sexta-feira, 14 de outubro de 2022

400 padres e 10 bispos acusam Bolsonaro de profanar Santuário de Aparecida

 Segundo o manifesto, o presidente da República "usa e abusa da fé como palanque político e tenta reverter suas seguidas derrotas políticas apelando à religião"

Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Twitter/@jairbolsonaro)

Por Marcelo Menna Barreto, Extra Classe  Mais de 400 padres e 10 bispos católicos emitiram manifesto que acusa o presidente Jair Bolsonaro de ter profanado o Santuário de Nossa Senhora Aparecida no último dia 12, dia da padroeira do Brasil. Na ocasião, o presidente da República foi recepcionado pelos fiéis com vaias e alguns aplausos.

O documento encaminhado na quinta-feira, 14, ao arcebispo de Aparecida do Norte Dom Orlando Brandes e ao reitor do Santuário, o padre redentorista Carlos Eduardo Catalfo, é subscrito por integrantes dos coletivos Padres da Caminhada e Padres Contra o Fascismo. Os religiosos se indignaram pela participação ativa do presidente da República na liturgia.

No texto intitulado O que é de César a César, e o que é de Deus a Deus (Mt 22,21) – A visita de Jair Bolsonaro ao Santuário Nacional de Aparecida, os signatários repudiam o fato de Bolsonaro ter feito a leitura do Livro de Ester e da Consagração à Nossa Senhora Aparecida em uma das celebrações que comemoravam o dia de Nossa Senhora Aparecida no Santuário, no dia 12.

Fins politiqueiros

Bolsonaro, segundo os religiosos, “profana a fé no Deus da vida fazendo uso dela para meros fins politiqueiros e vilipendia o Evangelho de Jesus de Nazaré que veio para que todos ‘tenham vida e a tenham em abundância’ (Jo 10,10)”, destacaram. Salientaram ainda que “não pela primeira vez”.

O texto ainda afirma que o presidente “não tem nada de católico, nem de cristão, nem sequer de humano. É um facínora!”.

“Ele usa e abusa da fé como palanque político; tenta reverter suas seguidas derrotas políticas apelando à religião. Não, Jair Bolsonaro não é religioso. Ele perverte o ensinamento evangélico porque quer dar a Deus o que é do perverso César (Mt 22,21). Jair Bolsonaro não é de Deus!”, sentencia a nota.

Segundo o padre Geraldino Rodrigues Proença, membro dos Padres na Caminhada, enquanto Ester pede vida e quer o bem-estar do seu povo, tudo o que Bolsonaro tem defendido e feito em seu governo aponta para a morte. De acordo com Proença, o Santuário “deu um tiro no pé e está, agora, em silêncio. Foi usado para o marketing de Bolsonaro que quer posar bem com todas religiões cristãs”.

Esperança x indignação

Se de um lado, as palavras de Dom Orlando proferidas horas antes da chegada de Bolsonaro em uma das missas no santuário “reacendem a esperança”, os sacerdotes afirmam que as atitudes do presidente no Santuário “acendem a indignação”.

O manifesto questiona como alguém como Bolsonaro pode consagrar “o povo brasileiro à Mãe Aparecida”. Lista o que chama de descaso do presidente com a pandemia, as suas ações contra os povos originários, afrodescendentes, mulheres e LGBTQIA+. Os elogios de Bolsonaro à ditadura militar e aos torturadores também não foram esquecidos.

Em sua reflexão, Dom Orlando fez críticas à corrupção e clama por uma república sem mentira e sem fake news. Em uma referência à política de Bolsonaro, o arcebispo ainda sentenciou: “Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada”.

Hipocrisia

Outra contradição apontada pelo documento enviado à Aparecida é o fato de Bolsonaro ter recebido a Eucaristia apesar de ter renegado seu batismo na Igreja Católica ao se batizar no Rio Jordão pelo pastor Everaldo, preso pela Polícia Federal por desvios de recursos no Rio de Janeiro. “Ou bem assume um credo ou outro e não fique usando-os para seus mesquinhos fins”.

Religiosos ouvidos pelo Extra Classe, apesar de dizerem não querer focar “na questão moral”, apontam que o documento foi certeiro ao questionar como Bolsonaro pode “bradar pelos princípios cristãos da chamada ‘família tradicional’, uma vez que em sua vida pessoal não dá provas de que acredita verdadeiramente neles.

Recordam que, em 2018 ,setores conservadores ficaram histéricos com o fato do então candidato Fernando Haddad ter comungado em uma Igreja Católica Romana, apesar de ser Católico Ortodoxo. Mesmo com o Cisma entre Romanos e Ortodoxos, ao contrário das denominações evangélicas, as duas denominações teologicamente observam o princípio que diz que seus bispos, patriarcas e o Papa são sucessores dos apóstolos de Cristo.

Leia a íntegra do manifesto

“O que é de César a César, e o que é de Deus a Deus” (Mt 22,21)

A visita de Jair Bolsonaro ao Santuário Nacional de Aparecida

Somamos nossa indignação à de muitas e muitos que professam a fé católica. A causa dessa indignação é a leitura e a oração de consagração a Nossa Senhora Aparecida feitas pelo Sr. Jair Messias Bolsonaro, em uma missa vespertina no Santuário Nacional.

Horas antes ouvimos as palavras de Dom Orlando Brandes, Arcebispo Metropolitano de Aparecida: “Para ser pátria amada, não pode ser pátria armada (…). Para ser pátria amada, uma república sem mentira e sem fake news. Pátria amada sem corrupção e pátria amada com fraternidade.” Sua reflexão enche de esperança quem a ouve, sobretudo em um Brasil que ainda chora a morte de mais de seiscentos mil filhas e filhos por causa da má gestão de uma cruel pandemia; em um Brasil que sente a dor da fome, sobretudo das crianças cujo dia deveríamos estar comemorando; em um Brasil que sofre por ver milhões de famílias novamente empurradas para abaixo da linha da pobreza e obrigadas a sobreviver com uma sopa rala de ossos ou de carcaça de peixe; em um Brasil que vê suas matas arderem e seus povos originários serem encurralados em pequenos espaços de terra.

Sim, as palavras de Dom Orlando Brandes reacendem a esperança! Contudo, o que aconteceu no Santuário Nacional momentos depois acende a indignação!

O Sr. Jair Bolsonaro, ainda Presidente da República, fez uma visita ao Santuário Nacional, participou da missa, leu a leitura do livro de Ester – um escândalo, porque o que menos ele demonstra querer é o bem de seu povo (Est 7,3) – e rezou em nome desse povo a consagração a Nossa Senhora Aparecida. Dizíamos um escândalo, mas, por tudo o que aconteceu, é melhor usar a palavra “profanação”.

Sim, o Sr. Jair Bolsonaro profana a fé no Deus da vida fazendo uso dela para meros fins politiqueiros e vilipendia o Evangelho de Jesus de Nazaré que veio para que todos “tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). E não pela primeira vez, basta relembrar sua ida a uma missa em Brasília durante a qual recebeu a Eucaristia.

Como alguém que se deixa batizar nas águas do Rio Jordão por um pastor evangélico – líder de um partido político e que foi preso em uma operação anticorrupção – ainda se diz “católico”? Ou bem assume um credo ou outro e não fique usando-os para seus mesquinhos fins. Como alguém pode bradar pelos princípios cristãos da “família tradicional”, uma vez que em sua vida pessoal não dá provas de que acredita verdadeiramente neles, como quando ainda era parlamentar e mantinha uma residência oficial na capital federal “para comer gente”? Como alguém consagra o povo brasileiro à Mãe Aparecida tendo manifestado inúmeras vezes descaso por esse mesmo povo, especialmente pelos povos originários, pelos afrodescendentes, pelas mulheres, pelas e pelos LGBTQIA+? Como alguém reza a consagração a Nossa Senhora Aparecida dizendo que poucos morreram durante a ditadura militar, elogiando o torturador Coronel Brilhante Ustra e pregando o uso de armas pela população? Como alguém recorre à proteção da Padroeira do Brasil quando desprotegeu a população toda negando a gravidade da violenta pandemia?

Jair Bolsonaro, que gosta tanto de ostentar seu segundo nome, não tem nada de católico, nem de cristão, nem sequer de humano. É um facínora! Ele usa e abusa da fé como palanque político; tenta reverter suas seguidas derrotas políticas apelando à religião. Não, Jair Bolsonaro não é religioso. Ele perverte o ensinamento evangélico porque quer dar a Deus o que é do perverso César (Mt 22,21). Jair Bolsonaro não é de Deus!

Indignamo-nos com sua participação na missa em Aparecida, com sua profanação do sagrado no templo e fora dele, porque quem despreza a vida profana o sagrado. Indignamo-nos com o apoio que autoridades eclesiásticas católicas ainda expressam a esse homem maldoso que não possui o menor respeito pela fé e por aquelas e aqueles que a professam. Indignamo-nos com seu profano gesto de dar a César o que é de Deus.

Padres da Caminhada & Padres Contra o Fascismo

Bolsonaro venceu em 90% das zonas eleitorais em territórios de milícia no Rio

 Quase meio milhão de votos em Bolsonaro saíram de áreas dominadas pela milícia, principalmente de Campo Grande e Paciência

Bolsonaro e urna eletrônica (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters | Fernando Frazão/Agência Brasil)

247 - Jair Bolsonaro (PL) saiu derrotado do primeiro turno da eleição, com cerca de seis milhões de votos a menos que o ex-presidente Lula (PT). Ele venceu, porém, nas urnas colocadas em territórios de milícias no Rio de Janeiro, revela Guilherme Amado, do Metrópoles.

Bolsonaro venceu em 90% das zonas eleitorais em bairros dominados pela milícia, de acordo com mapa da organização não-governamental Fogo Cruzado, associado a dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

O chefe do governo federal e candidato à reeleição recebeu quase meio milhão de votos vindos dos territórios de milícia. "Seus maiores índices de votação, dentro do universo analisado, foi nos bairros de Campo Grande e Paciência, redutos da facção Liga da Justiça, maior milícia do estado atualmente", informa a reportagem.

Lula, com 323 mil votos nos bairros analisados, só saiu vencedor em Rio das Pedras, "um dos redutos mais antigos das milícias do estado e favela onde atuavam alguns dos personagens subterrâneos que rondam os Bolsonaro, como o ex-PM Adriano da Nóbrega, assassinado em 2020, na Bahia, numa troca de tiros com policiais".

Os bairros considerados para o levantamento foram: Praça Seca, Santa Cruz, Rio das Pedras, Tanque, Taquara, Curicica, Sulacap, Cosmos, Paciência, Campo Grande, Barra de Guaratiba, Guaratiba, Campinho, Vargem Grande e Vargem Pequena.

Lula tem 77% de probabilidade de vencer, aponta modelo estatístico da FGV

 Modelo foi desenvolvido por cientistas políticos e tem elevado grau de precisão

Lula em caminhada no Nordeste (Foto: RICARDO STUCKERT)

247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é franco favorito para se eleger presidente no próximo dia 30, de acordo com um modelo estatístico desenvolvido por pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas. "A probabilidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ser eleito neste ano é de 76,7%, o que deixa a Jair Bolsonaro (PL) uma chance de virada de 23,3%, mostra uma fórmula desenvolvida para prever o desfecho do segundo turno com base nos resultados do primeiro", aponta reportagem de Uirá Machado, na Folha de S. Paulo. "Criado pelos cientistas políticos George Avelino, Guilherme A. Russo e Jairo T. P. Pimentel Junior, do Centro de Política e Economia do Setor Público da FGV-SP, o modelo tem taxa de acerto elevada e funciona também para disputas estaduais e municipais", acrescenta.

"Para chegar a esses percentuais, Avelino, Russo e Pimentel utilizam uma equação que leva em conta apenas dois aspectos: o percentual de votos válidos recebidos pelo líder do primeiro turno e a diferença em relação ao segundo colocado. Enquanto desenvolviam o modelo, eles analisaram 128 disputas presidenciais de segundo turno em 44 países, incluindo o Brasil, além de 287 segundos turnos em pleitos estaduais e municipais brasileiros", escreve ainda o jornalista. "De acordo com o trio, dados de pleitos brasileiros mostram que apenas 6% dos eleitores em corridas presidenciais e estaduais mudaram de opção entre os dois candidatos que passaram para o segundo turno. Mas, como a migração ocorre nos dois sentidos e com frequência aproximada, seu efeito tendo a ser desprezível."

quinta-feira, 13 de outubro de 2022

APUCARANA: Prefeitura e Hospital da Providência entregam kit enxoval a 200 gestantes

 


Duzentas gestantes atendidas pelo SUS receberam hoje, em evento no Cine Teatro Fênix, um kit de enxoval para seus bebês, com recursos do município de Apucarana. A ação é desenvolvida dentro do Programa Parto Humanizado do Hospital da Providência Materno Infantil que, a partir desde ano, passa o contar com a parceria da prefeitura para custear o material entregue às futuras mamães.

O kit de enxoval é composto por bolsa maternidade, pijaminha, macacão, cueiros, conjunto pagão mijão e edredon. São materiais de qualidade que chegam às gestantes que realizam pré-natal na rede pública de saúde do município. Em média, acontecem entre 120 e 140 partos mensais de gestantes apucaranenses no Hospital da Providência Materno Infantil.

O valor investido nos kits é de R$ 146 mil, com recursos próprios do município, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social. Novas distribuições estão previstas, dentro de um prazo de 3 meses e 6 meses.

Para Roseli da Silva, no sexto mês de gestação da filha Alice, o kit enxoval que acabou de receber representa uma grande ajuda. “Muitas mães não têm condições de fazer um enxoval com todas as peças necessárias. Agradeço esse presente que demonstra uma atenção especial da prefeitura e do Hospital da Providência com cada gestante que está aqui hoje”, declara Roseli.

O prefeito Junior da Femac destacou o comprometimento da sua administração com as gestantes e seus bebês. “Nossa equipe de médicos e enfermeiros prestam um atendimento de qualidade às mulheres grávidas apucaranenses. A Casa da Gestante passou a contar com equipamentos de última geração utilizados na consulta do pré-natal. Prestamos o melhor atendimento possível, com amor e carinho, para as futuras mamães de nossa cidade”, afirma Junior da Femac.

A primeira dama de Apucarana, Carmen Lúcia Izquierdo Martins, evidenciou o momento especial que cada mulher vive durante a gestação. “Durante esta gestão municipal a mulher que estiver gerando uma vida recebe toda a atenção e assistência. O objetivo é que as crianças de Apucarana sejam saudáveis e felizes”, disse Carmem.

A vereadora Jossuela Pirelli, relacionou mais um atendimento garantido pela prefeitura às grávidas. “O passe da gestante já atendeu mais de 300 mulheres desde que o programa foi implantando há um ano. O benefício garante passagem de ônibus gratuita para as apucaranenses de deslocarem para as consultas do pré-natal e no pós-parto”, informou Jossuela.

A diretora geral do Hospital da Providência, Geovana Ramos, agradeceu o apoio da prefeitura para garantir a distribuição dos kits enxoval. “Esse kit é fruto do olhar carinhoso do prefeito Junior da Femac para as mães e seus bebês. Nossa gratidão pela parceria que permitiu continuarmos com esse programa em nosso hospital”, disse irmã Geovana.

A solenidade de entrega do kit enxoval contou com a presença do vice-prefeito Paulo Vital; do presidente da câmara municipal Franciley Preto de Godoi (Poim); secretária da Assistência Social, Ana Paula Nazarko; secretário da saúde, Emídio Bachiega; e da coordenadora da Casa de Gestante, Maria Aparecida das Neves (Cidinha).

Atlas Intel: Lula tem 52,4% dos votos válidos

 Jair Bolsonaro tem 47,6%. A pesquisa foi realizada entre os dias 8 e 12 de outubro. A margem de erro é de um ponto percentual

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)


Agência Sputnik - O instituto Atlas divulgou nesta quinta-feira (13) sua primeira pesquisa de intenção de voto do segundo turno das eleições presidenciais.

Na sondagem, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece liderando as intenções de voto, com 52,4% dos votos válidos, contra 47,6% de Jair Bolsonaro (PL).

A pesquisa entrevistou 4.500 eleitores, entre os dias 8 e 12 de outubro. A margem de erro é de um ponto percentual para mais ou para menos.

A pesquisa Atlas é a segunda divulgada nesta quinta-feira. Mais cedo, a pesquisa Quaest apontou que Lula tem 54% dos votos válidos, e Bolsonaro, 46%.

Leia a pesquisa Atlas na íntegra:


Lula planeja ampla renegociação de dívidas de famílias com uso de garantia do governo

 Dados da empresa Serasa Experian mostram que o número de inadimplentes aumentou sistematicamente este ano, chegando a quase 70 milhões em agosto, ou 42% da população adulta

Lula e cartões de crédito (Foto: ABr | REUTERS/Rodolfo Buhrer)


BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (PT) propõe um amplo programa de renegociação de dívidas, com apoio de  um fundo garantidor do governo, para aliviar as contas da população de  baixa renda caso vença o segundo turno das eleições presidenciais em 30  de outubro.

O economista Guilherme Mello, assessor do PT, disse à  Reuters que o governo garantiria parcialmente renegociações de até 95  bilhões de reais em dívidas não bancárias, incluindo contas de luz, água  e celular e no varejo, de pessoas que ganham até três salários mínimos.

O  primeiro passo para o chamado "Desenrola Brasil" ganhar força seria a  constituição de birôs de crédito, onde seriam coletadas informações  sobre essas dívidas, com a adesão de empresas para oferecer descontos no  pagamento, disse.

As famílias que aderissem ao programa teriam acesso a cobertura parcial do fundo garantidor do governo em caso de inadimplência.

"Não  só a família terá o desconto, como também terá prazos e condições de  juros adequados para financiar o que sobrar de sua dívida", disse o  economista.

A iniciativa tem ganhado contornos mais nítidos num  momento em que o presidente Jair Bolsonaro relançou um programa de  renegociação de dívidas da Caixa Econômica Federal, buscando atrair  eleitores à medida que milhões de famílias veem seu orçamento corroído  pelo endividamento e a inflação elevada.

Dados da empresa Serasa  Experian mostram que o número de inadimplentes aumentou sistematicamente  este ano, chegando a quase 70 milhões em agosto, ou 42% da população  adulta. 

Mello, que coordena o núcleo de economia da fundação  Perseu Abramo, colaborando como programa do PT, estimou que um fundo  garantidor de 7 bilhões de reais a 16 bilhões de reais poderia reduzir o  risco de inadimplência e atrair credores que tentam receber contas  vencidas --grande parte delas já contabilizadas como perdas.

"São  valores muito razoáveis ​​para o governo contribuir", disse. "Pode ter  um desenho baseado nos créditos tributários que os bancos têm, você tem  várias possibilidades de desenhar esse fundo."

O governo prevê um  desconto mínimo a ser oferecido pelas empresas, e seria priorizada a  participação de credores que oferecessem maior alívio nas dívidas.  Cálculos preliminares para o tamanho do fundo pressupõem uma  inadimplência de 25% e um desconto entre 30% e 70% nos débitos.

Segundo  Mello, o foco inicial será na dívida não bancária porque ela representa  72% do passivo total das famílias. Mas o PT também estuda estratégias  para incentivar a reestruturação de dívidas bancárias a taxas de juro  mais baixas.

"Quem fizer isso terá uma parcela do depósito compulsório não remunerado liberado", disse.

Um  programa de renegociação de dívidas estava entre as principais  bandeiras do ex-candidato Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no  primeiro turno. Ao aceitarem apoiar Lula para a corrida ao segundo  turno, Ciro e a direção do PDT propuseram que a medida fosse incorporada  ao programa do PT --que já trazia menção genérica a uma iniciativa  nessa linha.

“A gente pretende fazer encontros e reuniões pra  discutir isso”, disse Mello. “A ideia dos programas é a mesma: tirar as  pessoas do cadastro negativo.”

Lewandowski envia à Justiça do Pará pedido de investigação a Damares por declaração sobre tráfico de crianças

 De acordo com o magistrado, não é função do Supremo analisar o caso porque a ex-ministra não tem foro privilegiado

Damares Alves e Ricardo Lewandowski (Foto: ABR | STF)

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, determinou que a Justiça Federal do Pará decida se investigará a ex-ministra dos Direitos Humanos Damares Alves (Republicanos) sobre o suposto tráfico de crianças na Ilha de Marajó, em solo paraense. De acordo com o magistrado, não é função do Supremo analisar o caso porque ela não tem foro privilegiado.

"Sem prejuízo, em razão da natureza dos fatos noticiados, caberá ao juízo federal competente, após a oitiva dos órgãos de investigação, examinar os supostos eventos noticiados e os pedidos formulados na presente representação", escreveu o ministro, de acordo com matéria publicada nesta quinta-feira (13) pelo jornal O Globo.

Na igreja evangélica Assembleia de Deus Ministério Fama, em Goiânia (GO), a senadora eleita pelo Distrito Federal afirmou, no último sábado (8), que crianças na Ilha de Marajó (PA) seriam traficadas e teriam seus dentes "arrancados para não morderem na hora do sexo oral".

A ex-ministra Damares admite que a sua declaração teve como base "conversas com o povo na rua".


Quaest: Lula tem 54% dos votos válidos, contra 46% de Bolsonaro

 Em votos totais, o ex-presidente Lula tem 49% das intenções de voto totais, enquanto Bolsonaro tem 41%

Lula, Bolsonaro e urna eletrônica (Foto: Ricardo Stuckert | Clauber Cleber Caetano/PR | REUTERS/Amanda Perobelli | Agência Brasil)

SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (PT) oscilou 1 ponto  percentual para cima e agora soma 49% das  intenções de voto para o segundo turno da eleição presidencial contra  41% do candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), que manteve o mesmo  patamar da semana passada, mostrou nesta quinta-feira nova pesquisa  Genial/Quaest.

Os indecisos somam 4%, ante 7% na sondagem  anterior, enquanto 6% disseram que votarão em branco ou nulo ou que não  irão votar, em comparação aos 4% anteriores. A margem de erro da  pesquisa é de 2 pontos percentuais.

Em votos válidos, que não  contam os brancos e nulos e os indecisos da pesquisa, Lula tem 54%  contra 46% de Bolsonaro, de acordo com a pesquisa.


Quando esses  dados são ponderados em relação ao grupo de eleitores com maior  probabilidade de comparecer no dia da votação (modelo chamado de "likely  voter"), Lula aparece com 53% dos votos válidos contra 47% de  Bolsonaro, segundo nota divulgada pela Quaest. Na semana passada, por  esse modelo, o placar estava em 54% a 46%.

O diretor da Quaest,  Felipe Nunes, explicou no Twitter que esse tipo de modelo já é utilizado  por institutos norte-americanos há bastante tempo. Ele argumentou que  muitas pessoas afirmam que irão votar, mas acabam não votando.

"É  preciso criar um modelo que pondera o resultado pelas chances de cada  indivíduo ir votar. O nosso modelo de likely voter foi construído a  partir de dados do comparecimento real no 1º turno da eleição de 2022 e  de pesquisas anteriores da Quaest", disse Nunes no Twitter.


Depois  dos resultados oficiais do primeiro turno, os institutos de pesquisa  têm sido alvo de críticas, especialmente de Bolsonaro e aliados, por  terem subestimado os números do candidato à reeleição na primeira  votação.

De acordo com o levantamento divulgado nesta  quinta-feira, 93% dos eleitores de Lula disseram que seu voto é  definitivo, ante 92% uma semana atrás. No caso de Bolsonaro, se repetiu a  taxa de 94%.

Sobre os apoios conquistados pelos dois candidatos,  14% dos entrevistados disseram que eles fazem querer votar mais no  petista, enquanto 6% afirmaram o mesmo sobre o atual presidente. Já 77%  dos entrevistados disseram que os apoios não influenciaram na decisão de  voto.

Após a votação do primeiro turno, Lula garantiu o apoio da  senadora Simone Tebet (MDB), que ficou em terceiro lugar na primeira  votação; do PDT, de Ciro Gomes, ainda que o quarto colocado na disputa  tenha se limitado apenas a acatar o apoio do partido; e de outras  personalidades políticas e econômicas, como o ex-presidente Fernando  Henrique Cardoso (PSDB) e o ex-presidente do Banco Central Armínio  Fraga.

Já Bolsonaro conquistou o apoio do governador de Minas  Gerais, Romeu Zema (Novo) --o único dos três maiores colégios eleitorais  do país onde Lula venceu no primeiro turno-- e de outros governadores e  prefeitos, apostando mais na capilaridade desses aliados, assim como na  de parlamentares eleitos para o novo Congresso.

No tópico  rejeição, 50% disseram que não votariam em Bolsonaro, mesma taxa da  semana passada, enquanto 42% disseram que não votariam em Lula, ante  41%.

A pesquisa também apontou que 39% dos entrevistados avaliam o  governo Bolsonaro de forma negativa, contra 38% uma semana atrás, ao  passo que 33% o veem positivamente, ante 35% antes. Para 26% o governo é  regular, ante 25% há uma semana.

O levantamento do instituto  Quaest contratado pela corretora Genial Investimentos ouviu 2.000  pessoas em entrevistas presenciais entre segunda e quarta-feira.

Confira a pesquisa na íntegra: 



TSE manda Brasil Paralelo apagar vídeo mentiroso que associa Lula à corrupção

 Conhecida por disseminar narrativas de extrema direita, a produtora classificou o pedido de remoção como "censura" e publicou, em tom de deboche, uma receita de bolo em seu Twitter

Alexandre de Moraes, Lula e Brasil Paralelo (Foto: Nelson Jr./SCO/STF | REUTERS/Felipe Iruata)

Agência Brasil/EBC - O plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu hoje (13), por 4 votos a 3, ordenar a remoção de uma publicação no Twitter em que a produtora Brasil Paralelo vincula diversos casos de corrupção ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato no segundo turno da corrida presidencial.

Com a decisão, o TSE atendeu a um pedido da coligação Brasil da Esperança, de Lula. Na petição inicial, os advogados da campanha do ex-presidente alegaram haver grave distorção de notícias jornalísticas sobre casos de corrupção, “de modo a levar a população a crer que ele estava envolvido em todos eles”.

No vídeo, são mostradas reportagens sobre esquemas investigados na época em que Lula era presidente, como o mensalão, o escândalo dos bingos e a máfia dos sanguessugas. Em sua defesa, a produtora alega que a publicação se baseia em notícias verdadeiras, não sendo portanto informações falsas.

Ao final, venceu o entendimento do vice-presidente da Corte, ministro Ricardo Lewandowski, para quem o material elaborado pela produtora promove uma “desordem informacional”.

O ministro afirmou que os casos citados no vídeo “jamais foram judicialmente imputados a ele [Lula] e aos quais nunca ele [Lula] teve oportunidade de exercer sua defesa”. Lewandowski criticou a tentativa de vincular o ex-presidente a casos de corrupção em que ele não estava envolvido, somente porque teriam ocorrido enquanto Lula ocupava a Presidência da República.

Lewandowski foi acompanhado pelos ministros Benedito Gonçalves, Cármen Lúcia e pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, para quem o vídeo promove uma “manipulação de premissas verdadeiras”, mas que resultam numa “desinformação de segunda geração”.

Os ministros deram 24 horas para que a plataforma Twitter remova a referida publicação e proibiu novos posts do tipo. Com a decisão, o plenário reverteu entendimento do relator do caso, ministro Paulo de Tarso Sanseverino, que havia negado liminar (decisão provisória) para remover o vídeo, por não ver notícias inverídicas no material.

Em manifestações no próprio Twitter e em artigo publicado em sua página na internet, a Brasil Paralelo classificou o pedido de remoção do vídeo como “censura”, e disse haver perseguição política ao material que produz.

Propaganda eleitoral

Outra decisão favorável a Lula foi a do ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino que determinou, ontem (12), a suspensão da veiculação de propaganda eleitoral em que a campanha do presidente Jair Bolsonaro, que tenta a reeleição, chama de “ladrão” e “corrupto” seu adversário no segundo turno.

Na propaganda, veiculada no último domingo (9), a campanha de Bolsonaro levou ao ar uma entrevista do ministro aposentado Marco Aurélio Mello, do Superior Tribunal Federal (STF), que diz que “o Supremo não inocentou Lula”. Em seguida o locutor afirma que “a maior mentira dessa eleição é dizer que Lula não é ladrão. Votar no Lula é votar em corrupto."

Os advogados de Lula argumentaram que as declarações estão factualmente e conceitualmente incorretas, e que Marco Aurélio se referia ao julgamento de um habeas corpus do ex-presidente em que “a Suprema Corte reafirmou o estado de inocência do ex-presidente Lula”.

A defesa argumentou ainda que a Constituição determina que o cidadão é inocente até que pese sobre condenação penal com trânsito em julgado - sem a possibilidade de recurso - o que não é caso de Lula. 

O ministro Sanseverino concordou com os argumentos. Na decisão, ele escreveu que “a ilegalidade da propaganda impugnada encontra-se na utilização das expressões ‘corrupto’ e ‘ladrão’, atribuídas abusivamente ao candidato da coligação representante, em violação a presunção de inocência”. 

O magistrado determinou a suspensão da veiculação da propaganda eleitoral em questão pela campanha de Bolsonaro, sob pena de multa de R$ 50 mil em caso de descumprimento.

Coligação de Lula entra com 18 ações no TSE contra fake news e ofensas por campanha de Bolsonaro

 Foram 12 ações de direito de resposta e representações eleitorais questionando inserções em rádio e TV, assim como blocos da campanha de Bolsonaro sobre os seguintes temas

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Divulgação)

247 - A Coligação Brasil da Esperança, do candidato a presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ajuizou, nos dias 11 e 12 de outubro, 18 ações contra a campanha de Jair Bolsonaro (PL), seus apoiadores e programas que propagaram fake news sobre o ex-presidente. Foram 12 ações de direito de resposta e representações eleitorais questionando inserções em rádio e TV, assim como blocos da campanha de Bolsonaro sobre os seguintes temas. 

De acordo com a defesa do petista, representada Zanin Martins Advogados, e Aragão e Ferraro Advogados, a primeira peça manipula descaradamente dados sobre votação nos ambientes prisionais para tentar passar a falsa impressão de que "o crime apoiaria Lula". 

A defesa afirmou que "os programas tentam induzir espectadores à falsa ideia de que Lula seria 'bandido' e que coadunaria com a criminalidade". 

Também foram ajuizadas 3 representações eleitorais contra desinformações publicadas por perfis apoiadores de Bolsonaro sobre os seguintes temas: fake news a respeito do sistema eleitoral brasileiro – número de votos em municípios superiores ao número de eleitores; notícia falsa ao vinculando o ex-presidente Lula a atos de violência praticados por presidentes de outros países, e fake news vinculando Lula ao crime organizado.

Foram apresentados três pedidos de direito de resposta contra a Jovem Pan e contra o vereador Nikolas Ferreira, devido à propagação de três fake news: uma no Programa “Três em um” do dia 7/10, outra no Programa Pingos nos IS e uma terceira sobre vereador de Belo Horizonte Nikolas Ferreira (PL-MG), eleito deputado federal por Minas Gerais.

No caso de Nikolas Ferreira, o pedido de direito de resposta se refere a vídeo com informações falsas e ofensas à honra de Lula, já retirado das redes sociais por ordem do ministro do TSE Paulo de Tarso Sanseverino. 

No dia 11/10, postou em suas redes sociais comentários desdenhando da decisão do TSE que determinou a remoção do vídeo. "O requerido não apenas desdenha da ordem jurisdicional à qual todos os cidadãos brasileiros estão submetidos - inclusive ele -, mas também segue progredindo nas suas postagens para que o vídeo permaneça em evidência, por outros meios de comunicação, tendo como resultado a propagação de conteúdo sabidamente inverídico capaz de violar a legalidade e a lisura do processo eleitoral", afirmaram os advogados da Coligação Brasil da Esperança.

Intenções de voto

As pesquisas Quaest e Atlas Intel, divulgadas nesta quinta-feira (13), mostram o petista em primeiro lugar na disputa do segundo turno, marcado para o dia 30 de outubro.

No País, Lula conseguiu 48% dos votos válidos (57,2 milhões), contra 43% (51 milhões) do ocupante do Planalto no primeiro turno. 

Relatora no STJ vota para manter afastamento de Paulo Dantas, governador de Alagoas

 A ministra, em seu voto, alegou que o afastamento é necessário para barrar atuação da organização criminosa investigada e também para evitar interferências na investigação

Laurita Vaz e Paulo Dantas (Foto: STJ | Reprodução)

247 - A ministra Laurita Vaz, relatora do inquérito contra o governador Paulo Dantas (MDB-AL) no Superior Tribunal de Justiça (STJ), votou a favor de manter o afastamento do chefe do Executivo alagoano nesta quinta-feira (13), informa o portal G1.

Laurita é a primeira a votar na Corte Especial, da qual fazem parte os 15 ministros mais antigos do STJ. Os outros 14 membros decidirão ainda hoje se mantêm ou reformam a decisão individual da relatora, que, em decisão monocrática, havia determinado, na terça-feira (11), o afastamento de Dantas por 180 dias a pedido da Polícia Federal (PF).

A ministra, em seu voto, alegou que o afastamento é necessário para barrar atuação da organização criminosa investigada e também para evitar interferências na investigação. O inquérito apura a suspeita de que Dantas tenha empregado funcionários fantasmas em seu gabinete quando exercia o mandato de deputado estadual.

O senador Renan Calheiros (MDB-AL) aponta perseguição política, visto que o governador é o favorito para vencer a eleição no estado diante de Rodrigo Cunha (União Brasil), apoiado pelo deputado federal bolsonarista Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados.

"A perseguição ao governador Paulo Dantas remonta a 2017, é da competência estadual. Foi parar no STJ por uma armação de Lira e lá perambulou por vários gabinetes até cair nas mãos certas da ministra bolsonarista Laurita Vaz, que não tem competência para o caso", escreveu Calheiros em seu Twitter na terça-feira.

Lula planeja ampla renegociação de dívidas de famílias com uso de garantia do governo

 Dados da empresa Serasa Experian mostram que o número de inadimplentes aumentou sistematicamente este ano, chegando a quase 70 milhões em agosto, ou 42% da população adulta

Lula e cartões de crédito (Foto: ABr | REUTERS/Rodolfo Buhrer)

BRASÍLIA (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva  (PT) propõe um amplo programa de renegociação de dívidas, com apoio de  um fundo garantidor do governo, para aliviar as contas da população de  baixa renda caso vença o segundo turno das eleições presidenciais em 30  de outubro.

O economista Guilherme Mello, assessor do PT, disse à  Reuters que o governo garantiria parcialmente renegociações de até 95  bilhões de reais em dívidas não bancárias, incluindo contas de luz, água  e celular e no varejo, de pessoas que ganham até três salários mínimos.

O  primeiro passo para o chamado "Desenrola Brasil" ganhar força seria a  constituição de birôs de crédito, onde seriam coletadas informações  sobre essas dívidas, com a adesão de empresas para oferecer descontos no  pagamento, disse.

As famílias que aderissem ao programa teriam acesso a cobertura parcial do fundo garantidor do governo em caso de inadimplência.

"Não  só a família terá o desconto, como também terá prazos e condições de  juros adequados para financiar o que sobrar de sua dívida", disse o  economista.

A iniciativa tem ganhado contornos mais nítidos num  momento em que o presidente Jair Bolsonaro relançou um programa de  renegociação de dívidas da Caixa Econômica Federal, buscando atrair  eleitores à medida que milhões de famílias veem seu orçamento corroído  pelo endividamento e a inflação elevada.

Dados da empresa Serasa  Experian mostram que o número de inadimplentes aumentou sistematicamente  este ano, chegando a quase 70 milhões em agosto, ou 42% da população  adulta. 

Mello, que coordena o núcleo de economia da fundação  Perseu Abramo, colaborando como programa do PT, estimou que um fundo  garantidor de 7 bilhões de reais a 16 bilhões de reais poderia reduzir o  risco de inadimplência e atrair credores que tentam receber contas  vencidas --grande parte delas já contabilizadas como perdas.

"São  valores muito razoáveis ​​para o governo contribuir", disse. "Pode ter  um desenho baseado nos créditos tributários que os bancos têm, você tem  várias possibilidades de desenhar esse fundo."

O governo prevê um  desconto mínimo a ser oferecido pelas empresas, e seria priorizada a  participação de credores que oferecessem maior alívio nas dívidas.  Cálculos preliminares para o tamanho do fundo pressupõem uma  inadimplência de 25% e um desconto entre 30% e 70% nos débitos.

Segundo  Mello, o foco inicial será na dívida não bancária porque ela representa  72% do passivo total das famílias. Mas o PT também estuda estratégias  para incentivar a reestruturação de dívidas bancárias a taxas de juro  mais baixas.

"Quem fizer isso terá uma parcela do depósito compulsório não remunerado liberado", disse.

Um  programa de renegociação de dívidas estava entre as principais  bandeiras do ex-candidato Ciro Gomes (PDT), que ficou em quarto lugar no  primeiro turno. Ao aceitarem apoiar Lula para a corrida ao segundo  turno, Ciro e a direção do PDT propuseram que a medida fosse incorporada  ao programa do PT --que já trazia menção genérica a uma iniciativa  nessa linha.

“A gente pretende fazer encontros e reuniões pra  discutir isso”, disse Mello. “A ideia dos programas é a mesma: tirar as  pessoas do cadastro negativo.”

Moraes vê evolução das fake news e '2ª geração da desinformação' ao votar por remoção de vídeo do Brasil Paralelo

 Presidente do TSE avaliou que início da campanha eleitoral do segundo turno está sendo marcado por modalidades novas de desinformação

Sessão plenária do TSE – 23/08/2022 (Foto: LR Moreira/Secom/TSE)

247 - O ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), avaliou que a campanha eleitoral do segundo turno está sendo marcada por uma evolução das fake news, que estariam em sua 'segunda geração', e apontou 'duas novas modalidades de desinformação'. Ainda segundo o ministro, tal situação exigiria da Justiça Eleitoral ações concretas para evitar abusos nas eleições gerais deste ano, de acordo com o jornal O Globo.

A fala de Moraes se deu durante o julgamento que determinou a remoção de um vídeo mentiroso da produtora de extrema direita Brasil Paralelo, que vinculava o ex-presidente Lula (PT) a casos de corrupção.

Sobre as duas novas modalidades de desinformação, o ministro citou: "A primeira delas é a manipulação de algumas premissas verdadeiras, que junta várias informações verdadeiras que aconteceram chegando a uma conclusão falsa. A segunda delas é a utilização de mídias tradicionais para se plantar fake news e, a partir disso, as campanhas replicam essas fake news, dizendo que 'isso é uma notícia'."

O vídeo do Brasil Paralelo exibia matérias jornalísticas para tentar construir uma mentirosa narrativa contra Lula, estratégia que foi criticada por Moraes: "Não se pode admitir mídia tradicional de aluguel, que faz uma suposta informação jornalística absolutamente fraudulenta para permitir que se replique isso. Esses casos cresceram muito a partir do segundo turno, e devem ser combatidos para garantir a informação de verdade."