Lula também disse os grandes produtores rurais, que plantam principalmente soja, têm uma grande importância por conta da exportação
Lula visitou um assentamento de agricultura familiar do MST na região metropolitana de Recife (Foto: Ricardo Stuckert)
Site do Lula - Durante o ato em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), na manhã de hoje, 10, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil precisa de nova uma política para o agronegócio, que contemple também os pequenos e médios produtores, que são os principais produtores de alimentos do país.
“A gente tem de garantir que o pequeno e o médio produtor produzam, porque no Brasil nós temos quase 4,7 milhões de propriedades de até 100 hectares. Essa gente que produz feijão, milho, que cria galinha, que planta pepino, cebola, alho, essa gente que produz quase 70% do alimento que vai na nossa mesa”, afirmou.
Segundo Lula, os grandes produtores rurais, que plantam principalmente soja, têm uma grande importância por conta da exportação, mas isso não significa que os produtores de menor porte podem ser ignorados pelo governo, como vem acontecendo nos últimos anos.
“Eu sou amigo do Blairo Maggi, ele é um dos grandes produtores de soja deste país, mas ele não cria uma galinha, porque se ele criar, vai arrancar as sementes da soja dele. Ou seja, ele é um homem rico, exporta soja, mas se quiser comer um quiabo, ele vai comprar do pequeno e médio produtor. Se quiser comer uma galinha ao molho pardo, vai ter que comprar do pequeno produtor”, ressaltou.
O ex-presidente lembrou que, em 2008, durante seu governo, foi o programa de securitização da dívida do agronegócio que salvou muitos dos principais produtores da falência.
“Por isso que nós precisamos incentivar os pequenos e médios produtores rurais deste país com financiamento e nós precisamos fazer, como já fizemos, uma securitização para o agronegócio. Em 2008 foram 89 bilhões, senão todos eles estavam quebrados. Eu duvido que o Bolsonaro fez pelo agronegócio 10% do que Lula e Dilma fizeram neste país”, declarou.
Classe empresarial nunca prosperou tanto como nos tempos de Lula
Em ato “Contagem abraça Lula”, no começo da tarde de hoje (10), em Contagem (MG), o ex-presidente teve a qualidade da gestão reconhecida pelo empresário Mário Valadares, dono do Só Marcas Auto Shopping, local onde Lula encontrou políticos mineiros e moradores da cidade da região metropolitana de Belo Horizonte.
Valadares afirmou que nas gestões Lula o brasileiro teve qualidade de vida que não alcançou em nenhum outro governo, os indicadores econômicos – como desemprego baixo e crescimento do PIB – foram bons e os empresários nunca prosperaram tanto.
“A classe empresarial tem que estar do seu lado, Lula, porque na sua gestão as empresas nunca prosperaram tanto. O Brasil nunca teve um nível de desemprego tão baixo. Como o senhor falou, as pessoas empregadas consumindo, é uma roda e isso vai gerar recursos para as empresas crescerem. E não existe nenhuma nação bem-sucedida onde as empresas não são sólidas. É uma roda composta por empresários e trabalhadores”, afirmou.
Valadares foi um dos oradores no encontro com moradores da cidade gerida pela prefeita petista Marília Campos, mas quebrou o protocolo e interagiu com Lula durante o discurso do ex-presidente para reforçar o reconhecimento de que o governo dele foi o melhor. “Eu acho que o empresário não pode ter uma memória curta do que foi a sua gestão e o que gerou de progresso e de crescimento para as empresas”, afirmou.
O empresário, que também é dono do shopping popular Oiapoque, no Centro de Belo Horizonte, e gera cerca de seis mil empregos, lembrou dos feitos econômicos, mas também citou o simbólico de os brasileiros terem orgulho de dizerem que eram do Brasil porque eram respeitados no exterior, numa fase em que, segundo ele, lojas de Miami contratavam quem falava português para atender os brasileiros que faziam compras na cidade.
“Os brasileiros tiveram qualidade de vida nunca vista anteriormente, mesmo a classe mais baixa tinha condições de viajar de avião, a classe média tinha condições de comprar carro, ter sua casa própria. Nós queremos isso de volta agora. Alguns amigos dizem que empresário não pode ter partido, não pode ter isso, aquilo. Eu digo: em hipótese alguma. Tenho que prestigiar. A condição que lula deu nenhum presidente deu”, disse acrescentando que não só o brasileiro, mas o mundo todo quer Lula de volta.