quinta-feira, 27 de outubro de 2022

Em Minas Gerais, Lula tem 53% dos votos válidos e Bolsonaro 47%, mostra pesquisa Quaest

 A vitória no estado é vista como fundamental para chegar à Presidência da República. No primeiro turno, Lula teve 48,29% entre os mineiros, e Bolsonaro 43,60%

Lula e Jair Bolsonaro (Foto: Reuters)

247 - Pesquisa Quaest, encomendada pelo Banco Genial, divulgada nesta quinta-feira (27) mostra o ex-presidente Lula (PT) como favorito dos mineiros para voltar à Presidência da República.  A vitória em Minas Gerais é vista como fundamental para chegar à Presidência da República. No primeiro turno, Lula teve 48,29% dos votos mineiros e Jair Bolsonaro (PL) 43,60%.

Votos válidos:

  • Lula - 53%
  • Bolsonaro - 47%

Votos totais:

  • Lula - 45%
  • Bolsonaro - 40%
  • Indecisos - 8%
  • Brancos/Nulos - 7%

Likely voter: 

  • Lula - 52,2%
  • Bolsonaro - 47,8%

O Likely voter é um modelo que considera a probabilidade de determinados eleitores não comparecerem às urnas.

A pesquisa ouviu presencialmente 2.200 eleitores de Minas Gerais entre 24 e 26 de outubro. A margem de erro é de dois pontos e o intervalo de confiança de 95%. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo BR-09544/2022.

Abaixo, a análise de Felipe Nunes, CEO da Quaest:

 

 

 

 

 


Cinegrafista da Jovem Pan entrega Tarcísio e diz que filmou segurança do candidato disparando tiros na farsa de Paraisópolis

 Marcos Andrade afirmou que a campanha de Tarcísio cobrou sua demissão, relatou pressão da Jovem Pan para apoiar o candidato e disse estar com medo de sofrer retaliações

Abin, Paraisópolis e Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo (Foto: Reprodução/Abin | Marcello Casal Jr/Agência Brasil | Jorge Maruta/Jornal da USP)


247 – O repórter-cinematográfico Marcos Andrade, da Jovem Pan, concedeu uma entrevista bombástica ao jornalista Artur Rodrigues, da Folha de S. Paulo, em que denunciou a campanha do candidato bolsonarista Tarcísio de Freitas, que preparou uma farsa em Paraisópolis para que o candidato vendesse a falsa narrativa de que teria sido vítima de um atentado quando fez campanha na região. Na entrevista, Andrade disse que filmou um agente da Abin e policiais à paisana, da equipe do próprio Tarcísio, disparando tiros em Paraisópolis, numa ação que matou um jovem desarmado chamado Felipe Silva de Lima, de 28 anos. O cinegrafista também afirmou que a campanha de Tarcísio pediu sua cabeça, cobrando a sua demissão da Jovem Pan, e relatou pressões da própria emissora, que teria pedido que ele gravasse um vídeo em apoio ao candidato. Por fim, Marcos Andrade disse estar com medo: 'você não sabe com quem está lidando'.

"Eu começo a escutar uns disparos de arma de fogo, a impressão que eu tinha era umas rajadas de metralhadora. Eu fui para a janela, e olhando para o lado direito eu vi umas motos passando. Coisa de dez minutos depois as motos deram a volta pelo quarteirão, foram para a rua de cima, e começa o novo tiroteio. Aí eu pego a câmera e vou para janela. Inclusive, todo mundo falava 'se abaixa', e houve um pânico generalizado. E eu fui para a janela. Só que aí eu vejo umas pessoas à paisana na parte de baixo, na porta da escola, disparando arma de fogo no sentido da rua de cima. Eu vejo o Tarcísio com o pessoal saindo do prédio e indo para o estacionamento. Eu fiz essas imagens, tanto essas como das pessoas embaixo atirando. Desci.

Chego na calçada e vejo lá na esquina, na parte de cima no meio da rua, uma pessoa caída e uma moto no chão. Eu me abrigo até uma coluna. Quando eu chego para gravar esse corpo e a moto que está no chão, chega uma pessoa falando para eu não gravar", relata o cinegrafista.

"Na hora que eu vou para a parte de cima, onde o corpo e a moto está caída, eu vejo o rapaz que eu tinha conversado a respeito de pedir reforço. Eu vejo ele armado e com distintivo da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]. E outro rapaz que tenta me impedir também está com distintivo, mas eu não consigo ver bem o que era o distintivo dele", acrescentou, apontando a participação de agentes federais de segurança na campanha de Tarcísio.

Depois de ter sido levado para uma base da campanha de Tarcísio, ele relata como se deu a pressão. "Chega alguém e fala assim: 'vamos lá em cima [que querem falar com você]'. Eu achei esquisito.

Ficou uma dúvida, e na dúvida grava. Eu não estou com a câmera na mão. Peguei meu celular e fui gravando áudio com celular na mão. O cara se apresenta [o homem foi identificado pelo site Intercept Brasil como Fabrício Cardoso de Paiva, um agente licenciado da Abin que foi reconhecido também por Andrade por meio de fotografias]. Aí tem a gravação [em que a voz pergunta sobre o tiroteio e sobre o que havia sido filmado, e manda Andrade apagar as imagens]. Eu achei muito estranho, eu não faria em momento algum por questão da profissão mesmo. Eu não apaguei isso [as imagens já haviam sido enviadas à emissora]. Minha opinião [sobre o motivo da ordem] é que alguém que estava lá que não devia estar. É isso", afirmou Marcos Andrade. "Tem muita polícia. Só que você não consegue distinguir quem é quem. Quando você olha para o lado e fala assim: tem um federal aqui, um cara da Abin, um militar. Isso é normal? Você está acompanhando um candidato à Presidência da República, você vê policiais federais. Agora, um candidato ao governo com esse estafe eu nunca vi. Foge da normalidade", acrescentou.

O cinegrafista também afirmou que a campanha de Tarcísio de Freitas pediu que a Jovem Pan o demitisse, depois da divulgação do áudio em que ele revela a pressão para que as imagens fossem apagadas. "Ontem [terça, quando o áudio foi divulgado pela Folha] foi um dia muito difícil, né? Porque houve comunicação da equipe [do Tarcísio] com a empresa [Jovem Pan] cobrando uma postura da empresa de desligamento. Até ontem, a hora que eu saí de lá, eles bateram o pé e desligamento zero. Não falaram o que iam fazer, entendeu? Mas me pediram para eu gravar um vídeo para o Tarcísio. Não sei se para usar para campanha, mas é de um jeito para eles ficarem bem com esse pessoal", disse Marcos Andrade.

Medo de retaliação

O profissional da Jovem Pan também afirmou que está com medo de sofrer retaliações. "Eu também estou assustado, porque você não sabe com quem está lidando. Medo não por mim, mas pela minha família, entendeu? Eu estou com minha esposa para ganhar nenê neste próximo mês. A minha preocupação é só essa, da minha família, entendeu, da integridade física de todos. Eu espero que acabe tudo bem, é a minha esperança, para a minha pessoa, para a minha família.

Claro que eu tenho medos", afirmou. Andrade disse ter feito seu trabalho corretamente. "Eu, como jornalista, não vejo erro. Porque em nenhum momento estou mentindo, estou acrescentando ponto. A meu ver, eu não fiz nada de errado. Se alguém fez alguma coisa de errado, não fui eu", finalizou.



Senador Alessandro Vieira diz que errou em 2018 ao votar em Bolsonaro e declara voto em Lula

 Parlamentar fez sua autocrítica pública, num gesto raro entre políticos

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)


247 – "Em 2018, diante de candidatos que não me representavam, fiz minha escolha baseado na crença no fortalecimento do combate à corrupção. Errei, como mostram os 4 anos de desmonte e aparelhamento das instituições, bem como o sequestro do Orçamento Público por interesses privados", postou o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), em seu twitter.

"Novamente vejo no 2º turno candidatos que não me representam. Como rejeito a omissão, é preciso escolher. Os meus critérios serão respeito democrático, resgate da educação pública e preservação do meio ambiente, pois não vejo combate à corrupção inserido em nenhum dos projetos", acrescentou.

"Sigo Juscelino Kubitschek, sobre não ter compromisso com o erro. Os citados critérios impõem o voto em Lula, diante do desastre do governo atual em áreas fundamentais. Depois, vamos trabalhar na construção de alternativas políticas que nos permitam no futuro votar por esperança e não por rejeição", finalizou.


quarta-feira, 26 de outubro de 2022

Apucarana sediará evento estadual com foco em tecnologia e inovação


 “Apucarana irá sediar no dia 16 de novembro, na Associação Cultural e Esportiva de Apucarana (ACEA), um dos maiores eventos de tecnologia e inovação do Paraná”. Quem anuncia é o prefeito Junior da Femac, que recebeu nesta quarta-feira (26) a visita do presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia), Wanderlei Faganello; e do consultor do Sebrae, Tiago Cunha, no lançamento do “Você Conectado ao Futuro”.

Conforme explica Faganello, o foco do evento é repassar conhecimento sobre inovação e tecnologia, de forma gratuita, para estudantes e empresários de Apucarana e outras cidades da região e de todo Paraná. “Temos a expectativa de participação de ao menos mil pessoas, com interesse em aprender e se informar mais nesta área que agrega significativo valor no mercado de trabalho”, assinala o presidente da Acia.

O evento já havia sido realizado duas vezes, no ano de 2019, quando teve cerca de seiscentos participantes presenciais, e em 2021, quando foi realizado no formato online, devido à pandemia. O “Você Conectado ao Futuro é promovido pela Acia, Sebrae e Prefeitura de Apucarana; com o apoio da UTFPR, FAP, Unespar, Senai, Sicoob e Colégio Cerávolo.

“Esta terceira edição será gratuita e terá palestrantes de renome nacional, que participam em eventos somente em grandes capitais. Estamos trazendo para Apucarana uma oportunidade ímpar para todos os profissionais que atuam nesta área ou têm intenção de aprender par ingressar”, destaca Wanderlei Faganello.

O prefeito de Apucarana, Junior da Femac, enaltece a importância do evento para o município, citando a presença de palestrantes de renome nacional neste segmento, tais como Gil Jardelli e Luiz Lobão.

 “A Prefeitura, o Conecta e o Sebrae buscam promover a cultura da tecnologia e inovação, visando despertar o interesse de empresários e de universitários. Queremos mais profissionais e trazer empresas não poluentes para Apucarana, com alto valor agregado na mão de obra, serviços e produtos”, argumenta o prefeito.

O consultor do Sebrae, Tiago Cunha, diz que o evento terá um dia todo de imersão, dividido em dois ambientes. “Teremos um ciclo de palestras num pavimento da ACEA. E, em outro ambiente, acontecerá o Game Show, uma espécie de campeonato de jogos interativos com os presentes; além da apresentação de Startups de Apucarana e da região apresentando seus cases de sucesso”, revela Tiago Cunha.

O consultor do Sebrae diz que estão sendo esperadas caravanas de várias cidades. “Como o evento é gratuito, temos uma expectativa muito positiva de público, por isso é importante que os interessados providenciem logo suas inscrições, considerando que as vagas são limitadas”, alerta Cunha.

Game show

Um dos diferenciais desta edição do “Você Conectado ao Futuro é o Game Show”. Uma empresa de São Paulo, especializada na organização desta atividade, foi contratada para realizar o Game Show. “Trata-se da parte lúdica entre os presentes, que tem por objetivo despertar ainda mais o interesse dos jovens para a programação, desenvolvimento de softwares e hardwares”, informa Faganello.

As inscrições podem ser feitas, via QR Code, no seguinte endereço eletrônico  https://www.sympla.com.br/voce-conectado-ao-futuro__1769393 

Apucarana fixa prazo para Copel retirar cabos soltos e reposicionar rede fora da altura regulamentar


 A Copel Distribuição S.A., responsável pelos postes de sustentação para os cabos de energia, internet e telecomunicações, está sendo notificada pela Prefeitura de Apucarana a dar solução às ocorrências de cabos soltos e também atuar no sentido de reposicionar os que se encontram com altura abaixo da regulamentada.

A notificação extrajuducial, sob número 02/2022, expedida pelo prefeito Júnior da Femac nesta terça-feira (26/02), foi endereçada à sede da empresa, em Curitiba. “Tratam-se de situações que colocam em risco a integridade física de pedestres, motoristas e, principalmente, de motociclistas e ciclistas. Além disto, tendo em vista que os cabos de energia estão no mesmo poste, agrava-se severamente os riscos de choque elétrico”, frisa o prefeito de Apucarana.

Ele pondera que a administração pública municipal tem promovido a zeladoria da cidade com zelo e responsabilidade. “Não podemos admitir que situações irregulares como estas, de responsabilidade de terceiros, perdurem. Vidas estão em risco”, disse o prefeito Júnior da Femac.

O diretor-presidente do Instituto de Desenvolvimento, Pesquisa e Planejamento da Prefeitura de Apucarana (Idepplan), Carlos Mendes, pontua que o problema não é recente e tem sido alvo de cobranças recorrentes por parte do Município. “A companhia já foi oficiada em outras ocasiões a identificar e dar solução aos pontos com irregularidades, mas manteve-se inerte. Agora, através desta notificação extrajudicial, a prefeitura fixa prazo de cinco dias, a contar do recebimento, para que providencie a retirada de todos os cabos e fios soltos existentes no perímetro urbano do município de Apucarana, sob pena de aplicação da penalidade de multa prevista no art. 293, II do Código Municipal Tributário. Também vamos, se necessário, tomar todas as medidas necessárias para execução dos serviços, responsabilizando a notificada civil, administrativa e penalmente”, detalha Mendes.

Em anexo à notificação, o Município encaminhou registros fotográficos das irregularidades, segundo observou o prefeito Júnior da Femac, “lamentavelmente presente em praticamente todas as regiões de Apucarana”.

A ação municipal recebeu o apoio da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Apucarana (Acia). “É um serviço que notadamente não está sendo bem executado em nosso município, sem o devido padrão técnico e, consequentemente, qualidade. As operadoras (telefonia, internet) que também utilizam os postes, quando questionadas não assumem responsabilidades, por isso é importante essa cobrança mais incisiva para que haja imediata solução dos problemas e um comprometimento de todas as partes envolvidas para que novas ocorrências não voltem a acontecer, ou quando ocorram, sejam corrigidas com rapidez e eficiência”, pontuou Wanderlei Faganello, presidente da Acia, reforçando que além do aspecto negativo para o visual urbano, os cabos soltos ou em desconformidade no tocante à altura, geram risco à vida do cidadão. “Infelizmente, situações como estas já ocasionaram vários acidentes”, lamenta Faganello.

Bolsonaro faz discurso de perdedor e anuncia recurso para tumultuar as eleições

 "Nosso jurídico deve entrar com recurso. Iremos às últimas consequências dentro das quatro linhas", disse Jair Bolsonaro


247 - Jair Bolsonaro (PL) resolveu nesta quarta-feira (26) adotar um discurso de perdedor e acusou o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de jogar 'fora das quatro linhas' da Constituição. O ocupante do Planalto anunciou um recurso contra a decisão do presidente do TSE, Alexandre de Moraes, que extinguiu a ação da campanha do candidato à reeleição sobre inserções eleitorais não veiculadas.

"Nosso jurídico deve entrar com recurso. Iremos às últimas consequências dentro das quatro linhas para fazer valer o que nossas auditorias constataram, que foi um enorme desequilíbrio (das inserções)", afirmou em coletiva de imprensa.

"Sempre joguei dentro das quatro linhas. Aceito momentos difíceis em nome da democracia. Nunca viram uma palavra minha para cercear a mídia ou retirar direitos. quem tiver mais voto na urna", disse

Rádios apontaram diferenças entre o que foi veiculado, e o número e os horários das inserções identificados pela auditoria Audiency, contratada pela campanha de Bolsonaro. As emissoras disseram ter gravações dos dias citados pela auditoria e que estão à disposição do Judiciário.


Alexandre de Moraes extingue ação da campanha de Bolsonaro sobre inserções de rádio

 Presidente do TSE apontou possível cometimento de crime eleitoral. Alexande de Moraes juntou a ação de Jair Bolsonaro no TSE ao inquérito das milícias digitais

247 - O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), extinguiu na noite desta quarta-feira (26) a ação da campanha de Jair Bolsonaro sobre inserções eleitorais não veiculadas. “Diante de todo o exposto, nos termos do RiTSE, art. 36, § 6o, INDEFIRO A PETIÇÃO INICIAL, EM RAZÃO DE SUA INÉPCIA, com a consequente extinção do processo sem resolução do mérito (CPC, art. 330, § 1o, c/c art. 485, I)”, afirma Moraes.

O presidente da Corte Eleitoral determinou o envio do caso para o Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito do inquérito que apura a atuação de uma "mílicia digital" que atenta contra a democracia.

Moraes também apontou a possibilidade de ter havido crime eleitoral e pede que o Ministério Público apure o caso. “Considerando ainda possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana, DETERMINO a expedição de ofício ao Procurador-Geral Eleitoral, a teor do disposto nos arts. 5o e 6o da Resolução TSE n. 23.640, de 2021”, diz o ministro.




Rádios denunciadas pela campanha de Bolsonaro dizem ter provas para contestar "auditoria" de inserções

 Emissoras apontaram diferenças entre o que foi veiculado, e o número e os horários das inserções identificados pela auditoria Audiency, contratada pela campanha de Jair Bolsonaro

Jair Bolsonaro (círculo) (Foto: ABR | REUTERS/Suamy Beydoun)

247 - Três das oito rádios citadas pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) questionaram o documento enviado pela coligação do chefe do Executivo federal ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Bolsonaristas afirmaram ao TSE que emissoras deixaram de mostrar inserções eleitorais do ocupante do Planalto. Três rádios apontaram diferenças entre o que foi veiculado, e o número e os horários das inserções identificados pela auditoria Audiency, contratada pela campanha de Bolsonaro. As emissoras disseram ter gravações dos dias citados pela auditoria e que estão à disposição do Judiciário.

De acordo com reportagem publicada nesta quarta-feira (26) pelo jornal O Globo, quatro das oito rádios afirmaram que não divulgaram as inserções porque não receberam os materiais da equipe de Bolsonaro. 

Em denúncia ao TSE, a campanha do ocupante do Planalto apontou que essas oito rádios deixaram de veicular um total de 760 inserções de Bolsonaro na última semana.

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Versões das rádios

A rádio Extremo Sul, de Itamaraju (BA), disse ter veiculado todas as inserções que recebeu, mas, de acordo com a emissora, o envio das peças por parte da campanha de Bolsonaro foi irregular. "A campanha do Lula é a única que envia a programação para três dias. Por exemplo: nesta semana, mandou na segunda-feira. Hoje já vão mandar para fechar todos os dias. A do Bolsonaro às vezes mandava dia sim, dia não. E quando manda, manda a programação diária", disse o programador Jean Batatinha de Souza.

O diretor da rádio, Dalvadísio Lima, diz que a emissora veiculou todas as inserções recebidas. "Não teve a intenção de criar nenhum prejuízo para nenhuma coligação. Os e-mails e as correspondências que nos foram enviadas foram cumpridas".

A Rádio Viva Voz, de Várzea da Roça (BA), afirmou que só recebeu as inserções de Bolsonaro no dia 10 de outubro, ao contrário das outras campanhas, que enviaram no dia 6, véspera do reinício da propaganda eleitoral no segundo turno. "Recebemos material de campanha de todas as coligações no dia 06/10, com exceção da coligação do candidato Bolsonaro, que só recebemos no dia 10/10", disse. 

Responsável por duas das rádios citadas na denúncia enviada ao TSE, o Sistema Pazzi de Comunicação disse que "todo o material de campanha recebido das coligações que disputam o pleito, incluindo a do candidato Jair Bolsonaro, foram e são veiculados conforme as determinações do Tribunal Eleitoral, não havendo erros ou omissões nessas veiculações". A empresa responde pelas rádios Povo das cidades de Feira de Santana (BA) e de Poções (BA).

Na lista das rádios denunciadas pela campanha de Bolsonaro também esteve a Rádio da Bispa, de Recife, com a frequência 97.1 FM. "Está sendo veiculada informação falsa, informando que a Rádio da Bispa é a 97.1 FM. Essa informação é mentirosa, nossa frequência é 98.7 FM e estamos em dias com o Tribunal Eleitoral, Veiculamos todas as inserções que são enviadas para nós, e estamos fazendo nossa parte", disse.

Outra rádio, a JM OBNline, de Uberaba (MG), também afirmou não ter recebido materiais de campanha de Bolsonaro.

O responsável pela rádio Paudalho FM (PE), Alexandre Oliveira, afirmou ter obtido as inserções diretamente no site do TSE, mas apenas no segundo turno, porque a emissora, por ser comunitária, não teria obrigação de veicular as propagandas nacionais.

"Por ser uma rádio comunitária, as obrigações de veicular as inserções de nível nacional não é nossa. O que a gente fez aqui é que no primeiro turno a gente não veiculou as inserções nem de Bolsonaro, nem de Lula, nem de nenhum candidato. Agora no segundo turno, entramos no site do próprio TSE, onde tem as inserções, e pegamos o que tinha disponível dos dois candidatos. Estamos inserindo [as propagandas] de Lula e de Bolsonaro", disse Oliveira.

Tribunal se pronuncia

Em nota, TSE disse que não ser sua função distribuir o material a ser veiculado no horário gratuito. 

"Para isso, os canais de rádio e TV de todo o país devem manter contato com o pool de emissoras, que se encarrega do recebimento das mídias encaminhadas pelos partidos, em formato digital, e da geração de sinal dos programas eleitorais", diz o tribunal.

Intenções de voto

A pesquisa Ipespe/Abrapel, divulgada nessa terça-feira (25), mostrou o candidato a presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em primeiro lugar contra Bolsonaro na disputa pelo segundo turno, marcado para o dia 30 de outubro. 

Outra pesquisa, a do Ipec, apontou que os dois candidatos estão tecnicamente empatados no estado de São Paulo, maior colégio eleitoral do País. 


Policial diz ter alterado cena em Paraisópolis. Analistas citam fraude processual

 Um tenente da PM disse ter recolhido objetos do local onde aconteceu o tiroteio que interrompeu um evento da campanha de Tarcísio de Freitas em São Paulo

Viatura da PM, favela Paraisópolis e Tarcísio de Freitas (Foto: ABR)

247 - Um policial militar que participou do tiroteio em Paraisópolis, na zona sul da capital paulista, afirmou ter adulterado a cena do crime por temer que outras pessoas retirassem objetos do local. Os tiros aconteceram no dia 17 deste mês durante uma agenda de campanha do candidato ao governo do estado de São Paulo Tarcísio de Freitas (Republicanos). Um suspeito morreu na ação. A equipe do candidato mandou um cinegrafista da Jovem Pan apagar as imagens do tiroteio.

De acordo com informações publicadas nesta quarta-feira (26) pelo portal Uol, um tenente da PM disse à Polícia Civil ter recolhido cartuchos, estojos, carregador de pistola, coldre, um celular e um relógio do local. "Seria para que não fossem perdidos ou subtraídos por populares", afirmou ele, conforme o boletim de ocorrência registrado do caso.

Por volta das 10h45 do dia 17 de outubro, os PMs registraram suspeitos em uma moto filmando a viatura descaracterizada usada por eles. Os criminosos retornaram com outros homens armados, dando início ao confronto, de acordo com o depoimento dos policiais militares.

Fraude processual

Perito criminal aposentado da Polícia Civil do Distrito Federal, Cássio Thyone Almeida de Rosa disse ver fraude processual na ação do PM. "Essa alegação [de retirada de estojos e cartuchos para evitar subtração por parte de moradores] é uma forma de justificar adulteração da cena do crime. Mas, se há esse risco, o policial primeiro precisa justificar por que os seus procedimentos de preservação do local não foram realizados", argumenta o analista, que integra o Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Professor na área de Segurança Pública na Fundação Getúlio Vargas (FGV), Rafael Alcadipani afirmou que a ação "pode configurar fraude processual porque é adulteração de cena de crime". "Com a retirada dos estojos, o trabalho da perícia fica prejudicado. A prática correta é isolar o local de um homicídio até a chegada dos peritos".

"O estojo pode indicar o local e o ângulo dos tiros. A alteração da cena do crime dificulta a investigação. Espero que a Polícia Civil tenha a liberdade para apurar a veracidade dos fatos", disse.

Outro lado

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) ouviu testemunhas e pediu exames periciais no local, no veículo e nas armas de fogo dos policiais militares envolvidos no confronto.

"Foram requisitadas as imagens das câmeras corporais de policiais militares que estavam na ocorrência, dos comércios da região, e também as imagens de profissionais de órgãos de imprensa que estavam cobrindo o evento (...). As investigações prosseguem dentro do prazo legal e com o acompanhamento do Ministério Público Estadual".

Servidor do TSE foi exonerado por falta de isenção, atuação política e por atrapalhar os trabalhos do tribunal

 Avaliação é da Presidência do TSE. Alexandre Gomes Machado estaria atrapalhando a Corte na resposta à denúncia de Bolsonaro sobre um suposto boicote de rádios às suas propagandas

Funcionários da Justiça Eleitoral preparam urnas eletrônicas para eleição em Porto Alegre 23/09/2022 (Foto: REUTERS/Diego Vara)

247 - O servidor Alexandre Gomes Machado, assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), responsável por coordenar o recebimento dos arquivos com as propagandas eleitorais, foi exonerado do cargo por falta de isenção, atuação política e por atrapalhar a resposta às denúncias da campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre um suposto boicote de rádios às suas propagandas. A demissão de Machado ocorreu na terça-feira (25) e foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (26). 

À Polícia Federal, o servidor disse ter sido "informado" sobre sua demissão nesta quarta-feira (26), cerca de 30 minutos após encaminhar à chefia um e-mail de uma rádio que teria admitido não ter veiculado propagandas de Bolsonaro. Como já citado, no entanto, a demissão foi formalizada na terça-feira, antes do envio do e-mail mencionado por Machado.

Segundo a Folha de S. Paulo, "o gabinete de Moraes [presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes] já tinha interesse em demiti-lo por questões ligadas ao desempenho no trabalho e por causa da relação com colegas. Ainda assim, Machado vinha sendo mantido no cargo, pois o presidente do TSE planejava realizar uma troca mais ampla na equipe apenas após as eleições”.

"De acordo com as informações colhidas pela reportagem, Machado teria atrapalhado o trabalho que estava sendo feito pela corte para responder à ação apresentada pela campanha de Jair Bolsonaro (PL) sobre um suposto boicote de rádios às inserções do presidente. O agora ex-assessor trabalhava em um setor relacionado com o tema e por isso foi acionado. Ao detectar a suposta atuação política, o gabinete de Moraes decidiu exonerá-lo", complementa a reportagem.

Em nota, a assessoria da Corte Eleitoral declarou que a exoneração ocorreu “em virtude do período eleitoral” e que “a gestão do TSE vem realizando alterações gradativas em sua equipe”.

Em seu depoimento à PF, Machado disse ter recebido um e-mail da rádio JM ON LINE, “em que a emissora teria dito que, de 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da coligação de Bolsonaro”. Ele também afirmou estar se sentindo vítima de abuso de autoridade e que temia por sua integridade física ou "que lhe sejam imputados fatos desabonadores para desviar o foco de problemas na fiscalização das inserções por parte do TSE".

A denúncia sobre as supostas fraudes foi feita no início da semana pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD)

Nesta quarta-feira (26), apenas dois dias após a denúncia do suposto esquema, Jair Bolsonaro (PL) usou o episódio para sinalizar que poderá não aceitar o resultado das urnas caso seja derrotado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno das eleições, no próximo domingo (30).

Moraes via atuação política e falta de isenção em assessor exonerado do TSE

 Alexandre Gomes Machado estaria atrapalhando o trabalho do TSE para responder às supostas denúncias de Bolsonaro sobre as inserções em rádios

Alexandre de Moraes e o prédio do TSE (Foto: Ascom/TSE)


Reuters e 247 - O gabinete do ministro Alexandre de Moraes interpretava que Alexandre Gomes Machado, assessor do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) exonerado nesta quarta-feira (26), estava "tomando atitudes com falta de isenção e com aparência de atuação política em sua função, além de atrapalhar os trabalhos na corte", informa a Folha de S. Paulo.

A demissão de Machado ocorreu em meio à polêmica gerada pela suposta denúncia de Jair Bolsonaro (PL), sem provas consideradas cabíveis pelo TSE, de que inúmeras rádios do país não estariam veiculando adequadamente as inserções eleitorais do atual chefe do Executivo.

Tal exoneração alimentou ainda mais o discurso bolsonarista. Entretanto, de acordo com a Folha, o gabinete de Moraes já pretendia demitir o assessor "por questões ligadas ao desempenho no trabalho e por causa da relação com colegas." Ele também estaria atrapalhando o trabalho do TSE para responder às denúncias de Bolsonaro sobre as inserções.

Machado, que estava lotado como assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência e trabalhava na área do TSE que trata das inserções, decidiu prestar depoimento na Policia Federal e disse que desde 2018 vinha apontando problemas nas veiculações da propaganda eleitoral, segundo documento obtido pela CNN Brasil.

O assessor alega ter sido demitido 30 minutos após encaminhar um email da rádio 'JM On line', no qual a emissora teria dito que havia deixado de passar 100 inserções da campanha de Bolsonaro entre os dias 7 e 10 de outubro. A corte, por sua vez, informou que em virtude do período eleitoral a gestão do tribunal vem realizando alterações gradativas em sua equipe.

A acusação sobre as supostas irregularidades nas inserções de rádio acontece num momento tenso para a campanha de Bolsonaro, pressionada pela repercussão da prisão, após resistência com tiros de fuzil e granadas de efeito moral, do ex-deputado Roberto Jefferson, aliado do presidente, no último domingo. Na ação, Jefferson feriu dois agentes da Polícia Federal.

Desde o começo da campanha, o atual presidente vem atacando o TSE e afirmando, sem provas, que o sistema de votação eletrônico é passível de fraude. Nas últimas semanas, Bolsonaro e aliados também têm acusado o TSE de perseguir sua candidatura. O atual mandatário já disse que só reconhecerá os resultados se as eleições forem limpas e transparentes, sem detalhar o que isso significa, aumentando o temor de adversários e observadores internacionais que ele não acate uma eventual derrota.