quinta-feira, 12 de maio de 2022

Brasil não avançou no entendimento de quem financia fake news, diz pesquisadora

 “Seria importante que a Polícia Federal e o TSE se envolvessem”, disse Flávia Lefèvre, integrante do Intervozes e da Coalizão Direitos na Rede

(Foto: Reuters | Reprodução)

Brasil de Fato - Desde 2018, o Brasil pouco caminhou na identificação dos setores e grupos que financiam a produção e difusão de desinformação no país, segundo a pesquisadora Flávia Lefèvre, advogada, integrante do Intervozes e da Coalizão Direitos na Rede. 

Recentemente, o Tribunal Superior Eleitoral [TSE] ampliou as medidas de combate às notícias falsas durante tendo em vista as eleições presidenciais deste ano, a partir da Comissão de Segurança Cibernética. Os ministros do TSE ampliaram a atuação da comissão a fim de incluir a incidência sobre notícias falsas. Agora a comissão também irá “monitorar, elaborar estudos e implementar ações para combate à disseminação em massa de informações falsas em redes sociais”. 

Antes, o TSE e o Twitter firmaram um memorando de entendimento para juntar esforços no combate à desinformação no processo eleitoral deste ano. Entre as medidas do memorando, o Twitter se comprometeu a criar uma ferramenta em sua plataforma que possibilite aos usuários buscar informações sobre as eleições sem sair da rede.  

Lefèvre celebra as mudanças, mas acredita que ainda são insuficientes para fazer frente à disseminação de desinformação, o que fez com que o Brasil caminhasse pouco na identificação das fontes de financiamento. 

“A gente precisa que as instituições, a Polícia Federal, o Tribunal Superior Eleitoral [TSE] e o Ministério Público Eleitoral sigam o rastro do dinheiro e identifiquem as forças que estão financiando [a desinformação]”, afirma. Leia a entrevista abaixo:

Das eleições presidências de 2018 para cá, a sociedade e as autoridades brasileiras já conseguiram identificar quais são as fontes de financiamento da produção e difusão da desinformação? 

Aqui no Brasil, as pesquisas que foram feitas com base nas eleições de 2018 e que têm sido feitas de lá para cá identificaram que esses grupos estão financiados por forças de direita, não só daqui do Brasil, mas por um financiamento internacional. Mas a gente ainda não conhece esses grupos. Seria importante que a Polícia Federal e o TSE se envolvessem. 

A indústria é muito bem financiada. A gente precisa que a Polícia Federal investigue e chegue nessas empresas. Esse dinheiro não é um dinheiro só brasileiro, mas tem instituições internacionais que financiam que são voltadas para a defesa do neoliberalismo, e a necessidade de sustentação do neoliberalismo não acontece só no Brasil.  

A gente precisa que as instituições, a PF, o Tribunal Superior Eleitoral [TSE] e o Ministério Público Eleitoral sigam o rastro do dinheiro e identifiquem as forças que estão financiando essas figuras. Não dá para achar que é uma coisa de um partido específico do Brasil. Pelo contrário, é um movimento global. 

Entre o primeiro e segundo turno das eleições de 2018, quando houve aquela publicação da Patrícia Campos Mello [da Folha de S. Paulo], denunciando o patrocínio por empresas dessas campanhas de desinformação, teve uma coletiva de imprensa do TSE, presidida pela ministra Rosa Weber na época. Ela disse aos jornalistas que fake news sempre existiram, que não tinha como reagir e caso alguém soubesse de alguma solução deveria dizer. Eles ignoraram. 

Não é orgânico, a difusão é artificial. O PSL, na legislatura anterior, tinha oito deputados. Depois das eleições de 2018, passou a ter 54 deputados. Isso não é um resultado orgânico. Isso é nitidamente um resultado artificial, que foi consequência da propaganda ilegal usando o WhatsApp em 2018, e que não teve reação devida do TSE. 

É muito difícil conter a difusão a partir do momento em que cai na rede, ainda mais quando a gente pensa que isso acontece pelos serviços de mensagens, que são protegidos. Então precisa ter uma estrutura, inclusive da PF que precisa estar habilitada para acompanhar esse tipo de crime eleitoral. Não é fácil, é desafiador.  

Para confrontar essas forças de direita ultra neoliberais, precisa ter uma rede muito bem articulada entre as instituições, os partidos, a sociedade civil e o terceiro setor, de modo que os eleitores possam estar mais informados e tenham canais para se informar, porque só com base na informação é possível combater esse tipo de ilícito.  

Como deve funcionar a produção e distribuição de notícias falsas nas redes sociais nesse ano eleitoral? A gente pode esperar alguma mudança em relação aos anos eleitorais anteriores? 

Isso [notícia falsa] aí já virou uma técnica que não começou aqui no Brasil, mas entre os grupos fascistas de todo o mundo que não conseguem ganhar as eleições pelo voto, por causa das pautas impopulares que defendem, restando explorar o medo e a insegurança das pessoas. Então, a primeira coisa que se faz é a identificação desses medos e inseguranças. Aqui entram também as questões ligadas às pautas identitárias e as questões religiosas.  

Um bom exemplo foi aquele caso clássico que aconteceu em 2018 com a Cambridge Analytica. Empresas de marketing político utilizam dados dos usuários que captam das redes sociais para identificar e formar perfis de eleitores, fazendo a perfilização das pessoas. E aí definem mensagens e notícias falsas para difundir para esses perfis, de acordo com as questões de medo e insegurança identificadas.  

Por exemplo, na época da eleição de 2018, esses produtores e divulgadores de notícias falsas começaram a difundir a notícia de que se o Haddad ganhasse, ele ia soltar os presos. Aí as pessoas ficaram morrendo de medo.  

Identificam-se essas questões para depois utilizar ilegalmente dados pessoais para formar perfis de eleitores e a partir disso desenvolver uma máquina de difusão e desinformação de mensagens que estimulam o ódio, o medo e a discriminação. 

E a difusão dessas notícias? Como é feita? 

Existe um efeito cruzado entre os canais de Youtube, como Terça Livre, Mamãe Falei e outros canais de direita, onde se produz as notícias, e a partir dali alguns trechos dos conteúdos vão para os serviços de mensageria privada, como WhatsApp, que foi usado largamente nas últimas eleições, Telegram, TikTok, Facebook e Instagram.  

Quando Bolsonaro fala, por exemplo, é para esses canais. Com base nisso, jogam as informações na internet e exploram as vulnerabilidades de todas as pessoas. 

Utiliza-se especialmente o Facebook e o WhatsApp por uma questão específica. Hoje a gente tem, segundo dados da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações], mais de 100 milhões de planos de telefonia móvel pré-pagos. Isso significa que as pessoas têm uma quantidade de dados, que é a franquia, para utilizar mensalmente. Na hora em que acaba aquela quantidade de dados, o usuário só tem acesso ao WhatsApp e ao Facebook.  

Nesses casos, o usuário recebe uma notícia e não tem como checar, porque não consegue acessar outros sites e fontes. A gente sabe pelo Cetic.br [Centro Regional de Estudos para o Desenvolvimento da Sociedade Informação], que é um órgão do Comitê Gestor da Internet no Brasil, que nas classes D e E 95% dos usuários só acessam a internet por redes móveis e especialmente com planos pré-pagos.  

Na classe C, esse percentual é de 65%. Isso com dados de 2021. Então, por baixo, existem 120 milhões de usuários que têm acesso limitado e que estão vulneráveis a essas campanhas desinformativas mais do que quem pode pagar por um plano ilimitado de internet. 

Por isso que, em 2018, a estratégia utilizada para a campanha de desinformação foi aquela compra de chips pré-pagos, porque aí não precisa se identificar na hora da compra e dá para difundir notícia falsa pelo WhatsApp [de forma ilimitada]. 

A senhora comentou que esses grupos são da extrema-direita e quem financia tem interesse na defesa do neoliberalismo. É possível encontrar, também, setores da esquerda por trás dessa produção e difusão? 

De uma forma organizada e estruturada, [isso é praticado] muito mais pelas forças de direita do que pelas forças de esquerda, justamente pelo interesse do neoliberalismo e pela necessidade de ganhar eleitores explorando a vulnerabilidade das pessoas, porque as pautas deles são extremamente impopulares. 

E como a senhora tem analisado a reação da esquerda à essa produção e difusão? 

Essa é uma máquina bastante poderosa que funciona com financiamento internacional e isso demandaria uma organização também da esquerda em termos de reagir o tempo inteiro à desinformação. Pessoalmente, acho que hoje a reação é muito incipiente perto da força e da sofisticação da máquina de desinformação que existe. 

A reação da esquerda tem de ser não só nas redes, mas no campo institucional também, precisa informar o TSE e denunciar no MPE para desmontar na medida do possível essa rede. São reações em campos diferentes. Não pode abrir mão de uma reação no campo institucional, porque tem uma série de conquistas no campo do direito e da democracia que vieram desde o período pós-ditadura que a gente não pode abrir mão.

A gente tem que atuar no sentido de fortalecer o que a gente conseguiu com a Constituição de 88 e avançar com base em outras leis já aprovadas, como o Marco Civil da Internet e a Lei Geral de Proteção de Dados [LGPD]. Não dá para reagir a esse movimento sem contar com os instrumentos institucionais. 

Ao mesmo tempo, a esquerda tem de melhorar a presença nas redes, que faça frente a essa estrutura sofisticada que eles [setores da direita] têm hoje de difusão de desinformação, de ataque às pautas progressistas. 

Zanin e Valeska: ONU reconheceu que direitos de Lula foram grosseiramente violados

 Nunca uma decisão de uma Corte mundial veio em tão boa hora para reafirmar o Estado de Direito, dizem os advogados

(Foto: Ricardo Stuckert | Onu)


247 – Os advogados Cristiano Zanin e Valeska Martins, que lideraram a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, explicaram, em artigo publicado no Globo, a importância da decisão do Comitê de Direitos Humanos da ONU sobre os abusos cometidos contra seu cliente. Leiam abaixo:

Lula, ONU e a Justiça

Por Cristiano Zanin e Valeska Martins – Com enorme satisfação, no dia 27 de abril recebemos do Comitê de Direitos Humanos da ONU a decisão que pôs fim ao processo que iniciamos em 28 de julho de 2016 em favor do ex-presidente Lula. O Comitê da ONU acolheu integralmente os fundamentos que apresentamos, decidindo que houve violações grosseiras a direitos fundamentais de Lula em relação à presunção de inocência, ao processo justo, à privacidade e à indevida privação de seus direitos políticos. Reconheceu, por consequência, que houve violação aos artigos 9, 11, 14 e 25 do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos da ONU, a que o Brasil aderiu em 1992 (Decreto 592/1992).

Essa decisão histórica, lançada no primeiro comunicado apresentado ao Comitê da ONU por um cidadão brasileiro, foi tomada por um órgão colegiado composto de 18 peritos independentes, das mais diversas nacionalidades, 15 dos quais votaram favoravelmente aos fundamentos que apresentamos na peça inicial e nas sucessivas atualizações que fizemos entre 2016 e 2021. Pesaram, para o posicionamento final da ONU, a condução coercitiva ilegal autorizada contra Lula, a interceptação de suas ligações, das ligações de seus familiares e colaboradores e até mesmo as nossas — de seus advogados constituídos —, a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro e o fato de o ex-presidente ter sido impedido, indevidamente, de concorrer nas eleições de 2018, contrariando uma liminar emitida pelo mesmo Comitê naquele ano.

O desfecho do processo da ONU é paradigmático. A Corte Mundial de Direitos Humanos reafirmou que o combate à corrupção é necessário, mas, para que seja válido e eficaz, os Estados devem observar o devido processo legal e assegurar um processo justo. Também fica claro, da decisão, que o combate à corrupção não pode servir de pretexto para perseguir pessoas ou empresas. Isso está na centralidade do conceito de lawfare, que propusemos em 2016 e continuamos a desenvolver especialmente por meio do Lawfare Institute.

A conclusão da ONU também reforça as decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal que declararam a nulidade dos processos abertos pela Lava-Jato contra Lula e também as decisões tomadas por outras instâncias que absolveram o ex-presidente ou rejeitaram sumariamente as acusações indevidamente apresentadas contra ele por ausência de substrato probatório mínimo.

Para além disso, o processo que ora se encerra na ONU também simboliza e qualifica uma linha de advocacia em que acreditamos, que trabalha de forma multidisciplinar e com apoio técnico das mais variadas áreas do conhecimento, como auditoria, comunicação, psicologia forense.

Esse novo modelo de advocacia mostra a razão por que investigações e processos que tramitavam na Justiça Criminal passaram a ser discutidos no Comitê de Direitos Humanos da ONU e em outras instâncias e foros, fato que, durante alguns anos, gerou perplexidade até mesmo em profissionais do Direito.

Nunca uma decisão de uma Corte mundial veio em tão boa hora para reafirmar o Estado de Direito e, ainda, mostrar que a advocacia atual deve utilizar todos os mecanismos previstos em lei na defesa de seu constituinte e na busca do processo justo.

*Advogados e sócios do Teixeira Zanin Martins & Advogados

Haddad lidera disputa em São Paulo, com 30% das intenções de voto

 Candidato do PT é seguido por Marcio França, com 17%, e pelo bolsonarista Tarcísio Freitas, com 10%; governador Rodrigo Garcia tem 5%

Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert)


247 – O ex-prefeito Fernando Haddad, do PT, lidera a corrida para a sucessão ao Palácio dos Bandeirantes, com 30% das intenções de voto, segundo pesquisa Quaest, divulgada nesta quinta-feira. Ele é seguido pelo ex-governador Márcio França (PSB), com 17%, enquanto o ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio Freitas (Republicanos), aparece com 10% das intenções de voto e o governador Rodrigo Garcia (PSDB), candidato à reeleição, com 5%.

"Em outro cenário da disputa, sem a candidatura de Márcio França, Haddad subiria para 37%, Tarcísio marcaria 12% e Garcia teria 8% Neste caso, a Genial/Quaest pôde comparar a intenção atual de voto com a registrada em março. Haddad cresceu seis pontos porcentuais. Tarcísio permaneceu estável (12%) e Garcia oscilou dois pontos para cima, passando de 6% para 8%", aponta reportagem de Daniel Bramatti e Marcelo Godoy, no Estado de S. Paulo.


Lula lidera em São Paulo, com 39% dos votos, contra 28% de Bolsonaro

 Liderança folgada de Lula no estado é fenômeno inédito nas eleições presidenciais

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em São Paulo 01/05/2022 (Foto: REUTERS/Amanda Perobelli)


247 – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nunca teve um desempenho tão favorável em São Paulo nas eleições presidenciais, como agora em 2022. Ele lidera a corrida presidencial em São Paulo, maior Estado do País, com 39% das intenções de voto, ante 28% de seu principal adversário, Jair Bolsonaro (PL). Ciro Gomes (PDT) está em terceiro lugar, com 8%, segundo aponta reportagem de Daniel Bramatti e Marcelo Godoy, publicada no Estado de S. Paulo.

"O ex-governador João Doria (PSDB), que em 2018, na disputa pelo governo estadual, teve quase 32% dos votos no primeiro turno e foi eleito no segundo, agora tem a preferência de apenas 4% dos paulistas como pré-candidato a presidente da República", destacam os jornalistas. "No universo paulista, assim como no resto do País, Lula é mais forte entre as mulheres do que entre os homens. No segmento feminino, ele tem 41% das preferências, ante 23% de Bolsonaro e 15% dos demais candidatos somados. Ou seja, teria mais votos que a soma de todos os adversários. Já entre os homens há um empate técnico entre o petista e o presidente: 36% a 35%", acrescentam. 


Eleitores de Bolsonaro opinam em pesquisa que ele deve aceitar a derrota

 De acordo com levantamento Genial/Quaest, 68% dos bolsonaristas responderam que Jair Bolsonaro deve aceitar o resultado das urnas

Jair Bolsonaro, Supremo Tribunal Federal e uma urna eletrônica (Foto: Agência Brasil)


247 - Até mesmo eleitores de Jair Bolsonaro dizem que ele deve respeitar o resultado das urnas nas eleições presidenciais. 

De acordo com a pesquisa Genial/Quaest feita entre 5 e 8 de maio, 68% dos bolsonaristas responderam que ele deve "aceitar a derrota". A informação é destacada na coluna da jornalista Mônica Bergamo na Folha de S.Paulo.

Entre eleitores que desejam a vitória de Lula (PT), o percentual sobe para 92%. E 93% dos que não querem ver "nem Bolsonaro, nem Lula" eleitos querem que o atual presidente aceite eventual fracasso nas urnas.

No conjunto do eleitorado, 85% acreditam que Bolsonaro deve aceitar a derrota.

Entre os mais jovens, de 16 a 24 anos, o percentual chega a 91%. Já entre os que têm mais de 60 anos, ele cai para 78%.


quarta-feira, 11 de maio de 2022

Lula avisa que pode rever privatizações: “quem comprar terá que falar conosco”

 Ex-presidente Lula disse em Minas Gerais que a troca do ministro de Minas e Energia não terá efeito no preço dos combustíveis

Lula, Eletrobrás, Correios e Petrobrás (Foto: Stuckert | ABr)


Metrópoles - Em discurso nesta quarta-feira (11/5) em Juiz de Fora (MG), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, pré-candidato do PT à Presidência da República, insinuou que, caso seja eleito, poderá rever as privatizações que sejam feitas pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).

O petista aproveitou para passar um recado a possíveis investidores interessados na compr de empresas estatais: “Quem se meter a comprar a Petrobras, vai ter que conversar conosco depois da eleição”, disse o petista. Lula citou a Petrobras, a Eletrobras, os bancos públicos e os Correios como empresas na mira de privatização do atual governo federal.

“Parem de tentar privatizar as nossas empresas públicas. Quem se meter a comprar a Petrobras vai ter que conversar conosco depois da eleição. Pare de tentar privatizar a Eletrobras. Se não fosse a Eletrobras, não teria o programa Luz para Todos, que custou ao povo brasileiro R$ 20 milhões e só pôde ser feito porque a empresa era pública. Parem de privatizar os Correios”, apontou.

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Bolsonaro tenta entregar de vez o Brasil com a privatização do pré-sal e da Petrobrás

 Bolsonaro tenta unificar o capital e os golpistas de 2016 em torno da sua candidatura. Novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida disse que privatização é sua prioridade

(Foto: Agência Senado/Jefferson Rudy | Reuters)


247 - Novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida afirmou nesta quarta-feira, 11, que vai trabalhar pela privatização da Petrobras e da Pré-Sal Petróleo S.A., responsável por gerir os contratos da União no pré-sal.  O pré-sal é um recurso descoberto pela petrolífera estatal brasileira durante os governos petistas e que permitiu o desenvolvimento econômico do país no período destes governos.

Sachsida afirmou que a privatização da Petrobras, um dos motores econômicos do Brasil, será sua primeira ação à frente da pasta, e que pedirá estudos ao governo para isso. No entanto, ele não informou se definirá um prazo específico para isso.

"Meu primeiro ato como ministro será solicitar ao ministro [da Economia] Paulo Guedes, presidente do Conselho do PPI [Programa de Parcerias de Investimentos], que leve ao conselho a inclusão da PPSA no PND [Programa Nacional de Desestatização] para avaliar as alternativas para sua desestatização", disse Sachsida.

"Ainda como parte do meu primeiro ato, solicito também o início dos estudos tendentes à proposição das alterações legislativas necessárias à desestatização da Petrobras", completou.

O ministro também indicou que pretende privatizar a Eletrobras, prejudicando o desenvolvimento da economia nacional. Um projeto que já foi definido por muitos especialistas, assim como o ex-presidente Lula (PT) em suas falas recentes, como “lesa pátria”.

“A Eletrobras foi construída ao longo de décadas, com o suor e a inteligência de gerações de brasileiros. Mas o atual governo faz de tudo para entregá-la a toque de caixa e a preço de banana.  O resultado de mais esse crime de lesa-pátria seria a perda da nossa soberania energética. Defender a nossa soberania é defender também a Eletrobrás daqueles que querem o Brasil eternamente submisso”, afirmou Lula em discurso de lançamento do Movimento “Vamos Juntos pelo Brasil”.

Nas redes sociais, o jornalista Leonardo Attuch, editor do Brasil 247, disse que a privatização das estatais é “a última cartada de Bolsonaro para unificar de vez o capital e todos os golpistas de 2016 em torno da sua candidatura”.


Nesta quarta, em plenária popular com a prefeita de Juiz de Fora (MG), Margarida Salomão, Lula denunciou as privatizações das empresas públicas brasileiras. “Quero aproveitar o humanismo reinante nessa sala, o calor democrático nessa sala, e dizer ao governo e aos empresários: parem de privatizar as empresa públicas”, enfatizou.

Dando sinal de que o PT pretende reverter as privatizações, Lula afirmou que “quem se meter a comprar a Petrobras, vai ter que conversar conosco depois da eleição. Parem de tentar privatizar a Eletrobras. Parem de privatizar os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BnB. Aprendam a trabalhar, a investir e a fazer política econômica ao invés de vender as coisas que já estão prontas”.


Lula se opõe ao entreguismo de Bolsonaro: "somos contra a venda da Petrobrás e Eletrobrás"

 Após o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, defender a privatização do pré-sal e da Petrobrás, Lula disse que Bolsonaro não sabe fazer política econômica

(Foto: Ricardo Stuckert)


247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou nesta quarta-feira (11) a incompetência de Jair Bolsonaro para resolver os problemas que atingem o País e voltou a se manifestar contrário às privatizações da Petrobrás e Eletrobrás. 

"Bolsonaro não sabe o que faz com o país. Não sabe trabalhar, investir ou fazer política econômica. Vendeu a BR e hoje 392 empresas importam gasolina dos EUA. Vamos deixar claro: somos contra a venda da Petrobrás e Eletrobrás. Parem de privatizar nossas empresas públicas", disse Lula, durante discurso em ato na cidade de Juiz de Fora. 

A manifestação do ex-presidente veio após o novo ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, anunciar que pedirá estudos para a privatização da Petrobrás e do petróleo do pré-sal

Lula também falou sobre os efeitos da inflação, que foi a mais alta para abril em 26 anos e já ultrapassa 12% em 12 meses, e responsabilidade do governo. "O salário do povo está proporcionalmente menor. Ninguém consegue encher o tanque. Tiramos produtos do carrinho porque não dá pra pagar. Metade da inflação é por preços controlados pelo governo. O presidente é um fanfarrão. Não dá entrevista, fala só em lives para o público dele", afirmou. 




“Feira Verde” inicia nesta quinta pelo Residencial Solo Sagrado

 


O prefeito Júnior da Femac participa nesta quinta-feira (12/05), no Residencial Solo Sagrado, da edição de lançamento do Programa Feira Verde, que possibilita à população promover a troca de papel, plástico e papelão por hortaliças – legumes e verduras – e frutas adquiridas pelo município junto a produtores agrofamiliares.

O evento está programado para acontecer entre as 9 e 11 horas, com ponto de troca instalado junto à Unidade Básica de Saúde (UBS) Benedito Cláudio “Pinga Fogo” de Oliveira. “Nesta primeira fase do programa 58 toneladas de produtos rurais já foram adquiridas pela prefeitura, em um investimento na ordem de R$440 mil em recursos próprios injetados diretamente em nossa agricultura familiar”, revela o prefeito Júnior da Femac, frisando que o programa é gerenciado pela Secretaria Municipal da Agricultura.

Regido por decreto municipal, pelas regras poderão ser trocados somente três tipos de materiais: papel, plástico e papelão. “Trata-se de um programa fantástico sugerido pelo vereador Rodrigo Liévore a partir de uma experiência que ele conheceu na cidade de Ponta Grossa e encampado prontamente por nossa administração. Uma ação onde todos ganham e que gera um retorno muito positivo ao meio ambiente, à saúde da população, às famílias rurais, ao poder público e à cooperativa de reciclagem, para onde iremos encaminhar os materiais angariados junto ao programa”, detalhou o prefeito Júnior da Femac. Ele reforça que no ponto de troca só serão recebidos papel, plástico e papelão. “Metais, vidros, pneus, tecidos, madeira, móveis usados, eletrodomésticos e eletroeletrônicos, por exemplo, não integram o objetivo do programa”, alerta o prefeito.

O Programa Feira Verde estabelece que a cada quatro quilos de material reciclável a pessoa tem direito a receber um quilo de hortifruti. “Como bem diz o prefeito Júnior da Femac, é uma ação onde todos ganham, que protege o meio ambiente ao promover o senso de reciclagem, que contribui para prolongar a vida útil do aterro sanitário, que distribui alimento saudável, que gera renda aos produtores rurais e que contribui para o aumento da produção da cooperativa de recicláveis”, reforça o vereador Rodrigo Liévore, idealizador local do Programa Feira Verde.

Moraes multa Daniel Silveira em mais R$ 135 mil por descumprir uso da tornozeleira

 O parlamentar bolsonarista, que já teve mais de R$ 120 mil bloqueado de suas contas, agora deve à Justiça R$ 540 mil

(Foto: Divulgação)

Metrópoles - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), impôs nova multa ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) por descumprimento de medidas cautelares. Nesta quarta-feira, o ministro alegou que, enquanto a validade do decreto presidencial perdoando as penas não for julgada, as sanções seguem valendo. 

E determinou: “Verificada a não observância das medidas cautelares impostas em nove ocasiões distintas e considerando a multa diária fixada e referendada pelo Plenário desta Suprema Corte, é exigível nova sanção pecuniária, cumulativa à anteriormente fixada, no valor total de R$ 135 mil em desfavor do réu Daniel Lúcio da Silveira”.

Assim, o parlamentar, que já teve mais de R$ 120 mil bloqueado de suas contas, agora deve à Justiça R$ 540 mil. O novo valor soma-se aos R$ 405 mil anteriormente aplicados pelo relator da Ação Penal 1044. E o rombo no bolso do deputado federal bolsonarista pode aumentar. Moraes foi enfático: se o deputado não usar tornozeleira, vai ser multado de novo, com valores diários.

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Lula aponta incompetência de Bolsonaro no aumento recorde da inflação: 'esse presidente é um fanfarrão'

 "Metade da inflação é por causa dos preços controlados", destacou o ex-presidente durante evento em Juiz de Fora (MG)

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)

247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou Jair Bolsonaro (PL) nesta quarta-feira (11) por causa do aumento da inflação no Brasil. "Metade da inflação é por causa dos preços controlados, energia elétrica, diesel, gás, gasolina. Esse presidente da República é um fanfarrão, só sabe contar mentira. Por isso, prefere não dar entrevista, faz live", disse o petista em Juiz de Fora (MG).

"Nós andamos para trás, o salário do povo está menor, ninguém consegue comprar um botijão de gás, encher o tanque de um carro", disse Lula. 

De acordo com o ex-presidente, "o povo tem o direito de ter todas as coisas que esse país produz". "A gente quer se vestir bem, comer bem, estudar bem, morar bem, que as nossas famílias vençam, viver em paz. É por isso que quero voltar e estou me colocar como candidato".

Em seu discurso, Lula afirmou que a população "vai voltar a trabalhar, com carteira profissional assinada". "Esse país terá emprego, previdência social, seguridade social. Queremos um país em que as pessoas vão trabalhar e as suas famílias já tomaram café da manhã. A criança vai almoçar, vai jantar, vai ter escola de qualidade. Filhos não serão vítimas da violência na periferia".

Lula com Margarida Salomão em Juiz de Fora https://t.co/2TtGgvkF7Y

— Lula (@LulaOficial) May 11, 2022

Lula: 'Bolsonaro fala em golpe todo dia. Ele vai sofrer um golpe popular no dia 2 de outubro'

 “O povo vai dar um golpe no autoritarismo dele e vai restabelecer a democracia. Um golpe democrático e popular, sem fuzil, sem metralhadora”, disse Lula em Juiz de Fora

(Foto: Reprodução | ABr)


247 - Em plenária popular em Juiz de Fora (MG), com a prefeita da cidade, Margarida Salomão (PT), o ex-presidente Lula (PT), denunciou o autoritarismo de Jair Bolsonaro (PL), que nas últimas reforçou sua campanha antidemocrática e contra o processo eleitoral.

“Bolsonaro fala em golpe todo dia. Ele vai ver o golpe. Vai sofrer no dia 2 de outubro. O povo vai dar um golpe no autoritarismo dele e vai restabelecer a democracia. Um golpe democrático e popular, sem fuzil, sem metralhadora”, afirmou.

Lula ainda defendeu o sistema eleitoral brasileiro. “Eu confio na urna eletrônica, pois se pudesse roubar, um torneiro mecânico não teria sido presidente da República duas vezes, e o PT não seria o segundo partido em 1989, em 1994, em 1998, o primeiro em 2002, 2006, 2014, e o segundo em 2018. Vamos ser os primeiros outra vez em 2022”, declarou.

“Se eu voltar, eu vou fazer mais do que eu fiz. Nós vamos fazer em quatro anos aquilo que a gente pensava que só era possível em 10, 15 ou 20 anos. [O ex-presidente do Brasil] Juscelino [Kubitschek] dizia: ‘eu vou fazer 50 em 5’. Eu vou dizer: ‘eu vou fazer 40 em 4’”, reforçou.

Privatizações

O ex-presidente petista ainda denunciou as privatizações das empresas públicas brasileiras. “Quero aproveitar o humanismo reinante nessa sala, o calor democrático nessa sala, e dizer ao governo e aos empresários: parem de privatizar as empresa públicas”, enfatizou. 

Dando sinal de que o PT pretende reverter as privatizações, Lula afirmou que “quem se meter a comprar a Petrobras, vai ter que conversar conosco depois da eleição. Parem de tentar privatizar a Eletrobras. Parem de privatizar os Correios, o Banco do Brasil, a Caixa Econômica, o BNDES, o BnB. Aprendam a trabalhar, a investir a fazer política econômica ao invés de vender as coisas que já estão prontas”. “Bolsonaro não sabe o que está fazendo nesse país”, completou.


Valor médio da cesta básica aumenta até 28% no Brasil

 O preço médio da cesta básica de alimentos nos últimos 6 meses variou de 9 % em Manaus até 28% em Salvador. Os dados são da plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE

Cesta básica (Foto: Divulgação)

247 - O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos nos últimos 6 meses foi diferente entre as capitais, variando de 9,1% em Manaus até 28,3% em Salvador (BA). O preço médio da cesta básica também subiu em outras capitais - Belo Horizonte (23,7%), Rio de Janeiro (19,1%), São Paulo (16,8%), Curitiba (14%), Fortaleza (14%) e Brasília (13%). Os dados foram divulgados pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE.

Em abril, o valor médio da cesta aumentou em relação ao mês anterior em todas as oito capitais analisadas mensalmente, com aumentos recordes, que variaram de 5% a 10,7%.

As maiores altas foram registradas em Curitiba (10,7%), Belo Horizonte (9,6%) e São Paulo (7,8%), em relação aos valores de março/22. As capitais Manaus e Fortaleza apresentaram as menores altas, com 5,0% e 5,1%, respectivamente, ainda assim bem significativas, considerando que a variação se refere ao período de apenas um mês. 

A cesta mais cara foi a do Rio de Janeiro (R$ 884,97), seguida pelas de São Paulo (R$ 867,41) e Fortaleza (R$ 766,50). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 615,96), Manaus (R$ 648,75) e Brasília (R$ 693,98) registraram os menores valores.

Também no mês passado, dos 18 produtos da cesta básica, 13 apresentaram aumento de preço em todas as capitais. Os únicos itens que apresentaram comportamento de queda no preço em algumas das capitais foram as carnes bovinas e suínas. 

Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve um aumento no valor médio em todas as oito capitais analisadas, repetindo o comportamento da cesta básica. As capitais que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada foram Rio de Janeiro (R$ 1.818,00) e São Paulo (R$ 1.798,66). As maiores altas no valor da cesta ampliada foram registradas em Belo Horizonte (12,6%) e Curitiba (7,7%).

Na cesta ampliada, destaca-se a elevação de preços de praticamente todos os produtos em todas as capitais. Dos 33 produtos da cesta ampliada, 27 tiveram aumento de preço em todas as cidades. Ou seja, se considerarmos todos os produtos das cestas básica e ampliada, dos 51 itens pesquisados, 40 aumentaram de preço em todas as capitais, e os demais apresentaram aumento na maioria delas.

Prerrogativas sai em defesa do TSE e reafirma confiança no processo eleitoral

 "A confiança na Justiça Eleitoral é um imperativo de respeito às instituições democráticas", disse o grupo Prerrogativas

(Foto: ABr)


247 - O Grupo Prerrogativas, coordenado pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, manifestou, em nota, repúdio aos questionamentos feitos por Jair Bolsonaro (PL) e aliados sobre a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro. O grupo disse que reafirma sua "plena confiança" no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), "no funcionamento das urnas eletrônicas e na fidelidade do cômputo dos votos manifestados pelos eleitores brasileiros".

"Após 13 eleições (1996 a 2020) havidas de modo transparente e seguro, sem qualquer indício de fraude, o sistema de votação em vigor é merecedor de acatamento e prestígio pela cidadania brasileira, sendo que a confiança na Justiça Eleitoral é um imperativo de respeito às instituições democráticas, razão pela qual repudiamos as insensatas tentativas de tumultuar a tranquilidade do pleito eleitoral que se avizinha", diz a nota. 

"Desde a introdução do sistema de votação eletrônica, nas eleições de 1996, até o início do mandato do atual presidente da República, o sistema de votação eletrônica, sob a coordenação do TSE, sempre teve a sua confiabilidade reconhecida plenamente pela sociedade brasileira e também pelo Poder Executivo", afirmou. "Não é demais lembrar que o fortalecimento da credibilidade do nosso sistema eleitoral se deve à sua segurança e à harmonia entre os poderes constituídos".

Ataques

Jair Bolsonaro e alguns de seus aliados vêm questionando o sistema eleitoral brasileiro e defendido a atuação das Forças Armadas na checagem dos resultados das próximas eleições.

A Polícia Federal informou, por exemplo, que Luiz Eduardo Ramos e Augusto Heleno atuaram na busca de informações contra as urnas eletrônicas desde 2019.

No final de abril, Bolsonaro afirmou que as Forças Armadas "não dão recado", elas "sabem o que é o melhor para o país".

Reações

O Judiciário reagiu aos ataques de Bolsonaro. O presidente do TSE, Edson Fachin, afirmou, no começo deste mês, que não se pode transigir com "ameaças à democracia". Também criticou "informações falsas ou levianas".

Também no final do mês passado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso disse que as Forças Armadas 'estão sendo orientadas a atacar e desacreditar' o processo eleitoral brasileiro.

Exterior

O governo do presidente norte-americano, Joe Biden, recebeu um dossiê alertando sobre os ataques de Bolsonaro às urnas. "Seus constantes ataques (de Bolsonaro) às eleições devem levar governos internacionais a apoiar a democracia brasileira", disse o relatório entregue a políticos dos Estados Unidos. 

Sob Bolsonaro e Guedes, inflação bate recorde em abril e já ultrapassa 12% em um ano

 Brasil registrou a maior variação do IPCA para um mês de abril desde 1996, há 26 anos. Acumulado em 12 meses é maior desde desde outubro de 2003

(Foto: ABr)

247 - O desastre da política econômica de Jair Bolsonaro (PL) e do ministro da Economia, Paulo Guedes, levou o Brasil a ter a maior variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, para um mês de abril desde 1996, há 26 anos.

Enquanto a variação para o mês de abril em 1996 foi de 1,26%, o IPCA teve alta de 1,06% em abril deste ano, após alta de 1,62% em março, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quarta-feira, 11. No ano de 2022, o IPCA acumula alta de 4,29%.

No acumulado em 12 meses, a inflação saltou para 12,13%, a maior inflação para o período de 1 ano desde outubro de 2003, quando houve acúmulo de 13,98%. Diante do resultado de abril, já são 8 meses seguidos com inflação acima de 10%.

O IBGE pesquisou os grupos “Alimentação e bebidas” (2,06%), “Transportes” (1,91%), “Saúde e cuidados pessoais” (1,77%), “Artigos de residência” (1,53%), “Vestuário” (1,26%), “Despesas pessoais” (0,48%), “Comunicação” (0,08%), “Educação” (0,06%) e “Habitação” (-1,14%) — apenas este último registrou deflação em abril, diante da queda no custo da energia elétrica no país, pois a partir de 16 de abril, passou a vigorar a bandeira tarifária verde, sem cobrança extra na conta de luz. A habitação, no entanto, teve inflação de 1,15% no mês anterior.

Combustíveis

De acordo com a análise do IBGE, a alta de preços dos combustíveis foi a que mais pressionou a inflação em abril, pois, juntos, os combustíveis sofreram uma alta de 3,20% na passagem de março para abril, representando 0,25 ponto porcentual do IPCA no mês. 

Segundo o pesquisador André Almeida, “a gasolina é o subitem com maior peso no IPCA (6,71%), mas os outros combustíveis também subiram. O etanol subiu 8,44%, o óleo diesel, 4,74% e ainda houve uma alta de 0,24% no gás veicular”.

No período de um ano (12 meses), os combustíveis acumulam alta de 33,24% — a gasolina de 31,22%, o etanol, de 42,11%, o diesel, de 53,5%, e o gás veicular de 45,18%. Já o gás de botijão subiu 3,32% em abril e acumula alta de 32,34% em 12 meses. Isso é resultado da política de preços da Petrobras, o Preço de Paridade Internacional (PPI), que dolariza o preço dos combustíveis vendidos no Brasil, que aumenta em decorrência do mercado internacional.

Alimentação

Os alimentos de consumo no domicílio também puxou a alta do IPCA de abril, com 2,59%. No setor, as altas que mais se destacam são o leite longa vida (de caixa), com 10,31%; a batata-inglesa, com 18,28%; o tomate, com 10,18%; o óleo de soja, com 8,24%; o pão francês, com 4,52%; e as carnes, com 1,02%.

Os mais afetados são os mais pobres. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que calcula a inflação para famílias de baixa renda, subiu 1,04% em abril, contra 1,71% em março, sendo a maior variação para um mês de abril desde 2003, quando foi registrado alta de 1,38%. Em 2022, o INPC acumula alta de 4,49%. Nos últimos 12 meses, a alta é de 12,47%.


Desembargadores que condenaram Lula não recebem votos para STJ

 João Pedro Gebran Neto recebeu um voto, e Leandro Paulsen e Victor Laus não conseguiram voto algum

Victor Laus, João Pedro Gebran Neto e Leandro Paulsen (Foto: Divulgação)


247 - Desembargadores do Tribunal Regional da 4ª Região (TRF-4) e envolvidos na operação Lava Jato não conseguiram votos o suficiente para a formação da lista quádrupla que será enviada a Jair Bolsonaro (PL) para a escolha de dois novos ministros do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Eles substituirão os ministros Napoleão Nunes Maia Filho e Nefi Cordeiro.

João Pedro Gebran Neto recebeu um voto, e Leandro Paulsen e Victor Laus não tiveram voto algum. Os três condenaram sem provas o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em segunda instância pelo caso do tríplex do Guarujá (SP), em janeiro de 2018.

Na primeira instância, Lula foi condenado por Sergio Moro. Em abril do ano passado, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as condenações do petista. Naquele mês, a Corte também declarou a suspeição do ex-juiz

Na sessão desta quarta, foram escolhidos os desembargadores Messod Azulay Neto, do TRF-2, e Paulo Sérgio Domingues, os dois com 19 votos cada. Fernando Quadros, do TRF-4, conseguiu 21 votos, e Ney Bello, do TRF-1, alcançou 17 votos.

O STJ é composto de 33 ministros, sendo um terço das cadeiras destinada a desembargadores federais, um terço entre desembargadores estaduais e um terço entre advogados e membros do Ministério Público. As duas vagas em disputa atualmente são de juízes federais.