domingo, 1 de maio de 2022

Insatisfação com governo move jovens a votar pela primeira vez

 Segundo o TSE, pouco mais de 1 milhão de jovens já fizeram o cadastro eleitoral, mas o engajamento pode ser o mais baixo já registrado

(Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Rede Brasil Atual Perto do prazo final para emissão do título de eleitor, a jovem Ashaly Larissa Silva Rodrigues, de 17 anos, anseia por usar seu documento desde novembro do ano passado. Antes mesmo da mobilização que vem tomando conta das redes para estimular os jovens a votar pela primeira vez, puxada por influenciadores, artistas e entidades estudantis contra o governo Bolsonaro, a estudante da rede pública do estado de São Paulo conta ter participado de um mutirão organizado à época pelos próprios alunos de sua escola, que reservaram a sala de informática para auxiliar os colegas de 16 a 17 anos que quisessem emitir o título. 

A mobilização, segundo ela, foi imediata. “Todo mundo está bem ciente do governo atual, do que acontece. Quando me falaram ‘vamos tirar o título de eleitor’, eu falei ‘bora’. Tirei meu título porque quero dar meu voto para tirar o Bolsonaro”, explica. 

Ashaly tinha apenas 13 anos quando Jair Bolsonaro foi levado ao cargo de presidente da República. A falta de lembrança daquele 2018 deu lugar a um governo que, para ela, tem a “cara da desigualdade” que avista todos os dias no portão de sua escola na região central da capital paulista. Os vários moradores em situação de rua encostados na mureta da instituição. “Uma coisa que infelizmente se tornou ‘normal’ de ver”, descreve. 

“Você passa e vê pessoas deitadas no chão, dormindo, às vezes comendo. E aumentou bastante, porque antes da pandemia, por mais que tivesse, não eram tantas pessoas. Tinha dia que não víamos ninguém. Mas agora até quando chove as pessoas continuam lá, justamente numa parte que alaga, mas elas não têm para onde ir. (…) E muitas tinham uma casa, condições. E possivelmente muitas que foram parar nessa situação votaram no Bolsonaro, acreditando que iam conseguir melhorar de vida, quando, na verdade, pioraram. Claro que não dá para a gente não falar que a culpa é da pandemia, mas o governo devia estar preparado para dar um suporte. Teve o auxílio emergencial, mas não foi no começo. O que acontecia com as pessoas que no começo não tinha nada?”, contesta Ashaly.

Pesquisa mostra insatisfação

A gestão do governo federal durante a pandemia de covid-19, que tirou a vida de mais de 662 mil brasileiros, também é lembrada pela estudante de uma escola particular da zona norte paulistana, Mariana Oliveira, que se alistou, aos 16, no começo deste ano. “Com a situação do país eu decidi tirar (o título de eleitor) logo. O Bolsonaro não dá mais.” 

“O ponto mais negativo não só para mim, mas para todo o país, foi o começo da pandemia. Ele (presidente) falar que não era nada, apenas uma gripe, nem ligando para a situação. Até hoje, na verdade, ele é o que menos mostra se importar e, para mim, essas atitudes do começo que fizeram o Brasil chegar à situação que está hoje, com esse monte de mortes”, afere a jovem. 

A mobilização crítica ao chefe do Executivo por parte do eleitorado jovem também é percebida pela organização Quid, um laboratório de comunicação para casos progressistas que, desde fevereiro, pesquisa o que motiva ou não a juventude a participar do processo eleitoral. De acordo com o levantamento, divulgado com exclusividade para a RBA, os adolescentes de 16 a 17 anos, que escolheram se alistar e participar das eleições em outubro, fazem com o voto uma leitura de mudança.

Impactos do governo

Mesmo alegando não entender muito de política, Gleice Gonçalves, de 16 anos, que estuda numa instituição pública da zona oeste de São Paulo, também defende o voto “como crucial para tentar reverter o atual cenário do país“, que a preocupa principalmente pelos problemas de educação pública e crise econômica. “Sinto que fiquei um pouco defasada por causa da pandemia (na escola) e a educação do ensino público já não era boa. Também houve um aumento de tudo (preços), gasolina, alimentos. Isso impactou bastante a vida da minha família. Meu irmão, no início da pandemia, estava trabalhando, mas a empresa teve que cortar gastos. Ele foi demitido e ainda não conseguiu arrumar um emprego fixo”, conta ela sobre o primogênito de 21 anos, estudante de Engenharia Civil.

“E são muitas as famílias que foram afetadas como ele”, lamenta. A Diretora de Inteligência da Quid, Maíra Berutti, responsável pela pesquisa, destaca como “o ponto alto da rejeição de Bolsonaro” o modo como o presidente lidou com a pandemia e suas consequências. “Tem alguns alguns olhares possíveis que se refletem nas coisas que impactaram no dia a dia desses jovens”, chama atenção a comunicóloga e especialista em Pesquisa de Mercado em Comunicações, pela Universidade de São Paulo (USP). “É uma característica de fato dessa geração buscar mudanças, então, tem muita insatisfação em relação ao governo e enxergando o voto como um instrumento para essas mudanças se efetivarem na vida deles”, completa.

O estudo ouviu adolescentes de 16 a 17 anos que não debatem política no dia a dia, em seis grupos de discussões em São Paulo e Recife, todos eles da classe C. Apesar do recorte, o levantamento também encontrou fatores universais que explicam ainda a baixa participação desse grupo registrada até o momento pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Afastamento eleitoral

A pouco menos de duas semanas do prazo final para emissão do título, – que se encerra no dia 4 de maio –, 1.1051.184 jovens estavam cadastrados para votar, o que representa 17,1% dessa população. Houve um salto de quase 100 mil novas solicitações apenas no final de março devido às campanhas na internet. Mas a participação desse eleitorado ainda pode ficar abaixo de 1% pela primeira vez. 

De acordo com Maíra, as respostas encontradas na pesquisa apontam para três principais motivos que desmobilizam a juventude. O primeiro deles, uma insegurança motivada por uma baixa estima política. “Eles dizem que não se sentem preparados, que não estão prontos para assumir um peso ou que não têm conhecimento suficiente”, relata.

Aos 17 anos, a também estudante da rede pública paulistana Júlia Moreira decidiu que não participará desse pleito. Mesmo insatisfeita com o governo Bolsonaro e se identificando mais com setores à esquerda, ela quer esperar completar 18 anos, quando o voto é obrigatório, para exercer sua escolha. “É super importante votar, mas eu ainda não me sinto segura. Eu já tinha conversado isso com meus pais e meu primo, e a maioria das pessoas mais velhas que eu conheço votaram na maioridade. Há outras formas de exercer a política, além de votar”, argumenta.

Na pesquisa, “evitar tomar um partido” também aparece como justificativa para a decisão de não se alistar neste ano. É o caso de adolescentes que têm opiniões divergentes de seus pais ou responsáveis e que preferem se distanciar do processo político para evitar conflitos, inclusive porque dependem desses adultos para ir votar. 

O peso do voto jovem

A pesquisadora lista ainda que os próprios amigos podem influenciar nesse comportamento quando mais incisivos sobre suas escolhas. “Eles acham que, ainda que o voto seja secreto, eles vão ter que acabar cedendo à pressão de contar em quem votaram”. Mas o ceticismo em relação à política institucional também é um subterfúgio para aqueles adolescentes que escolheram não votar. “Porque eles não acreditam que algo vai mudar. Há um ceticismo com relação aos candidatos e à classe política como um todo”, comenta a pesquisadora. 

Nesse pleito em particular, contudo, pesa ainda a pandemia de covid-19 que, segundo o estudo, também tem influencia sobre o baixo engajamento. “Estamos falando de jovens que estão lidando com o luto no dia a dia, uma série de situações econômicas que acabaram impactando na vida desses adolescentes. Então tem esse contexto macro que faz com que a política apareça na vida deles muito mais como peso do que uma solução para resolver esses problemas”, discorre Maíra. 

Apesar da conjuntura, a Quid explica que o voto dos jovens pode ter peso para decidir a eleição. A organização trabalha com a meta ousada de, até o dia 4 de maio, alcançar a mesma participação desse grupo na eleição de 2002, quando pouco mais de 2,2 milhões de adolescentes foram cadastrados, o equivalente a 30% da população. Maíra avalia que com a mobilização de diferentes atores e influenciadores, nos canais de conteúdo já consumidos por essa fatia da população, será possível ao menos se aproximar da meta. “Tivemos eleições muito acirradas. O voto de dois milhões de jovens pode sim fazer a diferença”. 

As campanhas

A impressão da pesquisadora é compartilhada pelo sociólogo Linoberg Barbosa de Almeida, professor adjunto de Ciências Sociais da Universidade Federal de Roraima (UFRR) e ex-vereador de Boa Vista (2016-2020) pela Rede Sustentabilidade. Para Almeida, a possibilidade de emitir o título de eleitor de forma virtual tornou o processo mais simples e rápido. E a divulgação de campanhas, estimulando a participação, e o tema circulando no debate público, tornaram maiores as chances das pessoas se alistarem ainda que perto da data limite.

O sociólogo pondera, no entanto, que as campanhas institucionais comunicando a importância do voto, intensificadas pelo próprio TSE, ocorreram tardiamente. Sua análise é de que o tribunal acaba “repetindo o erro do jogo político eleitoral” ao aparecer com mais força apenas perto da eleição. 

“Não tem uma campanha permanente”, reprova Almeida. “Precisamos entender que para acessar o coração desse jovem, ele está querendo falar, ou pelo menos que alguém converse com ele, sobre machismo, racismo, saúde mental, desemprego e privacidade. O que ele vai ser quando crescer, ou quando é que ele vai crescer. E não (o TSE) aparecer antes, faltando dois meses (do prazo), para dizer que o jovem tem que ir à urna para poder cumprir a meta’. São coisas diferentes, colocar uma hashtag na frente de uma ideia não significa legitimá-la”, garante o professor. 

A juventude ontem e hoje

A cientista política Maria do Socorro Braga, professora da Universidade Federal de São Carlos (UFScar) e especialista em Instituições e Comportamento Político, lamenta que a participação dessa faixa etária, conquistada na Constituição de 1988, esteja em queda cada vez mais rápida. Antes de sua promulgação, adolescentes de 16 a 17 anos eram excluídos do sistema eleitoral. Mas a pressão do movimento estudantil garantiu o direito ao voto facultativo a esses jovens que, em 1992, somaram 3,2 milhões de requisições do título de eleitor para o pleito municipal.

“Em termos de inclusão no sistema político, podemos dizer que o Brasil, consideravelmente, ampliou muito a cidadania do ponto de vista oficial”, lembra a cientista política. Atualmente Maria do Socorro diz ver influência do processo de negação da política institucional, incentivado por partidos à direita, para a baixa de interesse. Mas ela também relaciona esse processo à desmobilização da esquerda, historicamente mais ligada à juventude. “O próprio movimento estudantil, de um cinco anos para cá, está muito fragmentado e não tem essa organicidade que tinha anteriormente e que conquistava essas pautas mais gerais”, comenta.

A presidenta da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes), Rozana Barroso, diz não concordar com uma menor participação. “Mesmo com o distanciamento causado pela pandemia, tivemos grandes mobilizações com amplo engajamento da juventude, como o projeto de ‘Pobreza Menstrual’, adiamento do Enem, vacinação dos adolescentes, entre outras. A Ubes lançou a campanha ‘Se liga, hein’ incentivando os jovens a tirarem o título de eleitor”, detalha.

Inclusão de fato

Deputada federal mais jovem da bancada do PT, Natália Bonavides (RN) concorda, no entanto, que a participação da juventude nestas eleições também deve ser levada em conta do ponto vista dos candidatos e candidatas, isto é, na representatividade institucional. “Dentro do Partido dos Trabalhadores a gente faz um movimento ativo para incentivar e fomentar candidaturas jovens. E a gente espera inclusive que, a partir dos vários mandatos que foram conquistados nas eleições municipais com esse perfil, a gente possa ver a ampliação nas eleições deste ano para a Câmara dos Deputados, o Senado e as Assembleias Legislativas (estaduais)”.

Esse é também o foco que defende a professora de Ciência Política e Políticas Públicas da Universidade Federal do Piauí (UFPI) Olívia Cristina Perez. Coordenadora de pesquisas sobre coletivos de juventudes, ela garante que o fato de parte dos jovens brasileiros não estarem incluídos no campo dos direitos também ajuda a entender o desinteresse pela política partidária. 

“Quando você coloca jovem e política no Google, as reportagens remetem sempre à falta de interesse dos jovens. Quando são eles que estão alargando a nossa concepção do que são desigualdades, como mitigá-las, e quais os espaços políticos que a gente deve prestar atenção para reduzir as desigualdades. Eu vi o tuitaço do TSE para os jovens participarem da política. Mas eu me pergunto quando aqueles homens brancos e velhos vão incluir de fato as juventudes nas decisões. É aí que tem mudar”, garante. 

Do contrário, de acordo com os cientistas políticos ouvidos pela reportagem, a tendência é de envelhecimento da população e a não renovação do interesse pela democracia liberal. 

(*) Nome alterado a pedido do entrevistado


No WhatsApp da CPI da Covid, senadores manifestavam temor com golpe militar

 Os militares foram assunto pela primeira vez em junho, após o Exército não aplicar uma punição a Eduardo Pazuello

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Metrópoles - A possibilidade de as Forças Armadas darem um golpe de Estado foi uma preocupação central dos senadores que encabeçavam as investigações contra o governo Bolsonaro na CPI da Pandemia, cujo início dos trabalhos completou um ano na semana passada. Conversas de WhatsApp do G7, como ficou conhecido o grupo majoritário da comissão, revelam as inquietações e ponderações dos senadores em assuntos relacionados à caserna. Os diálogos foram obtidos pela coluna e tiveram sua autenticidade confirmada.

Os militares foram assunto pela primeira vez em junho, após o Exército não aplicar uma punição a Eduardo Pazuello por ter participado de um ato político com Bolsonaro no período em que ainda era general da ativa.

Otto Alencar reagiu de maneira irônica à notícia, compartilhada por Alessandro Vieira, dizendo que Bolsonaro “tem razão quando chama de meu Exército”. O presidente da CPI, Omar Aziz, alertou os colegas de que era “preciso não cair na pilha do Bolsonaro”.

Leia a íntegra no Metrópoles. 


Lula convoca para o 1º de Maio e diz que é preciso recuperar direitos dos trabalhadores

 Ex-presidente Lula confirmou presença no ato unificado no 1° de Maio

Lula com trabalhador metalúrgico (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O ex-presidente Lula emitiu em suas redes sociais uma mensagem de apoio aos trabalhadores neste 1º de Maio, Dia do Trabalho. Ele participará de um evento com centrais sindicais na Praça Chales Miller, na cidade de São Paulo.

"Bom dia! Estarei daqui a pouco na Praça Charles Miller, em frente ao Pacaembu, em São Paulo, no ato do dia do trabalhador das centrais sindicais. Precisamos recuperar a geração de empregos e os direitos dos trabalhadores, cuidar dos problemas reais do país. Nos vemos lá", escreveu Lula.

Qualquer tentativa de Bolsonaro de minar eleição no Brasil deve ser acompanhada de sanções, diz ex-diplomata dos EUA

 Artigo de Scott Hamilton pode complicar a relação entre Brasília e Washington

Jair Bolsonaro (Foto: Anderson Riedel/PR)


Reuters - Washington deveria deixar claro a Jair Bolsonaro que qualquer esforço para minar as eleições de seu país desencadearia sanções multilaterais, escreveu um funcionário recém-aposentado do Departamento de Estado dos EUA no sábado.

O artigo de opinião de Scott Hamilton no jornal O Globo, ele que é cônsul dos EUA no Rio de Janeiro de 2018 a 2021 que se aposentou do Departamento de Estado esta semana, deve irritar Bolsonaro. O populista de extrema direita fez alegações infundadas de fraude eleitoral brasileira, que Hamilton chamou de parte de um plano para rejeitar qualquer derrota nas eleições de outubro.

O artigo pode complicar a relação entre Brasília e Washington em um momento em que autoridades norte-americanas pressionam para melhorar os laços com o governo Bolsonaro, tentando superar as diferenças sobre a guerra na Ucrânia.

O escritório de Bolsonaro e a embaixada dos EUA em Brasília não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
Hamilton escreveu que em seu tempo no Rio ele "testemunhou as maneiras pelas quais Bolsonaro e seus apoiadores tentaram sabotar a integridade do processo democrático brasileiro".
A "intenção do presidente brasileiro é clara e perigosa: minar a fé do público (no sistema eleitoral) e preparar o terreno para o esforço de se recusar a aceitar seu resultado", escreveu Hamilton.

Hamilton escreveu que Bolsonaro "se vê como um enviado de Deus para salvar o Brasil do 'comunismo'. É uma visão messiânica impermeável à razão."
Como resultado, escreveu Hamilton, "os Estados Unidos devem deixar bem claro ao presidente Bolsonaro que uma tentativa de interferir na integridade do processo eleitoral brasileiro será objeto de sanções punitivas a todos os envolvidos, impostas simultaneamente por um amplo grupo de países".

Lula defende criação de moeda única na América Latina

 "Não temos que depender do dólar", disse o ex-presidente Lula

(Foto: Reprodução)

ARN - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu neste sábado a criação de uma moeda única na América Latina como parte da ampliação das relações entre os países da região.

"Vamos restabelecer nossa relação com a América Latina. E se Deus quiser, vamos criar uma moeda na América Latina, porque não temos que depender do dólar", disse Lula em discurso no Congresso Eleitoral do Psol, em que o partido declarou seu apoio a sua candidatura à presidência nas eleições de outubro.

A ideia de uma moeda única latino-americana é defendida pelo economista Gabriel Galípolo, ex-presidente do Banco Fator, que colaborou com o programa do governo Lula.

Em recente artigo publicado no jornal Folha de S.Paulo, assinado pelo ex-prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, ambos promovem sua implantação, em modelo semelhante ao euro europeu, como forma de aumentar a integração regional e fortalecer a independência monetária da região.

“A criação de uma moeda sul-americana poderia impulsionar o processo de integração regional, marcado por lentidão e momentos de retrocesso, e fortalecer a soberania monetária dos países sul-americanos, que enfrentam limitações econômicas devido à fragilidade internacional de suas moedas”, diz o artigo.

A nova moeda digital sul-americana se chamaria SUR e “seria emitida por um Banco Central Sul-Americano, com capitalização inicial feita pelos países membros, proporcional às suas respectivas participações no comércio regional”, acrescenta o texto.

Para Galípolo e Haddad, a capitalização do SUR "seria feita com as reservas internacionais dos países e/ou com um imposto sobre exportações de países de fora da região. A nova moeda poderia ser utilizada para fluxos comerciais e financeiros entre países da região" .

Além disso, os países membros "receberiam uma doação inicial do SUR, de acordo com regras claras e acordadas, e seriam livres para adotá-lo nacionalmente ou manter suas moedas. As taxas de câmbio entre as moedas nacionais e o SUR seriam flutuantes".

O plano de governo de Lula ainda está em desenvolvimento e, segundo pessoas próximas ao líder de esquerda, deve ser finalizado nos próximos meses. Embora não haja definição do que será incluído no texto final, seu aval à moeda indica sua aprovação à ideia.

A proposta de Lula não é nova. Em agosto de 2021, o atual ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que uma moeda única para o Mercosul permitiria uma maior integração e uma área de livre comércio, e criaria uma moeda que poderia ser uma das “cinco ou seis moedas relevantes no mundo”.

Lula, que anunciou que confirmará sua candidatura em 7 de maio, aparece como o favorito em todas as pesquisas que antecedem as eleições de outubro, nas quais o presidente Jair Bolsonaro busca a reeleição.

Bolsonaro só conhece ódio, diz Lula

 "Ele só conhece ódio, ódio, ódio. Ódio contra negros, contra mulheres, contra LGBT... e agora e ódio com a Suprema Corte", afirmou o ex-presidente

(Foto: Lula)

SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar os ataques do presidente Jair Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), durante evento com mulheres da periferia de São Paulo neste sábado, e afirmou que Bolsonaro só conhece o ódio.

"Ele só conhece ódio, ódio, ódio. Ódio contra negros, contra mulheres, contra LGBT... e agora e ódio com a Suprema Corte. Ele agora resolveu brigar com a Suprema Corte", disse Lula, acrescentando que "tem um monte de menino de 17 anos" acusados de coisas muito menores, mas Bolsonaro nunca se preocupou com isso.

"Em vez de dar indulto a quem merece indulto, ele resolveu dar indulto a um amigo dele que ofendeu a Suprema Corte", completou.

O ex-presidente se referia ao perdão concedido por Bolsonaro ao deputado federal aliado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão por ameaças à corte, aos ministros e à democracia.

Antes mesmo da sentença ser definitiva, Bolsonaro publicou um decreto de graça individual perdoando Silveira, o que abriu uma nova crise com o STF.

As declarações foram dadas em um evento com centenas de mulheres em um bairro na periferia de São Paulo. O encontro, organizado por associações de moradores, foi feito para tratar da inflação de alimentos, que atinge diretamente a população de baixa renda.

No local, as referências a Bolsonaro, em meio à população, eram feitas apenas em meio a nomes pouco elogiosos e xingamentos.

Lula reclamou mais uma vez do preço dos alimentos e afirmou que o gás --que teve mais um reajuste na semana passada-- deveria fazer parte da cesta básica.

"O meu compromisso não é com banqueiro, não é com o alto empresariado, não é com o fazendeiro, mas com o povo pobre desse país", disse.

Ao ouvir de algumas mulheres que ele já estava eleito, Lula fez uma expressão de dúvida e voltou a pedir que as pessoas votem e prestem atenção em quem votam.

"Nosso voto não é pouca coisa, nosso voto é um ato revolucionário. Temos que saber o que se faz com nosso voto", afirmou, completando depois: "Vamos restabelecer a democracia no dia 2 de outubro mandando esse cidadão ir viver num sítio dele".

Manifestações serão demonstração de unidade, diz Bolsonaro

 "Não será dia de protesto, será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor para todos nós", afirmou

(Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)


SÃO PAULO (Reuters) - O presidente Jair Bolsonaro disse neste sábado que as manifestações convocadas para o domingo em apoio a ele e a seu governo não serão um protesto, mas uma demonstração de união do povo e do desejo da população de que todos cumpram a Constituição.

"Dizer a todos vocês que por ventura forem às ruas amanhã não para protestar, mas para dizer que o Brasil está no caminho certo, que o Brasil quer que todos joguem dentro das quatro linhas da Constituição e dizer que não abrimos mão da nossa liberdade", disse o presidente em discurso na cerimônia de abertura da Expozebu, realizada em Uberaba (MG).

"Amanhã não será dia de protesto, será dia de união do nosso povo para um futuro cada vez melhor para todos nós", acrescentou.

Nos últimos dias, Bolsonaro abriu um novo capítulo de seu embate com o Supremo Tribunal Federal (STF) ao conceder a graça, um perdão presidencial, ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo a quase nove anos de prisão por coação no curso do processo e ameaça a ministros da corte.

Bolsonaro tem subido o tom dos ataques a ministros do Supremo --especialmente Alexandre de Moraes, que relatou o processo de Silveira-- e frequentemente acusa magistrados da corte de agirem fora dos limites da Constituição.

O presidente também tem aumentado os ataques ao sistema de votação eletrônico e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que será presidido por Moraes durante a eleição de outubro deste ano.

Na sexta-feira, no entanto, mesmo com sua recente ofensiva contra a cúpula do Judiciário, Bolsonaro disse que não quer "peitar" o STF, ao mesmo tempo que afirmou que a corte cometeu "excessos" no julgamento de Silveira e que cabia a ele corrigir esse excesso.

“Tirar Bolsonaro é bandeira unificada das centrais", afirma o presidente da UGT

 Ricardo Patah disse ainda que Lula é a esperança do país ter “um presidente que goste do cheiro do povo” e que “esteja sensibilizado com as questões nacionais”

(Foto: Reprodução)

247 - O presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, afirmou em entrevista ao programa Giro da Onze, da TV 247, que uma das bandeiras de consenso das centrais sindicais neste 1º de Maio é derrotar o governo de Jair Bolsonaro.

“Uma questão que é unificado das centrais é tirar esse governo, é tirar o Bolsonaro. Alguns trabalhadores ainda estão iludidos. E nos compete, enquanto centrais, sindicatos, lideranças é levar para a rua essa voz de mudança em nosso país”, enfatizou. 

O dirigente sindical reforçou que a promessa de empregos com a aprovação da reforma sindical e previdenciária era uma falácia já denunciada pelas centrais, que buscaram barrar a sua aprovação no Congresso Nacional. Depois, disse ele, Bolsonaro “colocou na cabeça do trabalhador umas coisas malucas, que infelizmente naquele momento teve o apoio dos trabalhadores, mas perceberam que não gerou emprego, mas precariedade”.

Patah, que preside o Sindicato dos Comerciários de São Paulo, comparou a atual conjuntura atual dos trabalhadores com o período do governo Lula. “No governo do Lula nós podíamos voar, podíamos comprar carro. Não tinha mais a questão elitizada de que carro era somente da classe média para cima. O Lula quebrou paradigmas, colocou a luz no Nordeste, colocou o povo num patamar de cidadania. E hoje, o que percebemos é a miséria, a fome e o desalento”, disse.

O dirigente saudou a decisão do Comitê de Defesa dos Direitos Humanos das Nações Unidas que reconheceu que Lula teve seus direitos violados e foi vítima de perseguição política pelo ex-juiz juiz Sérgio Moro na Lava Jato.

“Recebemos com muita alegria a decisão da ONU reconhecendo internacionalmente que as questões aqui colocadas no nosso país contra o ex-presidente Lula foram políticas e para inviabilizar a possibilidade de termos um governo democrático”, disse.

E acrescenta: “Essa notícia traz a possibilidade efetiva de termos novamente no país um presidente que goste do cheiro do povo. Que esteja sensibilizado com as questões nacionais e que tenha uma relação internacional de respeito”.


Lula promete fechar clubes de tiro e trocá-los por "clubes de leitura"

 “Vamos espalhar bibliotecas pelo país. Vamos trocar armas por livros”, enfatizou Lula


Lula (Foto: Reprodução)


Metrópoles - Ao receber apoio formal do Psol, neste sábado, 30, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que, se for eleito, pretende fechar todos os clubes de tiro criados durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). De acordo com o ex-presidente, que será lançado candidato à Presidência da República pelo PT, a ideia é criar “clubes de leitura”.

“Se preparem, porque esses clubes de tiros que foram criados vão fechar, vamos criar clubes de leitura”, disse Lula. “Em vez de tiros, nós teremos livros”, assegurou o petista.

“Vamos espalhar bibliotecas pelo país. Vamos trocar armas por livros”, enfatizou.

Leia a íntegra no Metrópoles

sábado, 30 de abril de 2022

Bolsonaro usa evento oficial para convocar aliados a atos contra o STF no 1º de maio

 


247 -Jair Bolsonaro (PL) usou um evento oficial neste sábado (30) em Uberaba para convocar seus aliados a participarem dos atos convocados para neste domingo, 1º de maio, contra o STF. 

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro disse que os atos não serão para protestar, e sim para mostrar que o Brasil está no caminho certo. Segundo ele, serão manifestações para mostrar que todos precisam jogar dentro das quatro linhas da Constituição, em recado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

De acordo com informações do jornal Folha de S.Paulo, Bolsonaro disse que os atos não serão para protestar, e sim para mostrar que o Brasil está no caminho certo. Segundo ele, serão manifestações para mostrar que todos precisam jogar dentro das quatro linhas da Constituição, em recado ao STF (Supremo Tribunal Federal).

"Não abrimos mão da nossa liberdade", disse ele que completou. "Não será dia de protesto."

Aliados de Bolsonaro efendem que ele não participe dos atos em desagravo ao deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) neste domingo (1º), por temor de discursos radicalizados que possam acentuar a crise entre os Poderes.

Já integrantes do Legislativo e do Judiciário, com ou sem a presença do chefe do Executivo, temem que as manifestações possam reeditar os atos de raiz golpista de 7 de Setembro do ano passado.


Ação na Justiça pede remoção ou mais segurança nas praças de pedágio desativadas no Paraná



(Foto: Franklin de Freitas/arquivo Bem Paraná)
 

Uma ação civil pública, protocolada na noite de quinta-feira (28), pede que Justiça Federal determine ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) providências para a solução dos problemas de segurança nas praças de pedágio desativadas nas rodovias federais. A medida judicial é do Instituto Brasil Transportes (IBT) e será julgada pela 5ª Vara Federal, de Curitiba.

O IBT sustenta que o DNIT não cumpre suas obrigações em relação às estruturas que estão abandonadas no meio das estradas. O instituto sugere uma multa diária de R$ 100 mil caso não haja nenhuma ação por parte do órgão federal ou ainda a derrubada das praças. “É preciso medidas urgentes para evitar acidentes e mortes”, destaca o deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD), que defende a remoção imediata das praças desativadas. “Pelo abandono em que se encontram e o perigo que representam aos motoristas, a demolição das estruturas dessas praças se faz urgente para evitar que ocorram mais acidentes e para garantir a fluidez do tráfego nesses locais. A proposta do deputado Romanelli é a melhor solução a mais esse descaso na história do pedágio no Paraná”, disse o presidente do IBT, Acir Mezzadri.

A ação movida contra o DNIT pede que, “de forma liminar, seja deferida tutela de urgência” e alerta sobre a falta de “iluminação adequada, sinalização, fiscalização, bem como, manutenção da propriedade pública” para garantir “a segurança, a vida e a incolumidade dos usuários das rodovias federais”.

O IBT sustenta que providências devem ser tomadas em até 30 dias. “A lei é clara quanto ao conteúdo das obrigações criadas para o Poder Público e no que diz respeito à manutenção das condições de plena segurança nas Praças de Pedágio desativadas, o DNIT tem sido absolutamente negligente em suas atribuições”, argumenta a ação movida pelo IBT.

Fonte: Bem Paraná

Policiais federais reagem à declaração de Bolsonaro sobre reajuste: 'Não ficaremos calados'

 

Manifestação de policiais federais (Foto: Reprodução de vídeo/facebook.com/ADPFonline)


O recuo do presidente Jair Bolsonaro (PL) na promessa de reestruturação da Polícia Federal (PF) e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) aprofundou a briga com sindicatos e associações de classe.

Diante da sinalização de que o governo vai manter um reajuste único para todo o funcionalismo, sem condições especiais para as polícias da União, entidades que representam delegados, peritos, policiais e servidores da PF divulgaram uma nota conjunta nesta sexta-feira, 29, prometendo reagir.

"Os policiais federais não receberão esse duro golpe calados", diz o texto.

Mais cedo, em entrevista à Rádio Metrópole, de Cuiabá (MT), Bolsonaro confirmou que o governo deve manter o aumento de 5% para todos os servidores federais. A declaração vem uma dia após manifestações de policiais federais em diferentes Estados.

A PF esperava recomposição mais ampla e tratamento diferenciado para a categoria, como já havia indicado o presidente. O anúncio de um pacote de aumento unificado desencadeou protestos que se estendem há pelo menos duas semanas.

Bolsonaro já havia sinalizado que poderia abandonar a promessa de um reajuste mais robusto para a PF se outras categorias que também reivindicam aumento não abrissem mão do pleito. Até então, o presidente vinha repetindo que os R$ 2 bilhões reservados no Orçamento para o aumento dos servidores iriam para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. Representantes de classe se reuniram com o ministro da Justiça, Anderson Torres, para tentar costurar um acordo e ainda tinham esperança de que o governo apresentasse uma alternativa.

O delegado federal Luciano Leiro, presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), disse que o recuo do presidente é um 'desrespeito'.

"Caso isso aconteça, o legado do presidente da República deste governo será de completa desvalorização dos policiais federais. Nós não ficaremos calados", afirma.

Os policiais federais estiveram entre as principais bases de apoio para vitória do presidente em 2018. Sem o reajuste prometido, Bolsonaro provoca a insatisfação da categoria a seis meses da eleição.

A delegada federal Tania Prado, presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Federal do Estado de São Paulo (SINDPF-SP), diz que o 'nível de indignação dos policiais está elevado'.

"Nunca ocorreu tamanho descaso na esfera federal como agora", critica. "O governo se tornou o principal agente de enfraquecimento das polícias. O presidente, com base em falácias, não apoia o projeto de reestruturação das polícias da União, mesmo como orçamento de R$ 1,7 bilhões aprovado e reservado para tanto. Não há óbices legais, mas simplesmente falta de vontade política do presidente."

O presidente da Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), Marcos Camargo, também reagiu ao recuo do presidente e disse que a conduta de Bolsonaro é 'grave e inadmissível'.

"É de se estranhar um recurso do governo, que publicamente prometeu uma reestruturação, em função justamente da importância, da complexidade e da responsabilidade da atividade dos policiais. O que nós pertencemos com esse recuo é um total descaso e uma total falta de compromisso com a valorização e o reconhecimento da importância da atividade dos policiais", diz.

Fonte: Bem Paraná com informações do Estadão Conteúdo

Bolsonaro é aconselhado a não participar de ato em defesa de Daniel Silveira

 O entorno do chefe de governo diz que ele somente comparecerá ao ato em Brasília caso a manifestação atraia um grande número de pessoas

Jair Bolsonaro e Daniel Silveira (Foto: Divulgação)

247 - Aliados de Jair Bolsonaro defendem que ele não participe dos atos em apoio ao deputado Daniel Silveira neste domingo, 1º. O parlamentar foi condenado no STF a prisão por declarações atacando a instituição, mas teve graça concedida pelo chefe de governo. A informação é da Folha de S.Paulo

Integrantes do Legislativo e do Judiciário temem que, com ou sem a presença do chefe do Executivo, as manifestações possam reeditar os atos de 7 de setembro do ano passado.

Salvador, Curitiba, Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília devem sediar manifestações. Bolsonaro ainda não definiu se comparecerá ao ato em Brasília, que deve ocorrer em frente ao Congresso. 

O entorno de Bolsonaro diz que ele somente comparecerá caso a manifestação atraia um grande número de pessoas. 

Lula liga para Lupi para costurar apoio do PDT a sua candidatura

 Com alguma frequência, o ex-presidente Lula liga para o presidente do PDT

Carlos Lupi e Lula (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert)

Por Guilherme Amado, no Metrópoles - Mesmo com a pré-candidatura de Ciro Gomes à Presidência da República, Lula ainda não desistiu de ter o PDT em sua coligação. Com alguma frequência, o ex-presidente liga para Carlos Lupi, presidente nacional da sigla.

Em um telefonema recente, disparou: “deixa de ser teimoso. Vamos nos encontrar pessoalmente para conversar”.

Gaiato, respondeu Lupi: “eu que não me encontro pessoalmente com você. Se fizer isso, você me seduz”.

Leia a íntegra no Metrópoles

Marco Aurélio prevê transição tranquila em caso de vitória de Lula: "ares democráticos vieram para ficar"

 Para Marco Aurélio, as declarações de Bolsonaro insinuando fraude em pleitos passados não passam de “arroubo de retórica”

Marco Aurélio Mello (Foto: STF)

CartaCapital - O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Marco Aurélio Mello, que se aposentou em 2021 ao chegar aos 75 anos, diz acreditar em um processo de transição presidencial sem sobressaltos, mesmo em caso de vitória de Lula (PT), o líder das pesquisas de intenção de voto, sobre Jair Bolsonaro (PL).

Após o episódio Daniel Silveira e as novas trocas de farpas entre Barroso e militares, Bolsonaro voltou a insinuar a possibilidade de fraude em pleitos passados, hipótese já descartada pelo Tribunal Superior Eleitoral, e declarou ser preciso ter a participação das Forças Armadas para que a haja “confiança” no sistema eleitoral. Para Marco Aurélio, as declarações do ex-capitão não passam de “arroubo de retórica”.

"O ex-presidente Lula foi ressuscitado politicamente pelo Supremo. Fui voto vencido também. Porque os processos-crime tinham chegado ao término e ele estava cumprindo pena. Mas foi decisão do Supremo, paciência, não se tem um órgão acima do Supremo para se recorrer a ele.

Os homens passam pelos cargos e as instituições são perenes. Por educação familiar e educação também considerada a minha caminhada, sou um otimista. Penso que os ares democráticos vieram para permanecer. Não há campo para saudosismo.

E, ocorrida a eleição e proclamado o resultado, aqueles que concorreram precisam respeitar as regras do jogo. É assim a convivência democrática", disse Marco Aurélio Mello. 

Leia a íntegra na CartaCapital

Pai de Maria Beltrão assinou AI-5: “Necessário assumir a responsabilidade de uma ditadura”

 

Hélio Beltrão é pai da Maria Beltrão


Nesta sexta-feira (29), Maria Beltrão afirmou que a parcialidade de Sergio Moro (União Brasil) não transforma Lula (PT) em inocente, o que vai na contramão das teses jurídicas de que um cidadão só pode ser considerado culpado depois de ter sido julgado e condenado em todas as instâncias da Justiça. O nome da jornalista se tornou um dos principais assuntos das redes sociais ao longo do dia e muitos internautas relembraram que ela é filha de Hélio Beltrão, um dos signatários do AI-5 em 1968.

Nascido no Rio de Janeiro, em 1916, Hélio se formou em direito na UFRJ e trabalhou como servidor público no Instituto de Aposentadoria e Pensão dos Industriários. Ele também foi ministro do Planejamento na ditadura militar, no governo de Costa e Silva e da junta militar.

Beltrão ainda foi ministro da Previdência Social, e da Desburocratização no Governo Figueiredo. Além disso, ocupou o cargo de presidente da Petrobrás.

No entanto, o episódio que mais marcou a trajetória política de Hélio foi o voto pela aprovação do AI-5, considerado o mais duro da ditadura. Em discurso, mostrou-se muito orgulho pelo seu ato.

“Um ato que formalmente parece atentar contra a ordem jurídica e as instituições democráticas”, declarou. “É necessário realmente assumir a responsabilidade de uma ditadura, mas a ditadura só será ditadura na medida em que os poderes excepcionais que estão sendo concedidos ao governo forem usados arbitrariamente, ditatorialmente”, acrescentou.

Hélio morreu no dia 26 de outubro de 1997, aos 81 anos.

Fonte:DCM

CNBB divulga carta em defesa da democracia e critica ações golpistas


Entidade enfatizou a defesa da democracia e criticou ações que ameaçam a constitucionalidade. Foto: Divulgação


 Em uma carta divulgada nesta sexta-feira (29), a Conferência Nacional de Bispos do Brasil (CNBB) defendeu o processo democrático nas eleições, a conquista do voto e dos direitos dos trabalhadores e dos pobres.

O documento, que é assinado por quatro bispos da entidade, afirma que “tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto”. A carta é lançada em uma semana em que o presidente Bolsonaro (PL) voltou a atacar o sistema eleitoral brasileiro.

“Não existe alternativa no campo democrático fora da política com a ativa participação no processo eleitoral. Tentativas de ruptura da ordem institucional, hoje propagadas abertamente, buscam colocar em xeque a lisura do processo eleitoral e a conquista irrevogável do voto”, diz o texto.

Entidade alerta para disseminação de fake news e manipulação religiosa

A CNBB, que não cita o presidente Bolsonaro de forma direta no documento, afirmou que “Tumultuar o processo político, fomentar o caos e estimular ações autoritárias não são, em definitivo, projeto de interesse do povo brasileiro. Reiteramos nosso apoio às Instituições da República, particularmente aos servidores públicos, que se dedicam em garantir a transparência e a integridade das eleições”.

A carta diz que” há duas ameaças que merecem atenção especial”. A primeira delas é a manipulação religiosa, que leva a um “projeto de poder sem afinidade com os valores do evangelho de Jesus Cristo”.

“A segunda é a disseminação das fake news, que através da mentira e do ódio, falseia a realidade. Carregando em si o perigoso potencial de manipular consciências, elas modificam a vontade popular, afrontam a democracia e viabilizam, fraudulentamente, projetos orquestrados de poder”, alertam os religiosos.

Fonte: DCM