sexta-feira, 17 de junho de 2022

Chico Buarque propõe um samba contra a estupidez e a destruição bolsonarista (escute)

 Batuque é o caminho para lidar com tempos de ignorância e violência

Cantor Chico Buarque

247 – O cantor e compositor Chico Buarque de Hollanda lançou uma nova canção como remédio contra a estupidez bolsonarista, a violência e a destruição do Brasil. A música é a novidade da turnê pelo Brasil que o compositor inicia em setembro, por João Pessoa e, depois de percorrer Natal, Curitiba, Belo Horizonte, Recife, Fortaleza, Porto Alegre, Salvador e Brasília, chega ao Rio em janeiro e a São Paulo em março do ano que vem. Escute e confira a letra:

QUE TAL UM SAMBA?

(Chico Buarque)

Um samba

Que tal um samba?

Puxar um samba, que tal?

Para espantar o tempo feio

Para remediar o estrago

Que tal um trago?

Um desafogo, um devaneio

Um samba pra alegrar o dia

Pra zerar o jogo

Coração pegando fogo 

E cabeça fria

Um samba com categoria, com calma

Cair no mar, lavar a alma

Tomar um banho de sal grosso, que tal?

Sair do fundo do poço

Andar de boa

Ver um batuque lá no cais do Valongo

Dançar o jongo lá na Pedra do Sal

Entrar na roda da Gamboa

Fazer um gol de bicicleta

Dar de goleada

Deitar na cama da amada

Despertar poeta

Achar a rima que completa o estribilho

Fazer um filho, que tal?

Pra ver crescer, criar um filho

Num bom lugar, numa cidade legal

Um filho com a pele escura

Com formosura

Bem brasileiro, que tal?

Não com dinheiro

Mas a cultura

Que tal uma beleza pura

No fim da borrasca?

Já depois de criar casca 

E perder a ternura

Depois de muita bola fora da meta

De novo com a coluna ereta, que tal?

Juntar os cacos, ir à luta

Manter o rumo e a cadência

Esconjurar a ignorância, que tal?

Desmantelar a força bruta

Então que tal puxar um samba

Puxar um samba legal

Puxar um samba porreta

Depois de tanta mutreta

Depois de tanta cascata

Depois de tanta derrota

Depois de tanta demência

E uma dor filha da puta, que tal?

Puxar um samba

Que tal um samba?

Um samba

Após assassinato de Bruno e Dom na Amazônia, Bolsonaro vai a motociata em Manaus

 "Não sei por que essa implicância. E daí?", afirma um bolsonarista que acompanha a organização da motociata

Bolsonaro em motociata em Chapecó (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - Enquanto o Brasil ainda se recupera do desaparecimento e assassinato do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips na Amazônia, Jair Bolsonaro (PL) se prepara para participar de uma motociata em Manaus neste sábado (18).

Bolsonaro deve comparecer a um evento evangélico na capital do Amazonas e, em seguida, seguir para a motociata, às 14h.

Manaus também se lembra, ainda, das pessoas que morreram sem oxigênio na cidade enquanto infectados pelo coronavírus, durante a gestão de Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde.

Um aliado de Bolsonaro que acompanha a organização da motociata, ouvido por Malu Gaspar, do jornal O Globo, não vê problemas em realizar o evento após a morte - que chocou o mundo - de Bruno Pereira e Dom Phillips. "O que tem uma coisa com a outra? Não sei por que essa implicância. E daí? Quantos policiais morreram dia desses, e ninguém comentou nada?”.

Glauber Braga, que Arthur Lira pretende cassar, aponta a saída: mudem o PPI

 Basta mudar a política de paridade com preços internacionais para reduzir os preços

Glauber Braga e Arthur Lira (Foto: Câmara dos Deputados)


247 – O deputado Glauber Braga (Psol-RJ), que é alvo de representação no conselho de ética da Câmara dos Deputados por ter irritado o presidente Arthur Lira (PP-AL), apontou o caminho óbvio para reduzir os preços dos combustíveis, depois que Lira anunciou uma reunião emergencial para discutir mudanças na política de preços da Petrobrás.

"É fácil. É só votar o projeto 3421/21 do PSOL que acaba com a política de paridade de preço de importação. E não utilizar essa política de Bolsonaro, que o senhor sustenta, como legitimadora de uma privatização lesa-pátria. Não queira nos enganar, porque nós NÃO ACEITAMOS!", escreveu Braga, em seu twitter.

Implementada por Pedro Parente, indicado por Fernando Henrique Cardoso ao governo golpista de Michel Temer, e mantida por Jair Bolsonaro, a atual política de preços da Petrobrás dolariza os preços dos combustíveis e derivados de petróleo no Brasil e é a principal causa da inflação, da volta da fome e do empobrecimento geral dos brasileiros.

Arthur Lira convoca reunião para discutir mudança na política de preços da Petrobrás

 Atual política, implantada após o golpe de estado de 2016, suga a renda dos brasileiros e a transfere aos acionistas minoritários da estatal

Ciro Nogueira, Jair Bolsonaro e Arthur Lira (Foto: Marcos Corrêa/PR | REUTERS/Marcelo Teixeira)

247 – A proximidade eleitoral e a perspectiva de derrota de Jair Bolsonaro levaram o presidente da Câmara dos Deputados a convocar uma reunião extraordinária para discutir mudanças na política de preços da Petrobrás, que foi implantada após o golpe de estado de 2016 contra a ex-presidente Dilma Rousseff para sugar a renda dos brasileiros e transferi-la aos acionistas minoritários da Petrobrás.

"A República Federativa da Petrobras, um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis", escreveu Lira, em seu twitter. "Enquanto tentamos aliviar o drama dos mais vulneráveis nessa crise mundial sem precedentes, a estatal brasileira que possui função social age como amiga dos lucros bilionários e inimiga do Brasil. Na segunda-feira, estarei convocando uma reunião de líderes para discutir a política de preços da Petrobras. Política da Petrobras, que pertence ao Brasil e não à diretoria da Petrobras", acrescentou, após o anúncio de um novo aumento.

Implementada por Pedro Parente, indicado por Fernando Henrique Cardoso ao governo golpista de Michel Temer, e mantida por Jair Bolsonaro, a atual política de preços da Petrobrás dolariza os preços dos combustíveis e derivados de petróleo no Brasil e é a principal causa da inflação, da volta da fome e do empobrecimento geral dos brasileiros.

Mídia corporativa abre temporada de baixarias contra Lula com história do "contador ligado ao ex-presidente"

 Lula está sendo indiretamente responsabilizado pelos negócios do contador que entregou seu Imposto de Renda

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)


247 – Os principais veículos da mídia corporativa, como Folha, Estado de S. Paulo e CNN, sinalizaram que estão dispostos a apoiar novamente o fascismo bolsonarista, associado a todo tipo de crimes e barbárie, para tentar derrotar a frente democrática representada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ex-governador Geraldo Alckmin. Prova disso é a publicação coordenada de reportagens sobre os supostos elos de um "contador ligado a Lula" com a facção criminosa PCC, Primeiro Comando da Capital.

Trata-se de João Muniz Leite, que teve bens bloqueados por suposta ligação com o PCC, e que está sendo apontado como "ligado a Lula" por ter entregue seu Imposto de Renda, como se o ex-presidente pudesse ser responsabilizado pelas outras atividades do contador.

Procurada pela reportagem da Folha, a assessoria de imprensa de Lula afirma, em nota, que o ex-presidente "não tem qualquer relação com o caso citado" e que ele "já teve todos os seus sigilos fiscais e bancários quebrados e jamais uma irregularidade foi encontrada".

"A divulgação da notícia gerou munição para uma série de ataques de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o ex-presidente Lula nas redes sociais nesta quinta-feira", reconhece a Folha.  Um dos que comentou o caso foi o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), filho 02 de Bolsonaro.

"Vão ter 3.000 dias de Jornal Nacional, faniquitos histéricos na timeline dos blogueiros e 'artistas', protestos de sindicatos ou impulsionamentos nas 'brigadas digitais' do bem dos movimentos ligados à facção? Obs: nada é ilação, mas fato!", escreveu o vereador em seu perfil no Twitter.

quinta-feira, 16 de junho de 2022

Lula se reúne com movimentos sociais em São Paulo na sexta-feira

 Organizações entregarão ao ex-presidente um documento com propostas para "Superar a crise e reconstruir o Brasil", em ato na Casa de Portugal

Lula (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O ex-presidente Lula (PT) se reúne na sexta-feira (18), em São Paulo, com movimentos sociais. Organizações vão entregar ao presidenciável um documento com propostas para "Superar a crise e reconstruir o Brasil" durante ato na Casa de Portugal. O objetivo do documento é servir de base para discussão entre amplos setores da sociedade

O texto é assinado por mais de 60 entidades e movimentos sociais e está organizado em dez pontos que têm em comum a modificação da política de cada área. "Enxergamos que a candidatura do ex-presidente Lula pode expressar essa mudança de rumos", cita o documento.

As entidades estimulam a "estratégia de organização e mobilização de base através de comitês populares, livres e plurais, com atuação territorial, temática e digital para fazer esse debate sobre os problemas do país e nossas alternativas com toda a sociedade".

Marília Arraes lidera disputa pelo governo pernambucano com mais que o dobro de votos da segunda colocada

 Dados são de pesquisa do Instituto Opinião, divulgada nesta quinta-feira. Marília Arraes, do Solidariedade, tem 28,1% das intenções de voto

Deputada federal Marilia Arraes se filia ao Solidariedade (Foto: Divulgação)

247 - Pesquisa presencial do Instituto Opinião divulgada nesta quinta-feira (16) mostra Marília Arraes (Solidariedade) na liderança isolada pelo governo de Pernambuco, com 28,1% das intenções de voto.

Marília tem mais que o dobro da segunda colocada, Raquel Lyra (PSDB), que tem 12,6%.


O candidato apoiado formalmente pela chapa do ex-presidente Lula (PT) e do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), Danilo Cabral (PSB), aparece em quinto lugar, com somente 4,5% das intenções de voto. Embora o apoio formal seja dado a Cabral, Lula tem relação muito próxima com Marília, que deixou o PT há poucos meses.

A pesquisa, contratada pelo Blog do Magno, ouviu presencialmente 2.000 eleitores de Pernambuco entre 11 e 14 de junho. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos. O levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo PE-02007/2022.

Exame/Ideia: Castro tem 24% e Freixo 23% na disputa pelo governo do Rio

 Levantamento telefônico do Ideia Instituto traz também um segundo cenário, no qual Castro aparece com 29% e Freixo com 25%

Governador Cláudio Castro e o deputado Marcelo Freixo (Foto: ABr)

247 - Levantamento telefônico do Ideia Instituto, contratado pela Exame, aponta para empate técnico entre o governador do Rio de Janeiro Cláudio Castro (PL) e Marcelo Freixo (PSB) na disputa pela administração fluminense. Castro aparece com 24% e Freixo com 23% no cenário 1 da pesquisa. 

No cenário 2, sem Marcelo Crivella - que aparece em terceiro lugar na primeira projeção com 10% das intenções de voto - Castro consegue ampliar sua vantagem, subindo para 29%. Freixo vai a 25%.

Segundo turno

Em um eventual segundo turno entre Castro e Freixo, o atual governador aparece na frente. Ele tem 38% contra 32% do candidato do PSB. 

Castro também ganha em cenários de segundo turno contra Rodrigo Neves (PDT) e Felipe Santa Cruz (PSD).

O levantamento ouviu por telefone 1.000 eleitores do Rio de Janeiro entre 10 e 15 de junho. O nível de confiança é de 95% e a margem de erro é de três pontos percentuais para mais ou para menos. Os dados estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o protocolo RJ-02458/2022.

Fux cogita GLO se houver violência no 7 de setembro

 O STF está montando um esquema de segurança para o feriado

Luiz Fux (Foto: Reuters/Adriano Machado)


247 - O STF está montando um esquema de segurança para o 7 de setembro, temendo que as manifestações de militantes pró-Bolsonaro se tornem ainda mais violentas que as do ano passado. É o que informa Rodrigo Rangel, em sua coluna no Metrópoles. 

A ordem para que o staff de segurança prepare um esquema de especial partiu do presidente da Corte, Luiz Fux. O STF e o TSE devem ser isolados, informa Rangel. 

Fux afirmou que, se houver violência, será preciso baixar um decreto de Garantia da Lei e da Ordem, medida excepcional que permite às Forças Armadas atuarem na contenção de distúrbios. A depender do quadro, diz o ministro, a medida pode ser decretada pelo próprio STF.

'Bolsonaro sabe que vai ser preso quando sair da Presidência', diz Porchat

 O humorista ainda falou de Mário Frias, ex-secretário de Cultura de Bolsonaro: "esse ator é um inútil. Não tem nenhum tipo de entendimento. Não tem preparo"

Fabio Porchat (Foto: Reprodução/Cara a Tapa)


247 - O humorista Fabio Porchat, que em entrevista ao podcast "Papagaio Falante" afirmou que votará no ex-presidente Lula (PT) caso a candidatura de Ciro Gomes (PDT) realmente não decole, disse que Jair Bolsonaro (PL) teme ser preso após deixar a Presidência da República.

No podcast Cara a Tapa, de Rica Perrone, Bolsonaro precisou escolher entre algumas figuras públicas. Ao aparecem na tela Lula e Bolsonaro, o humorista começou pelo petista: "olha a diferença... Desse barbudo sorrindo, casou agora, está de bem com a vida".

Sobre Bolsonaro, Porchat disparou: "olha essa cara dele, [é] de um homem que não faz a menor ideia do que está acontecendo, que sabe que vai ser preso quando sair da Presidência. Ele não deixa investigar. Quatro pessoas da superintendência da polícia ele já tirou. Quando investigar, meu amigo...".

Mário Frias

O humorista fez duras críticas ao ex-secretário especial de Cultura, o ator Mário Frias: "quando você falaria a palavra: 'Mario Frias?'. Isso é uma realização para a vida dele. Esse ator é um inútil. Não tem nenhum tipo de entendimento. Não tem preparo. Todo mundo que se junta ao Bolsonaro precisa falar o que ele quer ouvir. Ele trocou de Ministro da Saúde quatro vezes na pandemia".

Indígenas foram os primeiros a encontrar pistas de Bruno Pereira e Dom Phillips

 Grupos nativos encontraram blusa atribuída a Bruno Pereira com manchas de sangue entre domingo e segunda-feira

Dom Philips e Bruno Araújo Pereira (Foto: Reprodução)


247 - Grupos indígenas tiveram fundamental participação nas buscas por pistas envolvendo o desaparecimento dos corpos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Philips, mostra reportagem do veículo britânico Channel 4.

O correspondente da América Latina do canal, Guillermo Galdos, acompanhou por três dias as buscas de mais de 20 voluntários nativos, de quatro comunidades indígenas diferentes da região do Vale do Javari, até que fosse encontrada uma blusa com manchas de sangue boiando em um rio da região. Segundo os envolvidos nas procuras, que eram próximos de Bruno, ela pertencia ao indigenista.


Até aquele momento, as buscas dos voluntários já duravam oito dias. “A gente não vai desistir. Até achar alguma coisa, vamos continuar na busca ativa, porque o Bruno era gente querida, ele queria nos defender e nos ensinar a cuidar do território. Mas ele sumiu. Por isso, a gente tem que encontrar”, havia dito Binin, líder da comunidade indígena Matis

Binin também denunciou o aumento da violência na região do Vale do JavariHá três meses, havia uma base policial peruana, mas ela foi atacada, queimada e suas armas foram roubadas por criminosos. “É triste ver isso, nossa região tá chegando criminosos, a gente fica com medo de atacarem a gente. Nessa região do Vale do Javari tem narcotráfico, estão plantando muita coca.”

Mesmo com os incansáveis esforços das comunidades nativas da região para auxiliar nas buscas por Bruno e Dom, não houve reconhecimento durante a coletiva de imprensa para divulgar a localização dos corpos. Nenhum indígena esteve presente, apenas agentes policiais e autoridades.


'Consequência de política que promove ataques à legislação ambiental', diz Anistia Internacional sobre mortes de Dom e Bruno

 Entidade afirma que "Brasil é um dos países que mais mata ambientalistas e defensores de direitos humanos em todo o mundo"

Jair Bolsonaro, o jornalista inglês Dom Phillips e o indigenista Bruno Pereira (Foto: Reprodução)

247 - A Anistia Internacional, organização que luta pelos direitos humanos em todo o mundo, considerou "inaceitáveis" os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips.

Em nota, a diretora-executiva da sucursal brasileira da entidade, Jurema Werneck, afirmou que “o Brasil é um dos países que mais mata ambientalistas e defensores de direitos humanos em todo o mundo" e avaliou que tal realidade "é consequência de uma política que promove ataques a legislação ambiental, desmantela as instituições de promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas e criminaliza as lutas e organizações populares”.

Confira a nota completa da Anistia Internacional Brasil sobre os assassinatos de Dom Philips e Bruno Pereira na íntegra

É com imenso pesar que a Anistia Internacional Brasil recebe a notícia de falecimento de Bruno Pereira e Dom Phillips. Nos unimos às famílias de Bruno Pereira e Dom Phillips, suas companheiras Beatriz e Alessandra, aos integrantes do Observatório dos Povos Indígenas (OPI) e da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (UNIVAJA) em solidariedade pela morte do indigenista brasileiro e do jornalista britânico. 

Os assassinatos de Bruno Pereira e de Dom Phillips são inaceitáveis, mas não são casos isolados no Brasil. Seguiremos acompanhando as investigações e exigindo a elucidação das circunstâncias que envolveram o desaparecimento e os assassinatos dos defensores de direitos humanos e da Amazônia, bem como a responsabilização de todas as pessoas envolvidas neste crime. A Amazônia tem que ser segura para todos e todas. Nós da Anistia Internacional Brasil exigimos proteção e liberdade no exercício de defesa dos direitos dos povos indígenas e no direito à liberdade de imprensa em todo o Brasil.

Jurema Werneck, diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil comenta sobre os assassinatos de Bruno e Dom: 

“O Brasil é um dos países que mais mata ambientalistas e defensores de direitos humanos em todo o mundo, e esta realidade é consequência de uma política que promove ataques a legislação ambiental, desmantela as instituições de promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas e criminaliza as lutas e organizações populares”. 

“A Anistia Internacional Brasil exige justiça para Bruno e Dom. Suas famílias devem ter acesso à verdade e à reparação. A sociedade brasileira precisa ver o fim da impunidade e do esvaziamento das políticas públicas que promovem e garantem direitos. O governo do presidente Jair Bolsonaro (não pode) fechar os olhos para os crimes que acontecem na Amazônia, nem ser conivente com eles. É urgente que se tomem todas as medidas cabíveis para que esse ciclo de violência na Amazônia acabe. Quem protege aqueles que protegem os direitos dos povos indígenas e da Amazônia? É o Estado brasileiro que tem esse dever”.

'Só teremos paz quando tragédias como esta não se repetirem', diz Alessandra Sampaio, esposa de Dom Phillips

 "Este desfecho trágico põe fim à angústia de não saber o paradeiro de Dom e Bruno. Agora podemos levá-los para casa e nos despedir com amor", diz Alessandra Sampaio

Alessandra Sampaio e Dom Phillips (Foto: ABr | Reprodução/Twitter)

247 - Esposa do jornalista britânico Dom Phillips, morto cruelmente na Amazônia pelos irmãos Amarildo Oliveira da Costa, conhecido como ‘Pelado’, e Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como Dos Santos, Alessandra Sampaio divulgou nota após a confirmação da morte do marido.

Ela diz que buscará justiça e que só terá paz quando medidas forem tomadas para que "tragédias como esta não se repitam jamais".

Leia:

"Embora ainda estejamos aguardando as confirmações definitivas, este desfecho trágico põe um fim à angústia de não saber o paradeiro de Dom e Bruno. Agora podemos levá-los para casa e nos despedir com amor.

Hoje, se inicia também nossa jornada em busca por justiça. Espero que as investigações esgotem todas as possibilidades e tragam respostas definitivas, com todos os desdobramentos pertinentes, o mais rapidamente possível.

Agradeço o empenho de todos que se envolveram diretamente nas buscas, especialmente os indígenas e a Univaja. Agradeço também a todos aqueles que se mobilizaram mundo afora para cobrar respostas rápidas.

Só teremos paz quando as medidas necessárias forem tomadas para que tragédias como esta não se repitam jamais. Presto minha absoluta solidariedade com a Beatriz e toda a família do Bruno.

Abraços,

Alessandra Sampaio".

Corpos achados nas buscas por Bruno e Dom chegam a Brasília nesta quinta-feira

 Os restos mortais passarão por teste de DNA para a confirmação da identidade

Equipes fazem buscas por jornalista britânico e indigenista na floresta amazônica (Foto: REUTERS/Bruno Kelly | Funai | Reprodução/Twitter)

247 - Chegam a Brasília de avião na noite desta quinta-feira (16) os restos mortais encontrados nas buscas pelo indigenista Bruno Pereira e pelo jornalista britânico Dom Phillips.

Um teste de DNA será feito para confirmar a identidade de Bruno e Dom.

Os restos mortais foram levados para Tabatinga, no Amazonas, na noite de quarta-feira. Às 15h no horário de Brasília, o avião para em Vilhena, Rondônia (RO), abastece e segue para Brasília. A chegada está prevista para 19h30.

A perícia deve começar na sexta-feira (17) e ficar pronta na próxima semana. 

Nesta quinta-feira, às 9h30, começa o trabalho de resgate da embarcação utilizada por Dom Phillips e Bruno Pereira.

Na tentativa de arrefecer a crise, Fux quer convidar Bolsonaro para reunião no STF

 Presidente do Supremo foi aconselhado a se manter minimamente próximo de Bolsonaro para tentar conter seus arroubos golpistas

Fux e Bolsonaro (Foto: Fellipe Sampaio/SCO/STF | Marcos Corrêa/PR)


247 - Na tentativa de arrefecer a nova crise entre o Executivo e o Judiciário, o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luiz Fux, planeja convidar Jair Bolsonaro (PL) para uma reunião no prédio da corte, segundo Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

A ideia de Fux era fazer o convite já na semana passada, mas novos ataques de Bolsonaro a ministros do tribunal o forçaram a adiar o plano. Na visão do presidente do STF, receber Bolsonaro em meio a seus ataques contra integrantes da corte poderia melindrar os colegas.

A ideia agora, segundo interlocutores, é aguardar a poeira baixar antes de fazer o convite.

No início do mês, Fux participou de jantar na casa da ministra do STF Cármen Lúcia, na companhia de sete senadores de diferentes partidos. Na ocasião, o presidente do Supremo foi aconselhado a se manter minimamente próximo de Bolsonaro, de modo a conseguir conter uma possível tentativa do chefe do Executivo de dar um golpe de Estado no fim do ano, rejeitando uma eventual derrota nas urnas para o ex-presidente Lula (PT), líder em todas as pesquisas eleitorais.

Polícia prende outros dois suspeitos de operarem drone que atirou fezes em ato de Lula e Kalil

 Suspeitos foram interrogados e liberados após assinatura do Termo Circunstanciado de Ocorrência, mas devem seguir à disposição da Justiça para prestar novos depoimentos

(Foto: Reprodução (Twitter))

247 - A Polícia Militar prendeu, na noite desta quarta-feira (15), mais dois suspeitos de atirarem fezes com um drone em evento promovido pelo ex-presidente Lula (PT) e o ex-prefeito de Belo Horizonte Alexandre Kalil (PSD) em Uberlândia, Minas Gerais. A informação é do jornal Estado de Minas.

De acordo com a reportagem, o drone teria saído de um condomínio próximo ao centro universitário onde o encontro foi sediado. Já na noite de ontem, o primeiro suspeito havia sido detido após pessoas presentes no evento seguirem o caminho do drone até o pouso e chamarem agentes de segurança.

Detidos, os suspeitos foram dirigidos à delegacia e prestaram depoimento. Após assinarem o Termo Circunstanciado de Ocorrência, foram liberados, mas devem seguir à disposição da Justiça para mais um interrogatório.

Em nota de pesar, Lula e Alckmin cobram "rigorosa investigação" das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips

 "A democracia e o Brasil não toleram nem podem mais conviver com a violência, o ódio e o desprezo pelos valores da civilização", afirmam Lula e Alckmin

Lula, Dom Philips e Bruno Araújo Pereira (Foto: Reuters | Reprodução)

247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-governador Geraldo Alckmin divulgaram nota conjunta de pesar pelas mortes do indigenista Bruno Pereira e do jornalista Dom Phillips

"O que se exige agora é uma rigorosa investigação do crime; que seus autores e mandantes sejam julgados. A democracia e o Brasil não toleram nem podem mais conviver com a violência, o ódio e o desprezo pelos valores da civilização", dizem Lula e Alckmin na nota. 

Veja íntegra abaixo:

“A confirmação do assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips é uma notícia chocante, que nos causa dor e indignação. Nossa primeira palavra é de solidariedade aos familiares, amigos e amigas do indigenista e do jornalista.

Bruno e Dom dedicaram a vida a fazer o bem. Por isso percorreram o interior do Brasil, ajudando, protegendo e contando a vida, os valores e o sofrimento dos povos indígenas.

O mundo sabe que este crime está diretamente relacionado ao desmonte das políticas públicas de proteção aos povos indígenas. Está diretamente relacionado também ao incentivo à violência por parte do atual governo do país.

O que se exige agora é uma rigorosa investigação do crime; que seus autores e mandantes sejam julgados. A democracia e o Brasil não toleram nem podem mais conviver com a violência, o ódio e o desprezo pelos valores da civilização.

Bruno e Dom viverão em nossa memória e na esperança de um mundo melhor”.

Luiz Inácio Lula da Silva

Geraldo Alckmin

Assassinato de Bruno Pereira e Dom Phillips na Amazônia repercute na imprensa internacional

 A Al Jazeera destacou que o caso gera um alerta sobre o governo Bolsonaro. Jornais da França, Inglaterra e Estados Unidos também noticiaram a morte do indigenista e do jornalista

Bruno Pereira e Dom Philips (Foto: Divulgação/Funai/Arquivo | Reprodução Twitter/@domphillips | Ricardo Lima/Reuters)

247 - confissão dos irmãos Oseney da Costa e Amarildo dos Santos pela morte do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips rodam o mundo desde quarta-feira (15), segundo o Estado de S. Paulo.

O jornal inglês The Guardian, para o qual Phillips trabalhou, destacou a localização de "remanescentes humanos" - que podem ser das duas vítimas - por parte da Polícia Federal, “Dom Phillips e Bruno Pereira: Polícia brasileira encontra dois corpos em busca de desaparecidos”.

A Al Jazeera jogou os holofotes sobre Jair Bolsonaro (PL), dizendo que o caso gera um alerta sobre seu governo, pressionado durante a Cúpula das Américas por mais agilidade nas buscas.

“Homem confessa ter matado jornalista e colega desaparecido, diz polícia”, dizia a manchete do estadunidense The Washington Post. O The New York Times e o francês Le Monde foram pelo mesmo caminho.

A TV britânica BBC News divulgou o trabalho da Interpol junto à polícia brasileira para confirmar a identidade dos corpos.

Bolsonaro faz ataque perverso ao comentarista Casagrande

 Criticado, o chefe do governo federal fez uma insinuação rasteira sobre o passado de Casagrande, ex-dependente químico

Walter Casagrande Jr. (Foto: Divulgação)

247 - Jair Bolsonaro (PL) fez na noite de quarta-feira (15) um ataque perverso ao ex-jogar e comentarista de futebol da TV Globo Walter Casagrande. 

No programa "Encontro", Casagrande disse que "temos um governo covarde, perverso e muito cruel". "As pessoas não estão tendo mais medo de ser cruel. As pessoas não estão tendo mais medo de ser homofóbicas, as pessoas se soltaram e isso machuca a gente. O povo brasileiro não é assim, é um povo alegre. O Brasil é alegre! Assusta esse momento porque não é a nossa cara. Isso assusta. A gente não pode ficar calado. Nós somos figurantes desse filme de terror".

Bolsonaro, então, compartilhou matéria do Brasil 247 sobre as críticas de Casagrande para falar do combate do governo federal ao tráfico de drogas, fazendo uma insinuação rasteira sobre o passado do jogador, ex-dependente químico. 

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho de Jair Bolsonaro, também atacou Casagrande.