraná, de 10.747.880 pessoas.
“Nossa cobertura na primeira e segunda dose é ótima, mas precisamos nos atentar aos faltosos nas doses de reforço, que são os imunizantes atualizados para as variantes que foram surgindo com o passar do tempo e vão continuar aparecendo enquanto houver a circulação da Covid-19. Não podemos deixar que a falsa sensação de proteção com as primeiras doses nos impeça de reforçarmos essa imunização e aumentarmos a prevenção contra a doença”, disse Beto Preto.
Todas as pessoas que possuam doses em atraso ou que ainda não tenham se vacinado contra a doença devem procurar uma Unidade de Saúde próxima e agendar sua imunização. As vacinas estão disponíveis nos 399 municípios do Estado.
Fonte: Bem Paraná