Ex-presidente abriu a temporada de declarações de apoio que vão consolidar, ao longo da próxima semana, uma aliança de sete partidos, incluindo o PT
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Reuters - Em um evento com a Rede Sustentabilidade, nesta quinta-feira, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu a temporada de declarações de apoio que vão consolidar, ao longo da próxima semana, uma aliança de sete partidos --incluindo o PT-- que irão formar a base de sua campanha, e deixou claro que está de braços abertos para quem quiser se juntar a ele.
"Estamos agora recebendo apoio da Rede, à noite vamos consolidar apoio do PSB, no dia 3 com o Solidariedade, no sábado à noite no PSOL", disse. "Quem governar esse país tem que governar com coração de mãe, que é o mais bondoso. Quero avisar quem não veio ainda, estamos de braços abertos para receber todos que querem recuperar esse país."
Em negociações para uma federação com o PSOL, e por insistência de algumas de suas principais lideranças, a Rede declarou apoio irrestrito a Lula --algo que o único senador do partido, Randolfe Rodrigues (AP), deixou claro: "A sua candidatura não é de uma eleição. Em outubro está em jogo o destino de uma nação. Receba aqui o apoio incondicional da Rede".
Mas Marina Silva, fundadora da Rede e ainda hoje um de seus principais nomes e ex-ministra de Lula, e a ex-senadora Heloísa Helena não estavam presentes. Helena já anunciou que apoia Ciro Gomes e Marina não declarou voto, mas sua mágoa com o PT é conhecida.
"Eu esperava que a Marina estivesse aqui. Minha relação com ela é muito antiga, muito grande... eu aprendi a gostar da Marina quando ela era menina no Acre", disse o ex-presidente.
Interlocutores de Lula tem tentado abrir um caminho com a ex-ministra, que no momento não se opôs ao apoio da Rede a Lula, mas se mantém distante.
Em Brasília por dois dias, Lula ainda irá na noite desta quinta ao Encontro Nacional do PSB, com seu candidato a vice, Geraldo Alckmin, receber oficialmente o apoio do partido.
Atos semelhantes serão feitos no sábado, pelo PSOL, e no dia 3, pelo Solidariedade, somando-se ao PCdoB e ao PV, que formaram uma federação com o PT.
As negociações com outros partidos continuam. O próprio PT admite ser difícil, para o primeiro turno, atrair mais apoios formais, mas mira já o segundo turno e o apoio de partes de partidos como o PSD e o MDB.
De acordo com a presidente do PT, Gleisi Hoffman, o partido abriu conversas com o Avante, que hoje tem o deputado André Janones como candidato, com 2% das intenções de voto, em média, e continua conversando com Gilberto Kassab, presidente do PSD, e com alas do MDB.
Kassab já prometeu a Lula apoio no segundo turno, mas no primeiro ainda tenta encontrar um candidato próprio. A alternativa, defendida pela maior parte das bancadas do partido, é liberar para que cada um apoie quem desejar.
"Vamos começar uma conversa com o Avante, continuamos em conversas com o PSD. Se o partido for liberar temos várias lideranças que estão conosco. Temos conversas com setores do MDB... Precisamos de um movimento amplo", disse Gleisi.
No dia 7, Lula lança sua pré-candidatura em São Paulo com todos os partidos aliados ao lado, no que vem sendo chamado pelo partido de "movimento a favor de Lula".