quarta-feira, 13 de abril de 2022

"Cairão um por um. E juntos vamos limpar o Brasil do ódio e do bolsonarismo, diz Manuela D'Ávila após cassação de Arthur do Val

 A ex-deputada fez relato emocionante sobre os ataques recebe de pessoas alinhadas à extrema direita, como Arthur do Val: "há anos eu sinto medo por mim e pelos meus"

Arthur do Val e Manuela D'Ávila (Foto: Michel Jesus/Câmara dos Deputados | ABr)

247 - A ex-deputada federal Manuela D'Ávila (PCdoB), que foi também candidata a vice-presidente na chapa presidencial de Fernando Haddad (PT) em 2018, fez um relato emocionante pelo Twitter na noite desta terça-feira (12), quando o deputado estadual Arthur do Val (União Brasil-SP) teve sua cassação aprovada pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp).

A ex-parlamentar lembrou dos ataques que recebe há anos de pessoas alinhadas à extrema direita, como Arthur do Val, e disse que teme pela segurança e de sua família. "Minha filha, quando nasceu, foi agredida fisicamente por conta dessas mentiras", conta.

Ela afirmou, no entanto, que "aos poucos, um atrás do outro, o Brasil vai descobrindo quem são e o que defendem os deputados que integram grupos da extrema-direita, como o MBL, que abraça defensores do nazismo e aqueles que cometem crimes contra mulheres e crianças", em referência ao deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Gabriel Monteiro (PL).

"Cairão um por um. E juntos vamos limpar o Brasil do ódio e do bolsonarismo", disse Manuela D'Ávila.

Leia o texto na íntegra:

"Hoje, o mesmo homem que por diversas vezes filmou a si próprio na rua perseguindo mulheres, professoras, artistas, ativistas, teve seu mandato cassado por unanimidade no Conselho de Ética da Alesp após promover turismo sexual em áudio repleto de machismo e misoginia. Só quem já foi vítima (e nossas famílias) tem a real ideia do que isso significa. Ser perseguida e agredida como fruto da desinformação, das mentiras que essa gente conta é um corte na carne que não sara nunca. Em algumas famílias, infelizmente, o resultado disso tudo foi fatal. Eu estava grávida quando fui agredida numa ação orquestrada por um deputado ligado ao MBL, num evento presencial. Quando estava com 4 meses de gestação, o MBL (associados com blogs de extrema direita) criou uma fake news em que diziam que eu havia ido aos Estados Unidos fazer enxoval. As pessoas acreditaram. Eles usaram a foto de meu enteado ainda criança. Ele também passou a ser atacado nas redes sociais. Minha filha, quando nasceu, foi agredida fisicamente por conta dessas mentiras. Não consigo contar o número de vezes que fui agredida no supermercado ou na rua por conta disso. Há pelo menos oito anos eu sinto medo por mim e pelos meus. Já faz tempo que nós conhecemos o caráter e as técnicas de violência desses homens, desde sua forma de perseguir jornalistas, fomentar o fechamento de exposições em museus, além das campanhas de difamação e ataques nas redes, que em muitos casos (não só no meu) saíram do virtual e se tornaram ameaças reais e físicas. Aos poucos, um atrás do outro, o Brasil vai descobrindo quem são e o que defendem os deputados que integram grupos da extrema-direita, como o MBL, que abraça defensores do nazismo e aqueles que cometem crimes contra mulheres e crianças. Como escrevi aqui em outra oportunidade, se eu tenho medo de sair na rua por conta de todas essas agressões, esse ex- deputado, que chegou a dizer que também sentia medo de sair às ruas depois que seu áudio foi vazado, o tem simplesmente por terem descoberto quem ele verdadeiramente é. Cairão um por um. E juntos vamos limpar o Brasil do ódio e do bolsonarismo".

Moro é recebido em Porto Alegre aos gritos de "juiz ladrão, porrada é solução" (vídeo)

 Protesto aconteceu na PUC-RS, em Porto Alegre, pouco antes do evento "Fórum da Liberdade". Defensores do ex-juiz suspeito reagiram com gritos contra o ex-presidente Lula

(Foto: Reprodução | ABr)

Ivan LongoRevista Fórum - O ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) voltou a ser alvo de protestos nesta terça-feira (12). Desta vez, a manifestação, encampada por militantes de esquerda, se deu na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), em Porto Alegre, pouco antes do evento "Fórum da Liberdade", que contou com a participação do ex-magistrado.

Pouco antes da chegada de Moro, os manifestantes ergueram placas de protesto e gritaram "juiz ladrão, porrada é solução". Participantes do Fórum, em sua maioria apoiadores de Moro, por sua vez, responderam aos militantes de esquerda com gritos de "Lula ladrão, seu lugar é na prisão". 

Veja o vídeo.


Leia a íntegra na Fórum


Alckmin diz que governo cruel de Bolsonaro exigiu união com Lula

Pré-candidato a vice-presidente na chapa liderada por Lula, Alckmin justifica a aliança com o PT

Lula e Alckmin juntos na luta democrática (Foto: REUTERS/Carla Carniel)


247 - Geraldo Alckmin, indicado para vice-presidente na chapa liderada por Lula, defendeu a aliança com o Partido dos Trabalhadores e demais formações de esquerda e centro-esquerda como uma exigência da luta pela democracia.

O ex-governador afirmou em um jantar em sua homenagem, na segunda (11), que já trocou "caneladas" em disputas eleitorais com o ex-presidente Lula. O governo "cruel" de Jair Bolsonaro, e a ameaça que ele representa à democracia, porém, exigiram de ambos a superação de divergências e a união em torno da defesa das liberdades e das instituições.

"Os tempos mudam, as pessoas mudam e a história mudou. Temos hoje um governo [de Jair Bolsonaro] cruel com o povo, que não pode continuar", disse ele a uma plateia de advogados e juristas que sempre se posicionou majoritariamente no campo da esquerda, informa a jornalista Mônica Bergamo em sua coluna na Folha de S.Paulo.

"Eu e Lula já disputamos [eleições]. Teve canelada. Mas o fato é que a democracia hoje exige que estejamos juntos, para somar, somar e somar. Sei da minha pequenez diante da grandeza do país, mas me incorporo a esse esforço cívico, a essa grande frente em benefício da democracia", afirmou ele, sob aplausos.

 "Há governos que são autocracias. 'É o que eu [governante] quero', acima da lei, à margem da lei. E há as democracias, que respeitam as instituições. As pessoas passam, mas as instituições ficam", enfatizou. 

O encontro foi na casa do advogado Pedro Serrano, e organizado também pelo advogado Marco Aurélio de Carvalho, do grupo Prerrogativas, e por Fernando Guimarães, do Direitos Já.

Os dois pré-candidatos ao governo de São Paulo, Fernando Haddad (PT-SP) e Márcio França (PSB-SP), que apoiam Lula e Alckmin, também participaram da homenagem.

Inflação da cesta básica já bate 21% em doze meses e penaliza os mais pobres

Milhões de brasileiros já não têm mais renda suficiente para garantir alimentação minimamente saudável

(Foto: Reprodução)

 
247 – "A inflação dos alimentos que compõem a cesta básica disparou em março no Brasil. Com isso, superou a marca de 20% no acumulado de 12 meses, indica estudo de professores do curso de economia da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná)", informa o jornalista Leonardo Vieceli, em reportagem publicada na Folha de S. Paulo. "Na passagem de fevereiro para março, a inflação da cesta básica acelerou de 2,02% para 5,27% no Brasil. Assim, a alta acumulada em 12 meses também teve um salto: de 12,67% para 21,46%", acrescenta.

"Em março, os maiores aumentos entre os produtos da cesta básica foram registrados por tomate (27,22%), leite longa vida (9,34%), óleo de soja (8,99%), feijão (6,43%) e batata-inglesa (4,89%). Banana prata

(-4,78%) e contrafilé bovino (-0,07%), por outro lado, recuaram. Já no acumulado de 12 meses até março, as maiores altas vieram de tomate (94,55%), café (64,66%), açúcar cristal (35,68%), batata-inglesa (27,15%), óleo de soja (23,75%) e margarina (20,09%). A única queda no período foi a do arroz (-13,88%)", informa ainda o jornalista.





Juristas já se articulam em torno de indicação feminina ao STF no eventual governo Lula

Flávia Rahal, Carol Proner e Dora Cavalcanti são citadas como possíveis indicações. Marco Aurélio de Carvalho, do Prerrogativas, diz que não é hora de discutir o tema

Lula e fachada do STF (Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)


247 - Ainda que nem mesmo a campanha eleitoral tenha começado, advogados e juristas simpáticos ao ex-presidente Lula (PT), de acordo com Bela Megale, do jornal O Globo, já se articulam em torno de uma candidatura feminina ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Eleito presidente, Lula teria que indicar em 2023 dois novos nomes para a Corte, para as vagas dos ministros Ricardo Lewandowski e Rosa Weber, respectivamente.

A articulação visa garantir que Lula indique outra mulher para substituir Rosa Weber, mantendo a divisão atual do STF entre homens e mulheres.

"Um dos nomes que vêm sendo trabalhados é o da criminalista Dora Cavalcanti. A advogada fez campanha para Fernando Haddad à Presidência em 2018, quando o PT passava por um de seus piores momentos, e é uma das defensoras da pauta contra a Lava Jato. Dora foi advogada da Odebrecht antes de a empreiteira decidir fazer um acordo de delação premiada e foi sócia de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça do governo Lula", relata a reportagem.

Outros nomes citados são das advogadas Flávia Rahal e Carol Proner. Rahal, Proner e Cavalcanti integram o Grupo Prerrogativas. "Dora e Flávia são as preferidas entre os criminalistas e também fazem parte do Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), idealizado por Thomaz Bastos. Já Carol Proner é fundadora da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD)".

A colunista procurou o coordenador do Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio Carvalho, que disse não ser o momento para discutir indicações ao Supremo, mas ponderou: “existem ótimos nomes para o STF e Lula fará a melhor escolha”. 



Venezuelanos saem às ruas nesta quarta para comemorar vitória popular de 2002

 O povo venezuelano sairá às ruas como em abril de 2002, quando devolveu a revolução bolivariana e o presidente Chávez ao poder

Hugo Chávez (Foto: JUAN BARRETO)


247 - O povo venezuelano, movimentos e organizações políticas e sociais marcharão nesta quarta-feira para lembrar a vitória popular de 13 de abril de 2002 que apoiou o presidente Hugo Chávez após o golpe contra ele, informa a Telesul. A direita venezuelana provocou um golpe em abril de 2002 contra o principal líder bolivariano e os ideais progressistas.

“20 anos após o resgate da Dignidade Nacional, transbordamos nas ruas de Caracas e ratificamos nossa vontade de sermos livres, soberanos e independentes”, escreveu o Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV) por meio de sua conta no Twitter.

Por sua vez, o vice-presidente de Mobilização e Eventos do PSUV, Pedro Infante, destacou que a revolução bolivariana celebrará a data em que o fascismo foi derrotado na Venezuela e o líder histórico da Revolução voltou ao poder.

A direita venezuelana provocou um golpe após uma dura campanha midiática contra o principal líder bolivariano e os ideais progressistas que ele representava quando setores oligárquicos em cumplicidade com o alto comando militar, a igreja e a mídia privada se aliaram para derrubar a revolução bolivariana. 

O planejamento do golpe final previa um massacre contra o povo nas ruas próximas ao Palácio de Miraflores para culpar o presidente e seus comandantes. 

O presidente Chávez permaneceu sequestrado desde o início do golpe em 11 de abril até 13 de abril, quando foi resgatado por soldados leais a ele, que junto com o povo puseram fim à tentativa de golpe.


Com medo de condenação, bolsonaristas apagam vídeos com ataques ao Poder Judiciário


Ação ocorre às vésperas do julgamento de Daniel Silveira

Sede do Supremo Tribunal Federal (Foto: Dorivan Marinho/STF)
 


247 - Às vésperas do julgamento do deputado federal Daniel Silveira (União-RJ) pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por ataques e ameaças a ministros da Corte e com a proximidade das eleições, ao menos três donos de canais bolsonaristas que pretendem se lançar candidatos à Câmara dos Deputados apagaram ou tornaram privados, nos últimos dias, 70 vídeos com críticas direcionadas ao STF e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no YouTube. É o que aponta um levantamento feito pela empresa de análise de dados Novelo Data, informa reportagem do jornal O Globo.

Quem mais excluiu vídeos foi o youtuber Gustavo Gayer, responsável pelo canal Papo Conservador, que é pré-candidato, em Goiás, a deputado federal pelo PL, partido de Jair Bolsonaro.

Também pré-candidato pelo PL, Fernando Lisboa, do canal Vlog do Lisboa, excluiu seis vídeos no último dia 7. Todos com referências ao TSE. O canal foi alvo da determinação do tribunal eleitoral para desmonetizar perfis de investigados por desinformação sobre as urnas eletrônicas.

Já o canal "O Jacaré de Tanga", do pré-candidato à Câmara dos Deputados Felipe Lintz, deletou dois vídeos e tornou outros três sobre ministros do STF e a Corte eleitoral privados na sexta-feira. Autointitulado "defensor de Deus, pátria e família", Lintz já foi candidato a prefeito de Mogi das Cruzes, em São Paulo, pelo PRTB. Nas redes sociais, o youtuber anunciou na semana passada que será candidato ao lado de Bolsonaro e do ex-ministro Tarcísio de Freitas, que disputará o governo de São Paulo pelo PL.

Os dados da Novelo apontam que outros quatro canais bolsonaristas também deletaram vídeos desde a última quinta-feira. Ao todo, foram 90 publicações com referências aos tribunais. Outros dois canais tornaram 13 vídeos privados.

Apesar das remoções, o YouTube ainda abriga um alto número de conteúdos com ataques ao Judiciário. 



Curada do câncer, Rita Lee apelidou seu tumor maligno de "Jair", numa "homenagem" a Bolsonaro

Cantora não perdeu o bom humor nem durante a fase mais agressiva do tratamento

Rita Lee e Roberto de Carvalho (Foto: Reprodução)
 

247 – Milhões de brasileiros veem Jair Bolsonaro como um tumor maligno que infelicita a Nação. Entre essas pessoas, está a cantora e compositora Rita Lee, que acaba de se curar de um câncer, sem jamais ter perdido o bom humor.

"Ao falar sobre a recuperação da mãe, o cantor e guitarrista Beto Lee revelou que Rita Lee, 74, apelidou o tumor no pulmão de 'Jair'. 'That´s Rita', disse Beto, em publicação nas redes sociais", informa reportagem da Folha de S. Paulo. "A cantora e compositora fez tratamento contra um câncer no pulmão e, segundo a família, teve sucesso. Ela passou por sessões de radioterapia e imunoterapia", prossegue o texto.

"Melhor notícia de todos os tempos. Manteve a cabeça erguida, com vontade de lutar e encarou tudo com seu bom humor habitual", disse o filho.




Corrupção no centrão: aliado de Lira vendeu kit robótica 420% mais caro do que declarou ter pago

 Empresa alagoana vendeu os equipamentos ao poder público com uma diferença de 420% em relação ao preço que declarou ter pago

Arthur Lira (Foto: Paulo Sergio/Câmara dos Deputados)

247 - A empresa contratada para fornecer kits de robótica para prefeituras, por meio de recursos de emendas liberados pelo governo Jair Bolsonaro (PL), vendeu os equipamentos ao poder público com uma diferença de 420% em relação ao preço que declarou ter pago em ao menos uma das compras que fez do produto. 

Sediada em Maceió, capital alagoana, a empresa é ligada ao presidente da Câmara dos Deputados e um dos principais dirigentes do centrão, Arthur Lira, aliado do governo Bolsonaro. 

Reportagem da Folha de S.Paulo informa que enquanto municípios desembolsaram R$ 14 mil por cada robô educacional, nota fiscal obtida mostra que a Megalic adquiriu unidades por R$ 2.700 de um fornecedor do interior de São Paulo.

Os donos da empresa alagoana são Roberta Lins Costa Melo e Edmundo Catunda, pai do vereador de Maceió João Catunda, aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O deputado é responsável por controlar em Brasília a distribuição de parte das bilionárias emendas de relator do Orçamento, fonte dos recursos dos kits de robótica.

De acordo com a reportagem, sete cidades alagoanas receberam neste ano R$ 26 milhões de dinheiro federal para robótica, apesar de sofrerem com uma série de deficiências de infraestrutura básica, incluindo falta de computadores, internet e água encanada. Ao somar outros dois municípios pernambucanos que também contrataram a Megalic, o valor chega a R$ 31 milhões.


terça-feira, 12 de abril de 2022

Moro ataca TCU por condenar Dallagnol e Janot na farra das diárias: 'decisão absurda e insustentável'

"Vão retaliar o bom trabalho?", questionou o ex-juiz parcial sobre a decisão do TCU

(Foto: ABr)
 

247 - O ex-juiz Sérgio Moro, condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por parcialidade contra o ex-presidente Lula nas ações da Lava Jato, atacou nesta terça-feira (12) o Tribunal de Contas da União por condenar o ex-procurador Deltan Dallagol e o ex-procurado-geral da República por irregularidades e dano aos cofres públicos no pagamento das diárias.

Rifado da candidatura presidencial pelo União Brasil, Sérgo Moro disse que a decisão do TCU é "abusrda e insustentável". "O trabalho deles já levou à recuperação de 6 bilhões de reais somente para a Petrobras. Vão retaliar o bom trabalho?", questionou o ex-juiz parcial.

Os procuradores recebiam ajuda financeira para trabalhar em Curitiba, como se estivessem em uma situação provisória de trabalho, em vez de serem oficialmente transferidos para a capital paranaense.

Os ministros da 2ª Câmara do TCU acompanharam parecer do relator do caso, ministro Bruno Dantas, que convertia o processo em que os gastos eram questionados em tomada de contas especial, constituindo um novo processo específico.

Janot, Deltan e o ex-procurador-chefe do Paraná, João Vicente Romão, terão de devolver R$ 2.831.809,13 cada. Nos casos dos outros mencionados na decisão, os valores a serem devolvidos variam de R$ 104.896,31 a R$ 489.288,84.



Frente em torno de Lula contempla até cenário de vitória em primeiro turno


"Pela amplitude da frente que se forma, serão eleições incomuns, diferentes de todas as que o PT já disputou", escreve Mario Vitor Santos



Por Mario Vitor Santos

Convivem no interior da direção do PT duas linhas de avaliação do atual momento do quadro eleitoral: numa, a mais forte, a orientação é de que não se devem alimentar expectativas de vitória em primeiro turno. Ao contrário, os dados de pesquisas apontam para uma recuperação relativa de Bolsonaro e daí a necessidade de preparar os espíritos para uma disputa difícil, que provavelmente se estenderá ao segundo turno.

Uma outra linha, minoritária, defende a consideração de possibilidade oposta, a da vitória no primeiro turno em outubro. O principal dado a favor dessa vertente são pesquisas que, apesar da recente elevação de Bolsonaro capturando parte das intenções de voto antes colocadas na candidatura do ex-juiz parcial Sergio Moro, seguem mostrando favoritismo para Lula maior do que em qualquer outra eleição anterior, projetando algumas até mesmo vitória em primeiro turno. 

Apontam a resiliência de Lula, na casa dos 40 a 45% de intenções de voto desde quando estava preso. Isso apesar das investidas políticas de Bolsonaro e de suas redes, além da dinheirama derramada sem controle pelo orçamento secreto.

A partir daí, deriva uma análise que considera os efeitos da polarização aguda entre as candidaturas de Lula e Bolsonaro influenciando as chances de todo o espectro dos outros concorrentes. O que se constata é a iminência de um colapso do centro político. Para efeitos práticos, nessa hipótese, restariam apenas duas candidaturas em disputa, ou seja, um segundo turno no primeiro. Neste caso, a decisão no primeiro turno seria resultado não da força especial de uma candidatura, mas do crescimento exagerado das duas que lideram. O vencedor leva tudo.

Além das pesquisas, ou por causa delas, uma ala importante do MDB, aquela liderada pelo ex-presidente José Sarney, o ex-presidente do Senado Eunício Oliveira e o senador Renan Calheiros, está com Lula. A única liderança emedebista mais expressiva a sustentar com firmeza a candidatura de Simone Tebet ainda é o ex-presidente Temer, que jamais será publicamente aceito pelo PT.

O PSD ainda precisa de uma candidatura presidencial para preencher o buraco deixado pela desistência de Eduardo Leite, que na última hora desistiu de sair do PSDB como havia anunciado. O partido de Kassab prefere nenhum candidato a se alinhara qualquer lado, o que poderia comprometer a unidade da agremiação.

Um outro cisma afeta potencialmente o PDT, onde as lideranças estão longe de exibir a mesma animosidade antipetista que é a marca de Ciro Gomes. Este não passa nenhuma segurança de que venha a se tornar competitivo e nem parece se importar. Para piorar, Ciro parece assombrado por uma suspeita que pode estar contribuindo para agravar seu descontrole verbal.

Dele, os petistas não esperam nenhum apoio, mas começam a considerar a possibilidade de uma debandada do eleitorado na reta final do primeiro turno, com a chance do voto útil se apresentando. Já é sinal disso é dispersão das candidaturas regionais do PDT nas mais diversas direções, o que Ciro tenta conter com espalhafato.

A rota tortuosa de João Dória, também assolada por uma mescla de divisões internas ao PSDB e rejeição externa, não estimula grandes esperanças, ainda mais agora que ele não comanda mais a máquina do Palácio dos Bandeirantes.  

A inédita força inicial demonstrada em São Paulo por Lula, Haddad e mesmo Márcio França embala sonhos de alguns petistas de uma vitória no primeiro turno no plano federal. 

Em São Paulo, espera-se uma ascensão importante do bolsonarista Tarcísio Freitas e do governador Rodrigo Garcia, do PSDB, este agora com a máquina na mão. Nada abala, porém, a avaliação de que são muito grandes as chances de Haddad chegar ao segundo turno. 

Somam-se a isso os problemas de Bolsonaro em Minas, onde seu palanque é por ora considerado fraco. No Rio, a disputa se anuncia parelha, projetando no Sudeste um panorama muito mais benéfico a Lula do que Haddad teve de enfrentar em 2018. 

Em suma, diante desse quadro, líderes petistas se colocam a questão: é melhor trabalhar com a hipótese de vitória no primeiro turno, extraindo o máximo do sentimento de rejeição a Bolsonaro? Vale a pena arriscar, mesmo que a vitória não venha e neste caso se crie um sentimento de derrota a frustração contraproducentes para o segundo turno?

Tudo vai depender dos próximos meses. Há eventos que podem mudar tudo, como o início da campanha de rádio e TV. Diante disso, petistas não confessam, mas reservadamente parecem vacilar entre pressionar ainda mais o centro e a própria militância com a esperança do triunfo no primeiro turno.

Por mais que neguem, é um processo que tem vida própria, pois depende mais da dinâmica autônoma do eleitorado, cujas leis ninguém conhece satisfatoriamente. Até as abstenções, que se anunciam volumosas, podem ser decisivas.

Enquanto isso, a partir do entorno do QG petista são feitas circular as mais diversas críticas, amplificadas pela mídia conservadora: a campanha de Lula não consegue decolar, está

paralisada por excessiva concentração de decisões no candidato, falta uma coordenação com poder capaz de estabelecer uma rotina de ações de uma campanha vitoriosa. Até da influência da companheira de Lula já se fofocou.

Na verdade, alguns setores estão sendo excluídos pela nova situação existente, pela própria incorporação de novos protagonistas. A entrada de Alckmin, mantida em segredo ao longo de meses no ano passado, agora promoveu personagens, deixou outros de fora, criou coordenações específicas e temporárias que ameaçam contornar o partido envolto em suas antigas disputas.

Os insatisfeitos naturalmente carregam nas tintas. Lula está em campo desde a primeira semana de abril. Esteve no Paraná, Rio, Bahia, Santo André e Brasília em três semanas. Fez atos públicos grandes com MST, MTST, na UERJ e hoje com os indígenas em Brasília. Acertou

coligações com cinco partidos, deve trazer o Solidariedade, além da citada parcela do MDB. Pela amplitude da frente que se forma, serão eleições incomuns, diferentes de todas as que o PT já disputou. Também por isso, o estranhamento pode aumentar. 



Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista



Senadores governistas coletam assinaturas suficientes para formar CPI contra governos do PT

 Trata-se de uma reação à tentativa de criar uma CPI para investigar o escândalo dos pastores no MEC sob o governo Bolsonaro


(Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)


247 - Senadores governistas reuniram 28 assinaturas, uma a mais que o mínimo necessário, para abrir uma CPI sobre obras inacabadas no Senado. Trata-se de reação à tentativa de criar uma CPI  para investigar o escândalo dos pastores no MEC sob o governo Bolsonaro. 

“Requeremos, (…) apurar eventual irregularidade e crimes na condução de obras de edificações, bem como, responsabilidade de agentes e ex-agentes públicos relativamente às ações e omissões que resultaram na existência de obras públicas

iniciadas e não-concluídas, no período de 2006 até o ano de 2018, e, ainda, possíveis irregularidades no Programa de Financiamento Estudantil – Fies, no mesmo período”, diz trecho do pedido de Carlos Portinho (PL-RJ).

Veja a lista de parlamentares que assinaram o requerimento de instalação da CPI governista:



Bia Kicis perde presidência da CCJ da Câmara, que fica com o União Brasil

 A CCJ é a comissão mais cobiçada da Câmara dos Deputados, pois é responsável por examinar se são constitucionais e se podem ser admitidas propostas que tramitam na Casa


(Foto: ABr)


247 - A deputada bolsonarista Bia Kicis (PL) perdeu a presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) para o União Brasil, após reunião entre líderes partidários nesta segunda-feira, 11, informa reportagem do G1.

A CCJ é a comissão mais cobiçada da Câmara dos Deputados, pois é responsável por examinar se são constitucionais e se podem ser admitidas propostas que tramitam na Casa. Assim, a comissão precisa validar todos os projetos e pode arquivá-los.

Segundo o G1, “ainda não há uma definição sobre quem será o presidente da comissão. São cotados para a cadeira os deputados Juscelino Filho (União-MA) e Arthur Maia (União-BA)”.

A comissão do Meio Ambiente, que era presidida pela bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP), passou para o PP, partido do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (AL). 



Polícia Civil de SP abre inquérito para investigar ameaças de morte contra Lula

 Ameaças foram feitas em anonimato no site do PT

(Foto: Reprodução)


247 - O delegado da Delegacia de Crimes Eletrônicos do Departamento Estadual de Investigações Criminais, Laércio Ceneviva Filho, determinou a abertura de um inquérito policial para investigar ameaças de morte contra o ex-presidente Lula, após uma petição do advogado Cristiano Zanin.

As ameaças foram feitas no site do PT por uma pessoa que se identificou como Luiz Carlos Prestes. Nas mensagens, a pessoa diz que membros do próprio PT vão matar Lula, que a morte vai acontecer "talvez no interior" do estado de São Paulo e ainda neste ano. 

As mensagens foram publicadas nos dias 24 de março, 5 e 7 de abril.


Fotógrafo sofre ameaças após flagrar ônibus de Luciano Hang em local irregular

 "A sua hora vai chegar", disse uma das mensagens direcionadas ao fotógrafo Eduardo Matysiak

Luciano Hang (Foto: Eduardo Matysiak)


247 - O fotógrafo Eduardo Matysiak, que registrou o ônibus do empresário Luciano Hang, dono da Havan, estacionado em local irregular em Curitiba (PR), vem sofrendo ameaças pelas redes sociais. Uma das mensagens afirmou: "assustado??? Hahahahhaha viu nada meu amigo, vai proclamar a mentira, vamos gastar milhões mas sua hora vai chegar".

De acordo com reportagem do portal Uol, o fotógrafo disse que uma pessoa responsável por ameaças tem feito ligações insistentes. Matysiak afirmou que tirou print do todos os comentários.

"Eu estou chocado, incrédulo, jamais imaginei isso. Eu fiquei mal, fiquei muito mal, temo ser agredido. Minha mãe entrou em pânico, ficou assustada também. É horrível", disse. 

O fotógrafo informou que as mensagens estão sendo compiladas por seus advogados para o registro de um boletim de ocorrência.

O fotojornalista também pretende entrar com um processo contra Luciano Hang na esfera cível.

O empresário Luciano Hang disse, por meio de sua assessoria, que "em nenhum momento incitou qualquer tipo de ação". "O ônibus Patriota não é de propriedade de Hang ou da Havan, e o local destinado ao estacionamento foi uma recomendação do hotel", acrescentou.


TCU vai enviar boleto de R$ 2,7 milhões a Deltan e Janot para devolverem diárias da Lava Jato

O TCU responsabilizou Janot e Deltan pelo pagamento de cerca de R$ 2 milhões em diárias e passagens a procuradores da força-tarefa de Curitiba


(Foto: Reprodução/YouTube)


247 - O Tribunal de Contas da União (TCU) deve expedir até esta quarta-feira, 13, uma cobrança no valor de R$ 2,78 milhões ao ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot e aos ex-chefes da Lava Jato em Curitiba Deltan Dallagnol e João Vicente Romã, informa a CNN Brasil

Serão expedidos Darfs, guias de pagamento que direcionam os recursos para os cofres públicos, no nome de cada um.

Em decisão unânime nesta terça-feira, 12, o TCU responsabilizou Janot, Romã e Deltan pelo pagamento de cerca de R$ 2 milhões em diárias e passagens a procuradores da força-tarefa da capital paranaense. 

O Ministério Público junto ao TCU entendeu que os procuradores da força-tarefa poderiam ter usado opções mais econômicas de diárias e passagens. Em vez de serem transferidos para Curitiba, os procuradores recebiam ajuda para trabalhar na capital, como se estivessem em uma situação transitória. Portanto, os recursos deverão ser devolvidos.

Também receberão a cobrança outros procuradores:

Antonio Carlos Welter receberá fatura no valor de R$ 489 mil; Orlando Martello Junior, R$ 479 mil; Januario Paludo, R$ 343 mil; Carlos Fernando dos Santos Lima, R$ 308 mil; Isabel Vieira, R$ 325 mil; Diogo Castor, R$ 389 mil; Jerusa Viecili, R$ 105 mil.



Gleisi cita gastos milionários e diz Bolsonaro conseguiu destruir as Forças Armadas

 A presidente nacional do PT citou despesas milionárias com produtos e alimentação para o Exército e disse que "essa farra com dinheiro público é criminosa"

Forças Armadas e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann (Foto: ABr | REUTERS/Adriano Machado)


247 - A presidente nacional do PT, deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), disse, nesta terça-feira (12), no Twitter que Jair Bolsonaro diminuiu a credibilidade das Forças Armadas por causa de gastos milionários com produtos e alimentação  caros e pagos com dinheiro da população. A parlamentar fez a postagem após a informação de que o Exército comprou 60 próteses penianas com recursos públicos, ao custo de R$ 3,5 milhões.

"Graças às leis acesso à informação e transparência, ficamos sabendo dos gastos imorais das Forças Armadas com carnes, salmão, viagra e remédio pra calvice. Até isso Bolsonaro destruiu, uma instituição que tinha credibilidade. Essa farra com dinheiro público é criminosa", escreveu a parlamentar no Twitter. 

Entre fevereiro de 2021 e o mesmo período de 2022, o Ministério da Defesa comprou R$ 56 milhões em filé, picanha e salmão para Forças Armadas (FFAA).

As FFAA também aprovaram a compra de 35 mil unidades de viagra, remédio conhecido para tratar disfunção erétil.

A pasta da Defesa também fez a aquisição de Minoxidil e Finasterida, os dois principais meios de combater a calvície masculina. Foi um gasto de R$ 2,1 mil empenhados entre 2018 e 2020.







Presidente do PSDB ataca Alckmin e diz que ele 'corre risco de vida' como vice de Lula

 “No interior de São Paulo, não pode andar, porque corre risco de vida”, afirmou o presidente do PSDB, Bruno Araújo, em jantar com empresários

(Foto: ABr)


247 - O presidente do PSDB, Bruno Araújo, atacou o ex-governador Geraldo Alckmin, que abandonou os tucanos para entrar no PSB e ser vice do ex-presidente Lula (PT) nas eleições deste ano.

Segundo a jornalista Bela Megale, em sua coluna no jornal O Globo, informou que Araújo disse, em jantar em São Paulo com cerca de 20 empresários do Grupo Esfera, que o ex-governador terá uma participação “absolutamente irrelevante” na campanha de Lula.

Ele ainda disse que Alckmin correrá “risco de vida” se andar pelo interior de São Paulo.

“Na campanha, eu garanto, será absolutamente irrelevante a participação dele. No Nordeste ele não teve 1%, não vai fazer nada.  No interior de São Paulo, não pode andar, porque corre risco de vida”, afirmou. “Mas na política é assim. Ele pode sair de uma posição irrelevante e virar presidente da República”, continuou.

“Vai viver sob a discriminação de pessoas que nunca gostaram dele. E vai conviver com pessoas que ele falou coisas impublicáveis sobre elas. Vai ser essa convivência. Isso não pode ser uma convivência salutar, que faz bem ao coração. O Geraldo vai olhar pro lado e não vai ter o Tasso Jereissati para conversar, vai ter que conversar com o Zé Dirceu”, disse.

Segundo ele, a movimentação de Alckmin ficará registrada como “um dos maiores clássicos da incoerência política da história”, destacando ainda que, “nessa fase da vida”, o ex-governador, de 69 anos, “não tinha mais espaço” para esse tipo de mudança.

“Não interessa se Lula vai vencer, se Lula vai ficar impedido e ele vai virar presidente da República, essa marca ele vai levar pro resto da vida. Uma pessoa se separa aos 20, 30, 40…Não conheço ninguém que se separou aos 76, 78”, afirmou.