Tendência é que daqui por diante os casos de Covid regridam mais ainda
(Foto: Americo Antonio/Sesa)
O Paraná registrou queda de 82,9% na média móvel de mortes por Covid-19 desde o pico da onda causada pela variante Ômicron do novo coronavírus. O recuo foi de uma média de 35 óbitos em 12 de fevereito deste ano para média de seis na última terça-feira, segundo os boletins epidemiológicos da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa-PR). Com isso, a Covid deixou de liderar o ranking de mortes causadas no estado, passando a ocupar a terceira posição em letalidade, atrás do infarto e do Acidentes Vascular Cerebral (AVC).
Conforme dados do Portal da Transparência dos Cartórios de Registro Civil, na semana de 16 a 22 de março os AVCs causaram 75 mortes no Paraná, 74,4% a mais que os registros de óbitos por Covid-19, que ficaram em 43. Além disso, as mortes pelo coronavírus também foram superadas pelos 65 óbitos causados pelo infarto.
Desde o dia 22 de janeiro, quando foram contabilizadas 33 mortes causadas pelo coronavírus, a Covid-19 vinha liderando o ranking de mortes no estado. Na época, o Paraná vivia o ápice de casos da onda ômicron, causada também pelas festas de final de ano. O pico ocorreu no dia 8 de fevereiro, com 59 óbitos relacionados com a doença pandêmica.
Nas últimas semanas, contudo, houve uma redução gradativa nas mortes causadas pelo novo coronavírus, na medida em que os casos novos da doença também foram caindo. Com isso, desde o dia 10 de março a Covid-19 não aparece mais como a principal causa de morte no estado, ora aparecendo na segunda colocação (atrás apenas dos AVCs), ora na terceira (atrás também dos infartos).
No acumulado do mês de março, até o dia 22, a Covid-19 aparece como a segunda principal causa de morte no Paraná, com 302 registros oficiais de óbitos, atrás do AVC, com 304. O infarto aparece na sequência (242 mortes).
Desde maio de 2020, esta é a segunda vez que a Covid-19 sai do topo do ranking de fatalidade por doença. A anterior foi entre os dias 12 de novembro de 2021 e 17 de janeiro de 2022, período no qual o Paraná registrou um total de 1.205 mortes por acidente vascular cerebal, 1.029 por ataque cardíaco e outras 641 por Covid-19.
Por fim, cabe ressaltar que os dados aqui apresentados foram computados tendo como base a data do óbito constante no registro em cartório. Por isso, os números podem ser diferentes daqueles divulgados nos boletins da Sesa-PR ou do Ministério da Saúde.
A cada dia, há 251 falecimentos no Estado
Nos primeiros meses de 2022 o Paraná registrou uma média de 251 mortes por dia. Foram 14.652 óbitos registrados em janeiro e fevereiro, o que aponta para uma redução de 3,22% na comparação com os dois primeiros meses de 2021, quando a vida de 15.139 paranaenses chegou ao fim. Ainda assim, trata-se do segundo começo de ano com mais mortes no estado desde o início da série histórica das Estatísticas do Registro Civil (considerando os dados do Portal da Transparência e do IBGE), em 2003.
A boa notícia, por outro lado, vem da redução expressivas de óbitos relacionados à Covid-19. Em 2021, por exemplo, 4.046 pessoas foram vitimadas pela doença no primeiro bimestre. Em 2022, foram 1.907 falecimentos, o que aponta para uma redução de 52,9% na comparação com o ano anterior.
Esse número fica ainda mais expressivo quando considerados o número de casos novos de Covid em cada um dos períodos. Em 2021, por exemplo, foram divulgados 229.013 diagnósticos em janeiro em fevereiro, enquanto em 2022 houve 728.565 registros no mesmo período. Com isso, a letalidade da doença pandêmica passou de 1,77% no começo de 2021 para 0,26% no começo deste ano, em mais uma evidência acerca da importância da vacinação contra o coronavírus para prevenir quadros graves da doença e salvar vidas.
País
Ano começou com recorde
Janeiro de 2022 registrou o maior número de mortes em 19 anos no País, segundo dados dos cartórios brasileiros disponibilizados no Portal da Transparência. Em compensação, fevereiro apresentou uma ligeira queda, ainda sim, juntos, janeiro e fevereiro contabilizaram 272.671 óbitos em apenas dois meses.
Influenciando no aumento de mortes, a Covid não é a única responsável pelo início de ano mais letal. Outras causas como, doenças do coração, síndromes respiratórias e causas indeterminadas também apresentaram aumento na comparação deste com o ano anterior; destaque para AVC, 24,4% de aumento, Infarto 22,2% no Brasil.
Fonte: Bem Paraná