terça-feira, 1 de novembro de 2022

APUCARANA: Aserfa ultima preparativos para o Dia de Finados

 

A Autarquia dos Serviços Funerários de Apucarana (Aserfa) instalou banheiros químicos e tendas visando receber as cerca de 20 mil pessoas que são aguardadas nos cemitérios no Dia de Finados. A Aserfa também fez nesta terça-feira (01/11) orientações sobre os cuidados que devem ser tomados com vasos e ramalhetes de flores, além de disciplinar o funcionamento do comércio ambulante. Também foi divulgada, através da Diocese de Apucarana, a programação de missas.

O prefeito Junior da Femac ressalta que nos últimos dias a equipe da Aserfa vem ultimando os preparativos para que os familiares prestem as homenagens póstumas.  “Além da manutenção geral, que é realizada periodicamente, foram também providenciados banheiros químicos e tendas para proteção do sol ou da chuva para as pessoas poderem acompanhar de forma confortável as celebrações de missas”, reitera Junior da Femac.

De acordo com José Airton Deco de Araújo, diretor-presidente da Aserfa, a expectativa é que cerca de 20 mil pessoas passem pelos cemitérios da Saudade, Cristo Rei e do Pirapó. “Também teremos o apoio de uma equipe da Autarquia de Saúde que estará orientando sobre os cuidados com vasos e ramalhetes de flores. Solicitamos que as pessoas retirem o plástico que fica ao redor dos vasos, evitando o acúmulo de água e contribuindo com o combate da dengue”, completa Deco.

Marcos Bueno, superintendente da Aserfa, afirma que a programação de missas começa na véspera do Dia de Finados, com celebração às 21 horas desta terça-feira no Cemitério Cristo Rei. “Já nesta quarta-feira, Dia de Finados, teremos seis missas – às 8, 9h30, 11, 14, 15h30 e 17 horas – no Cristo Rei e outras três missas no Cemitério da Saudade – às 8, 10 e 15 horas”, informa Bueno, acrescentando que haverá ainda duas celebrações no Cemitério Portal do Céu, às 9h30 e 15 horas.

O comércio ambulante vai ser permitido para aqueles que fizeram a inscrição e apresentaram a documentação exigida em edital. “Na semana passada foi feito o sorteio dos locais e o credenciamento ocorreu sem a cobrança de taxa. São 14 pontos de venda de flores no Cristo Rei e 9 de alimentação, além de um ponto de venda de flores e um de alimentação no Cemitério da Saudade”, detalha Tayla de Almeida Lavaria, assessora do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento (Idepplan), órgão que coordenou o credenciamento dos ambulantes.

RELAÇÃO DE MISSAS

  • Cemitério Cristo Rei

Terça-feira – 01/11

– 21 horas: padres Laércio, Martins e Rafael

Quarta-feira – 02/11 (organização Paróquia Nossa Senhora Aparecida)

– 8 horas: bispo Dom Carlos (participação dos militares)

– 9h30: padre Valdenir

– 11 horas: padre Antônio

– 14 horas:  padre Rui

– 15h30: padre Nelson

– 17 horas: padre Alexandro

  • Cemitério da Saudade

Quarta-feira – 02/11 (Organização Paróquia Nossa Senhora de Lourdes)

– 8 horas:  padre (da Catedral)

– 10 horas: padre (da Catedral)

– 15 horas: padre João

  • Cemitério Portal do Céu

Quarta-feira – 02/11

– 9h30: padre Fidelsino

– 15 horas: padre Vanderlei

Prefeitura de Apucarana firma parceria com a Cáritas Diocesana

 

O prefeito Junior da Femac firmou hoje uma parceria com Cáritas Diocesana de  Apucarana que passa a integrar a relação de entidades que têm subvenção social da prefeitura de Apucarana. O organismo civil e filantrópico, de natureza religiosa,  da  Igreja católica, vai receber da administração municipal R$ 80 mil ao ano, a partir de 2023, para ajudar a custear o trabalho de acolhimento de migrantes e refugiados.

“A prefeitura passa a ser parceira da Cáritas, que é presidida pelo bispo Dom Carlos José de Oliveira. Contem com o nosso apoio para a realização desse trabalho fundamental desempenhado pela diocese de Apucarana”, afirma Junior da Femac.

A coordenadora da Cáritas, Ariclê Freitas, explica que o recurso municipal vai ser empregado no atendimento de regularização migratória, responsável por 56,7% dos 334 atendimentos prestados em 2022. “Damos toda assistência para essas pessoas regularizarem sua documentação e poder viver no país legalmente, como a autorização de residência, renovação da carteira nacional do migrante, naturalização, passaporte e solicitação de refúgio”, relaciona Ariclê.

De acordo com Ariclê, o valor que a Cáritas passará a receber da prefeitura vai permitir ampliar o atendimento. “Podermos contratar mais pessoas para prestar esse serviço e assim dar mais qualidade ao nosso trabalho”, informa.

A assistente social da Cáritas, Erika Leonel Ferreira, acrescenta que os serviços prestados aos migrantes e refugiados incluem orientação sobre programas sociais como tarifa social da luz, Auxílio Brasil, Cartão Comida Boa, para acesso a educação das crianças e aos órgãos de assistência social e da rede pública de saúde. “O auxílio que prestamos também chega em forma de doação de alimentos e roupas”, informa Erika.

Os adultos, por sua vez, estão sendo atendidos pelo campus da Unespar em Apucarana, através do curso de Letras Português da instituição. “Aos sábados, migrantes e refugiados, na sua maioria vinda de países com Venezuela e Haiti estão recebendo aulas da língua portuguesa.

O evento de parceria entre a prefeitura e a Cáritas teve a participação da secretária municipal da Assistência Social, Ana Paula Nazarko, e do padre Laércio José de Lara, a paróquia Nossa Senhora de Fátima.

PRF dispersa bolsonaristas golpistas que fechavam acesso ao Aeroporto de Guarulhos (vídeo)

 Bloqueio na Rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto de Guarulhos, foi dispersado na manhã desta terça-feira (1) com facilidade

(Foto: Reprodução/CNN Brasil)


247 - A Polícia Rodoviária Federal (PRF), com apoio da Polícia Militar de São Paulo e da Guarda Civil Municipal de Guarulhos, acabou na manhã desta terça-feira (1) com o bloqueio na Rodovia Hélio Smidt, que dá acesso ao Aeroporto de Guarulhos.

Os policiais usaram spray de pimenta para dispersar os bolsonaristas na Rodovia Hélio Schmidt, que pedem um golpe de Estado no país por não aceitarem a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre Jair Bolsonaro (PL) na eleição presidencial.

A dispersão foi feita com facilidade, após horas de bloqueio. Na noite de segunda-feira (31), passageiros tiveram que caminhar a pé até o aeroporto.



Eleição presidencial triplica visibilidade do Brasil na imprensa estrangeira

 Cobertura que era crítica ao país devido às ações de Bolsonaro, adquiriu tom mais positivo no dia da eleição

(Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O segundo turno das eleições presidenciais no Brasil levou a uma ampliação da visibilidade do país na imprensa internacional na última semana. No total, entre 24 e 30 de outubro foram registradas 169 reportagens com menções de destaque ao Brasil nos sete veículos da imprensa estrangeira analisados pelo Índice de Interesse Internacional (iii-Brasil), informa reportagem da Folha de S.Paulo.

Até o domingo (30), dia da eleição, é evidente o olhar crítico sobre a situação política do Brasil, com artigos a respeito da tensão vivida pelo país, análises negativas sobre o governo de Jair Bolsonaro e a preocupação sobre o estado da democracia. Mas a partir do fim do domingo, último dia analisado, alguns jornais estrangeiros já noticiaram a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com um tom mais positivo.  

Deputado federal bolsonarista prega golpe nas redes sociais

 Coronel Tadeu pediu nas redes "resistência civil" contra o resultado das eleições

Coronel Tadeu (Foto: Pablo Valadares - Agência Câmara)


247 - O deputado federal bolsonarista Coronel Tadeu (PL-SP), que não conseguiu se reeleger, usou suas redes sociais para pregar um golpe de Estado no Brasil, desrespeitando o resultado da eleição.

Nesta terça-feira (1), ele pediu "resistência civil" contra o resultado das das urnas e, na noite desta segunda-feira (31), vibrou com o bloqueio do acesso ao Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo.  "Guarulhos parado. Acorda Brasil".

Caminhoneiros bolsonaristas fecham acesso ao Aeroporto de Guarulhos; voo tem que voltar para os EUA; PRF é vista dando apoio

 STF estipulou para o diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem, multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo; (Imagens, vídeos)

(Foto: Arquivo pessoal)


247 -  A mobilização de bolsonaristas inconformados com a derrota eleitoral do mandatário no domingo (30) acabou afetando o funcionamento do Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo.

Bolsonaristas fecharam a Rodovia Helio Smidt, que dá acesso ao maior aeroporto do país, o que provocou o cancelamento de pelo menos quatro voos.

Passageiros de um voo vindo dos EUA, que já se aproximava do aeroporto, relatam que a aeronave teve que retornar ao solo estadunidense por conta da ação. 

Nas redes, internautas denunciam que a PRF, órgão que deveria estabelecer a normalidade das vias, estão apoiando a ação, como mostra as imagens abaixo:


STF ordena fim dos bloqueios

 A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votou, nos primeiros minutos desta terça-feira (1º), para confirmar a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, que determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às polícias militares dos estados o desbloqueio das rodovias brasileiras ocupadas de forma irregular por manifestantes bolsonaristas, informa o G1.

O ministro também estipulou para o diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem, multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo.

Vale resgatar que a PRF desde domingo vem promovendo ações em defesa do bolsonarismo, bloqueando vias na região Nordeste para dificultar o acesso da população às urnas. Silvinei Vasques é aliado estratégico de Bolsonaro e já participou de vários eventos públicos ao lado do mandatário. A própria operação de sabotar a região foi articulada dentro da Alvorada.

Além do acesso ao aeroporto, outras vias estratégicas no país estão bloqueadas, como a Via Dutra. 

Veja a repercussão:

 

 


Internautas exigem cadeia para "baderneiros que promovem o caos" fechando as principais vias no país

 A #cadeia é o assunto mais comentado no Twitter

Manifestantes queimam pneus em protesto em Várzea Grande, no Mato Grosso (Foto: REUTERS/Rogerio Florentino)

247 - Internautas exigem punição para "baderneiros que promovem o caos" fechando as principais vias no país. Na rede social Twitter, a  #cadeia é o assunto  mais comentado.

Na manhã desta terça-feira (1) mais de 200 estradas no país estão ocupadas, incluindo o Aeroporto de Guarulhos. Voos estão sendo cancelados e uma aeronave vinda dos EUA teve que retornar para o solo estadunidense por conta do bloqueio. 

Indignados, os internautas exigem que as autoridades tomem medidas urgentes para conter as ações golpistas.  

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votounos primeiros minutos desta terça-feira (1º), para confirmar a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, que determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às polícias militares dos estados o desbloqueio das rodovias brasileiras ocupadas de forma irregular por manifestantes bolsonaristas, informa o G1.

O ministro também estipulou para o diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem, multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo.

Veja:

 


 


Confederação de caminhoneiros condena bloqueios e vê agro por trás de protestos

 Entidade que representa motoristas autônomos reconhece vitória de Lula sobre Bolsonaro

(Foto: PRF)

Por Vinicius Konchinski, Brasil de Fato - A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) condenou os protestos de caminhoneiros que bloqueiam estradas pelo país e acusou empresários do setor agropecuário de estarem por trás das manifestações contra o resultado das urnas do último domingo que elegeram Lula à Presidência. 

"A CNTTL repudia veementemente o movimento antidemocrático organizado por grupos rivais bolsonaristas que bloquearam algumas rodovias nesta segunda-feira, 31 de outubro, causando transtornos e represando o transporte de cargas."

"Esses grupos, que segundo eles têm apoio de alguns representantes do Agronegócio, estão divulgando a 'falsa alegação de que essa manifestação é dos caminhoneiros'. Importante deixar claro que esse movimento não é organizado pelos trabalhadores."

"Os caminhoneiros autônomos e celetistas são vítimas desses bloqueios, uma vez, que esses grupos contrataram fretes de caminhões caçambas com pedras e terras para dificultar a passagem nas rodovias", afirmou a entidade por meio de nota.

Os protestos começaram ainda na noite de domingo, horas depois de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) confirmar a eleição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), às 16h desta segunda, 211 bloqueios ocorriam em estradas de 16 estados do país.

O tráfego na Rodovia Presidente Dutra, principal ligação entre as cidades de São Paulo e o Rio de Janeiro, foi fechado nos dois sentidos na manhã de segunda. Já no Mato Grosso, também há bloqueios na BR-163. 

Em vídeos que circulam na internet, os manifestantes afirmam que não reconhecem o resultado da eleição. A deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL) publicou no seu perfil do twitter uma mensagem de apoio aos protestos.

Já a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann, disse que os bloqueios prejudicam o país e cobrou uma soluções das autoridades.


A PRF afirmou que já acionou a Advocacia-Geral da União (AGU) para que o órgão tome alguma medida judicial para liberação das estradas federais. A PRF, contudo, declarou que dialoga para garantir o direito de manifestação dos cidadãos

'A vitória de Lula é robusta e parte da base de Bolsonaro vai se reposicionar', diz Míriam Leitão

 "É um equívoco achar que Lula terá uma governabilidade mais fraca. Ele saberá formar e gerir uma nova coalizão”, diz a jornalista Míriam Leitão

Míriam Leitão, Bolsonaro e Lula (Foto: Reprodução | REUTERS/Adriano Machado | Ricardo Stuckert)

247 - A jornalista Míriam Leitão afirma, em sua coluna no jornal O Globo, que “a  vitória do presidente Lula é robusta, está consolidada e o fato de a diferença ter sido estreita não muda essa realidade. O presidente Bolsonaro, como é normal nesses momentos, vai perder força a cada dia”. Para ela, “uma nova maioria vai se formar em torno de Lula, com parte dos parlamentares hoje com Bolsonaro se reposicionando”.

“Nem todos os que se elegeram ou se reelegeram no campo da direita farão oposição. A declaração ágil e clara do presidente da Câmara, Arthur Lira, na noite do domingo, já mostrou que o centrão vai se posicionar. A tendência natural é os parlamentares símbolos do bolsonarismo formarem uma falange de extrema-direita, com pessoas como os senadores Damares Alves, Sergio Moro, Hamilton Mourão e os deputados Eduardo Pazuello e Ricardo Salles. Eles estarão juntos a parlamentares eleitos por clubes de tiros, por organizações do crime ambiental e as figuras mais ligadas ao bolsonarismo raiz como Carla Zambelli”, observa.

“Mas, afora os mais extremistas, parte grande dos que formam hoje a base de Bolsonaro deverá se aproximar do governo Lula. Portanto, é um equívoco achar que Lula terá uma governabilidade mais fraca. Ele saberá formar e gerir uma nova coalizão”, afirma a jornalista no texto. Ainda segundo ela, “o mundo se reconectou com o Brasil tão logo o resultado foi proclamado. A sucessão imediata de congratulações foi uma demonstração clara de que o mundo estava mesmo com saudades do Brasil que sabe negociar, que aposta no multilateralismo, que tem protagonismo e não escolhe ser pária”.

“Os quadros políticos indicados por Bolsonaro podem querer atrapalhar, mas existe uma lei que regulamenta a transição. E qualquer bloqueio de informação pode ser atenuado pelos funcionários. Afinal, os servidores públicos são a inteligência da máquina. Eles ficam, os políticos passam”, finaliza.


Deputada 'pistoleira' Carla Zambelli pede que ordens de Alexandre de Moraes não sejam cumpridas

 Parlamentar que saiu com uma pistola pelas ruas de São Paulo estimula o caos e o fechamento das estradas

(Foto: Reprodução)


247 – A deputada Carla Zambelli, que se notabilizou por sair com uma pistola pelas armas de São Paulo na véspera das eleições, defendeu que a ordem do ministro Alexandre Moraes, do Supremo Tribunal Federal, para liberar as estradas não seja cumprida, indicando que há um comando bolsonarista para o caos que se pretende instalar no País. Confira o post de Zambelli, a resposta do jornalista Chico Pinheiro e saiba mais:


(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) seguia nesta segunda-feira em um inédito silêncio sobre a derrota nas urnas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mais de 24 horas após a definição da eleição, ao mesmo tempo em que cresciam protestos de caminhoneiros bolsonaristas pelo país apontando fraudes nas urnas, sem qualquer evidência, e pedindo desrespeito aos resultados.

Desde a redemocratização, o candidato derrotado na eleição presidencial reconhece o resultado no mesmo dia de sua divulgação. Mas desde que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) anunciou Lula como vencedor, Bolsonaro, que questionou por meses sem provas a segurança das urnas eletrônicas, se colocou num silêncio público absoluto.

Depois de um dia de espera, na noite desta segunda, o ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse à Reuters que o presidente só iria falar na terça. "Ele deve fazer amanhã, foi para casa redigir o discurso e amanhã deve fazer o pronunciamento", disse Faria, acrescentando que o presidente estava "muito tranquilo e sóbrio".

Faria também disse que Bolsonaro estava discutindo com o advogado-geral da União, Bruno Bianco, medidas para desbloquear as rodovias federais tomadas pelos protestos em seu nome, mas não deu detalhes.

O comportamento do governo e de aliados em relação à derrota se dividiu, alimentando temores de que Bolsonaro conteste a vitória do petista e passe a estimular ativamente protestos como o dos caminhoneiros.

Alguns nomes que apoiam o Planalto reconheceram a vitória de Lula. O ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI), respondeu a contato feito pela campanha petista para iniciar a transição, como prevê a lei. O núcleo mais próximo de Bolsonaro, porém, ou não se pronunciou ou preferiu declarações mais ambíguas.

"Obrigado a cada um que nos ajudou a resgatar o patriotismo, que orou, rezou, foi para as ruas, deu seu suor pelo país que está dando certo e deu a Bolsonaro a maior votação de sua vida! Vamos erguer a cabeça e não vamos desistir do nosso Brasil! Deus no comando!", tuitou o senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente.

Mais tarde, Flávio foi ainda vago em outro tuíte: "Pai, estou contigo pro que der e vier!"

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) repetiu a mesma expressão e, depois, passou a incentivar a mobilização dos caminhoneiros. "Parabéns, caminhoneiros. Permaneçam, não esmoreçam", tuitou.

ORDEM DE MORAES

Enquanto isso, os atos que tinham começado timidamente na noite de domingo, foram ganhando corpo ao longo do dia pelo país. No início da noite, o balanço era de que já interrompiam mais de 300 pontos de rodovias em pelo menos 26 Estados do país.

Na noite desta segunda-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e as polícias estaduais realizassem o desbloqueio imediato do que chamou de atos "antidemocráticos" dos grupos bolsonaristas.

Os protestos provocaram um aumento de mais de 4.000% nas buscas no Google pelo artigo 142 da Constituição, usado falsamente para dizer que é legal pedir uma "intervenção" das Forças Armadas contra os demais Poderes.

Em vídeos nas redes sociais, alguns apoiadores dizem que Bolsonaro não havia ainda se manifestado sobre o resultados eleitorais justamente para poder acionar os militares. Em outros vídeos, os manifestantes falam em fraude, sem provas.

A categoria dos caminhoneiros foi importante apoiadora de Bolsonaro em 2018, mas as principais associações que os representam agora se descolaram dos atuais atos pós-eleição. Mesmo assim, os protestos já atrapalhavam importantes vias logísticas de escoamento de grãos no país, entre elas estava uma dos principais acessos ao porto de Paranaguá (PR), a BR-277.

Conforme o movimento ganhava força, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), pediu, no Twitter a colaboração dos caminhoneiros. "Agora, precisamos de pacificação e união em busca do desenvolvimento, que passa necessariamente pela valorosa categoria dos caminhoneiros brasileiros", tuitou.

O senador eleito Wellington Dias, coordenador na campanha de Lula, divulgou um vídeo no qual afirmava que advogados de partidos e juristas "estão nesse instante buscando dialogar com entidade dos caminhoneiros, mas, também, já adotando medidas para evitar esse tumulto".

Para Dias, o objetivo dos protestos é "um tumulto, um tumulto de quem de forma autoritária, inclusive, prega uma instabilidade com a defesa até mesmo da volta da ditadura militar". "Por isso, medidas serão... tomadas, exatamente para garantir a tranquilidade e evitar tumulto e que as pessoas tenham o seu sagrado direito de ir e vir", acrescentou.

Os bloqueios voltaram a pôr em foco a atuação da Polícia Rodoviária Federal. No domingo da votação, a PRF fez pelo menos 600 operações de fiscalização de ônibus que transportavam eleitores, a despeito de um veto feito pelo TSE à prática. Vários casos estão sob investigação, segundo a Justiça eleitoral.

Já nesta segunda, circularam pelas redes sociais pelo menos dois vídeos nos quais agentes da PRF aparecem conversando com os caminhoneiros em protesto. "A única coisa que eu tenho a dizer nesse momento é a única ordem que nós temos é estar aqui com vocês, só isso", diz o agente na imagem, que a Folha de S.Paulo identificou como sendo em Palhoça, Santa Catarina.

Em sua decisão que ordenou o fim dos bloqueios, Alexandre de Moraes cita os vídeos e vê "passividade" dos funcionários. Ele impôs multa de 100.000 reais e autorizou a prisão em flagrante do diretor-geral da PRF, Silvinei Vasques, em caso de desobediência.

Flávio Dino diz que Bolsonaro é oportunista e está estimulando arruaças nas rodovias

 Senador eleito pelo PSB afirma que Bolsonaro mais uma vez agride o Estado democrático de direito

Flávio Dino (Foto: ag. Brasil)

247 - Em entrevista ao jornal O Globo publicada nesta terça-feira (1º), o senador maranhense Flávio Dino (PSB) disse que o silêncio de Jair Bolsonaro sobre sua derrota nas eleições presidenciais de domingo "é coerente com uma pessoa que tem muita intolerância com as boas práticas democráticas" Dino destaca que "de modo oportunista, com esse silêncio, ele está estimulando essas arruaças nas rodovias".

"Mais uma vez, Bolsonaro agride o Estado democrático de Direito", enfatizou o senador eleito.

Flávio Dino relembra que durante a campanha eleitoral houve aparelhamento das instituições para fins partidários. "Se você olhar a quantidade de operações que a PRF fez ao longo de 2022 inteiro, vai identificar que ontem houve comportamento fora do padrão (a corporação fez ações voltadas à fiscalização de transporte de passageiros, que prejudicaram a chegada de eleitores em locais de votação). Em relação a esse episódio dos caminhoneiros, temos crimes sendo perpetrados em flagrante, e a PRF está, em muitos casos, apenas acompanhando".

Indagado se há temor de que esses atos se alastrem pelo país, Flávio Dino considera que até agora , são movimentos isolados, o que não retira a sua gravidade. "É um desafio concreto para o governo federal e, em última análise, para o Judiciário. Não cabe ao presidente eleito tomar qualquer providência. Cabe ao atual governo aplicar a lei. Vemos internamente e internacionalmente o reconhecimento quanto à legitimidade da eleição. Os bloqueios das rodovias são lamentáveis, mas não parecem sinalizar risco de golpe de Estado, ou seja, de nenhuma virada de mesa no Brasil nesse momento".

Dino lamenta a ideologização de instituições, como as polícias, que devem ser de Estado, apartidárias. "Uma coisa é a posição pessoal de cada cidadão ou cidadã, que deve ser sempre protegida. Agora, ele não pode usar a sua função pública, a farda e o armamento para militar a favor de uma posição ideológica. Vimos isso também no Judiciário e no Ministério Público. É preciso que a gente vá com calma conversar com essas corporações, porque a imensa maioria dos que a integram também não concorda com essa ideologização". 

Maioria do STF ordena que polícias desbloqueiem rodovias fechadas por bolsonaristas

 Decisão também estipulou para o diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem, multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo

(Foto: Ag. Brasil)


247 - A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal votou, nos primeiros minutos desta terça-feira (1º), para confirmar a decisão individual do ministro Alexandre de Moraes, que determinou à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e às polícias militares dos estados o desbloqueio das rodovias brasileiras ocupadas de forma irregular por manifestantes bolsonaristas, informa o G1.

O caso é analisado no plenário virtual da Corte. Prevalece o voto do ministro Alexandre de Moraes, pelo referendo à decisão. Acompanham os ministros Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Gilmar Mendes e as ministras Cármen Lúcia e Rosa Weber.

Na decisão individual, tomada na noite desta segunda-feira (31), Moraes atendeu a pedidos da Confederação Nacional dos Transportes e do vice-procurador geral eleitoral.

Caminhoneiros bolsonaristas ocuparam trechos de rodovias em estados do país nesta segunda em protesto contra a derrota do presidente Jair Bolsonaro na eleição.

"Que sejam imediatamente tomadas, pela Polícia Rodoviária Federal e pelas respectivas polícias militares estaduais – no âmbito de suas atribuições – , todas as medidas necessárias e suficientes, a critério das autoridades responsáveis do poder executivo federal e dos poderes executivos estaduais, para a imediata desobstrução de todas as vias públicas que, ilicitamente, estejam com seu trânsito interrompido", escreveu Moraes.

O ministro também estipulou para o diretor da PRF, Silvinei Vasques, em caso de descumprimento da ordem, multa de R$ 100 mil por hora e eventual afastamento do cargo.