domingo, 30 de outubro de 2022

Lula quebra recorde de votos em uma eleição presidencial

 O ex-presidente conseguiu mais de 59 milhões de votos

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - Eleito para o seu terceiro mandato na Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quebrou neste domingo (30) o recorde de votos em uma eleição presidencial, de acordo com o jornalista do portal R7 Renato Souza. 

Quase 99% dos votos foram apurados, e o ex-presidente conseguiu 50% (59 milhões). 

Jair Bolsonaro (PL) aparece na segunda posição, com 49% (57 milhões).


LULA É ELEITO PRESIDENTE: O BRASIL VOLTA A SER FELIZ

 Luiz Inácio Lula da Silva vence Jair Bolsonaro e é eleito o 39º Presidente do Brasil!

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente da República neste domingo (30) com aproximadamente 57.132.197 milhões de votos e 50,68% dos votos válidos, derrotando Jair Bolsonaro (PL), que recebeu cerca de 56.175.568 milhões de votos e 49,32% dos votos válidos. Lula venceu Bolsonaro por uma diferença de mais de 1,5 milhão de votos. No primeiro turno do pleito, a diferença de Lula para Bolsonaro foi de mais de 6 milhões de votos.

Aos 77 anos, Lula sagrou-se pela terceira vez vitorioso no segundo turno da eleição presidencial, desta vez liderando um amplo arco de alianças formado por 10 partidos políticos, por representantes da sociedade civil e do capital e até por ex-adversários políticos. Esta concertação liderada por Lula assumiu como principais compromissos a defesa da democracia contra o autoritarismo, o combate à fome e a retomada do desenvolvimento com inclusão social da população. 

A coligação Brasil da Esperança enfrentou uma campanha marcada pelo intenso uso da máquina pública e do poder econômico por Jair Bolsonaro, bem como pela disseminação de notícias falsas, por denúncias de coação de eleitores e inúmeros episódios de violência política envolvendo bolsonaristas. 

Nos dias finais da campanha, Lula participou do debate na Globo, do qual saiu vencedor para para 51,5% dos indecisos, enquanto Bolsonaro teve 33,7% da preferência do público, segundo dados da pesquisa AtlasIntel. O último ato da campanha do presidente eleito foi na avenida Paulista, em São Paulo, que reuniu milhares de pessoas e onde Lula demonstrou confiança na vitória e reafirmou sua disposição para reconstruir o país. 

Aprovação recorde e perseguição política 

Lula governou o Brasil por dois mandatos, de 2003 a 2010, numa época que ficou marcada pela prosperidade econômica, redução da pobreza e ampliação de políticas sociais. No período, o total de trabalhadores com carteira assinada subiu de 28,6 milhões em 2002 para 44 milhões em 2010. Ou seja, Lula criou, em oito anos, mais de 15 milhões de vagas com carteira assinada. 

O poder de compra dos trabalhadores aumentou em seus governos. Durante os governos de Lula e Dilma Rousseff (PT), entre 2002 e 2016, o salário mínimo teve aumento real de 76%. Só nos dois mandatos de Lula, o aumento real foi de 57,8%. Além disso, 93,8% das categorias trabalhistas tiveram aumento maior do que a inflação no ano de 2010. Com Lula e Dilma, 36 milhões de brasileiros e brasileiras saíram da extrema pobreza e outros 42 milhões ascenderam à classe C. Todos os segmentos sociais tiveram ganho de renda, porém algo inédito aconteceu – os mais pobres ganharam mais do que os ricos.

Entre 2003 e 2012, os 10% mais pobres tiveram crescimento de renda real per capita de 107%, enquanto os mais ricos obtiveram incremento de 37% na renda acumulada, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). Durante os governos Lula e Dilma, a renda média cresceu 38% acima da inflação. Já a renda dos 20% mais pobres cresceu 84%.

Lula terminou o segundo mandato com recorde de popularidade. Em dezembro de 2010, pesquisa do Ibope (atual Ipec), contratada pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI), mostrou que 87% dos entrevistados avaliaram a gestão Lula como “boa ou ótima”. 

O ex-presidente Lula foi vítima de uma das maiores perseguições políticas registradas na história brasileira. Em agosto de 2016, Lula foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. A denúncia assinada pelo então coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Deltan Dallagnol, hoje deputado federal eleito, não provou as acusações contra Lula. Mesmo assim, o então juiz federal Sergio Moro, atual senador eleito, condenou Lula em 2017 a 9 anos de prisão, decisão confirmada em tempo recorde pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que enquadrou Lula na Lei da Ficha Limpa e o retirou das eleições de 2018, que foi vencida por Jair Bolsonaro. 

Confirmando seu interesse político na inabilitação de Lula, Sergio Moro renunciou à magistratura no final de 2018 para assumir o Ministério da Justiça e Segurança Pública a convite do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PL). No ano seguinte, o site The Intercept Brasil revelou conversas privadas entre investigadores da Lava Jato e o ex-juiz. Os diálogos comprovam o conluio entre o Ministério Público e a Justiça para perseguir e condenar Lula. Em abril de 2020, após quase 16 meses como ministro de Bolsonaro, Moro anunciou seu desembarque do governo Bolsonaro alegando interferência do presidente na Polícia Federal. Pouco mais de dois anos depois, Moro voltou a se aliar com Bolsonaro ao declarar apoio ao extremista contra Lula no segundo turno da eleição e chegou a acompanhar Bolsonaro nos debates contra Lula. 

O ex-presidente Lula foi preso no dia 7 de abril de 2018, após ficar dois dias na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Ele foi levado para a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, construída durante seus governos, onde ficou por 580 dias mantido como preso político. Durante todo o período em que ficou preso na PF, Lula foi acompanhado por uma multidão de apoiadores, que se instalaram nas imediações do prédio, criando a Vigília Lula Livre. Documentário do jornalista Joaquim de Carvalho para a TV 247 retrata a luta da Vigília para denunciar a injustiça e pela liberdade de Lula.  

A sentença de Sergio Moro foi derrubada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2021, que reconheceu a incompetência da 13ª Vara Federal de Curitiba para julgar a ação. No mesmo ano, o Ministério Público Federal (MPF) reconheceu a prescrição do caso. Defendido pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska Martins, Lula foi inocentado na Justiça em 26 processos movidos contra ele pela máquina de lawfare que foi a operação Lava Jato. Leia um resumo das vitórias judiciais de Lula

Retorno triunfal e desafios de um Brasil desmontado

Depois de deixar a prisão em Curitiba, Lula iniciou a construção de um arco de alianças com partidos políticos, movimentos sociais e sindicais, personalidades da sociedade civil, da cultura e representantes do mercado para disputar a eleição de 2022, após ter sido retirado do pleito anterior. Acenou ao centro, ao trazer como candidato a vice o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que saiu do PSDB para o PSB, e foi buscar apoios no amplo espectro da sociedade. 

A partir do dia 1° de janeiro de 2023, Lula pegará um país em condições muito piores daquelas encontradas por ele em 2002. São mais de 33 milhões de pessoas passando fome no país, outras 115 milhões com algum grau de insegurança alimentar, segundo estudo da Rede Penssan

O endividamento atinge 79% das famílias brasileiras e a inadimplência chegou a 29,6%, segundo estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), divulgado no dia 5 de setembro. Na área ambiental, o Brasil é alvo de pressão internacional pelo aumento no desmatamento na Amazônia para a agricultura e a invasão e exploração do garimpo em terras indígenas. 

Segurança de Carla Zambelli é preso após disparar arma de fogo em perseguição a homem negro

 Deputada bolsonarista sacou arma e perseguiu o jornalista Luan Araújo

(Foto: Reprodução)

247 – "Um segurança da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi preso pela Polícia Civil na madrugada de ontem. Ele é o autor do disparo de arma de fogo que ocorreu no momento em que Zambelli perseguiu um homem negro até uma lanchonete na região dos Jardins, bairro nobre de São Paulo", aponta reportagem do Uol.

"O jornalista Luan Araújo, que foi perseguido por Zambelli, também prestou depoimento à Polícia Civil. Ele estava acompanhado de advogados do grupo Prerrogativas, que confirmaram a prisão do segurança da deputada", acrescenta a reportagem. 

PT entra com notícia-crime no STF contra Carla Zambelli após ameaça armada a homem negro

 Partido questiona PM por não ter prendido envolvidos em flagrante e pede inquérito na PGR, apreensão de armas e munições da deputada e suspensão de autorização de posse e porte

Gleisi Hoffmann e Carla Zambelli (Foto: Lula Marques | Luis Macedo/Câmara dos Deputados)

247 - O PT entrou, neste sábado (29), com uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL) após ela ter sacado uma arma (que estava portando ilegalmente) para perseguir e ameaçar um homem negro, o jornalista Luan Araújo, em São Paulo, na véspera do segundo turno das eleições.

No documento endereçado à presidente do STF, a ministra Rosa Weber, o partido pede que "cautelarmente, seja determinada imediata apreensão das armas e munições da parlamentar, bem como suspensa qualquer modalidade de autorização de posse ou porte de armas ou para compra de munição."

Também é solicitada a instauração, na Procuradoria-Geral da República, de um inquérito contra a deputada para apurar o acontecimento e "a devida responsabilidade em todos os âmbitos". Além disso, pede o acionamento do Ministério Público para uma investigação sobre os comparsas de Zambelli, envolvidos no episódio, que não possuem foro privilegiado.




Alexandre de Moraes proíbe PRF e PF de fazer operações que afetem circulação de eleitores

 Governo Bolsonaro pretende usar polícias federais para favorecer no dia da eleição a candidatura do ocupante do Palácio do Planalto

Presidente do TSE, Alexandre de Moraes 02/10/2022 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes, proibiu neste sábado (29) que a Polícia Rodoviária Federal realize qualquer operação relacionada ao transporte público de eleitores neste domingo (30), quando ocorre o segundo turno em todo o país.

Moraes também proibiu que o governo divulgue qualquer tipo de resultado ou balanço de operações realizadas pela Polícia Federal e relacionadas ao pleito, "sob pena de responsabilização criminal do Diretor Geral da PF por desobediência e crime eleitoral".

"O processo eleitoral, como um dos pilares da democracia, deve ser resguardado. No dia da votação, há de imperar a ordem, a regularidade, a austeridade. A liberdade do eleitor depende da tranquilidade e da confiança nas instituições democráticas e no processo eleitoral. A Justiça Eleitoral tem envidados esforços para garantir o transporte público gratuito ao eleitor, como forma de assegurar o direito de voto a todos os eleitores com participação democrática ampla, não havendo razões a permitir embaraços nesse sentido", diz trecho da decisão.

Em decisão semelhante, o ministro Gilmar Mendes, do STF (Supremo Tribunal Federal), intimou o ministro da Justiça, Anderson Torres, a dar informações em até 3 horas sobre a atuação da PF e da PRF.

Moraes analisou uma ação movida neste sábado pelo deputado Paulo Teixeira (PT). O parlametar argumentou que há “diversas notícias recentes” sobre um suposto “aparelhamento da Polícia Rodoviária Federal e da Polícia Federal, em ações concertadas para beneficiar o candidato Bolsonaro”. 

Líder nas pesquisas, Lula promete "unir o país para mudar o Brasil"

 "Em nosso país, a melhor maneira de fazer a roda da economia girar novamente é dinamizar e expandir o mercado interno", aponta o ex-presidente

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)

247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera todas as pesquisas e pode ser eleito neste domingo para um terceiro mandato, após ter sido alvo da maior perseguição judicial e política da nossa história, publicou artigo neste domingo na Folha de S. Paulo, em que prometeu "unir o país para mudar o Brasil".

"Este é o sentido da nossa candidatura: resgatar milhões de brasileiros e brasileiras da fome, da pobreza e da exclusão, por meio do crescimento sustentável e com distribuição mais justa da riqueza. Sou candidato mais uma vez porque acredito que é possível realizar essa mudança. Sou candidato para unir o país em um grande movimento em defesa da democracia e pela reconstrução do Brasil. A decisão política mais importante a ser tomada é colocar novamente o povo no centro das atenções do governo. Incluir outra vez no Orçamento os trabalhadores e a maioria da população. Cuidar das pessoas em primeiro lugar, especialmente das que mais necessitam de apoio", escreveu Lula.

"Em nosso país, a melhor maneira de fazer a roda da economia girar novamente é dinamizar e expandir o mercado interno. Por isso, é essencial aumentar o valor real do salário mínimo, retomar o Bolsa Família fortalecido, renegociar as dívidas de milhões de famílias e apoiar fortemente os batalhadores das micro, pequenas e médias empresas", acrescentou o ex-presidente.

"O Brasil é um país extraordinário, pronto para ingressar na economia do conhecimento e iniciar a transição energética e ecológica. Pronto para evoluir para uma agropecuária e uma mineração sustentáveis, uma agricultura familiar mais forte e uma indústria mais verde. Temos compromisso com a preservação da Amazônia e todos os grandes biomas, com o meio ambiente e o enfrentamento da crise climática", destacou ainda Lula. "Vamos com fé e esperança votar neste domingo para construir o futuro do país", finalizou.

Lula vota em São Bernardo do Campo: 'o 30 de outubro mais importante da minha vida'

 Lula esteve acompanhado de sua esposa, Janja, de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP)

Lula vota em São Bernardo do Campo (Foto: Reprodução/TV Globo)

247 - O ex-presidente Lula (PT) concluiu sua votação para o segundo turno das eleições na manhã deste domingo (30), em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista

“Hoje possivelmente seja o dia 30 de outubro mais importante da minha vida e acho que é um dia muito importante para o povo brasileiro, por que hoje o povo está definindo o modelo de Brasil que ele deseja, o modelo de vida que ele quer", declarou o presidenciável petista à imprensa após votar, de acordo com o portal g1.

Assim como fez no primeiro turno, Lula beijou o comprovante de votação. Ele esteve acompanhado de sua esposa, Janja, de seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), da presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, e da deputada federal eleita Marina Silva (Rede-SP).

sábado, 29 de outubro de 2022

Bolsonaro mentiu sobre salário mínimo, ao prometer R$ 1,4 mil sem previsão orçamentária

 Jair Bolsonaro se notabilizou como um dos maiores propagadores de mentiras da história do País

(Foto: Reprodução | Alice Marko de Souza | ABR)

(Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro (PL) usou o último debate antes do segundo turno para fazer uma promessa de aumento do salário mínimo após o vazamento de estudos que projetavam que seu governo poderia deixar de reajustar o valor, enquanto o adversário Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atacou o candidato à reeleição por sua atuação na pandemia de Covid-19 e pela política pró-armas do governo.

Pressionado pelas notícias de que a equipe econômica estudava desindexar os aumentos do salário mínimo da inflação em caso de reeleição, Bolsonaro afirmou logo na abertura do debate realizado pela TV Globo na noite de sexta-feira que vai aumentar o valor para 1.400 reais por mês se vencer a eleição no domingo, apesar de o valor previsto no Orçamento ser menor.

"Tanto é verdade que acertamos a economia que eu posso anunciar que o novo salário mínimo será de 1.400 reais", disse o candidato à reeleição, que aparece entre cinco e seis pontos percentuais atrás de Lula nas pesquisas de intenção de voto para a eleição de domingo.

O valor prometido por Bolsonaro, entretanto, não consta sequer da peça orçamentária de 2023, que prevê um mínimo de 1.302 reais. Neste ano, o salário mínimo está em 1.212 reais

A polêmica dos últimos dias sobre o salário mínimo causou estragos na campanha de Bolsonaro, disseram fontes do QG bolsonarista à Reuters, daí a pressa dos estrategistas em divulgar mensagens nas redes sociais com a nova promessa enquanto o debate da Globo ainda estava no ar.

Reportagens na imprensa contam que há estudos na mesa do Ministério o da Economia que cogitam adotar medidas duras como o não reajuste do salário mínimo pela inflação e cortes em programas como o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb) em caso de reeleição para equilibrar o orçamento.

Guedes negou a intenção de adotar tais políticas, atribuindo a supostos petistas infiltrados em sua pasta essas declarações à imprensa. A campanha de Bolsonaro divulgou vídeos do ministro nos quais ele destaca dados da economia e responde a perguntas sobre as supostas medidas, afirmando se tratar de mentiras.

Ao comentar sobre o salário mínimo, Lula questionou Bolsonaro pela falta de aumento real de valor durante seu governo, comparando com aumentos concedidos durante seus dois mandatos (2003 a 2010).

"A massa salarial caiu, o salário mínimo não teve um aumento real, e agora vem com a cara de pau dizer que vai aumentar salário mínimo. Não vai", afirmou o petista. "Você já viu esse país crescer, gerar emprego, não pode ficar acreditando em fantasia".

Bolsonaro também voltou a se dizer vítima do sistema, e chegou a reclamar nominalmente do atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, afirmando que a corte estaria trabalhando para favorecer o adversário.

"O sistema todo está contra mim, grandes redes de televisão, como aqui. O Tribunal Superior Eleitoral, quase todas as queixas dão a seu (Lula) favor, inclusive a questão das inserções das rádios. O TSE toma conta de tudo, mas quando chega numa hora de me atender, por inserções que seu partido em parte roubou... o TSE inclusive vai investigar a mim e ao partido."

Bolsonaro referiu-se à suposta falta de equilíbrio na veiculação de inserções em rádios, medida que motivou uma denúncia movida por sua campanha que foi rejeitada, por falta de provas, por Moraes.

Apesar do discurso, o presidente afirmou em entrevista após o debate que aceitará o resultado das urnas. Até então, Bolsonaro costumava dizer sempre que aceitaria o resultado de eleições que considerasse "limpas".

"Não há a menor dúvida, quem tiver mais voto leva", afirmou Bolsonaro, que passou meses atacando sem provas as urnas eletrônicas apontando possibilidade de fraude -- rejeitada tanto por autoridades eleitorais como por especialistas.

PANDEMIA E ARMAS

O formato do debate permitia que os dois adversários circulassem pelo palco e administrassem seus tempos, em boa parte sem qualquer tema definido. Lula e Bolsonaro trocaram diversas acusações, chamando um ao outro de mentiroso em várias oportunidades, e se recusaram a responder perguntas.

A campanha de Lula considerou que o petista teve seu melhor desempenho entre todos os debates desta eleição e que venceu "com folga" a disputa na TV Globo, enquanto do lado de Bolsonaro aliados ficaram com a sensação de que o presidente, mais uma vez, não conseguiu falar para além da bolha bolsonarista.

Aparentando estar mais tranquilo do que o adversário, Lula usou oportunidades para voltar a criticar Bolsonaro pela gestão da pandemia de Covid-19, mencionando a demora do governo federal para comprar vacinas, a postura de Bolsonaro contra as recomendações científicas e as quase 700 mil mortes por coronavírus no Brasil.

"Bolsonaro não responde sobre a pandemia porque deve pesar na consciência dele. Se ele tivesse seguido o aviso dos governadores do Nordeste, teria evitado pelo menos 200 mil mortes. Ele, desumano como é, não foi visitar uma pessoa que perdeu um parente", afirmou.

O petista também criticou a política pró-armas de Bolsonaro, que já prometeu reverter caso seja eleito presidente. O petista lembrou a prisão no último domingo do ex-deputado Roberto Jefferson, aliado de Bolsonaro, que abriu fogo com um fuzil e lançou granadas de efeito moral contra a Polícia Federal ao ser preso, deixando dois policiais federais feridos.

"Sabe qual o modelo de cidadão pacífico do Bolsonaro? O Roberto Jefferson, armado até os dentes atirando na Polícia Federal", afirmou.

Bolsonaro rebateu a acusação negando ter relação com Jefferson, apesar de Jefferson ter inclusive o convidado para ingressar em seu partido e ter feito várias declarações em seu favor. O presidente lembrou que, no passado, Jefferson já fez parte da base aliada do governo Lula, tendo sido o delator do esquema conhecido como mensalão.

Pesquisa AtlasIntel feita com eleitores que não votaram nem em Lula nem em Bolsonaro no primeiro turno apontou que o petista sagrou-se vencedor do debate na avaliação de 51,5% dos entrevistados, enquanto 33,7% apontaram Bolsonaro e 14,9% não souberam.

Um levantamento da Quaest que monitorou as reações nas redes sociais durante o debate também apontou desempenho melhor de Lula. O petista teve 51% de menções positivas e 49% de negativas, enquanto Bolsonaro teve 64% de menções negativas e 36% de positivas.

Lula ganhou o debate também nas redes, mostra levantamento da Quaest

 Lula teve mais menções positivas que Bolsonaro em todos os quatro blocos do debate

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)


247 - No último embate entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro, o petista registrou o melhor resultado nas redes sociais. É o que mostra levantamento da Quaest feito nas redes sociais durante o debate.

Durante o debate realizado pela TV Globo nesta sexta-feira, Lula registrou 51% de comentários positivos nas redes, contra 36% de comentários positivos feitos sobre Bolsonaro. 

O monitoramento da Quaest, feito em Twitter, Facebook, Instagram, sites e blogs durante os quatro blocos do debate, mostrou que, nas redes sociais, Lula registrou um desempenho melhor que Bolsonaro em todos os quatro blocos. No terceiro bloco, em que os candidatos tiveram 15 minutos cada para debate não moderado, foi registrada a maior diferença entre os dois: Lula registrou 62% de comentários positivos entre internautas, contra 41% com referências a Bolsonaro.

No segundo bloco, em que Lula e Bolsonaro debateram sobre a fome no país, o petista registrou o menor fluxo de comentários positivos (45%), enquanto Bolsonaro foi elogiado nas redes por apenas 34% dos internautas, ainda segundo levantamento. Na avaliação do diretor da Quaest, isso ocorreu porque houve embate entre os candidatos sobre os números da fome no país. Enquanto Bolsonaro reiterava números do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) sobre a caracterização de linha da pobreza, Lula trazia informações sobre subnutrição trazidas em reportagem do jornal Folha de S. Paulo nesta semana.

Durante o primeiro bloco, também conduzido no modelo de debate não moderado com 15 minutos de fala por candidato, os pontos principais foram a discussão sobre o salário mínimo e acusações de "mentira" entre os presidenciáveis. Segundo a Quaest, os termos mais buscados no Google foram "Bolsonaro vai acabar com o 13", "Bolsonaro décimo terceiro salário", "Lula criou o G20" e "Lula absolvido".

Bolsonaro dá chilique após perder debate para Lula e encerra de forma abrupta a entrevista

 Ele não gostou de ser confrontado com suas mentiras e de ter sido chamado de candidato

Jair Bolsonaro e Sérgio Moro (Foto: Reprodução)

Sputnik – "Está me chamando de mentiroso? Então, vamos acabar por aqui", disse Bolsonaro após ser questionado sobre uma declaração sua — classificada pelo repórter como "mentira" — quanto à visita de Lula ao Complexo do Alemão.

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) interrompeu bruscamente sua entrevista coletiva após uma pergunta de um repórter do jornal Folha de S.Paulo, nesta sexta-feira (28), ao final do último debate presidencial do segundo turno, na TV Globo, no Rio de Janeiro.

O jornalista questionava o presidente sobre uma declaração sua quanto à visita do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Complexo do Alemão, no Rio, durante a campanha.

Ao indagar por que Bolsonaro "insiste na mentira" de que Lula teria ido à comunidade a convite de traficantes, o presidente bateu na mesa e rebateu: "Está me chamando de mentiroso? Então, vamos acabar por aqui".

O repórter afirmou que podia garantir que esta era uma "mentira", e Bolsonaro se despediu e deixou a sala de imprensa, onde concedia entrevista.

Durante a coletiva, o presidente esteve acompanhado do seu ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, que voltou a se aliar a Bolsonaro nestas eleições, após deixar o governo em abril de 2020.

Lula optou por não conceder entrevista coletiva após o debate. O ex-presidente informou que falaria com a imprensa neste sábado (29).

O segundo turno das eleições ocorre no próximo domingo (30), entre às 8h e às 17h no horário de Brasília.

Integrantes da campanha de Lula comemoram vitória no debate, enquanto bolsonaristas acham que houve empate

 No comando da campanha de Lula, desempenho do presidente foi comemorado. Avaliação é de que Lula pode conquistar os “poucos indecisos”

Lula no último debate - 28/10/2022

247 - "Lula foi bem, colocou a pauta na maioria do tempo, falou da vida do povo, de propostas e do que fez. Nos grupos de pesquisa qualitativa, ganhou a maioria — disse a presidente do PT, a deputada federal Gleisi Hoffmann".

Foi consenso entre os petistas que esse foi o melhor desempenho do ex-presidente nos debates que participou no primeiro e no segundo turno, informa a jornalista Bela Megale no Globo.

Entre membros da campanha de Bolsonaro, a avaliação foi a de que o ocupante do Palácio do Planalto começou pior que Lula, com desempenho aquém do esperado na pauta econômica e mais nervoso. Os ataques ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) também foram apontados como “falhas”. A leitura, no entanto, é que ele conseguiu depois terminar o debate “empatado” com o petista.

O empate, no entanto, não é bom para Bolsonaro. A pesquisa do Datafolha desta quinta-feira (27)mostra Lula na dianteira, com 49% das intenções de voto e Bolsonaro, com 44%.

No debate da Globo, até Bonner usa "direito de resposta"

 "Eu de fato disse que Lula não deve nada a Justiça", afirmou o jornalista

Jornalista William Bonner (Foto: Reprodução (redes sociais))

(Reuters) - No debate da TV Globo na noite desta sexta-feira, até o apresentador William Bonner usou uma espécie de direito de resposta, provocado pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL).

O mandatário disse que seu adversário, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), só havia sido inocentado por Bonner, e não pela Justiça, citando processos de corrupção enfrentados pelo petista.

Foi uma referência à entrevista de Lula no Jornal Nacional, quando Bonner mencionou que o ex-presidente não devia mais nada à Justiça porque seus processos, no âmbito da operação Lava Jato, foram anulados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O apresentador da TV Globo repetiu isso no final do primeiro bloco do debate.

O antagonismo com Bonner faz parte da mensagem de Bolsonaro de que é um político perseguido pelo sistema e pela mídia tradicional.

 

"FICA AQUI" X "NÃO QUERO"

Durante o debate, Bolsonaro tentou intimidar Lula chamando o adversário para ficar perto dele no palco, mas o petista recusou. "Fica aqui, rapaz!", disse o presidente. "Não quero ficar perto de você, não quero ficar perto de você!", respondeu Lula.

No debate anterior entre os adversário no segundo turno, exibido pela Band, Bolsonaro chegou a colocar a mão no ombro de Lula ao adotar a mesma estratégia para pedir que o rival ficasse perto dele no palco.

Antes do debate começar, Lula estudou bastante a posição das câmeras para saber onde se posicionar melhor durante o confronto.

MORO

Bolsonaro conversou bastante antes do debate com seu ex-desafeto e atual aliado Sérgio Moro. O ex-juiz da Lava Jato, que se elegeu senador na eleição deste ano e declarou apoio a Bolsonaro no segundo turno, tem ajudado Bolsonaro nos debates principalmente em relação ao combate à corrupção -- um dos principais temas usados pelo presidente para atacar Lula.

Depois de passar 580 dias preso condenado por corrupção no âmbito da Lava Jato, Lula atualmente não deve nada à Justiça, uma vez que suas ações foram anuladas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que viu parcialidade de Moro nos processos.

Placar final do debate na Globo: Lula venceu para 51,5% dos indecisos, enquanto Bolsonaro teve 33,7% da preferência

 Números foram apontados pela Atlas Intel

Lula no debate da Globo (Foto: Ricardo Stuckert)


SÃO PAULO (Reuters) - A avaliação dentro da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é de que seu desempenho no último debate do segundo turno, na noite de sexta-feira na TV Globo, foi o melhor até agora entre todos os que ele participou nesta eleição, mesmo com a dificuldade de encaixar falas sobre propostas.

"Foi muito bem, ganhou com folga o debate", disse uma das fontes ouvidas pela Reuters.

A análise é que Lula se manteve calmo mesmo frente às provocações do adversário Jair Bolsonaro (PL), que insistia em chamá-lo de mentiroso reiteradas vezes. Em seu treinamento para o debate, Lula trabalhou medidas para evitar perder a paciência ou se deixar perturbar, como aconteceu em debates anteriores.

Lula também conseguiu controlar bem o tempo das respostas, ao contrário do que havia acontecido no último debate, na Band, em que, incomodado com as acusações de corrupção, gastou tempo demais nas respostas e deixou Bolsonaro com um longo período para falar sozinho no final.

"Foi para isso que ele se preparou", disse uma segunda fonte. "Ele saiu feliz do debate. Apesar do Bolsonaro, ele até conseguiu encaixar algumas propostas."

Nas pesquisas qualitativas com eleitores indecisos feitas pelo PT durante o debate, de acordo com as fontes, o resultado foi majoritariamente positivo para Lula.

O resultado é o mesmo do tracking feito pelo instituto Atlas Intel. Para 51,5% dos entrevistados, Lula foi o vencedor do debate, enquanto 33,7% deram a vitória a Bolsonaro.

Após campanhas distintas, Fla e Athletico fazem final da Libertadores

 Duelo no Equador será neste sábado, às 17h

(Foto: Ag. Brasil)


Agência Brasil - Os rubro-negros Flamengo e Athletico Paranense duelam na tarde deste sábado (29), no Monumental,  às 17h, no Equador, pelo título mais importante da temporada do futebol no continente sul-americano: a Copa Libertadores da América.

De um lado do campo estarão os cariocas em  busca do tricampeonato (os dois primeiros foram em 1981 e 2019), e do outro lado os paranaenses sonha com a conquista inédita no torneio. 

A história do Flamengo na Libertadores começou no Grupo H. Os rubro-negros saíram quase com 100% de aproveitamento em uma chave que contava com o Talleres, da Argentina, o Universidad Católica, do Chile, e o Sporting Cristal, do Peru.

Nesta fase, o time comandado, na época, pelo técnico Paulo Sousa, obteve cinco vitórias e apenas um empate, que aconteceu no confronto com os argentinos.

Depois de assegurar a liderança do grupo, o Flamengo encarou o Tolima, da Colômbia. No primeiro jogo das oitavas de final, já sob a liderança do treinador Dorival Junior, os cariocas venceram com gol de Andreas Pereira, que deixou o clube logo após o triunfo por 1 a 0.

No duelo de volta, no Maracanã, o Flamengo conseguiu sua maior goleada na competição continental, 7 a 1, com direito a quatro gols de Pedro.

O Rubro-Negro enfrentou pela primeira vez uma equipe compatriota na Libertadores já nas quartas de final. Emplacou duas vitórias (ida e volta) contra o Timão: a primeira por 2 a 0 na Neo Química Arena, em São Paulo, e depois por 1 a 0 no Maracanã, no Rio de Janeiro. 

Já nas semifinais o oponente foi o argentino Velez Sarsfield. Em Buenos Aires, os brasileiros praticamente selaram a classificação para a final, ao vencer por 4 a 0. No Maracanã, os rubro-negros voltaram a derrotar os argentinos, desta vez, por 2 a 1.

Logo após a confirmação da classificação, o técnico Dorival Junior falou em fazer de tudo para ser campeão.

"Acho que não tem preço nós chegarmos a um momento como esse. Vamos trabalhar e muito para que possamos fazer uma grande decisão. Enfrentaremos um adversário dificílimo. Não tenho dúvida que será uma partida com um grau de dificuldade muito alto". 

Invicto na Libertadores, o Flamengo chega à decisão com uma campanha de 11 vitórias e um empate, em 12 partidas disputadas. Foram 32 gols feitos e oito sofridos. Além disso, os rubro-negros contam com o artilheiro do campeonato, Pedro, com 12 gols marcados.

Diferentemente do Flamengo, o Athletico Paranaense teve alguns tropeços no Grupo B. Com uma campanha de três vitórias, duas derrotas e um empate, os paranaenses terminaram na vice-liderança, com os mesmos 10 pontos que o Libertad, do Paraguai, que se classificou em primeiro. Já o The Strongest, da Bolívia, e o Caracas, da Venezuela, foram eliminados.

Na quinta rodada, com vaga sob ameaça, o técnico Luis Felipe Scolari assumiu a equipe paranaense, após goleada por 5 a 0 contra os bolivianos, em La Paz, quando Fábio Carille ainda era o treinador do time. Na sequência, o Athletico venceu duas partidas e avançou às oitavas de final.

O adversário da vez foi o Libertad, que também enfentou na primeira fase. Na Arena da Baixada, os atleticanos venceram por 2 a 1, já em Assunção, quando a decisão para as quartas de final seria definida nos pênaltis, Rômulo, aos 44 minutos do segundo tempo, garantiu a classificação dos brasileiros.

Em seguida, o gol de Vitor Roque, com 17 anos de idade, contra o Estudiantes, da Argentina, aos 50 minutos do segundo tempo, garantiu a vitória por 1 a 0, em La Plata, além do acesso às semifinais, já que na Arena da Baixada o duelo terminou 0 a 0.

Nas semis, o Athletico tinha a missão de bater o atual bicampeão da competição continental Palmeiras. Em Curitiba, a vitória com placar mínimo de 1 a 0 dava à equipe rubro-negra a vantagem de um empate no Allianz Parque.

E foi exatamente o que aconteceu, de maneira eletrizante. Mesmo após o time paulista abrir 2 a 0 no placar, os paranaenses reagiram e empataram de 2 a 2, aos 39 minutos do segundo tempo, com gol de David Terans.

Depois de o Furacão voltar à final da Libertadores após 17 anos, o auxiliar técnico Paulo Turra, que substituiu Felipão suspenso, falou sobre fatores que levaram o Athletico à decisão.

"Hoje foi mais um passo que foi dado para que o Athletico se consolide ainda mais do que já é: uma grande estrutura, Tem no seu comando o presidente e no comando técnico o professor Felipe, dois caras de peso". 

Em 12 partidas, o Athletico venceu seis, empatou quatro e perdeu duas. Marcou 15 gols e sofreu 10.