“O dia da eleição não vai ser o maior risco”, avalia um integrante do TSE, que expõe preocupação com revolta bolsonarista e atentados
247 - O dia da eleição não é a maior preocupação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) neste ano. Ainda que Jair Bolsonaro (PL), que vê o ex-presidente Lula (PT), seu principal adversário, liderando todas as pesquisas eleitorais e com chances de vencer no primeiro turno, ameace a realização do pleito, ministros da corte eleitoral avaliam que o problema maior pode acontecer após a votação nas urnas.
Segundo Malu Gaspar, do jornal O Globo, magistrados do TSE avaliam que o período de maior risco será o intervalo entre a votação e a diplomação da chapa vencedora, que deve ocorrer até 19 de dezembro. A distância de quase dois meses entre os dois eventos "abre brecha para que militantes derrotados nas urnas se mobilizem nas redes sociais para carreatas, protestos antidemocráticos e até ameaças de invasão de prédios públicos".
A colunista cita que a preocupação dos ministros vale tanto para apoiadores de Bolsonaro como para os de Lula, mas lembra que em 2018, quando Bolsonaro venceu a eleição sobre outro candidato do PT, o ex-ministro Fernando Haddad, "não houve incidentes durante a diplomação".
Nos Estados Unidos em 2021, apoiadores do ex-presidente Donald Trump, incitados por ele, invadiram violentamente o Capitólio enquanto congressistas realizavam a sessão que confirmaria a vitória eleitoral do atual presidente do país, Joe Biden.
À época, o presidente do TSE, Edson Fachin, afirmou: “a violência cometida contra o Congresso norte-americano deve colocar em alerta a democracia brasileira”.
Bolsonaro já chegou a dizer que pode ocorrer no Brasil um episódio "pior" que o que houve nos Estados Unidos. “Se nós não tivermos voto impresso em 2022, uma maneira de auditar voto, vamos ter um problema pior que os Estados Unidos”.
O TSE não se preocupa apenas com possíveis ataques à sua sede. Membros do tribunal temem possíveis ataques inesperados dos chamados “lobos solitários”.