domingo, 6 de novembro de 2022

Ascânio Seleme, d’O Globo: “Bolsonaro deve pagar por todos os crimes cometidos”

 O jornalista diz que “deixar o futuro ex-presidente impune seria um insulto à Nação e um risco enorme à democracia mais adiante, dada a sua capacidade de aglutinação política”

Presidente Jair Bolsonaro durante pronunciamento no Palácio da Alvorada 01/11/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - “O cidadão Jair Messias Bolsonaro deve pagar por todos os crimes cometidos pelo presidente Bolsonaro nos seus quatro anos de mandato. Não são poucos, não são banais”, escreve o jornalista Ascânio Seleme, em coluna no jornal O Globo.

De acordo com ele, “deixar o futuro ex-presidente impune seria um insulto à Nação e um risco enorme à democracia mais adiante, dada a sua capacidade de aglutinação política”.

E ainda lembra:

“Somente listados pela CPI da Covid, são nove os crimes a ele imputados. No total, somam mais de 40. Nenhum deles avançou graças ao procurador-geral Augusto Aras, o mais importante engavetador de processos contra presidentes desde Geraldo Brindeiro. O deputado Arthur Lira também colaborou, sentando sobre 95 pedidos de impeachment originais, sete aditamentos e 47 pedidos duplicados”.

Bernardo Mello Franco: “Bolsonaro precisa ser julgado e punido por crimes que cometeu”

 “Um perdão aos crimes de Bolsonaro não pacificaria nada — só serviria como prêmio e incentivo à reincidência”, escreveu o jornalista d’O Globo

Bernardo Mello Franco e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução | Alan Santos/PR)


247 - O jornalista Bernardo Mello Franco, em sua coluna no jornal O Globo, defendeu que Jair Bolsonaro (PL) “precisa ser julgado e punido por crimes que cometeu”.

“Enquanto esteve no poder, o capitão fez de tudo para evitar o impeachment e fugir da polícia. No front político, comprou a cumplicidade do presidente da Câmara com os bilhões do orçamento secreto. No jurídico, nomeou um procurador-geral omisso e subserviente. Sem a proteção de Arthur Lira e Augusto Aras, ele terá que responder por seus atos. Não faltarão motivos para processá-lo e julgá-lo”, escreveu.

Listando uma série de crimes cometidos por Bolsonaro, o jornalista apontou que “aliados do capitão já discutiram diferentes manobras para evitar que ele seja punido nos próximos anos”. 

“Temer chegou a propor uma ‘anistia do passado’, a pretexto de pacificar o país. O perdão aos crimes da ditadura foi o que permitiu o retorno do golpismo fardado. Um perdão aos crimes de Bolsonaro não pacificaria nada — só serviria como prêmio e incentivo à reincidência”, concluiu.

"Vejo o Congresso disposto a ajudar o Brasil e Lula não terá problemas de governabilidade", diz Renan Filho

 Senador eleito por Alagoas, ele afirma que Lula conseguirá construir uma maioria

(Foto: Ricardo Stuckert)


247 – O senador eleito Renan Filho (MDB-AL), que governou Alagoas durante oito anos, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, da TV 247, que está muito otimista com o futuro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e também muito feliz com a vitória de Paulo Dantas para o governo de Alagoas "Vimos com muita estranheza o que aconteceu em Alagoas. Felizmente, o governador Paulo Dantas conseguiu se eleger, a despeito da intervenção judicial [Dantas chegou a ser afastado do cargo após o primeiro turno]. Enfrentamos a máquina de fake news com a verdade. Espero que Paulo Dantas dê continuidade a tudo que vem dando certo no governo de Alagoas e mude o que for necessário. Na nossa gestão, a relação com o governo federal foi muito difícil. Com Lula, será muito melhor. Teremos vento a favor. É só abrir a vela, que a jangada anda", disse ele.

Sobre o governo federal, ele apontou as prioridades. "Temos desafios muito significativos já para 2023, como manter o auxilio-Brasil e gerar empregos. Precisamos rediscutir o orçamento e fazer uma reforma tributária. Também precisamos de uma nova âncora fiscal para estabilizar expectativas e retomar investimentos públicos", disse ele. "Lula é o mais preparado para a retomada do crescimento. Vejo o Congresso disposto a ajudar o Brasil e Lula não terá problemas de governabilidade. O orçamento secreto precisa ser revisto", acrescentou.

Renan Filho disse ainda que o orçamento deve ser transparente e participativo." A distribuição de cargos não deve ser o modelo principal de formação de uma base parlamentar. Lula não deve fazer um governo do PT, mas da frente ampla. Este mandato é da reconstrução da biografia do Lula", afirmou. Renan Filho diz que vê com bons olhos a escolha de um político para comandar a economia, desde que haja compromisso com a área fiscal e o olhar social.

"Segurança do presidente Lula precisa ser reforçada", diz João Cezar de Castro Rocha

 O professor afirma que os protestos foram uma demonstração do radicalismo bolsonarista

João Cezar de Castro Rocha (Foto: Reprodução)


247 – O professor João Cezar de Castro Rocha afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que os bloqueios nas estradas foram causados pela máquina de desinformação bolsonarista, mas também foram financiados por grandes interesses econômicos. "Sigam o dinheiro e o escândalo será grande. Empresários estão pagando. O que se pretende é inviabilizar o governo da frente ampla antes mesmo que ele se inicie", disse ele. "Temos dezenas de milhões de brasileiros que acreditam nas bizarrices bolsonaristas", acrescentou.

João Cezar disse ainda que a vitória de Lula foi hiperbólica. "Ele enfrentou orçamento secreto, compra de votos e fake news. Uma máquina bilionária", afirmou. "Bolsonarismo é a vanguardada da extrema direita no mundo. A estratégia é manter as instituições sob assédio permanente", destacou.
Segundo professor, a deputada Carla Zambelli precisa ser cassada. Ele também disse que Fábio Faria e Fabio Wajngarten precisam ser investigados. "Se não fosse a força de Lula e a coragem cívica de Alexandre de Moraes, a democracia não teria vencido", afirmou.

Na entrevista, ele fez um alerta importante. "Este é o momento em que o bolsonarismo poderá sair do controle e a segurança do presidente Lula precisa ser reforçada", afirmou. "A estrutura de financiamento da mídia extremista aumentará e o governo terá que produzir conteúdo audiovisual de qualidade". 


Governo Lula prepara ‘revogaço’ em normas sobre meio ambiente, armamento e sigilos

 A lista de normas que serão derrubadas ou modificadas logo no início de 2023 está sendo elaborada pela equipe de transição coordenada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin

Lula comemora vitória na eleição presidencial (Foto: REUTERS/Carla Carniel)


247 - O governo do presidente eleito Lula (PT) planeja para as primeiras semanas de 2023, quando assume, um “revogaço” de portarias e decretos do governo Jair Bolsonaro, segundo reportagem do jornal O Globo, focando na questão do armamento e nas questões ambientais, além das medidas de sigilos a informações.

A lista de normas que serão derrubadas ou modificadas está sendo elaborada pela equipe de transição coordenada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin.

“O compromisso expresso na campanha foi revogar decretos que facilitam o acesso a armas e munições”. aponta o deputado Paulo Teixeira (PT-SP), que integrou o grupo responsável por discutir propostas para a segurança pública.

Durante o governo, Bolsonaro abriu caminho aos CACs (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), aumentando a quantidade a que a categoria podia ter acesso de 16 armas, 40 mil projéteis e quatro quilos de pólvora para 60 armas, 180 mil cartuchos e 20 quilos de pólvora. O número de CACs cresceu de 117 mil em 2018 para mais de 673 mil até junho de 2022, enquanto as armas registradas pelo grupo saltaram de 350 mil para mais de 1 milhão no período.

Na questão ambiental,o deputado federal Nilto Tatto (PT), um dos coordenadores do setor na campanha de Lula, apontou como prioridade a revogação de dois atos do governo Bolsonaro; um que reduziu o espaço da sociedade civil no Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama); e outro que prevê a anulação de multas ambientais avaliadas em mais de R$ 16 bilhões.

“Temos que trabalhar nisso agora no início do governo, pois esses atos emperram as outras pautas”, afirmou. Ele irá junto com Lula à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27), no Egito.

Durante a pandemia da Covid-19, o governo Bolsonaro, através do ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles, “passou a boiada” nos atos que flexibilizavam normas ambientais.

Como afirmou durante a campanha eleitoral, Lula pretende revogar decretos que impuseram sigilos de cem anos a assuntos envolvendo o governo federal, como a carteira de vacinação do presidente, o processo interno do Exército sobre a participação do então general Eduardo Pazuello em manifestação ao lado de Bolsonaro no Rio em maio de 2021, os crachás de acesso dos filhos de Bolsonaro ao Palácio do Planalto e a investigação da Receita Federal contra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), entre outros temas.



sábado, 5 de novembro de 2022

Principal revista argentina coloca Janja na capa e a compara a Evita Perón

 "Janja é muito mais que uma companheira jovem que o acompanha. Tem uma agenda própria", destaca a publicação argentina

A capa da revista e a primeira página da reportagem


247 - A revista Noticias, uma das mais prestigiadas da Argentina, publica nesta semana reportagem de capa com a futura primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, a Janja, que é definida como “A Evita de Lula”. Na capa, o título é “A guardiã de Lula”.

Evita, como se sabe, é quase uma lenda na Argentina, uma das personalidades mais conhecidas no mundo, tema de filmes e musicais.

Ela era bem mais jovem quando o líder político e chefe de Estado da Argentina Juan Domingo Perón a conheceu, e se casou com ela.

Evita morreu ainda jovem, vítima de câncer, e seu corpo, mais tarde, foi disputado politicamente, até que foi sepultado na Recoleta, e seu túmulo é muito visitado.

A revista lembra que Janja foi uma personagem desconhecida até 8 de novembro de 2019. “Nesse dia, depois de ter passado 580 dias na prisão, Lula deu fez seu primeiro discurso em liberdade e oficializou sua relação. “Logrei a proeza de conseguir uma noiva na prisão e, ainda assim, ela aceitou se casar comigo. É muita coragem para ela”, afirmou.

Na verdade, Janja começou a ficar conhecida meses antes, quando o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira, depois de visitar Lula na prisão, postou em seu perfil no Facebook que Lula estava namorando.

Os dois, aliás, começaram a namorar antes na prisão, depois de uma partida de futebol promovida pelo MST em Guararema, perto de São Paulo.

A revista repete o argumento falacioso de que a Justiça não declarou Lula inocente, mas anulou os processos contra ele. É uma falácia porque todo cidadão brasileiro é inocente até sentença condenatória transitada em julgado, o que não ocorreu com Lula, em razão da parcialidade e incompetência jurisdicional de Sergio Moro. Com a ida do ex-juiz para a política, no grupo do principal adversário de Lula, Jair Bolsonaro, ficou claro que Moro agiu politicamente, e não como magistrado.

A revista destaca informações reveladas pelo documentário 580 dias, da TV 247, segundo as quais Lula e Janja trocavam cartas quase todos os dias e ela levava as roupas dele para lavar quando ele estava preso.

Diz Noticias que Janja foi importante não apenas pelo aspecto emocional, mas também político. “Sua companhia colaborou para que o dirigente pudesse construir uma imagem que o associara à vitalidade e à alegria. Aos 77 anos, com uma esposa 21 anos mais nova, seus assessores viram no casamento uma grande oportunidade. De fato, pouco antes de se casar, o casal viajou ao Ceará e publicou uma foto em que se vêem as pernas grossas de Lula. Segundo a consultoria Quaest, a fotografia foi a imagem política mais comentada em 2021”, escreve. O que mais chamou a atenção não foi a história de amor, mas a forma física de Lula.

Noticias destaca que Janja é muito mais que uma companheira jovem que o acompanha. “Tem uma agenda própria e um interesse particular em temas como o feminismo, o meio ambiente, a cultura e a proteção dos animais”, diz.

A revista conta que Janja participa ativamente das reuniões políticas e também influiu na propaganda de Lula, inclusive nas redes sociais.

À Giselle Leclerco, autora do perfil de Janja, Lula disse: “Janja é muito politizada, tem uma boa cabeça política e é muito feminista.

Reportagem é a segunda matéria mais lida da versão online da revista neste sábado.


STF manda PGR ouvir Carla Zambelli sobre conduta da deputada ao sacar arma e perseguir homem negro pelas ruas de SP

 Ministro Gilmar Mendes advertiu que, se o depoimento demorar a ser feito, as investigações poderão prosseguir. Mendes autorizou a PGR a fazer a oitiva por videoconferência

(Foto: Reprodução)


247 - O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou neste sábado (30) que a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) preste depoimento imediato à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a perseguição armada a um homem negro, em São Paulo, na véspera do segundo turno da eleição, após uma discussão política. As informações são do G1. 

Zambelli é acusada, a princípio, de porte ilegal de arma e disparo em via pública. De acordo com a lei, no período da eleição, civis não podiam andar armados. 

O ministro atendeu ao pedido da PGR que defendeu a necessidade de uma apuração preliminar dos fatos antes de decidir sobre a investigação. 

No pedido, Mendes pede celeridade e, portanto, autoriza a PGR a fazer a oitiva por videoconferência. O ministro advertiu que, se o depoimento demorar a ser feito, as investigações poderão prosseguir à revelia.

Após a determinação do ministro, a PGR fixou prazo de três dias para que o Ministério Público analise um pedido de investigação contra a parlamentar feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT). 


PRF vai identificar bolsonaristas que protestam em BRs

 Segundo PRF, ainda há quatro pontos de interdição em rodovias pelo país, onde bolsonaristas protestam contra a derrota de Bolsonaro nas urnas

Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro bloqueiam parcialmente rodovia

247 - A superintendência da Polícia Rodoviária Federal em Pernambuco decidiu, neste sábado (5), acatar pedido do Ministério Público Federal (MPF) para identificar os manifestantes bolsonaristas que se mantêm nas estradas em protesto antidemocrático contrários à derrota de Jair Bolsonaro (PL). 

De acordo com reportagem do Metrópoles, o MPF expediu esta nova recomendação após, mesmo com determinação judicial, manifestantes continuarem os protestos no Km 7 da BR-232, nas imediações do Comando Militar do Nordeste (CMNE).

O MPF destaca que os atos se enquadram nos crimes previstos nos arts. 262, 286, 359-L e 359-M do Código Penal, que consistem, respectivamente, em expor a perigo outro meio de transporte público, impedindo ou dificultando o funcionamento, emprego de violência e ameaça para impedir ou restringir o exercício dos poderes constitucionais, bem como para depor governo legitimamente constituído.

Em balanço divulgado neste sábado, a PRF informou que não há mais nenhum ponto de bloqueio em rodovias federais, apenas quatro interdições, nas quais o fluxo de veículos está
parcialmente interrompido. Há dificuldade para entrega de alimentos, insumos e combustíveis, segundo interlocutores.


''Admita: perdeu porque foi ruim', diz Gentili a bolsonaristas inconformados com a derrota

 “Bolsonaro ganhou em 2018 e a esquerda não fez isso", completa o humorista

Apresentador e humorista Danilo Gentili

247 - O apresentador e humorista Danilo Gentili usou a sua conta no Twitter neste sábado (5) para dar um recado aos bolsonaristas inconformados com a derrota de Jair Bolsonaro (PL) para o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições.

“Bolsonaro ganhou em 2018 e a esquerda não fez isso. Admita: Perdeu porque foi ruim”, tuitou o humorista. 



O posicionamento de Gentili é uma resposta aos atos antidemocráticos realizados por bolsonaristas em todo o país, um dia após o resultado do segundo turno das eleições que sagrou Lula eleito presidente da República.  

 


Âncora da CNN aciona advogado para processar bolsonarista que inventa conversa dela para justificar morte de Lula

 "Não é possível que essa gente alucinada, mentirosa, fraudulenta e irresponsável siga operando livremente", desabafou a jornalista no Twitter

Daniela Lima e o print que prova o crime

247 - Uma das principais âncoras da CNN, Daniela Lima, foi à rede social para protestar contra um bolsonarista que inventou conversa dela no WhatsApp. O nome do bolsonarista é Fernando Conrado, e se apresenta como jornalista, e é de Curitiba. 

Na conversa inventada, Daniela Lima aparece num suposto diálogo para dizer que Mônica (possivelmente a jornalista Mônica Bergamo) está se arriscando. E fala que Lula poderá não voltar das férias.

O interlocutor ou interlocutora cita Tancredo (Tancredo Neves morreu antes de tomar posse).

"Esse sr tem mais de 90 mil seguidores e é criminoso. Divulga montagem grosseira, q usa minha foto, pública, postada nas redes, para SIMULAR UMA CONVERSA QUE NUNCA. É uma vergonha a baixeza dessa gente. Divulgo para saberem q é FAKE. E vou consultar advogado sobre o assunto", disse (a grafia foi mantida conforme o original).

Daniela Lima afirmou ainda: "Não é possível que essa gente alucinada, mentirosa, fraudulenta e irresponsável siga operando livremente. Eles não sao malucos. São criminosos. Precisam ser reconhecidos como tal. Chega!"

Lula está com a esposa, Janja, na Bahia, onde descansa depois de uma campanha intensa.




Aliados defendem Tarcísio como candidato da direita em 2026 no lugar de Bolsonaro

 Jair Bolsonaro teria cavado a própria cova com extremista, segundo a jornalista Mônica Bergamo

Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro (Foto: Alan Santos/PR)

247 - Aliados do núcleo de Jair Bolsonaro (PL), entre ministros, acionistas de empresas de comunicação e líderes religiosos, defendem que o presidente não seja candidato à sucessão de Lula (PT) em 2026, abrindo espaço para outros nomes de direita, como o governador eleito Tarcísio de Freitas (Republicanos), segundo a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

De acordo com a jornalista, o plano é convencer Bolsonaro a se transformar numa espécie de "Fernando Henrique Cardoso da direita", ou "um estadista" que tem prestígio e o poder de influenciar a escolha de candidatos de seu campo político, mas mas sem entrar na disputa eleitoral. “A diferença é que Bolsonaro é hoje muito mais popular do que FHC era quando deixou o governo, em 2002”, ressalta a colunista.

“Seria preciso, portanto, convencer o presidente a vestir o figurino de grande liderança que abre mão de disputar votos nas urnas, mesmo tendo grande chance de vencer”, continua.

Tarcísio, por sua vez, seria uma aposta, a depender de como governar o estado de São Paulo, pois ele “conseguiria representar a direita de forma civilizada, desmilitarizada, ampla e menos radical que Bolsonaro”, de acordo com Bergamo.

Bolsonaro teria cavado a própria cova com extremista, segundo ela.

Twitter exclui perfil do bolsonarista Nikolas Ferreira

 Plataforma atendeu a uma determinação judicial. Deputado mais votado do país, Nikolas espalhou mentiras contra Lula na campanha e questionou o processo eleitoral

Nikolas Ferreira (Foto: Reprodução/Redes Sociais)


247 - O Twitter retirou do ar nesta sexta-feira (4) o perfil do vereador bolsonarista Nikolas Ferreira (PL), deputado federal eleito com a maior votação do país. O bolsonarista já havia feito publicações levantando suspeitas sobre o resultado da eleição e as urnas eletrônicas, que o elegeram. 

Nikolas Ferreira também teve que apagar postagens que associam o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao uso de drogas, assassinato, censura, aborto, fechamento de igrejas, entre outras acusações.


Rombo de R$ 400 bilhões coloca ‘Jair quebrou o Brasil’ topo do Twitter

 Declaração de Henrique Meirelles, de que o rombo deixado pelo governo Bolsonaro é não de R$ 150 bilhões, como afirmam, turbinou postagens na plataforma

Bolsonaro e Guedes conversam durante cerimônia em Brasília 07/04/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Rede Brasil Atual - A declaração do então presidente do Banco Central nos governos Lula, Henrique Meirelles, de que o rombo deixado pelo governo de Jair Bolsonaro (PL) é de R$ 400 bilhões – e não de R$ 150 bilhões, como afirmam – turbinou as postagens no Twitter com a hashtag “Jair quebrou o Brasil”. O termo foi o mais mencionado nas postagens em toda a tarde desta sexta-feira (4) na plataforma.

“Na minha avaliação, o tamanho do buraco deixado é mais próximo de R$ 400 bilhões, estimado por entidades independentes, do que dos R$ 150 bi que o governo está falando”, disse Meirelles, que também foi ministro da Fazendo de Michel Temer.

O rombo de R$ 400 bilhões foi causado por sucessivos descumprimentos do “teto de gastos”. Em alguns casos, até justificáveis, como em março de 2021, no auge da segunda onda da pandemia de covid-19. Era necessário manter e até ampliar do Auxílio Emergencial, para atender milhões de pessoas. Mas vieram impactos causados por manobras do governo.

Má gestão levou ao rombo de R$ 400 bilhões

A primeira PEC de Bolsonaro, para contornar o “teto”, foi em setembro de 2019, para não contabilizar as transferências de recursos federais para estados e municípios beneficiados pela repartição da cessão onerosa do pré-sal. Impacto de R$ 46 bilhões nas contas. Em dezembro de 2021, com a PEC dos Precatórios, mais R$ 44 bilhões. A terceira PEC foi aprovada em dezembro de 2021: R$ 81,7 bilhões.

E a quarta e mais conhecida delas, a “PEC Kamikaze”, em julho passado, bem na época da discussão da LDO, com claro objetivo eleitoral. “Numa manobra ilegal e criminosa permitiu a Bolsonaro comprar votos às pressas por meio de benefícios sociais, a um custo de R$ 41 bilhões a mais do que previa o teto, foram determinantes para atolar o país num rombo fiscal sem precedentes”, disse hoje a economista Monica de Bolle.

“Gastança que Bolsonaro fez para se reeleger. A (PEC) Kamikaze foi especialmente notável pelos valores e como isso foi feito. Ou seja, Bolsonaro pediu licença para gastar além do teto quatro vezes, todas elas além de R$ 40 bilhões. Mais de 200 bilhões”, disse a economista.

Críticas ao rombo, aos cortes e desinvestimento social

O deputado federal Bohn Gass (PT-RS) dirigia-se ao senador eleito pelo seu estado, o ex-vice-presidente Hamilton Mourão. Em seu Twitter, o ex-vice de Bolsonaro criticou o presidente eleito Lula. “O futuro governo do @LulaOficial está negociando com o Congresso um rombo de 200 bilhões no orçamento de 2023, ou seja, zero compromisso com o equilíbrio fiscal. O resultado será aumento da dívida, inflação e desvalorização do Real. Onde estão os críticos???”

Na rede social, os internautas que levantaram “Jair quebrou o Brasil” não perderam a oportunidade de criticar à má gestão financeira de um governo que ficou marcado por desinvestimentos, cortes em políticas sociais e desperdícios. Confira algumas postagens:

 



 

Aline Klein: socialistas devem arregaçar mangas para defender e exigir do governo Lula

 Para editora da revista Jacobin, esquerda tem de ajudar a fechar flancos para evitar volta da direita miliciana fascista; assista

Aline Klein (Foto: Reprodução)


Por Pedro Alexandre Sanches, do Opera Mundi A editora da revista socialista Jacobin no Brasil, Aline Klein, afirma que a esquerda brasileira, seja revolucionária ou reformista, terá de se mobilizar para ajudar o novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva a blindar o Brasil da possibilidade de retorno da extrema direita de inspiração neofascista. 

Em entrevista ao jornalista Haroldo Ceravolo Sereza no programa SUB40 desta quinta-feira (03/11), ela defendeu a atuação das forças progressistas em duas frentes nos próximos anos: para defender o governo eleito e para exigir dele ações políticas à esquerda.

“O conjunto dos socialistas vai precisar arregaçar as mangas e participar das pressões pelo fim da fome, para resolver o caos da dinâmica do trabalho no Brasil e para fechar os flancos para que a gente não viva de novo uma experiência com governos de extrema direita. Lula por si só não opera milagres. Não foi uma vitória fácil e tranquila, ele não recebe um país pacificado. A extrema direita conseguiu organizar 58 milhões de votos e fazer esse circo de horrores nas ruas nos últimos dias”, argumenta a organizadora do livro recém-lançado ABC do Socialismo (ed. Autonomia Literária). 

Valendo-se de conceito da filósofa marxista Rosa Luxemburgo, Klein descarta que haja contradição entre esquerda revolucionária e reformista, vendo antes complementariedade entre as duas vertentes: “as reformas significam construir poder, dar condição para que a classe trabalhadora e o movimento socialista obtenham vitórias e avanços. Todo aquele que se diz socialista deve agora ajudar a construir um governo de esquerda que feche os flancos no nosso país para essa direita”. 

Para isso, a esquerda deve ocupar espaço no governo, em vez de deixar vazios que levem o PT a fazer unidade com partidos de direita como o União Brasil. Em sua interpretação, Lula tem chamado a unidade à esquerda em seus discursos, como quando anuncia, por exemplo, a criação do Ministério dos Povos Originários. 

A editora classifica os bloqueios de rodovias como manifestações de um setor desgarrado e perdido nas “brumas da mentira” aplicadas por Jair Bolsonaro, mas com suporte econômico evidente: “em parte esses bloqueios, muitos deles em Santa Catarina, foram organizados com estrutura absurda de alimentação e barracas, com dinheiro que a burguesia e a elite catarinense tinham dado. Aquele churrasco estava preparado para a vitória do Bolsonaro. Gastaram carne que já estava comprada, agora não tem mais carne”.

A força mobilizadora do presidente não encontra eco em sua capacidade política: “Bolsonaro mostra fragilidade nesse campo, perdeu todos os apoios, vai ser obrigado a fazer a transição. Não acredito que a coisa se massifique, mas existe resistência, e a gente vai ter que disputar o fundamentalismo religioso e a cultura reacionária que o agronegócio impôs em algumas regiões do país”.  

Segundo a editora, entre as ambições da revista Jacobin e do livro ABC do Socialismo está a de apresentar as ideias socialistas e fazê-las se tornarem atraentes para a juventude brasileira. 

Filha de uma família de trabalhadores, Aline Klein milita pelo socialismo desde a adolescência e, na eclosão das Jornadas de Junho de 2013, cursava geografia na USP e trabalhava no setor de separação de produtos da fábrica da Natura, depois de exercer ofícios precarizados como secretária, recepcionista e atendente de callcenter. 

Na fábrica, encontrou uma realidade bem diferente da aprendida nos manuais socialistas e comunistas: “tudo mudou muito. A maioria dos meus colegas era de universitários que tiveram acesso pelo governo Lula, e que saíam assim que tinham uma oportunidade fora do setor industrial”.